DESAFIO de VINHOs

Desafio de Cabernet Franc às Cegas – 1º Embate

Administro quatro confrarias há muitos anos, a mais antiga tem 11 anos, e é algo que me dá enorme prazer porque são momentos de confraternização e de descobertas. Volta e meia fazemos estes desafios que são bastante estimulantes e costumo trazer à taça pelo menos uns cinco rótulos de diversos países para análise. Na “Brinde à Vida” deste mês de Março, lamentavelmente o quórum estava baixo, então nos limitamos a três garrafas apenas, mas valeu a pena, sempre vale!

A Cabernet Franc é originária de Bordeaux tendo sido levada pelo famoso Cardeal de Richelieu (alguém aqui lembra dos 3 mosqueteiros? rs) para a sua abadia de Saint Nicolas de Bourgueil onde ela se tornou uva ícone da região com um estilo diferenciado em função do terroir com grandes vinhos também na vizinha Chinon. È a mãe, ou pai tanto faz (rs), da Cabernet Sauvignon ao ser cruzada com a Sauvignon Blanc. Dependendo do terroir, tende a apresentar uma certa mineralidade, nuances florais, frutos silvestres, leve toque vegetal, ótima textura e taninos macios de acordo com Oz Clarke em seu livro Grapes & Wines.

Para este desafio selecionei um desafiante uruguaio, um argentino e um chileno, pena que faltou espaço para um brasileiro e um francês, o embate teria ficado ainda mais interessante, mas deixa eu te passar minhas impressões sobre os vinhos que possuíam preços entre 120 a 180 Reais. Todos bons vinhos, porém com personalidades bem diferentes e, aí, é uma questão de gosto

Dominio Cassis Cabernet Franc, uruguaio da região de Las Palomas próximo a Punta, safra 2017. O mais pronto e afável dos três vinhos da noite. Tímido no nariz, mostra-se bem na boca com uma certa mineralidade, frutado, leve toque vegetal, frutos silvestres e taninos macios muito bem equilibrado com seus educados 12.5% de teor alcoólico. Passagem por barricas de carvalho francesas e americanas por um período de 12 meses sem que esta se torne muito percepetiva, um vinho fresco e apetitoso que deixa um retrogosto de quero mais. O melhor para um dos confrades, para mim veio em segundo lugar.

Joffré y Hijas Gran Cabernet Franc, argentino do Vale do Uco em Mendoza, safra 2019, com 9 meses de barricas francesas e americanas, apenas 50% do vinho, e o maior teor alcoólico, 14,5%. Leve floral no nariz, bem frutado com notas de eucalipto e baunilha, aromas bastante interessantes de explorar com calma, mesmo para mim que não sou assim tão chegado em coisas olfativas, sou mais palato! rs Na boca demonstra seu equilíbrio com o álcool muito bem integrado, bom volume de boca, ótima textura e meio de boca complexo, taninos finos ainda bem presentes e boa acidez mostrando que que tem predicados para o levar bem mais longe com boa evolução. O primeiro no meu ranking, no dos outros confrades estava em segundo porém com o decorrer do tempo em taça acabou dividindo opiniões.

LFE 360º Series Cabernet Franc 2019, chileno do vale de Colchagua, inicialmente o preferido da maioria, algo que mudou um pouco com o tempo em taça. Afinamento em barricas de segundo y terceiro uso americanas e francesas por um período entre 11 a 12 meses. Veio potente, cor escura, rubi intenso, aromaticamente intenso com menta, frutos negros, algo de pimentão (suave) a famosa piracina, marca de boa parte dos vinhos chilenos.  Seus 14% de álcool se notam bem presentes e ainda por integrar, grande estrutura e volume de boca, especiarias, notas tostadas, vinho resinoso e algo pesado que, no meu conceito de Cabernet Franc, destoa um pouco quanto à tipicidade da casta. Para mim, minha terceira escolha e algo over para meu gosto. Para quem gosta de vinhos power, uma boa opção porém acho que abrimos o vinho cedo demais, precisa de mais tempo de garrafa.

Bem, por hoje é só, porém já tenho agendada mais uma degustação às cegas de Cabernet Franc com outros rótulos e outra confraria agora em Abril, depois conto mais, será o Embate II. rs Kanimambo, saúde

Surpresa no Desafio de Cabernet Sauvignon do Novo Mundo!

Um Desafio de Vinhos às cegas é sempre um enorme ponto de interrogação, tudo pode acontecer. rs Se isso já ocorre quando ditos “especialistas” se reúnem, imagina quando reunimos 12 seguidores de Baco em volta de uma mesa para exercer a função de jurados de uma contenda dessas!. Eu adoro, porque são essas pessoas que compõem o tal de “mercado”, que fazem a roda girar e que, em última instância, são para quem os vinhos são produzidos.

A escolha pelo tema foi a vontade de mostrar como a uva se manifesta nos mais diversos terroirs e idades. Vinhos de 96 a 198 Reais, para que pudessem também avaliar o quanto o preço influencia ou não, porém só após as notas terem sido dadas! No “octógono” seis desafiantes sob pressão, jurados com as taças a postos e deu-se inicio à contenda. Como eu estava de juiz de campo (rs), não anotei nada então de memória vai aqui minha curta opinião sobre a performance na taça de cada um dos desafiantes na ordem em que entraram:

1 – Da Nova Zelândia (Hawkes Bay Ilha no Norte) e sem raka (rs) o desafiante foi o Brookfield Ohiti Estate 2012 – show de elegância e finesse, toque final com uma pimentinha gostosa, cor clarinha longe do que se espera de um Cabernet, ótima fruta, para tomar de golão com enorme prazer, gostei demais, porém contradiz os que apreciam um Cabernet pancadão!! Peso, 198 pratas.

2 – Da Argentina (Mendoza) Carmello Pati 2008 – veio só para este embate e esperava muito dele, conheço produtor e vinho, mas nesta noite não se mostrou bem. Acontece, mas nada que denigra a imagem que tenho dele e com um tempo em taça melhorou mostrando uma fruta bem presente e volume de boca com taninos aveludados, mas não o bastante para virar o jogo. Peso, 175 pratas

3 – Do Brasil (SC) o Torii 2008 – conheço a fera desde Fevereiro 2016 quando estive descobrindo a região produtora Catarinense com um grupo de aficionados pelo vinho. Do vinhedo mais alto do Brasil a 1427m de altitude, o desafiante entrou pesado no tatame mostrando que vinha com grandes intenções. Cor escura, denso, equilibrado, halo aquoso e cor já demonstrando seus anos de luta, mas ainda vendendo saúde. Ótima paleta olfativa já tendendo para aromas terciários onde o couro, curral, fazenda tendem a se projetar, mas a fruta ainda presente na boca em profundo equilíbrio. Brigou bem a fera, mesmo sendo um dos mais idosos, será que foi por isso que me atraiu?? rs Peso, 96 pratas.

4 – Da África do Sul (Paarl) chegou o Mont du Toit Les Coteaux 2010 – uau, violáceo e que riqueza de sabores, meio de boca marcante, fresco, frutado, sedutor, chega chegando! rs Confesso que a escolha foi no escuro, pensem o que quiserem (rs), mas a forma como se apresentou mostrou que a escolha foi acertada e que estávamos frente a frente a um potencial vencedor do Desafio, uma bela surpresa para mim de uma região onde o que manda são os Syrahs e Pinotages. Peso, 198 pratas

5 – Do Uruguai (Canelones) vem o Pisano RPF 2011 –  há poucos meses tive a oportunidade de estar com um 2009 na taça, muiiito bom. Para desafiar essa seleta seleção de adversários, o desafiante veio com aromas químicos que destoaram da maioria de seus opositores, mostrando uma certa rusticidade nos taninos e não muito equilibrado. Pelo que conheço deste desafiante, sei que este não foi um de seus melhores dias porém a voz do povo é a voz de Deus, então aguardemos o veredito dos jurados, eles que mandam! Peso, 150 Pratas

6 – Do Chile (Colchagua) veio o Casa Silva Los Lingues 2012 – figura mais conhecida, porém nem tão reconhecida na taça pela maioria, mostrou-se como esperado de um veterano de qualidade comprovada. Aromas típicos dos Cabernet chilenos com notas vegetais bem presentes e fruta abundante. Na boca médio corpo, bom volume, fruta madura, acidez equilibrada e taninos com final aveludado. Um bom exemplar desta casta no Chile e o destaque para muitos, mas o revés também ocorreu pois foi defenestrado por outros! rs Barato estes testes, me divirto até mais que os “jurados” presentes ao evento.

Ao final, somei as notas dadas pelos jurados, eliminando a maior e a menor nota dada a cada vinho. O resultado mostrou ser uma grande surpresa para a maioria, não pelo vinho que foi muito bem avaliado por todos com notas bastante parelhas entre todos, mas mais pela origem e preço.

6º lugar – Pisano RPF com 144 pontos

5º lugar – Carmello Pati com 155,5 pontos

4ºlugar – Brookfield Ohiti Estate com 193,5 pontos

3º lugar –  Les Coteaux com 197,5 pontos

2º lugar – Casa Silva Los Lingues com 200 pontos

GANHADOR – MELHOR VINHO DA NOITE – MELHOR RELAÇÃO PQP (preço x qualidade x prazer)

1º LUGAR – HIRAGAMI TORII 2008

Com 208 pontos, o ganhador, um brasileiro e o mais barato no embate dos desafiantes. Às cegas o jogo é diferente e a voz do povo assim decidiu, show! rs Na foto abaixo os participantes na ordem de premiação com primeiro colocado à esquerda e o corpo de jurados em plena avaliação!

Valeu aos amigos que estiveram presentes abrilhantando a noite em mais uma agradável noite de descobrimentos e novas experiências vínicas na Vino & Sapore, adoro esses momentos! Kanimambo aos amigos e uma ótima semana a todos.

Saúde

Desafio de Blends do Novo Mundo.

Na minha opinião os blends primam pelo equilíbrio e complexidade obtidos através do uso de duas ou mais uvas no sentido de entregar mais que a soma dos produtos, para tanto o conhecimento do enólogo é essencial, o/a cara tem que ser bom! rs É o estilo de vinho que mais me atrai e não é à toa  que alguns dos melhores rótulos do mundo são blends. Supertoscanos, Chateauneuff-du-Pape e Bordeauxs só para citar alguns exemplos, então explorar este estilo de elaboração de vinhos é uma experiência que os seguidores de Baco não podem perder. Montei na Vino & Sapore, dois DESAFIOS:
Neste próximo dia 19 o primeiro deles, um DESAFIO DE BLENDS DO VELHO MUNDO
    Às cegas, após a abertura com espumante Santa Augusta Brut para preparar o palato, provaremos cinco vinhos de cinco diferentes países; EUA, Brasil, Uruguai, Argentina e Chile!
Desafio de blends Abril
    Para somente 12 pessoas, vinhos numa faixa de preços entre R$110 a 170,00 , petiscos, água, pão, café e estacionamento na faixa, tudo por apenas R$130,00 por pessoa. Faça já sua pré reserva e assim que tenhamos o grupo fechado haverá a necessidade de pagamento antecipado para efetivá-la.
    O segundo desafio se dará no dia 24 de Maio, DESAFIO DE BLENDS DO VELHO MUNDO, então já reserva a data, no inicio do próximo mês informo quem serão os desafiantes do embate.
   Não deixe para a última hora, garanta já seu lugar e não deixe de visitar a Vino & Sapore que começou a reformular seu portfolio com muitas novidades chegando ao longo do mês,  de R$40,00 até 500,00, bons vinhos para todos os gostos e bolsos. Muita coisa legal, vem!
    Kanimambo pela visita, saúde e nos vemos por aqui ou por aí nas estradas e esquinas de nossa vinosfera, quem sabe na Vino & Sapore (clique no link no topo da página para ver como chegar.

 

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Desafiando Preconceitos!

Adoro colocar vinhos ás cegas para quebrar preconceitos e recentemente tive mais uma oportunidade para isso. Uma das coisas que tento passar adiante para todos os que me procuram para falar de vinho é que não existe essa de não gostar de uma determinada cepa. São muito comuns aos aficionados dos caldos de Baco o posicionamento contrário a uma determinada casta, porém as variáveis (terroir, enólogo, safra, método de vinificação, etc.) são tão grandes que dizer que vinho dessa uva não beberei é quase uma heresia! rs Minha visão, você só não encontrou ainda o vinho certo. Óbvio que muito no vinho, como na música, é momento; é como você se sente, é com quem você vai compartilhar, é onde você está e há momentos em que o porto seguro é a melhor escolha. Há, no entanto, também o momento de se aventurar, de mergulhar na busca de coisas e sensações novas, então manter a mente e, neste caso, os sentidos abertos a provar coisa nova e desafiar seus conceitos acho que é sempre um exercício que vale a pena!

Depois de mais de duzentas degustações promovidas nos últimos nove anos, há que puxar pela criatividade para encontrar mais um tema a ser colocado na taça. Desta feita propus à Confraria Brinde à Vida um DESAFIO! Os confrades me diriam que vinhos, regiões ou cepas não gostam e eu colocaria exemplares desses caldos na degustação, porém às cegas. Desafio aceite eis o que os confrades colocaram como seus “desafetos” pessoais: Bordeaux, Chianti, Cabernet Sauvignon, Carmenére e Malbec, sendo que metade dos confrades topam qualquer uva ou terroir na taça! Ou quebrava preconceitos ou quebrava a cara, porém não sou de refutar desafios, então lá fomos nós!

brinde á vida marçoComo sempre abri com um espumante que neste mês foi o Adolfo Lona Rosé, um vinho que dispensa apresentações. A maioria dos confrades este mês teve oportunidade de o conhecer e foi aprovado pela grande maioria, no entanto foge do lugar comum, da coisa mais leve, frutada e, até, algo docinho. Este espumante possui mais corpo e é bastante complexo, muito devido à alta porcentagem de Pinot Noir no corte com Chardonnay. Aí foi tempo de abrir as outras garrafas na ordem em que estão na foto.

Bordeaux – Quem não gostava de Bordeaux amou, melhor vinho da noite para ele! A safra, ausência de madeira e a Merlot como protagonista o derrubou. Eh, eh, 1 x 0 para mim!

Chianti – Quem não gostava de Chianti não degustou, mas também não amou. 0 x 0.

Cabernet Sauvignon – Quem não gostava de Cabernet Sauvignon, segue não gostando! sniff, empatados 1 x 1.

Malbec – Optei pelo Villaggio Grando, elaborado em Mendoza, porém o vinho não vingou estando muito longe do que eu o conheço. Não estava prejudicada, mas … preferi abrir mais um exemplar, desta vez de Cahors, França. Resultado, quem não era muito chegado gostou, oba!! 2 x 1 para mim.

Carmenére – O Falernia Reserva com seus 60% de uvas passificadas (a la amarone) no processo de vinificação, derrubou quem não era chegado em Carmenére para quem este foi o melhor vinho da noite! Eh, eh, mais um ponto para euzinho aqui! rs 3 x 1

Quem toma de tudo, gostou de alguns e não se entusiasmou com outros, mas acho que consegui mexer um pouco com esses preconceitos que alguns criam. Podem achar que 3 x 1 foi uma goleada, mas não foi não porque esse não foi o resultado final. Pois é, teve confrade que torceu o nariz para a maioria e não se empolgou com nenhum dos vinhos apresentados, então gol contra (acontece!) e o resultado final 3 x 2 suado!!! rs  Pena que por uma questão de preço não pude colocar alguns vinhos nesse desafio, mas mesmo tendo saído algo chamuscado do embate, creio que valeu muito o exercício e agora desafio os amigos a fazerem igual exercício em suas confrarias. A diversão é garantida!!

Moral da história, jamais diga que desta fonte não beberei! Saúde, kanimambo pela visita e uma ótima semana para todos.

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Novo Desafio de Vinhos – Petit Verdot

                    O primeiro grande Desafio do ano em terras tupiniquins. Em 2010 já promovi o de Aussie Whites na Wine Society, o de espumantes num embate LusoxBrasileiro em Lisboa, um encontro de avaliação de 25 rótulos e agora este, um Desafio de Vinhos Petit Verdot. Esta uva, de difícil trato no Velho Mundo, especialmente em seu berço francês, devido a amadurecer muito tardiamente com perdas muito grandes, aporta corpo, cor e alguns aromas florais muito interessantes aos blends. Por sua dificuldade de cultivo, é tradicionalmente usada em blends com uma pequena parte do corte já que sua presença é muito marcante. No Novo Mundo, com condições climáticas diferenciadas e com a maior tecnologia, tanto de manejo quanto de vinificação, disponíveis hoje em dia, vimos diversos rótulos no mercado com vinhos elaborados com 100% desta cepa. Tenho tido ótimas e positivas surpresas, então nada melhor que colocar diversos destes rótulos frente a frente para buscar aquele que, nesse embate, demonstre todas as suas qualidades na disputa pela triplice coroa. Vejamos quem serão os competidores, lembrando que foram convidadas diversas importadoras e estas abaixo apoiaram o evento:

  • Tomero Petit Verdot – Argentina – Importação da Domno do Brasil
  • Perez Cruz Limited Edition PV 2008 – Chile – Wine Company (ainda não disponível no Mercado)
  • Morkell Petit Verdot 2004 – África do Sul – D’Olivino
  • Ruca Malen Reserva Petit verdot 2007 – Argentina – Hannover Vinhos
  • Pisano RPF Petit Verdot 2007 – Uruguai – Mistral
  • Trumpeter Reserva Petit Verdot 2008 – Argentina – Zahil
  • Enrique Mendoza Petit Verdot 2005 – Espanha/Alicante – Peninsula
  • Casa Silva Gran Reserva Petit Verdot 2007 – Chile – Vinhos do Mundo
  • Landelia Petit Verdot 2005 – Argentina – Ana Import (Contribuição do confrade Jeriel)
  • Surpresa (não tem graça se não tiver um) 2007

     Dez desafiantes ao titulo de Melhor Vinho, Melhor Compra e Melhor relação Custo x Beneficio que passarão pela avaliação e crivo de uma banca degustadora composta por: Denise Cavalcante (jornalista e assessora de imprensa especializada em vinhos), Jeriel da Costa (Blog do Jeriel), Daniel Perches (Blog Vinhos de Corte), Alexandre Frias (Diario de Baco e Enoblogs), Marcio Marson (Eivin), Álvaro Galvão (Blog Divino Guia), Ralph Schaff (Restauranteur), Ricardo Tomasi (Sommeliere/Specialitá Vinhos), Evandro Silva e Francisco Stredel (Confraria 2 Panas), José Roberto Pedreira e Fabio Gimenes (Clube do Vinho de Embu), Marcel Proença/Eduardo Milan e Dr. Luis Fernando (com a faixa de campeão paulista no peito) todos enófilos tarimbados na arte da degustação e euzinho aqui. Uma banca á altura do Desafio e dos vinhos presentes que estão posicionados numa faixa de preços entre R$60,00 a 130,00.

          Pela robustez da cepa, creio que os vinhos mais antigos levam alguma vantagem por já se encontrarem mais prontos, mas como não existem verdades absolutas em nossa vinosfera, podemos esperar de tudo. De qualquer forma o ideal será decantar todos esses vinhos, talvez umas duas horas para os mais novos e os 2004/05 por pelo menos uma hora, o que será um pouco complicado já que são dez vinhos. Daí que pensei na solução ideal que encontrei na Expovinis e que explica essa foto aí em cima. O fato de decantar tem duas funções, a de efetivamente decantar resíduos (borra) de vinhos não filtrados e aerear o vinho fazendo com que no contato com o oxigênio, este evolua mais rapidamente amaciando taninos e enaltecendo aromas e sabores. Este “wine gadget” promete fazer isso num piscar de olhos e achei que este Desafio fosse um momento especial para o experimentar. Com a ajuda do Stanley Adwell, responsável pela expansão de negócios da Vinturi Essential Wine Aerator na Améria Latina, vamos ter um kit desses disponível para a prova quando farei o seguinte; para os vinhos mais idosos darei uma passada pelo aereador e os mais jovens duas passadas. Depois falarei mais deste inovativo sistema inventado por Rio Sabadicci nos Estados Unido, mas para os mais impacientes, acessem o link para a Vinturi (inglês) clicando aqui.

             Onde? Sempre muito importante o local que nos recebe para a prova pois o trato e serviço dos vinhos assim como o cardápio do jantar que é servido em seguida, é essencial para a degustação que será feita. Pois bem, já faz um tempinho que a Denise vem me enviando releases sobre o Restaurante Ávila que venho publicando como um local a ser conferido. Agora chegou a nossa vez de conferir pois eles serão nossos anfitriões esta noite. Depois comento como foi, mas para os mais apressadinhos, vejam o site deles, realmente o local é muito agradável e bem montado.

Salute e kanimambo. Nos próximos dias só Itália, confiram aqui os vinhos da I Mori, trazidos da Toscana pela Gam Imports e o resultado de uma bela prova de vinhos Barbera do Piemonte.

Derby Português – Alentejo x Douro

Clipboard Alentejo X DouroNa impossibilidade de postar no fim de semana em função de mais uma ‘travada’ do speedy , começo a semana anunciando um famoso derby, um Alentejo x Douro para ninguém botar defeito, é este o tema de mais um Desafio de Vinhos promovido por este blog. Desta feita, 15 degustadores terão a oportunidade de provar ás cegas doze vinhos com cada uma das regiões sendo representada por seis desafiantes. Teremos os tradicionais resultados individuais (Melhor Vinho, Melhor Custo x Beneficio e Melhor Compra) e, pela primeira vez, um pela região. Parte dos vinhos conheço e outros não, mas mais uma vez ficará clara a alta qualidade dos vinhos portugueses e os preços competitivos praticados no mercado, fatores essenciais que deixam Portugal como a terceira mais importante origem de vinhos importados. Vinhos essencialmente de corte, uvas autóctones, sabores diferentes do que nos acostumamos a tomar por aqui, habituados que estamos aos varietais de uvas internacionais que nos são oferecidos aos montes por nossos hermanos chilenos, argentinos e uruguaios assim como a própria produção brasileira.

            Desta feita o Desafio se dará num restaurante relativamente novo em São Paulo, o Franciacorta, uma sugestãoDesafio Alentejo x Douro 001 de nossa amiga e parceira Eliza da Lusitana. Estive lá, um restaurante gracioso, cheio de charme que vale a pena ser descoberto pelos amigos. Apesar do nome Italiano, é essencialmente um bistrô de orientação francesa e influência da região que, esta noite, topou “inventar” comigo na criação de um menu especial com receitas familiares minhas para o jantar que se seguirá ao Desafio de Vinhos. Algo inusitado que, esperamos, venha a ter o resultado que almejamos. Depois falo um pouco mais sobre este lugar aconchegante e de gente simpática.

A banca de degustadores já confirmada que me acompanhará nesta empreitada será a de quase sempre e composta pelos amigos; Dr. Luis Fernando Leite de Barros (enófilo), Evandro Silva e Francisco Stredler (Confraria 2 Panas), Emilio Santoro (Portal dos Vinhos), Simon Knittel (Kylix), Ricardo Tomasi (Sommelier/Specialitá), Ralph Schaffa (Restauranteur), Alexandre Frias (Diario de Bacco), Claudio Werneck (Le Vin au Blog-RJ), Fabio Gimenes e José Roberto Pedreira (enófilos da Confraria de Embu), Denise Cavalcante (Assessora de Imprensa) e como convidados especiais o colaborador, colunista e jurado FISAR Breno Raigorodski e a amiga Eliza Leão da Lusitana de Vinhos e Azeites, num total de 15 membros. Como a Eliza tem um vinho desafiante inscrito no Desafio, sua nota, por uma questão ética mesmo com a degustação sendo às cegas, será excluída do resultado final. Agora, você quer saber mesmo é quem são os Desafiantes ao Podium, então lá vai:

CVR AlentejoALENTEJO – A equipe é composta de alguns dos mais saborosos e conceituados rótulos de média/alta gama dos vinhos da região.

  • Herdade do Pinheiro Reserva 03 (Beirão da Serra) – o grande campeão do Desafio de Vinhos Portugueses e um dos vinhos da região que me agradam sobremaneira, corte de 50% Aragonez, 25% Trincadeira e o restante de Touriga Nacional. Preço aproximado de R$75,00 com mais presença nos pontos de venda do Rio de Janeiro, algo em São Paulo de forma muito isolada e praticamente inexistente nos outros mercados nacionais. Outros competidores, outra prova, veremos se a performance será a mesma, porque a última foi arrasadora.
  •  Monte da Cal Reserva 04 (Winebrands), um vinho bastante conceituado em Portugal, mas que nunca tive o prazer de provar. De acordo com a Revista de Vinhos , que lhe dá 17/20 pontos, é um vinho vigoroso e austero que vamos ver como se sai neste embate. As cepas usadas no corte são as mesmas do Herdade da Sobreira; Syrah, Trincadeira e Alicante Bouschet. Preço na importadora,  R$65,00
  •  Herdade da Sobreira (Interfood) mais uma obra de Paulo Laureano, é um corte de Syrah, Trincadeira e Alicante Bouschet que, só pelo corte, já dá indicações de teremos pela frente um vinho potentoso, austero e de grande estrutura. Preço em torno de R$90,00.
  •  Herdade Paços do Conde Reserva 07 (Lusitana), corte de Syrah, Touriga Nacional, Aragonês, Cabernet Sauvignon e Alicante Bouschet,  mais um vinho de grande qualidade e arrebatador de corações que chega com um retrospecto avassalador. Novo, vai precisar da horinha de decanter que lhe atribuímos, e apesar de ter um preço em torno de R$120,00, para nossos leitores e seguidores o preço estará em torno de R$98,00 então dentro do limite de R$100,00 que estipulei.
  • Cortes de Cima 07 (Portal dos Vinhos/Adega Alentejana). Preferiria ver aqui o 2005 que acho estar em sua plenitude, mas este 2007 ainda não provei e espero que uma hora de decanter deva prepará-lo melhor para a prova. Tradicionalmente um vinho que oscila entre os 16 e 17 pontos na revista de Vinhos, este é mais um dos meus muitos xodós do Alentejo que custa em torno de R$90 a 95,00 tendo sido uma contribuição do amigo Emilio já que meu contato com a importadora anda meio emperrado. O corte foge um pouco ao tradicional, típico do produtor e marca registrada da casa que gosta de inovar e criar, 56% Syrah, 20% Aragonez , 11% Cabernet Sauvignon, 8% Petit Verdot, 5% Touriga Nacional.
  •  Vila Santa 07 (Casa Flora), mais um dos belos vinhos que o Alentejo produz e que me agrada sobremaneira, um corte de Aragonês, Trincadeira, Cabernet Sauvignon e Alicante Bouschet. O da safra anterior estava delicioso, agora veremos como está este e como se comportará cara a cara com seus pares e os adversários do Douro. Na Revista de Vinhos o 2006 obteve 16,5/20 pontos e 91 pontos da Wine Enthusiast.  O preço médio no mercado ronda os R$85,00.

mapa da região do DouroDOURO: Equipe que traz uma novidade ainda não disponível no mercado, mas por chegar, alguns nomes consagrados e vinhos diferenciados fugindo um pouco do pseudo padrão da região a que estamos acostumados por aqui.

  • Quinta Nova de Nossa Sra. do Carmo DOC 04 (Vinea), é um daqueles vinhos diferenciados, inclusive pela ausência de barricas de carvalho no seu processo, elaborado com um corte de Touriga Nacional, Tinta Roriz, Touriga Franca e Tinta Amarela. Provei e gostei, um vinho diferenciado e muito saboroso que espero venha a se dar bem nesta prova e que obteve 16/20 pontos na Revista de Vinhos. O preço atual é de R$75,00.
  •  Quinta do Fredo 07 (BR Bebidas/Vinhas do Douro), corte de Touriga Nacional, Tinta Roriz, Touriga Francesa e Tinta Barroca, elaborado pelo método tradicional de pisa a pé, uma das novidades que está para chegar e que teremos o privilégio de degustar “en premmier”. Tomei um gole da garrafa de prova e gostei das sensações que senti, acho que estaremos diante de um vinho muito interessante e aguardo ansioso a avaliação da banca de degustação. Um vinho desenvolvido especialmente para o Fredo da BR Bebidas com apenas 2.000 garrafas produzidas. O preço deverá ficar por volta dos R$65 a 80,00.
  • Duorum 07 (Casa Flora) com 16,5/20 pontos na Revista de Vinhos, é um projeto novo de dois enólogos que marcam a história do vinho em Portugal nas últimas décadas – João Portugal Ramos e José Maria Soares Franco – que elaboraram este vinho com vinhas velhas de Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz. O vinho tem sido bastante elogiado pelos críticos e colegas blogueiros em Portugal e o “gole” que tomei em uma feira prometeu, agora é conferir. O preço gira em torno de R$60,00
  •  Casa Ferreirinha Vinha Grande 03 (Zahil) elaborado com as tradicionais castas da região; Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinta Barroca, de um tradicional produtor (Sogrape) com história para contar vem este vinho que dizem estar em seu age, repleto de charme e elegância. Na Revista de Vinhos obteve 16/20 pontos e custa R$88,00 na importadora.
  •  Três Bagos 2005 (Mistral) com 15,5 pontos da Revista de Vinhos, mais um vinho que não conheço e pelo que li um vinho também mais austero e sisudo, porém de grande elegância e com grande potencial gastronômico, o que nem sempre aparece nestas degustações ás cegas. Corte de Touriga Nacional /Touriga Franca /Tinta Roriz / Tinta Barroca, esperemos para ver como se sairá no embate e seu preço está por volta dos R$75,00.
  •  Churchill Estate 2006 (Expand) um vinho que há tempos aguça minha curiosidade tendo visto que a Wine Spectator lhe deu 90 pontos tanto em 2004, como 2005 e agora nesta safra de 2006. De acordo com eles, um vinho de ótima estrutura e profunda elegância, mais um a conferir. Preço na importadora por volta dos R$88,00.

         As diversas menções à Revista de Vinhos tem a ver que, por acaso, a revista que um amigo me trouxe de Portugal trazia um artigo de tintos até R$10,00 onde a maioria dos desafiantes tinha sido avaliado e por, quer queiramos quer não, a revista é uma importante fonte de referência para os vinhos portugueses. Quem ganhará, alguém arrisca? Nem a região?!

 No fim de semana que vem retorno à programação com a coluna do Breno, speedy permitindo, e amanhã a segunda parte do resultado do painel de vinhos até R$50,00, desta feita com vinhos entre R$30 e 50,00. Nos vemos por aqui.

Salute e kanimambo.

Desafio de Vinhos Portugueses: e o vencedor é?

           Ufa, finalmente chegamos ao resultado deste Desafio de Vinhos que apresentou uma diversidade de vinhos e regiões bastante interessante. Foi um exagero de rótulos o que torna a degustação mais complexa, porém é interessante verificar que os últimos não foram prejudicados nas notas, ou seja, mesmo com tanto vinho o pessoal conseguiu segurar esse rojão.

         Como sempre, começo os comentários dos vinhos com suas respectivas notas conforme a ordem de serviço, uma coletânea de todas as fichas preenchidas pelos degustadores que compuseram a banca deste desafio  e finalizarei com os resultados apurados. São 14 vinhos então, tenha paciência, este seu amigo prolixo tentará ser um pouco mais conciso desta vez.

Desafio Portugal 032Callabriga Douro 2004 (Zahil), produzido pelo gigante Sogrape com interesses também na Argentina e Nova Zelândia entre outros locais. De cor rubi, translúcido, parecia um Pinot na cor, sem grande concentração. Aromas sutis em que aprecem frutos negros frescos, algo herbáceo com toques florais. Na boca é sedutor, delicado, corpo médio, taninos finos, equilibrado e fácil de tomar e gostar mostrando boa persistência. Obteve 87 pontos da Wine Spectator (WS) por sinal semelhante à nota que lhe dei, mas a média obtida nesta prova foi de 85,67 pontos, custa R$93,00.

Desafio Portugal 017Quinta da Chocapalha 2005 (Vinci), da CVR Lisboa (ex-Estremadura) vinho de qualidade, internacionalmente reconhecida tendo obtido WS89 e RP88 com sua safra de 2004, mas que nesta noite não se houve bem. Fechado, apresenta uma paleta olfativa complexa com fruta madura, chocolate e madeira bem equacionada. Na boca mostrou-se robusto e algo duro, taninos ainda firmes, boa acidez e algum desequilíbrio harmônico com um leve amargor de final de boca. Novo, precisa de mais tempo em garrafa, ou de decanter, para mostrar todo o seu potencial. Obteve uma nota média de 82,28 pontos e custa por volta de R$90,00.

Desafio Portugal 031Altano Reserva 2006 (Mistral),  um vinho do Douro que dispensa apresentações produzido pela família Symington, um grupo que reúne diversas vinícolas na região.  Algo terroso, hortelã e fruta vermelha com toques florais mostrando uma paleta olfativa de boa complexidade. No palato, taninos doces, finos ainda relativamente firmes, fruta compotada, boa acidez e estrutura, equilibrado, com um final lembrando café e caramelo de boa persistência. WS88, porém neste embate obteve a média de 85,72 pontos, custa por volta de R$93,00.

Desafio Portugal 022Esporão Reserva 2006 (Qualimpor), mais um vinho que dispensa apresentações, produzido pela Herdade do Esporão no Alentejo (CVR Alentejo). O da safra de 2005 obteve 89 pontos da Wine Spectator. Muito frutado e especiado, uma paleta olfativa intrigante e de boa intensidade que convida a levar a taça à boca. Na boca é rico, sedoso e macio, frutado, boa estrutura, equilibrado, médio corpo. Um belo e saboroso vinho que pede comida e possui muito boa persistência. Obteve a média de 88,06 pontos, custa em torno dos R$89,00.

Desafio Portugal 018Quinta de Cabriz Reserva 2005 (Winebrands), produzido pela Dão Sul, é um vinho muito agradável e sedutor que teve 89 pontos na Wine Spectator. No Nariz, presença de couro, especiarias e algo de baunilha advindo da madeira ainda por se integrar totalmente e bem balanceada. Na boca é muito harmônico, taninos aveludados ainda presentes, rico, com um final de boca longo que invoca chocolate. Obteve a média de 85.11 pontos e possui uma ótima relação Qualidade x Preço x Satisfação devido a seu bom preço, em torno de R$65,00.

Desafio Portugal 034Reguengos Garrafeira dos Sócios 2002, (Vinho Seleto 011.3815-5577 ) um vinho alentejano (CVR Alentejo) diferenciado feito á moda antiga com menos álcool, menos fruta intensa, menos taninos, menos novos tempos e novo mundo. Talvez por tudo isso, não tenha se dado tão bem neste embate, mesmo reconhecendo que esta safra está bem inferior à de 2001. O nariz é doce, lembrando frutas doces (assadas) e algo herbáceo com toques de baunilha tudo bem sutil. Cresce bastante em boca onde o vinho ganha corpo, taninos aveludados bem integrados, denso sem perder a elegância , mas faltou-lhe a riqueza de sabores, equilibrio e pujança que lhe são peculiares. A safra não ajudou, mas fica a pergunta, será que a garrafa não tinha algum problema? Não me pareceu . Será que foi somente mal compreendido? Muito diferente do que conheço e nota média de 82,83 pontos e o preço está ao redor de R$80,00.

Herdade ReservaHerdade do Pinheiro Reserva 2003, (Beirão da Serra) um vinho pouco conhecido em terras brasílis, exceção feita ao Rio de Janeiro. É um pequeno produtor alentejano (CVR Alentejo) que possui um belo portfólio em que se destaca este Reserva. Cor granada com halo atijolado já mostrando sua idade, uma paleta olfativa de boa intensidade e atraente com frutas maduras aparentes, mineral, leve amadeirado que lhe confere uma certa complexidade. Na boca é vibrante de ponta a ponta, complexo, muito rico, saboroso, uma acidez muito boa que nos deixa a boca salivando e pedindo comida. Taninos finos, elegantes e macios perfeitamente integrados num corpo médio de ótima textura, harmônico com um final muito longo, gostoso e um retrogosto que sugere uva passa. O Vinho que incendiou a prova e provocou suspiros na grande maioria que lhe deram adjetivos como; fantástico, excelente, encantador entre outros de menor expressão. Um vinho sem arestas que obteve nota média de 92,11 pontos e custa em torno de R$75,00.

Desafio Portugal 033Falcoaria DOC 2004, (D’Olivino) o representante da CVR Tejo (ex-Ribatejo), um vinho robusto de cor rubi intenso, quase retinto, mostrando-se ainda bem fechado. Nariz não muito aromático, fruta sutil com maior ênfase em aromas animais (couro)e algo terroso. Cresce em boca, porém sem despertar grandes encantamentos, mostrando-se um pouco rústico de taninos firmes, mas bastante rico em sabores que demonstram uma certa complexidade. Um vinho interessante e diferente que acredito cresceria muito se acompanhado de um bom cabrito assado da região. Obteve a média de 83,94 pontos e custa em torno de R$74,00.

Terras do PóTerras do Pó Reserva 2004, (Lusitana de Vinhos & Azeites) o único varietal presente à prova elaborado com 100% de castelão uma cepa difícil de ser trabalhada solo, dando-se, tradicionalmente, melhor em cortes. Elaborado pela casa Ermelinda Freitas, um dos bons produtores da região de Terras do Sado (CVR Setúbal), famosa por trabalhar muito bem esta cepa. Aromas animais, na boca é potente mostrando alguma sobra de álcool, macio denso com uma característica diferente de evolução na taça quando, após um tempo, começa a apresentar aromas de mostarda. Nota média obtida 82,94 pontos e custa ao redor de R$72,00.

Desafio Portugal 035Aveleda Follies 2004, (Interfood) um Bairrada diferente que não possui baga em sua composição, mas sim Touriga nacional e Cabernet Sauvignon que obteve 85 pontos da Wine Spectator. É um vinho de aromas vivos de fruta vermelha (ameixa), cativante, com boa e saborosa entrada de boca. Redondo, fácil de se gostar, corpo médio com bom voluma de boca, expressivo, talvez um pouco mais updated do que os demais num estilo mais novo mundo mostrando´se equilibrado com teores de álcool civilizados. Um vinho bastante apreciado que obteve uma média de 85,67 pontos e custa ao redor de R$72,00.

CeirósCeirós Reserva 1998, (BR Bebidas/Vinhos do Douro), o vinho mais antigo da prova sendo elaborado no Douro pela Quinta do Bucheiro, ainda surpreendentemente vivo, pleno de frescor e complexidade mostrando-se em prefeito equilíbrio apesar da idade. Do nariz à boca, mostrou uma personalidade muito própria, boa persistência, corpo médio, algo resinoso e especiado. Muito apetecível, corpo médio, boa acidez que o faz um vinho muito gastronômico e diferenciado. Para mostrar que longevidade não vem de álcool nas alturas, temos aqui civilizados 12.5%! Média de 86, 28 pontos e um preço ao redor de R$88,00.

Desafio Portugal 038Quinta Mendes Pereira Garrafeira 2004, (Malbec do Brasil) da região do Dão, um vinho do qual gosto muito tendo sido agraciado com 17 (de 20) pontos, pela Revista de Vinhos portuguesa. Elaborado por pisa a pé, prima por ser um vinho que faz jus à tradição do Dão por vinhos mais encorpados, algo rústicos, porém de grande elegância e complexidade obtidos com tempo em garrafa. Ainda muito fechado após uma hora de decanter, mostra-se robusto, notas de madeira e frutos vermelhos, taninos firmes porém sem agressividade, boa textura e equilibrado, complexo, saboroso, final aveludado e de muito boa persistência com nuances florais e uma acidez que pede comida. Vinho para mais meia dúzia de anos e, pelo que eu conheço do vinho, nesta noite esteve muito aquém de seu potencial. Obteve uma média de 82,89 pontos e custa ao redor de R$95,00.

Desafio Portugal 037Quinta do Seival Castas Portuguesas 2005, um corte de Touriga Nacional, Alfrocheiro e Tinta Roriz produzido pela Miolo na região de Campanha, próximo da fronteira com o Uruguai. Surpreendente e prova inequívoca da melhora de qualidade dos vinhos brasileiros num projeto muito interessante que conta com a participação do amigo e enólogo português Miguel de Almeida. Frutos negros maduros com algo resinoso no nariz, madeira, fruta passa, bem estruturado com taninos finos, equilibrado, saboroso com um final de boca agradável e de boa persistência em que se manifestam nuances herbáceas. Nota média de 84,89 pontos e custa ao redor de R$50,00.

Desafio Portugal 021Caldas Reserva 2005, (Decanter) do renomado produtor Domingos Alves de Souza tendo obtido 15,5/20 pontos na Revista de Vinhos portuguesa. Fruta doce e especiarias aparecem de forma tímida ao olfato. Cresce na boca, mostrando boa riqueza e complexidade de sabores, taninos finos de presença marcante, médio corpo para encorpado, madeira bem integrada. Obteve média de 84,61 pontos e o preço é de R$100,00.

            Nesta noite, a banca degustadora avaliou e definiu como grande ganhador, o Melhor Vinho deste Desafio, por mais de um corpo de vantagem, o Herdade do Pinheiro Reserva 2003. Em segundo, outro alentejano, o Esporão Reserva 2006 e em terceiro o surpreendente Ceirós Reserva 1998. Completando o nosso pódio com os primeiros cinco vinhos da noite, temos o Altano 2006 em quarto e o Callabriga 2004 em quinto. Na eleição do Melhor Custo x Benefício e Melhor Compra, novamente o Herdade do Pinheiro Reserva 2003 o primeiro dos vinhos a participar destes Desafios que levou os três prêmios máximos, a tríplice coroa ou, como se diria nos velhos tempos, fez; cabelo, barba e bigode. De ressaltar a boa posição do Castas Portuguesas da Miolo que obteve a oitava colocação e dois votos como melhor compra, votos estes também alocados ao Quinta de Cabriz 2005.

            Normalmente relaciono as notas dadas aos vinhos preferidos de cada jurado, mas como o Herdade do Pinheiro foi o escolhido de doze dos treze degustadores, creio que isso não seja necessário. Ah, o Ralph quebrou a unanimidade escolhendo o Esporão Reserva por meio ponto o que foi bom, porque como já dizia Nelson Rodrigues, guardadas as devidas exceções, “toda a unanimidade é burra”! Finalizamos o Desafio com um jantar regado a Muros Antigos Loureiro 2007 (Decanter) e Quinta Mendes Pereira Dão Touriga-Nacional Reserva 2005, mas esse é papo para outro dia e outro post, só adianto que foi muito bom e os vinhos ótimos.

            Sobraram rótulos não apresentados na prova, então em Outubro faremos um Desafio de Vinhos diferente, um Alentejo x Douro em que o Herdade do Pinheiro, como vencedor desta noite, terá lugar cativo. Será que faturará de novo?! Já em Setembro, nosso Desafio de Vinhos viajará pelo mundo na busca de representantes das cepas ícones de cada país produtor. Alguns vinhos mais conhecidos, outros menos já que estes Desafios também visam garimpar novos vinhos e sabores, mas sempre com rótulos em torno de R$100,00.

Desafio Portugal 006

Salute e kanimambo.

(PS. Houve um equivoco nos cálculos médios das notas que acabei de revisar no texto acima (11:00). Peço desculpas pelo inconveniente, mas pouco alterou o resultado. O efeito maior fo efetivamente nas notas em si.)

Desvendando o Desafio de Vinhos Portugueses

Kylix 003Mais um Desafio de Vinhos ocorreu e desta feita com vinhos portugueses degustados às cegas. Como sempre, já tradição neste tipo de prova, interessantes surpresas no evento realizado com o apoio da Kylix, onde a degustação ocorreu, e  das importadoras e produtores que enviaram seus representantes para mais este embate. Sem este apoio todo seria impossível realizar estes Desafios, razão pela qual inicio meus posts sobre os resultados com este agradecimento. É o mínimo que posso fazer pelo apoio e confiança depositados neste trabalho de garimpo, de mostrar através destes eventos que há vida, e muito boa vida, abaixo de R$100,00 e quem nem sempre o melhor vinho é o mais caro.

             Colaboraram os já costumeiros parceiros como Decanter, Interfood, Zahil, Mistral, Vinci, D’Olivino, Lusitana de Vinhos & Azeites,  BR Bebidas, Vinho Seleto (011.3815-5577), Qualimpor e a recém chegada Winebrands, assim como os produtores Herdade do Pinheiro, Quinta Mendes Pereira e Miolo. Sim, a Miolo escalou o Quinta do Seival Castas Portuguesas 2005 da Campanha Gaúcha quase fronteira com o Uruguai, que foi o nosso vinho surpresa da noite e, mais uma vez, um vinho brasileiro que mostrou ótima performance num embate com vinhos bem mais conceituados internacionalmente. Como já comentei, a degustação foi realizada às cegas e os vinhos foram todos decantados por uma hora e retornados às garrafas e adega climatizada de onde saíram para serviço devidamente envolvidas em papel alumínio e numeradas de forma aleatória. Após esta maratona de vinhos, 14 ao total, foi servido um jantar tendo como entrada bolinhos de bacalhau caseiros acompanhado de um saboroso e fresco Muros Antigos Loureiro 2007 (Decanter), branco português de ótimo custo x beneficio, um dos que prequentemente visita minha mesa, e um risoto de pato muito bem ancorado por um muito bom Quinta Mendes Pereira Touriga Nacional Reserva 2005, também previamente decantado, finalizando com papos deDesafio Portugal 003B anjo e um cafezinho, bão demais sô!

             Para escolher o Melhor Vinho, melhor Custo x Beneficio e Melhor Compra, uma banca composta de 13 pessoas: Emilio Santoro (Portal dos Vinhos) / Zé Roberto Pedreira e  Fábio Gimenes da Confraria de Embu / Leandro Chicarelli (Winery) / Simon Knittel (Kylix) / Ralph Schaffa (Restauranteur) / Silvia C. Franco (Vinho & Gatronomia) / Dr. Luis Fernando Leite de Barros (Enófilo) / Ricardo Tomasi (Sommelier) / Alex Martins (Pinord do Brasil) / Alexandre Frias (Diario de Baco e Enoblogs) / Cristiano Orlandi (Vivendo Vinhos) e eu. Das 13 notas em ficha de avaliação padrão ABS, a mais alta e a mais baixa foram eliminadas e o restante somado e dividido por 11 dando-nos o resultado de pontuação e ganhador, o Melhor Vinho do Desafio.  O Melhor Custo x Beneficio e Melhor Compra, são apontados por voto direto e tudo isto você verá no post de amanhã quando desvendaremos os ganhadores e comentaremos os vinhos participantes.

               Como de costume, iniciamos a degustação provando um espumante de forma a preparar o palato para o desafio por vir e, desta vez, tivemos a colaboração da bodega espanhola Pinord, Desafio Portugal 042através de seu gerente no Brasil o Alex Martins que também participou da banca de degustadores como convidado. Veio com seu Cava topo de gama o ótimo Marrugat Brut Nature Gran Reserva 2004, que estará chegando em breve ao Brasil num projeto tocado a quatro mãos entre o produtor e a Winery Distribuidora, que passa 36 meses em garrafa. Cor amarelo dourado, límpida e brilhante, na boca é cheia, cremosa, seca, porém sem nunca perder o frescor aportado por uma ótima acidez, com um final saboroso e longo. Boa estrutura, perlage muito fina, abundante, de enorme persistência (aproximadamente uns 30 minutos) mostrando todo o seu potencial. Aromas sutis de leveduras e frutas cítricas, uma cava de primeiro nível, muito bem elaborada, de delicado final de boca mostrando muita finesse e elegância. Enorme surpresa que certamente tomará o mercado de roldão quando chegar no final de setembro com um preço final consumidor ao redor de R$60,00, um verdadeiro achado que você não vai querer perder. Seus cavas básicos também são muito bons e deverão chegar por volta dos R$35,00, uma outra grande pedida.

Desafio Portugal 016

Nos vemos amanhã por aqui. Salute e kanimambo.

Desafio de Vinhos Portugueses

Agosto chegou, mês;  do cachorro louco, da Sexta-feira 13 azarenta, das liquidações de inverno e, Deus sabe lá porque cargas d’água, Dia dos Pais. Não, não vou falar do Dia dos Pais, ainda, mas fica a pergunta no ar, não dava para colocar o Dia dos Pais num mês mais nobre não?!! rsrs

              Bem de volta ao ponto principal, a verdadeira a razão para este post, em Agosto o Desafio de Vinhos será Portugal - mapa e regiões produtorasportuguês! Voltei ás origens e já estava com saudades, apesar de os vinhos portugueses estarem constantemente sobre a minha mesa e na minha taça. Já temos uma série de concorrentes escalados e, pela enorme quantidade de bons rótulos, participantes e regiões, estou achando difícil fechar este Desafio com menos de 14 Desafiantes, o que vai demandar uma atenção redobrada da banca de degustadores. Tentei incluir/convidar alguns rótulos dos quais sou fã, regiões menos conhecidas, mas que vêm despontando, assim como das mais tradicionais e mais representativas. São vinhos de gama média de preços que estão ao alcançe do bolso da maioria, uns mais conhecidos do que outros, porém todos de qualidade inquestionável. Vamos aos que já confirmaram presença, sendo que dois deles eu tive o prazer de negociar presença diretamente na fonte , a Herdade do Pinheiro (dos amigos Ana e Miguel) assim como da Quinta Mendes Pereira (da amiga Raquel):

  • CVR Alentejo: Reguengos Garrafeira dos Sócios 2001 (Vinhos Seleto) / Herdade do Pinheiro Reserva 2003 / Herdade do Esporão Reserva 2006 (Qualimpor)
  • CVR Duriense – DOC Douro: Ceirós Reserva 1998 (BR Bebidas/ Vinhos do Douro) / Altano Reserva 2006 (Mistral) / Caldas Reserva 2005 (Decanter)
  • CVR Lisboa (Estremadura): Quinta da Chocapalha 2005 (Vinci)
  • CVR Tejo – DOC Ribatejo: Falcoaria DOC 2004 (D’Olivino)
  • CVR Beiras – DOC Dão: Quinta Mendes Pereira Garrafeira 2003 (Malbec) e Conde de Santar Reserva 2003 (Winebrands), este ainda passível de mudança.
  • CVR Terras do Sado: Barão do Sul Garrafeira 2002 (Lusitana de Vinhos & Azeites)
  • CVR Beiras – DOC Bairrada: Aveleda Follies Touriga Nacional/Cabernet Sauvignon 2004 (Interfood).

Ainda tenho mais dois convidados que não escalaram Desafiante, então poderemos chegar a 14 o que inviabilizaria a presença de um rótulo surpresa. Enfim, tenho mais uns dias para finalizar isso e depois divulgo. Também ainda preciso definir o local do embate e o jantar para o qual já tenho assegurado o vinho branco e o tinto, faltando tão somente o Porto ou Moscatel para encerrar este épico Desafio de Vinhos de Portugal até, mais ou menos 100 Reais. E aí, vai arriscar um palpite de quem será o ganhador?!

Grande Desafio Merlots do Mundo

Fotos Pietro 006Realizado nas agradáveis instalações da Trattoria do Pietro, onde fomos muito bem recebidos pelo Juan, Armando, Roberto e equipe na última segunda-feira dia 23, tivemos algumas gratas surpresas e outras nem tanto. Foram 12 vinhos provados, tivemos um “no show”, todos de boa qualidade, mas verdade seja dita, a banca mostrou estar mais inclinada ao estilo novo mundo do que ao do velho o que pode ter influenciado o resultado final deste Desafio.

               Para começar nossas atividades e preparar o palato para uma maratona que nos esperava, iniciamos com a degustação de um espumante muito Casillero brutagradável e novo no mercado. É o Casillero Del Diablo Sparkling Brut Reserva, elaborado com 100% de uvas Chardonnay do Vale do Limari. Padrão Concha y Toro, que dificilmente erra a mão, e certamente uma grande adição à linha da Casillero Del Diablo. Muito mineral, fresco, vibrante, perlage abundante, fina e persistente, cítrico com um toque suave de leveduras, muito saboroso, bem feito e de boa persitência. Com um preço ao consumidor aproximado de R$73 a 75,00, surpreende por se tratar de um produto para o qual o Chile não tem mostrado muita aptidão até agora.

               Após a prova, tivemos o prazer de aproveitar o que tinha nos sobrado nas taças acompanhando uma massa e um chateaubriand ao molho madeira servido pela Trattoria. De ressaltar a leveza deste ravioli recheado de mussarela de búfala coberto por um saborosíssimo molho Pietro, uma especialidade da casa que recomendo. Para terminar esta introdução ao Desafio, os resultados e resenha dos vinhos apresento amanhã, não poderia deixar de agradecer ao Roberto que nos atendeu maravilhosamente bem junto com sua equipe e ao Pires do estacionamento do Open Center que, devido ao adiantado da hora e necessidade de fechamento do estacionamento, teve a gentileza de retirar todos os carros e estacioná-los na rua em local apropriado.

             Sempre há correções a serem feitas, estamos apenas no quarto Desafio, mas certamente foi mais uma agradável noite de descobertas e conhecimento. Presentes os degustadores costumeiros:  Emilio Santoro (Portal dos Vinhos) / Evandro Silva e Francisco Stredel (Confraria 2 Panas) / Zé Roberto Pedreira, Fábio Gimenes, e Jaerton Eduardo da Confraria de Embu / Alexandre Frias (Diário de Baco) / Cristiano Orlandi (Vivendo Vinhos), Denise Cavalcante (Assessora de Imprensa), Marcel Proença (Assemblage Vinhos) e eu.  Abaixo a fotos dos desafiantes perfilados após o embate. Amanhã veremos quem faturou o titulo de; Melhor Vinho / Melhor Relação Custo x Beneficio e melhor Compra.

Merlots do Mundo 009

Salute e Kanimambo