Depois da invenção do Maledetto, nasce mais uma versão do Demo! Enfim, quando achamos que o pessoal criou juízo, eis que surge das profundezas, mais uma ação descabida e cartelizada de meia dúzia de empresas que detêm o controle da produção nacional e que, como um rolo compressor, passam por cima de pequenos produtores locais, aterrorizam as importadoras e sacaneiam o consumidor final, você e eu! Para haver o estudo de salvaguardas há que haver um solicitante que, neste caso, são os testas de ferro desses produtores; Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), a União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), a Federação das Cooperativas do Vinho (Fecovinho) e o Sindicato da Indústria do Vinho do Estado do Rio Grande do Sul (Sindivinho). Guardem bem esses nomes, alguns me surpreenderam estarem aqui, pois eles são seus algozes agindo em nome daqueles que por trás deles se escondem. Vade retrum! Não é assim que se divulga a cultura do vinho e se aumenta demanda, será que ninguém entendeu isso até agora!!!!!!!!
O Mercosul, aqui diga-se Argentina e Uruguai especificamente, estão livres dessa eventual salvaguarda assim como Israel!!. Aliás, o Brasil já é o país capitalista e de livre mercado, em que o consumidor paga mais caro pelo vinho inclusive os de produção nacional! Não será pelo custo de impostos locais e de importação, pela falta de produtividade, pela ausência de estratégias comerciais adequadas, pelo custo financeiro ou mais um sem número de aberrações que eles preferem deixar de lado para nos punir enquanto consumidores, caso deixemos que as coisas fiquem por isso mesmo?!
Quando o trabalho é bem feito, o produto é bom e o preço adequado, os problemas com as importações não ocorrem, muito pelo contrário, e o crescimento de market share dos produtores nacionais cresce exponencialmente enquanto caem as importações. Um claro exemplo disto é o mercado de espumantes, dados sobre os quais nada foi incluído na CIRCULAR Nº 9, DE 14 DE MARÇO DE 2012 (Publicada no D.O.U. 15/3/2012) que dá o pontapé inicial neste estudo. Aliás, a circular mostra que os custo de produção de vinho na indústria nacional declinou cerca de 12.9%, e o preço 20%! Você viu preço de vinho fino no Brasil cair? Eu não!!!!!! Aliás, só vi aumentos e não foram poucos. Vai explicar!!!
Quando do selo fiscal, aquele Maledetto de que tanto já falei aqui, os produtores nacionais foram rápidos no gatilho ao aumentarem em cerca de 10% seus preços! Aliás, obtive informações de que um dos “targets” desse cartel com a criação do Maledetto foi o de atingir mortalmente uma série de pequenos produtores na região da serra e aparentemente conseguiram já que muitos fecharam as portas ou foram obrigados, por questões mercadológicas, a venderem produto ao cartel para sobreviverem. Caso nasça este novo monstrinho, alguém se candidata a dar-lhe uma cara e nome, de quanto será a facada em nossos bolsos desta vez? Xô, capeta!
Foi com a abertura do mercado que o consumidor tupiniquim evoluiu, tanto em exigência de qualidade quanto em volume demandado beneficiando, inclusive, os produtores nacionais que acordaram para a vida deixando de nos empurrar zurrapa goela abaixo e a qualquer preço investindo em melhoria de qualidade tanto no campo quanto na cantina. Tire essa concorrência fora e teremos um retrocesso. Com a permissão dos amigos, SALVAGUARDAS UMA OVA, isso é mesmo é protecionismo puro de gente que usa o Estado, neste caso bem próximo a eles pois seu lobby é pesadissímo, em interesse próprio. Não venham me dizer que um produtor europeu que vende seu vinho, de muito boa qualidade, diga-se de passagem, por 5 euros lá e vê seu vinho ser comercializado aqui por valor equivalente a 20 ou 25 euros, vai entender uma coisa dessas?!
O que esse cartel e seus testas de ferro têm que fazer é pressionar e negociar com o Estado, afinal a Presidente – conforme discurso recente – é parceira; melhores condições de produção, custo financeiro mais baixo, investimento (equipamento) livre de impostos, redução no custo de insumos, redução na tributação direta, etc. O governo usando de suas prorrogativas econômicas está fazendo com que o dólar saia de um patamar de R$1,70 para 1,80 isso já não é salvaguarda bastante?!! Afora isso ainda temos; taxa de importação de 27%, custos de transporte internacional, taxa da marinha mercante (25% sobre o frete), pagamento de impostos antecipados, etc. e ainda querem mais!!! De quanto precisarão para esconder sua completa ineficiência e incapacidade na elaboração de estratégias comerciais adequadas? Na verdade, o fruto final disso é que aumentarão ainda mais seus preços e encherão os bolsos, coisas típicas de mercados cartelizados. Os empregos criados pelos importadores, lojas, cadeia de logística e distribuição serão reduzidos e certamente esses cartéis não os absorverão, ou seja, até essa conta seremos obrigados, ou não, a pagar, mas muito depende de você e eu.
As redes sociais estão alterando o curso da história e os últimos acontecimentos nos países arábes mostram bem isso então juntos também temos força. Caso ainda se lembre em quem votou para deputado federal e senador, reclame com ele, diga-lhe quantos votos perderão caso apoiem eventual proposta do governo com estas salvaguardas. Tem gente por lá, Brasilia, que não tem noção do que fala, vejam só a pérola que o deputado Nelson Padovani soltou há poucos dias numa reunião da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul em Brasilia; “Ora, aquele que consome vinho importado, que é o segmento que mais cresce no Brasil, é porque tem poder aquisitivo então, que pague o preço!” Talvez entre seus pares isso seja verdade, mas creio que ele deve descer ao Brasil real para ver que o volume de vinhos que mais vende no Brasil, inclusive dos importados, é até R$50,00 e os vinhos finos nacionais não são exatamente os mais baratos e, quando o são, a qualidade é, salvo algumas raras exceções, altamente discutível! Ou seja, escutem o povo e não os lobistas! Se queremos tomar vinhos de boa qualidade com preços minimamente razoáveis para nossa realidade, necessitamos da presença dos importados para manter o mercado competitivo e evitar que os oligopólios locais, que certamente se esbaldariam com protecionismos desacerbados, ditem as regras. Essa é a verdadeira democracia de mercado.
Como, todavia, o governo adora IMPOR ações deste tipo através de medidas provisórias que se tornam definitivas, há que se chegar a eles de outras formas, então a petição com link abaixo, é uma delas. Vamos exorcizar esse capeta? Recebi o link http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2012N22143 e já assinei, espero que isso possa ter algum alcançe prático e convido os amigos leitores a aderirem e divulgar esse abaixo assinado.
Uma outra ação viável e prática é encher a caixa de e-mails dos responsáveis diretos por esta tentativa com sua mensagem de desagravo, com educação e respeito sempre, mostrando-lhes que o tiro pode sair pela culatra porque muitos, eu inclusive, poderão nunca mais comprar um vinho nacional desse cartel (tem gente boa por ai produzindo bons vinhos e que não compartilha dessas ações merecendo nosso apoio) caso consigam aprovar esse aumento sobre importações. No entanto, a mensagem tem que chegar mesmo é em quem em quem originou isso, os membros desse verdadeiro oligopólio, pois os laranjas e lobistas, esses não estão nem aí para nosso pleito pois, certamente, somo apenas um mal necessário nessa equação esdruxúla e mal concebida.
Crux Sacra Sit Mihi Lux // Nunquam Draco Sit Mihi Dux
Vade Retro Satana // Nunquam Suade Mihi Vana // Sunt Mala Quae Libas // Ipse Venena Bibas
Sorry pessoal, sei que prefeririam começar a semana com algo mais light, porém não posso me calar perante tamanho descalabro que mais uma vez corre o risco de atingir nossa vinosfera tupiniquim. Toda a ação, neste caso tentativa de, cabe uma reação e eu estou é muito P da vida por isso este post meio tétrico e pesado, fruto de minha profunda irritação! Por enquanto ainda é estudo, porém cabe-nos, como consumidores, tomar uma atitude e já. Eu estou fazendo a minha parte e você, vai calar-se? Salute e kanimambo.