Chenin Blanc

Chenin Blanc com Risoto de Camarão, Brie e Limão Siciliano

Pouca gente conhece a Chenin Blanc o que é uma pena, é um vinho muito fresco e vibrante que acompanha maravilhosamente frutos do mar e peixes. Originária da região do Loire onde se produzem alguns néctares tanto secos como de sobremesa e espumantes, especialmente na AOC de Vouvray, se deu muito bem na África do Sul onde existe um pouco de tudo entre eles alguns ótimos vinhos como o deste produtor KWV o qual produz também um bom pinotage. A Chenin chegou na África do Sul com os Huguenots expulsos da França por motivos religiosos em 1580, tendo sido uma das primeiras cepas a florescer por lá onde também era conhecida como Steen.

Por muitos anos a superprodução e falta de controle nos vinhedos geraram vinhos de qualidade duvidosa, mas de uns 15 anos para cá novos investimentos, redução na produtividade dos vinhedos e tecnologia aplicada mudaram essa onda. Hoje há muitos grandes vinhos elaborados com Chenin Blanc na África do Sul e normalmente com preços mais acessíveis que os nobres do Loire. Entre eles gosto muito deste KWV Classic Collection que volta e meia habita minha taça.

Neste final de ano, noite de reveillon, preparei um jantar especial a dois, um delicioso (humildade sempre foi meu ponto forte! rs) Risoto de Camarão com Brie e Limão Siciliano que harmonizei com esse vinho de leve nuance floral, crocante, fresco, com notas cítricas bem presentes, maçã verde, ótimo meio de boca e persistente final com um toque mineral que ornou à perfeição. Está certo que a presença de minha loira, a luz de velas e mais uma passagem de ano juntos (a 42º), ajudam a tornar o momento especial, mas a harmonização atingiu seu objetivo com louvor porque, acima de qualquer coisa, ela gostou!

Explorem a Chenin Blanc sul africana, para quem gosta de vinhos brancos e desta casta, acredito que o resultado será muito positivo e eu recomendo muito esse que anda na casa dos R$129 aqui em São Paulo.

Dicas do risoto? Nada complicado. O caldo faço com os rabinhos do camarão, para acrescentar sabor, e um tablete daqueles prontos. Os camarões tempero antes com limão, tico de sal e um pouco de salsinha e deixo descansar por uma meia hora. Refogo cebola, alho e quase todo o camarão ( os maiores reservo para finalização) que ao ficar rosadinho retiro e guardo para acrescentar mais ao final para não cozinhar demais. Arroz, vinho branco e caldo, colher grande manteiga, aos poucos ir acrescentando as raspas do limão (eu também coloco um tico do suco para aumentar a acidez), quando o arroz começar a ficar no ponto acrescento os camarões e finalizo com queijo Brie para dar aquela cremosidade. Na frigideira coloco um tico de manteiga para grelhar os camarões maiores que vão na finalização do prato. É isso, facinho, facinho, mas não esqueça que pilotar o fogão esquenta, mantenha a taça do “chef” abastecida, porque taça vazia dá azar e cozinhar sem vinho não rola e aí o prato pode desandar!! rs

Saúde, kanimambo pela visita e até a próxima!

 

Castas Brancas Menos Conhecidas

Sei, é outono, frio chegando porque carga de águas o tuga vem falar de brancos? Vejamos, por acaso você só toma cerveja no verão? Tanto para as cervejas como para os vinhos não tem estação, tem momento! Tem também o prato que você vai comer então nada a ver esse papo!! rs

Hoje decidi postar aqui algumas uvas brancas que poucos conhecem e que geram vinhos muito interessantes. Afinal devem existir pelo menos umas 500 (chute meu mas não deve andar muito longe disso) diferentes castas com os quais se fazem vinhos brancos, então para quê ficar naquela basiconas de sempre? Algumas das que menciono abaixo nem são tão diferentes assim, mas a maioria só conhece e só toma Chardonnay ou Sauvignon Blanc! Vamos abrir a mente para outras coisas, outros sabores, afinal esse é maior barato de nossa vinosfera, diversidade.

Vermentino – É uma casta branca típica da costa mediterrânea da Itália, da Sardenha e da Córsega. Por muito tempo, pensou-se que essa casta tinha origem espanhola, mas as modernas análises de DNA vieram a demonstrar com certeza que sua origem é a Liguria, a estreita faixa litorânea do noroeste italiano. A casta costuma atingir sua melhor formaVermentino-Bella-Vigna-Delu-091311 na ilha da Sardenha, com duas denominações dedicadas a ela: Vermentino di Sardegna, DOC que exige um mínimo de 85% da casta, e Vermentino di Gallura, a primeira DOCG da ilha, que exige 95% da casta no vinho. Incessantemente varrida pelo Mistral e com solo granítico, seus vinhos resultam bastante aromáticos, com alto teor alcoólico e excelente corpo. A Toscana corre por fora, porém produz alguns ótimos exemplares de vinhos com esta uva.

Casta caracterizada por uma acidez vibrante, bom corpo e deliciosos aromas, pode ser considerada como uma uva ideal para acompanhar frutos do mar no escaldante verão tropical. Além de pronunciada mineralidade, seus aromas mais característicos são os de limão verde, nozes e muitas flores, enquanto na boca costumam se repetir os cítricos acompanhados de maçãs verdes, enquadrados em invejável estrutura. São vinhos para geralmente serem consumidos jovens, quando expressam seu melhor caráter.

Verdejo – Esta é uma das melhores uvas brancas da Espanha , natural da região deverdejo-grape Rueda onde produz vinhos marcantes. É vinificado na grande maioria das vezes como varietal sem suplementação de outras uvas. Produz vinhos muito aromáticos, encorpado, macio e untuosos onde impera uma acidez muito presente que lhe aporta um frescor muito agradável. Os vinhos brancos de Rueda (Valladolid, Segovia e Ávila) devem conter pelo menos 50% de uvas Verdejo (o resto geralmente Sauvignon Blanc e Viura). Os vinhos que incluem a palavra Verdejo em sua rotulagem devem conter pelo menos 85% da uva, porém geralmente contêm 100%.

Além de Rueda, também está presente em Cigales e Toro assim como Castilla y León , podendo também ser encontrada nas ilhas Canárias. Fora da Espanha, pode ser encontrado em Portugal, sob o nome Gouveio, e Austrália . Os vinhos vindos da Verdejo são muito refrescantes, de corpo médio, aromas herbáceos e acidez marcada. Dependendo da localização dos vinhedos podem apresenta uma mineralidade acentuada presença de sabores cítricos na boca onde despontam maçãs verdes em abundância

Chenin Blanc – A Chenin Blanc é uma uva que vem sido cultivada na França, pelo menos, nos últimos 1.300 anos sendo o Loire a região em que ela mostra toda a sua grandeza e cheninblancversatilidade. As regiões de Savenniére e Vouvray o que de melhor se produz com esta cepa no mundo. Pode aparecer em versões secas de bom corpo, mas também em versões mais doces como nas regiões de Coteaux du Layon e Quarts de Chaume, produzindo vinhos exuberantes e marcantes sendo uma ótima uva também para a produção de Cremants (espumantes franceses elaborados pelo método champenoise fora de Champagne) tanto no Loire, Vouvray, como no Languedoc (Limoux). Nas regiões mais frias, tende a ter uma acidez mais vibrante, notas minerais e maçã verde, nectarina e algo de lima

A Chenin Blanc se deu muito bem também em regiões quentes como a África do Sul, tendo chego por lá nos idos de 1650 levada pelos colonos holandeses. Também conhecida como Steen, ela representa hoje cerca de 20% dos vinhedos sul africanos. Em função do clima ela apresenta notas de frutas tropicais como banana, manga e abacaxi, e sua boa acidez gera vinhos bastante equilibrados. O vinho tende a apresentar-se com uma cor amarela esverdeada e reflexos dourados .

É muita propicia ao envelhecimento quando tende a adquirir aromas com notas de avelã, pêssego, mel e maçã madura. Como a chardonnay, a Chenin se adapta muito bem à vinificação com madeira ganhando uma cremosidade extra nesses casos e alguns produtores do Loire adotam a fermentação malolática o que lhe aporta notas mais untuosas.

Viognier – Ela tem origem, ou pelo ela é mais conhecida por ser a grande uva branca das Côtes du Rhône, onde é usada até mesmo para emprestar seu aroma potente e amanteigado, de fruta supermadura, aos encorpados tintos da região. Ela é também a origem e a razão da mais importante denominação de brancos da região, a Condrieu, Viognierberço de alguns dos maiores vinhos do mundo elaborados com esta casta. Em clima de verões secos e quentes, a Viognier amadurece bastante, gerando vinhos intensos, mais alcoólicos e muito aromáticos. É coadjuvante no célebre corte com syrah típico de Cote-Rotie onde produz vinhos estupendos, sendo este corte é também usado em outros países como Argentina, Califórnia e Austrália. Na França também se encontra bastante em toda a região sul, especialmente no Languedoc.

A Viognier é uma rara uva branca do sol – a maior parte das uvas para vinhos brancos, como a Riesling e a Sauvignon Blanc, entre outras, são uvas melhor aclimatadas a regiões frias de onde extraem suas melhores feições. Já a Viognier adapta-se e viceja em regiões de verões quente e de muita luz. As Côtes du Rhône (literalmente, as barrancas do rio Rhône, ou Ródano, localizadas no sudeste francês, logo ao norte da Provença) são quentes e caracterizam-se pelos densos e alcoólicos vinhos de frutas muito maduras, escuros e corpulentos quando tintos; aromáticos e amarelados quando brancos. Acidez, às vezes faz falta, já que esse não é seu forte.

Essa adaptação também define sua paleta de descritivos aromáticos, relacionados a frutas muito maduras e açucaradas, como ananás amarelinho, maracujá, mangas etc. Também adquire potencial para estagiar em carvalho, em que adquire complexidade e caráter. Além das sugestões oxidativas, o caramelo e os tostados das barricas lhe caem bem. A Argentina vem produzindo alguns bons exemplares que valem ser provados. É, nos melhores casos (Condrieu), um dos raros brancos de estrutura e longevidade.

Catarrato – A Catarratto é uma uva branca amplamente cultivada na Sicília, região do Catarrattosul da Itália, onde 60% dos vinhedos são destinados ao cultivo dessa variedade, utilizada na elaboração de vinhos brancos frescos e leves, fáceis de beber. Utilizada com alta frequência na composição dos vinhos Marsala, a uva Catarratto apresenta alto rendimento, sabor neutro e baixa acidez. Na mão de excelentes produtores, essa variedade é capaz de dar origem a vinhos interessantes e complexos, com textura suculenta, bom corpo e extremamente saborosos, com notas cítricas, flores brancas, amêndoas e até damasco em alguns casos.

Por suas características, é muito mais usado em cortes (blends) do que como varietal, sendo bom parceiro ás outras uvas autóctones regionais como Carricante, Inzolia e Grillo assim como á Chardonnay, mas bons produtores geram varietais bem marcantes.

Rabigato – Rabigato, é uma uva autóctone da região do Douro onde é costumeiramenterabigato usada em cortes com a Viosinho, Verdelho e Gouveio e que, em função de sua baixa produtividade, está gradativamente sendo substituída por castas mais interessantes comercialmente e de maior produtividade. Os vinhos de Portugal produzem sempre saborosas surpresas. A Rabigato oferece acidez viva e bem equilibrada, boas graduações alcoólicas, frescura e estrutura, características que a elevaram ao estatuto de casta promissora no Douro. Apresenta cachos médios e bagos pequenos, de cor verde amarelada. Poderá, nas melhores localizações, ser vinificada em varietal, oferecendo notas aromáticas de acácia e flor de laranjeira, sensações vegetais e, tradicionalmente, uma mineralidade atrevida.

Greco di Tufo – A uva Greco di Tufo é pouco conhecida entre nós, brasileiros, mas é plantada há mais de 2.500 anos no sul da Itália tendo como berço a calabria. Sua origem é discutida, mas os indícios trazem como origem a Grécia (por isso o nome

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Greco). É da Campania , uma região litorânea de terras vulcânicas, banhada pelo Mar Tirreno e cercada pelos Apeninos de onde chegam as últimas influências frias do Norte, que nos chegam os vinho mais conhecidos e respeitados elaborados com essa casta é o da DOCG Greco di Tufo, que se localiza ao norte de Avellino e a 1 hora de carro a partir de Nápoles. Esse vinho distingue-se dos outros brancos do sul da Itália por seu pronunciado caráter frutado. Os solos de vinha da região são derivados de tufo , uma rocha formada a partir de cinzas vulcânicas dando-lhe uma personalidade muito particular.

De acordo com o Master of Wine Mary Ewing Mulligan- , vinhos Greco di Tufo geralmente estão prontos para beber 3-4 anos após a colheita e ter o potencial de envelhecimento para continuar a desenvolver bem para 10-12 anos.  Os vinhos elaborados com esta casta apresentam a coloração ouro-claro, com reflexos âmbar. No nariz, os aromas mais usuais são os de pêssego, amêndoas torradas e figos. Na DOCG Greco di Tufo, são vinhos bastante encorpados e de muita personalidade. Beber preferencialmente entre o terceiro a quinto ano de vida.

Encruzado – Casta do Dão, Portugal, os vinhos são medianamente aromáticos e revelam um notável equilíbrio entre o volume alcoólico (generoso) e a acidez (como Foto - encruzadodeviam ser todos os vinhos, caso contrário cansam depressa). A sua delicadeza e as sensações frescas e minerais que proporcionam são um bálsamo para o fastio provocado pela tendência atual para produzir vinhos muito frutados, a fugir para o tropical, e de estrutura simples e suave. Com o tempo, os vinhos de Encruzado vão ganhando aromas deliciosos de mel, frutos secos, mas sem perderem a sua formidável acidez.

Para o enólogo Carlos Lucas, da Dão Sul, o vinho de Encruzado representa “o verdadeiro branco da Velha Europa: mineral, com notas cítricas e verdes sem ser vulgar quando novo, que envelhece bem, ganhando notas apetroladas e amendoadas e mantém sempre uma boa acidez”. Tem ainda a vantagem de resultar bem em madeira e em inox. “Ao fim de seis meses em barrica, ainda sobressai a fruta e a acidez. Com outras castas brancas, estaríamos a beber madeira”, sublinha João Santiago, da Quinta dos Roques.

Quando bem trabalhada nos oferece vinhos de alta qualidade, cor amarelo palha, nariz de amendôa, castanha e frutos secos, na boca acidez média, seco, bom corpo, frutado e de muita delicadeza. É bom não servir muito gelado em face de sua delicadeza, caso contrário, perdessem muito os aromas e sabores. Envelhece muito bem, sendo um dos brancos que vale esperar um pouco por seu amadurecimento, de três a quatro anos, sendo que os melhores exemplares se mostram mesmo é com mais um bom par de anos.

Quer seguir tomando seus chardonnays e Sauvignon da vida, tudo bem, há que se tomar o que se gosta. Agora, o seguidor de Baco que se preza gosta de alçar voos, descobrir novos sabores e eu encorajo essa atitude. Tem vezes que nem nos damos tão bem assim,  faz parte da vida, mas na maioria das vezes nos surpreendemos muito positivamente. Afinal, viajar é preciso então vamos nessa!! Kanimambo pela visita e vem me visitar na Vino & Sapore neste Sábado a partir das 16H quando terá lugar o 1º Saturday Afternoon Wine Tasting com 14 vinhos à prova e ainda as participações com prova e venda do Mestre Queijeiro e dos Páes artesanais da Raquel Santos. Veja mais detalhes clicando aqui.

 

Verão – Bebendo Bem Sem Gastar Muito

662519-9834-it      È gente, chegamos, ou quase! Mais alguns dias e entramos no verão, apesar de que o calor teima em não nos deixar desde o verão anterior, mas enfim dia 21 está aí marcando uma nova estação! Como sempre, a mudança de estação marca também a mudança de hábitos e neste final de ano férias, praia, pratos mais leves e a volta dos brancos e rosés.  È também época de festas e muito espumantes, mas desses falarei mais adiante na semana com as dicas de Sexta. Hoje quero compartilhar com os amigos alguns gostosos e frescos vinhos “low budget” de verão.

Amalaya branco – Vinho á base da cepa Torrontés que produz alguns bons vinhos na Argentina. Com um toque de Riesling para equilibrar a acidez, mostra aquele floral típico da cepa, porém de forma menos intensa com algo cítrico no nariz e na boca um frescor muito bom advindo da presença da Riesling que aporta um equilíbrio importante porque muitos torrontés por aí tendem a ficar algo enjoativos. Este é suave, balanceado e fácil de se gostar com um único inconveniente, a garrafa tem a tendência a acabar rápido demais!

Mann Vintners Chenin Blanc – originária da região do Loire na França, esta cepa se deu muito bem na África do Sul onde encontramos alguns vinhos muito bons. Este vinho é de gama de entrada para ser tomado bem geladinho, ao redor dos 6 para 7ºC, é super refrescante para acompanhar petiscos variados inclusive frutos do mar e queijos de cabra. Para quem gosta dos Sauvignons Blanc, vale enveredar por vinhos desta cepa pois apresentam características de frescor muito similares. Um degrau acima, o Tormentoso Chenin da mesma casa produtora é da hora!Vinhos de verão 2012

Terras do Pó Branco – de volta ao mercado depois de um tempinho ausente e……..mais barato! Não é sempre, mas volta e meia ocorre e o consumidor agradece. Um blend de Fernão Pires e Arinto da região de Setúbal em Portugal, um vinho muito saboroso, fresco de boa paleta olfativa onde aparecem notas de frutos tropicais que nos convidam a levar a taça à boca onde os aromas se confirmam, final seco, bom para bebericar e já dá conta de um prato não muito pesado como lulas á doré ou até um tradicional peixe com molho de camarão.

Canforrales Rosado – um rosé espanhol da região de La Mancha á base de Garnacha, de ótimo custo x beneficio que vale muito a pena como um vinho de entrada, pois possui muito das característica dos brancos mais vibrantes. Notas de framboesa, acidez bem equilibrada que elimina eventuais sensações doces, uma mineralidade presente que me surpreendeu, boa textura com interessante volume de boca, certamente acompanhará bem um arroz de mariscos e um papo informal.

VillaVid Blanco – mais um espanhol de ótima relação qualidade x preço x prazer, coisa que tem se tornado costumeiro encontrar em boa parte dos vinhos espanhóis encontrados nas prateleiras dos pontos de venda de vinho espalhados no mercado. A uva Verdejo prima pelo frescor e aqui se junta à Macabeo para produzir um vinho muito saboroso de frutas tropicais,  fresco, algo cítrico na boca mas com um tempero a mais!

Falernia Pedro Ximenez – mais um que sai da mesmice, tanto no quesito região, uma nova zona quase desértica no norte do Chile – Vale do Elqui, quanto na uva em si que, na Espanha, é tradicionalmente usado na elaboração de vinhos doces na região de Jerez. Este é vinificado de forma diferente gerando um vinho fresco de aromas intensos lembrando frutas cítricas e tropicais e um leve toque mineral. Na boca, é fácil de gostar, tem uma acidez gostosa, bom volume de boca, é delicado e com um final, equilibrado e seco. Por sinal, o Viognier deles também é bem legal e vale a pena.

       Existem muitos mais rótulos interessantes que valem a pena ser provados, mas o bom destes é que a média de preços anda ao redor dos 40 Reais o que é uma prova de que para se beber bem não há necessidade de grandes gastos. Explore, aventure-se por novos sabores e curta estes vinhos mais refrescantes pois a estação pede por isso.

Salute, kanimambo e nos vemos por aqui.

Fettucine Com Camarão e Limão Siciliano / Chenin Blanc

           Como prometi ontem, mais uma harmonização de Domingo só que esta teve a presença de um Chenin Blanc que ajudou muito o cozinheiro pois o prato ficou aquém do costume. Com o vinho no entanto, houve uma melhora tremenda e recomendo muito esta “maridaje”. Comecemos falando do vinho, um gama de entrada da MAN Vintners produtor sul-africano que trabalha muita bem essa uva entre outras. Pouca gente conhece a Chenin Blanc o que é uma pena, é um vinho muito fresco e vibrante que acompanha maravilhosamente frutos do mar e peixes. Originária da região do Loire onde se produzem alguns néctares tanto secos como de sobremesa, especialmente na AOC de Vouvray, se deu muito bem na África do Sul onde existe um pouco de tudo entre eles alguns ótimos vinhos como o deste produtor que deve ser servido a 6ºC quando mostra todo seu potencial, mesmo sendo um vinho de pouco mais de 40 Reais. Muita fruta tropical no nariz, já na boca me apareceu uma maçã verde, boa mineralidade, frescor típico da cepa, e uma crocância sedutora, quem gosta de Sauvignon Blanc certamente apreciará este vinho que recomendo até porque o verão está chegando só que cuidado, o vinho desce rápido mas o conteúdo alcoólico é de 13.5% então se não se mancar………! Não é um grande vinho nem se propõe a isso, mas é cumplidor e muito agradável valendo muito o preço e certamente voltará a marcar presença em minha taça muitas mais vezes.

       O prato é receita de um amigo de nossa vinosfera o Charlston Dalmonico da importadora Berenguer, gente finíssima, que há tempos me enviou esta receita que volta e meia faço e ás vezes acerto! rs Sou limitado na cozinha, falta-me o dom e a técnica, então estas receitas que posto são bastante fáceis e qualquer um dos amigos a pode preparar.  Como sempre, gosto de cozinhar com vinho então…..

Separe:

  •  Uma garrafa de vinho, esse MAN Vintners Chenin Blanc é uma ótima opção, e uma taça. Aproveite e já prove para ver se a temperatura é a adequada.
  • 400grs de pasta de gran duro, um pouco mais largo tipo Fettucine, Pappardele ou, como o que fiz, Bavette.
  • 500grs de camarão rosa pequeno tipo IQF, descascado sem cabeça (lave bem, limpe e guarde)
  • Azeite, cebola pequena dois dentes de alho e dois limões sicilianos, mix de pimenta em grão, tomate cereja, cebolinha e salsinha.

   Preparo:

  • Enquanto cozinha o macarrão na água com sal, coloque a cebola e alho bem picados para fritar num azeite bem quente, coloque um pouco do vinho na taça e beba.
  • Antes da cebola dourar, jogue o camarão, misture bem e quando o camarão começar a ficar vermelho da fritura, esprema os dois limões sobre eles.  Coloque mais um pouco de vinho na taça que a esta altura já deve estar vazia!
  •  Deixe apurar por uns cinco minutos  se tanto e tempere com um pouco da pimenta, sal  e misture bem jogando depois o tomate cereja cortado em metades e a cebolinha. Para finalizar coloque um pouco da salsinha e não esqueça de encher a taça, taça vazia, dá azar!
  •   Agora escorra a pasta e jogue o camarão por cima do macarrão misturando bem.  Leve á mesa e termine de matar o vinho com o prato! Se tiver muito mais gente na mesa, abra outra garrafa e estamos conversados! rs

      Como já dizia W.C. Fields, ou seria a chef Julia Child – há controvérsias, “gosto de cozinhar com vinho, às vezes até o coloco na receita’! Satisfação garantida, harmonização da hora e felicidade alcançada, testem e depois me digam se estou errado. Tudo muito simples, vinho saboroso e comida gostosa sem contar a ótima companhia! Por menos de 80 paus comem e bebem, moderadamente,  4 pessoas e ainda tem troco para a saladinha de entrada e a sobremesa.  Salute, kanimambo pela visita e um ótimo fim de semana prolongado para todos. Quem vai aparecer hoje no primeiro Happy Friday da Vino & Sapore?