Quase todos os Domingos tenho um encontro com elas! Sou um mero curioso na cozinha sem conhecimento técnico e sem dom, apesar de esforçado, então há vezes que acerto e outras nem tanto. Risotos, bacalhau, churrasco, massas (the easy stuff, rs) não são muitas as opções mas até que me viro e, não sei se por conveniência, educação ou por gosto, a galera não tem reclamado.
Neste último Domingo preparei um Bacalhau de Frigideira que ficou, modéstia á parte, da hora apesar de ter faltado um pouco de bacalhau! rs Harmonizei com o que tinha aberto no dia anterior na loja, um vinho da casa Ermelinda Freitas (Setúbal/Portugal) muito saboroso com uma pegada diferente, do tipo de vinho que gosto, com personalidade própria e um corte bem diferente Syrah/Petit Verdot. O Vinho é o Terras do Pó Castas tinto, um vinho de ótima estrutura, taninos finos bem presentes que de um dia para o outro “amansaram”, álcool muito bem integrado, muito rico apresentando uma certa compexidade mostrando que é vinho para muitos anos ainda. No Domingo ele já se equilibrou com o Bacalhau mostrando que no dia anterior uma horinha de decanter ou uma passada pelo Magic Decanter lhe teria feito bem. Belo vinho e mais uma mostra que os vinhos portugueses são uma eterna fonte de descobertas de sabores! preço entre R$80 e 85 aqui em Sampa.
Bem, mas voltemos ao Bacalhau, assim mesmo em maiúsculas já que se tratava de Gadus Morhua, e minhas panelas, pois esse é o tema de hoje. O fogão, como de praxe, ficou lastimável, porém o bacalhau vale a pena e é super fácil de fazer. Aqui vai a receita (para seis pessoas) para quem quiser se aventurar lembrando que a frigideira vai direto á mesa e paralelamente uma cumbuquinha de arroz branco como acompanhamento vai bem.
Bacalhau 1,5 kgs (o meu estava com 1 kg e faltou mesmo que saboroso) de lombo, preferencialmente de Gadus Morhua .
Batatas – 2 bem grandes ou três médias. Cozinhar batatas com pele até o ponto al dente, ou seja ainda um pouco duras por dentro. Cortar em fatias de largura média e depois na metade.
Cebola – 1 cebola grande cortada grosseiramente.
Tomate – 2 tomates frescos maduros e mais dois pelatti (daqueles italianos de latinha).
Alho – 1 dente e meio daqueles mais grandinhos, bem picado.
Pimenta do reino, cebolinha, azeitoninha preta portuguesa sem caroço, salsinha – a gosto.
Preparo – Frite as posta em azeite (não seja munheca neste momento e capriche no azeite) bem quente por cerca de 2 a 3 minutos cada um dos 4 lados. Fica levemente tostado. Se gostar mais tostado é só deixar mais um tempo e controlar a cor. Depois de frito o bacalhau, reservar. No mesmo azeite que foi frito o bacalhau refogar cebola, tomate e alho. Adicionar as batatas e continuar refogando moendo um pouco de mix de pimenta do reino, quando começar a secar adicionar uma xicara de chá de bom vinho branco seco (eu usei o Casa Mirian Unoaked Sauvignon Blanc/semillon – R$31) que também saciou a sede do cozinheiro (rs) ao longo do preparo. Quando as batatas estiverem macias está pronto. Delaminar o bacalhau e jogar por cima desse refogado cobrindo bem as batatas e baixar o fogo deixando cozinhar por mais uns dois minutos, só para aquecer o bacalhau. É neste momento que jogo a salsinha, azeitonas e cebolinha.
Preço– como tradicionalmente costumo dar preço aos vinhos, optei por também dar uma idéia de custo de elaboração do prato. Neste caso, o custo estimado é de R$75 a 80,00 dependendo de onde e em que época se compra o bacalhau, mais o vinho obviamente.
Ó, podem tentar sem medo, afinal até eu faço! Um bom vinho Luso ou de Rioja são boas opções de harmonização, porém o que vale aqui é o que você gosta pois harmonizar é uma coisa muito particular. Salute, kanimambo e bom apetite!