cabernet franc

Desafio de Cabernet Franc às Cegas – 1º Embate

Administro quatro confrarias há muitos anos, a mais antiga tem 11 anos, e é algo que me dá enorme prazer porque são momentos de confraternização e de descobertas. Volta e meia fazemos estes desafios que são bastante estimulantes e costumo trazer à taça pelo menos uns cinco rótulos de diversos países para análise. Na “Brinde à Vida” deste mês de Março, lamentavelmente o quórum estava baixo, então nos limitamos a três garrafas apenas, mas valeu a pena, sempre vale!

A Cabernet Franc é originária de Bordeaux tendo sido levada pelo famoso Cardeal de Richelieu (alguém aqui lembra dos 3 mosqueteiros? rs) para a sua abadia de Saint Nicolas de Bourgueil onde ela se tornou uva ícone da região com um estilo diferenciado em função do terroir com grandes vinhos também na vizinha Chinon. È a mãe, ou pai tanto faz (rs), da Cabernet Sauvignon ao ser cruzada com a Sauvignon Blanc. Dependendo do terroir, tende a apresentar uma certa mineralidade, nuances florais, frutos silvestres, leve toque vegetal, ótima textura e taninos macios de acordo com Oz Clarke em seu livro Grapes & Wines.

Para este desafio selecionei um desafiante uruguaio, um argentino e um chileno, pena que faltou espaço para um brasileiro e um francês, o embate teria ficado ainda mais interessante, mas deixa eu te passar minhas impressões sobre os vinhos que possuíam preços entre 120 a 180 Reais. Todos bons vinhos, porém com personalidades bem diferentes e, aí, é uma questão de gosto

Dominio Cassis Cabernet Franc, uruguaio da região de Las Palomas próximo a Punta, safra 2017. O mais pronto e afável dos três vinhos da noite. Tímido no nariz, mostra-se bem na boca com uma certa mineralidade, frutado, leve toque vegetal, frutos silvestres e taninos macios muito bem equilibrado com seus educados 12.5% de teor alcoólico. Passagem por barricas de carvalho francesas e americanas por um período de 12 meses sem que esta se torne muito percepetiva, um vinho fresco e apetitoso que deixa um retrogosto de quero mais. O melhor para um dos confrades, para mim veio em segundo lugar.

Joffré y Hijas Gran Cabernet Franc, argentino do Vale do Uco em Mendoza, safra 2019, com 9 meses de barricas francesas e americanas, apenas 50% do vinho, e o maior teor alcoólico, 14,5%. Leve floral no nariz, bem frutado com notas de eucalipto e baunilha, aromas bastante interessantes de explorar com calma, mesmo para mim que não sou assim tão chegado em coisas olfativas, sou mais palato! rs Na boca demonstra seu equilíbrio com o álcool muito bem integrado, bom volume de boca, ótima textura e meio de boca complexo, taninos finos ainda bem presentes e boa acidez mostrando que que tem predicados para o levar bem mais longe com boa evolução. O primeiro no meu ranking, no dos outros confrades estava em segundo porém com o decorrer do tempo em taça acabou dividindo opiniões.

LFE 360º Series Cabernet Franc 2019, chileno do vale de Colchagua, inicialmente o preferido da maioria, algo que mudou um pouco com o tempo em taça. Afinamento em barricas de segundo y terceiro uso americanas e francesas por um período entre 11 a 12 meses. Veio potente, cor escura, rubi intenso, aromaticamente intenso com menta, frutos negros, algo de pimentão (suave) a famosa piracina, marca de boa parte dos vinhos chilenos.  Seus 14% de álcool se notam bem presentes e ainda por integrar, grande estrutura e volume de boca, especiarias, notas tostadas, vinho resinoso e algo pesado que, no meu conceito de Cabernet Franc, destoa um pouco quanto à tipicidade da casta. Para mim, minha terceira escolha e algo over para meu gosto. Para quem gosta de vinhos power, uma boa opção porém acho que abrimos o vinho cedo demais, precisa de mais tempo de garrafa.

Bem, por hoje é só, porém já tenho agendada mais uma degustação às cegas de Cabernet Franc com outros rótulos e outra confraria agora em Abril, depois conto mais, será o Embate II. rs Kanimambo, saúde

Cabernet Franc Abaixo das 100 Pratas!

Eis aí algo difícil de se encontrar, um Cabernet Franc de qualidade abaixo das 100 pratas, mas eu achei depois de muitos provar. Certamente que outros deverão existir, nem entro no mérito, porém sempre falo só de minhas experiências e este pequeno fruto do garimpo é o 59N Cabernet Franc 2016, com origem em Mendoza, especificamente de Maipu, da Kalós Wines que 59Nvinifica seus vinhos na Melipal. O vinhedo tem cerca de 20 anos, produção restrita a 25 mil garrafas, e o nome (59N) possui uma origem algo inusitada, pois tem a ver com o vovô Calixto, patriarca da família Losada, que se gabava de ter tido 59 Novias (namoradas) em sua juventude!

Mostrou-se muito amável de boca sem perder a tipicidade com notas florais, frutos vermelhos e alguma especiaria no nariz, corpo médio, rico meio de boca, notas herbáceas sutis, fresco, expressivo final de boca levemente apimentado, de média persistência e taninos aveludados. Um vinho que me agradou bastante ainda pelo preço que por aqui em Sampa está chegando com preços entre R$90 a 95,00.

Certamente um vinho que visitará minha taça com uma certa regularidade pois afora o colocar no Frutos do Garimpo de Outubro, também aproveitei e fiquei com uma caixa. Como está bem novo, terei um tempinho para o desfrutar ao longo dos próximos dois anos, se é que durará tanto na adega!! rs É isso por hoje, mais um bom vinho de Mendoza para você descobrir que aquelas terras não fazem só Malbec não e  que a Cabernet Franc não é mais só moda, veio para ficar. Fui, bom fim de semana prolongado para quem puder ainda desfrutar desse privilégio, eu estarei de plantão sexta e Sábado na Vino & Sapore. Kanimambo pela visita.

 

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Conhece a Uva Lacrima?

Eu também não, mas já comecei a pesquisar e no dia 23 de Julho pretendo prová-la junto com quem estiver presente em mais uma degustação que armei! Em parceria com a logoMARCA_almeria-OK importadora Almería de meu amigo Juan e seu filho Alexandre, montei uma degustação que tem como tema a exploração de novos sabores provando vinhos elaborados com essa uva rara e outras pouco conhecidas, vai dar mole? São só 12 vagas e nem lancei e só sobraram 8! Ainda não consegui um local em Sampa, então esta também será realizada na Vino & Sapore na Granja Viana a partir das 20 horas.

Recepção: Espumante Gouguenheim Bubbles Brut, um Rosé de Malbec. Argentina

  • Degustação:
    Lolo Albariño – uva branca da região da Galicia, Rías Baixas, Espanha (R$87,00)
    Paco Vintage Garnacha/Tempranillo – a Garnacha é a uva de Navarra, mas junto com a Tempranillo são as mais importantes uvas tintas do país. Espanha (R$98,00)
    Hecula Monastrel – Monastrel é nascida e criada nas regiões próximo a Valencia; Yecla, Alicante e Jumilla na Espanha (R$65,00)
    Orgiolo Lacrima di Morro d’Alba – olha ela aqui! Lacrima é uma uva rara que só se encontra em vinhedos na cidade de Morro d’Alba na Puglia, Itália (R$98,00)
    Perez Cruz Cabernet Franc Edición Limitada – esta uva ganha espaço nas taças dos enófilos porém ainda não é de conhecimento geral. Esta versão vem do Chile (R$105,00)
    Chaski Petit Verdot – A Petit Verdot segue sendo uma incógnita para a maioria e é tradicionalmente usada em blends, no entanto tem despontado como varietal em algumas regiões com grande sucesso. (R$148,00)

Almeria Uvas Pouco Comuns

Pequeno resumo sobre as características das uvas e suas origens será fornecido no dia com espaço para anotações. Para acompanhar, as tradicionais travessas com queijos e frios, água, pão e café ao final. Tudo isso por apenas R$90,00 , pagos no ato da reserva, dos quais R$20 ficam disponíveis como crédito na compra de qualquer um desses vinhos nessa noite. Diversidade sempre, vem desbravar nossa vinosfera você também! Kanimambo pela visita e espero te ver dia 23. Telefone para contato na Vino & Sapore de Terça a Sábado das 14 às 20 horas (11) 4612-6343.

Cabernets Franc às Cegas

Quatro países diferentes em prova às cegas na gostosa confraria Saca Rolha que se reúne mensalmente para explorar os sabores de nossa vinosfera. a Cabernet Franc vem crescendo muito tanto em quantidade plantada quanto em vinhos produzidos por toda a América do Sul sendo hoje considerada como a bola da vez na Argentina onde também aparece em divinos asemblages normalmente em dueto com a Petit Verdot. Para contar um pouco dessa experiência que vivemos no último encontro eis nossa porta voz, a amiga e confreira Raquel Santos.

Mais uma degustação às cegas no nosso encontro mensal. Desta vez para conhecermos melhor uma uva que ultimamente tem estado à frente dos holofotes. Sua boa adaptação nos países da América do Sul e a redescoberta de seus vinhos varietais, tem colocado a Cabernet Franc em destaque.

Pode-se dizer que desde a sua origem, em Bordeaux, viveu à sombra da sua prima mais famosa: a Cabernet Sauvignon, que juntamente com a Merlot, formam o corte bordalês. Mas é no coração do Vale do Loire que ela brilha como uma estrela principal, nas regiões de Saumur, Bourgueil e Chinon. Suas características aromáticas e de grande frescor fazem vinhos sedutores e ímpares. Na argentina, mais precisamente em Mendoza, temos visto os varietais de Cabernet Franc tirando a atenção dos Malbecs. No Chile, onde a alquimia dos cortes é quem dá o tom, ela tem aparecido cada vez mais nessas composições.

Cabernets franc

Logo de início tivemos uma grata surpresa de boas vindas: O espumante Argentino da Lagarde Altas Cumbres – Extra Brut 2012 – feito pelo método Charmat com as uvas Chardonnay, Pinot Noir e Sémillon. Bem clarinho na taça, com aromas delicados, florais e (acreditem!)…pão. Boa acidez, frutado e refrescante.
Estávamos prontos para o desfio às cegas. Lápis e papel à mão, anotando todas as impressões sentidas em cada taça. Pela ordem de serviço, foram eles:

Angélica Zapata – Cabernet Franc 2010 ( Catena Zapata)
Aromas florais, madeira verde e ervas aromáticas. Com mais tempo na taça evoluem para especiarias (canela), chocolate e caramelo. Na boca percebe-se boa acidez bem combinada com taninos aveludados. Frutas maduras e doces. Bem equilibrado e agradável. No final, tende para um adocicado excessivo.

La Diligence – Chinon 2010 ( Couly-Dutheil )
No nariz pareceu bem mais seco e fresco em contraste com o anterior. Aromas de madeira molhada, mofo discreto (sem ser desagradável), leve mineral, flor seca (saché). Na boca era bem complexo com sabores que evoluíam rapidamente: florais, frutas do bosque, herbáceos, terra molhada, etc….com muita personalidade, de características austeras.

Cabernet Franc Limited Edition 2012 ( Pérez Cruz )
Floral, com muito frescor. Ervas frescas tendendo para aromas mentolados. Na boca sente-se um mineral, quase salgado, iodo, pimentão e álcool bem potente, dando uma sensação de calor. Bem equilibrado e longo.

Le Pensée de Pallus – Chinon 2008 ( Pallus )
Pela cor já deixava evidente alguma evolução a mais em relação aos anteriores. Aromas discretos no início tendendo para os florais. Muito elegante, equilibrado, com corpo médio, boa acidez e taninos finos e presentes. Paleta gustativa bem ampla, com sabores frutados, vegetais e florais e um final adocicado de erva doce. Muito agradável.

Cabernet Franc Single Vineyard 2011 ( Lagarde )
Aromas intensos de flores e frutas. Bem estruturado, encorpado, taninos presentes e boa acidez. Um vinho que enche a boca, cheio de frutas, com leve defumado e persistência longa.

Churchill – Cabernet Franc 2011 ( Valmarino )
Esse vinho sempre causa furor por onde passa! A começar pelo rótulo, uma cópia do famoso Romanée Conti. Porém, essa semelhança nos confunde por estar numa garrafa típica dos vinhos de Bordeaux. Enfim quando provamos, sentimos um intensidade de sabores, que imediatamente nos leva a perguntar: Que vinho é esse??? A resposta sempre vem para quebrar todos os preconceitos que ainda reside no nosso repertório. Trata-se de um projeto de Nathan Churchill (importador de insumos e barricas americanas) em conjunto com a vinícola Valmarino, em Bento Gonçalves, na região de Pinto Bandeira. O resultado é um vinho suculento, potente, cheio de fruta, com a madeira bem colocada que agrega um sabor tostado de café, chocolate e toffee. Tudo isso muito bem “encaixado”. Taninos macios, com uma acidez que pede outro gole e o corpo que satisfaz esse desejo. Pura sedução!

Assim como o ciclo das estações do ano que se sucedem umas após as outras, as novidades e modas na produção vinícola estão em constante movimento. As novas tendências e experimentações, as alterações climáticas, evoluções tecnológicas e de mercado, fazem com que sempre, a todo ano, seja renovada a produção dos vinhos que um dia vamos poder conhecer.

A Cabernet Franc, desde que a conheci, me encanta. Aqui tivemos a experiência com 2 argentinos, 2 franceses, 1 chileno e 1 brasileiro. Esse ano tive a oportunidade de desbravar com mais afinco, suas características e comparar sua expressão em diferentes partes do mundo. São vinhos mais leves, mas há exceções, florais, porém com personalidade marcante, assim como a primavera que nos presenteia com dias ensolarados, com céu muito azul e temperatura agradável.”

Nesta Quarta – Degustação de Vinhos do MOVI na Vino & Sapore

         Dia 19 de Junho, degustação especial MOVI (Movimento Vinheteiro Independente) de vinhos Chilenos. Uma mostra do que um grupo de 21 pequenos produtores estão fazendo no Chile com uma produção total de meras 40.000 caixas ano! Novos sabores, conceitos e sonhos colocados em prática, verdadeiros vinhos de autor que traremos para esta degustação para lá de especial com sete rótulos surpreendentes e marcantes. RESERVE já seu dia 19 de Junho e faça sua pré-reserva ligando (11) 4612-6343 ( após as 15 horas hoje ou amanhã a partir das 10:30.) ou enviando sua mensagem para comercial@vinoesapore.com.br . Custo, pagos no ato da reserva, R$75,00 por pessoa com R$15,00 de crédito na compra de qualquer um dos rótulos em prova. Eis os vinhos: Lagar de Bezana Aluvión Gran Reserva Blend, Erasmo, Meli Carignan, Garage Lot 27 Carignan, Gillmore Hacedor de Mundos Cabernet Franc, Starry Nights Syrah Emocíon e Meli Riesling, alguns dos ótimos rótulos que este “movimento”  produz. Se quiser conhecer mais do MOVI, acesse este link >  http://falandodevinhos.wordpress.com/2012/11/14/movi-um-exemplo-chileno-a-ser-seguido-pelos-produtores-brasileiros  , uma bela opção aos vinhos de massificação industrial chilenos que assolam as prateleiras das lojas e supermercados brasileiros.

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      Limitado a 12 participantes, porém ainda temos algumas vagas disponíveis então corra! Boa semana, salute e kanimambo. Amanhã tem Raquel Santos falando de mais experiências enófilas da confraria Saca Rolha.