A Domaine Bousquet é um projeto francês na altitude de Gualtallery, Tupungato, Vale do Uco, Mendoza. O compromisso com a agricultura orgânica impulsiona o melhoramento da biodiversidade dos vinhedos. Quanto mais saudáveis os vinhedos, melhor a uva e consequentemente (na maioria das vezes) o vinho elaborado sendo esse o principal objetivo desta família francesa que chegou a Tupungato em 1997 depois de 4 gerações produzindo vinhos na terra natal, Carcassonne no sul da França. As raízes de vinhedos cultivados de forma orgânica tendem a ser mais profundas permitindo que as plantas absorvam e distribuam melhor os minerais e intensifiquem sabores já que o rendimento das vinhas tende a ser menor. O uso de leveduras selvagens, compactuam com o trabalho nos vinhedos de forma a trazer o melhor retrato do terroir. O resultado são vinhos menos industrializados, mais verdadeiros, mas que, obviamente, têm que ser bons antes de qualquer coisa e isso eu conferi, só assim para estar aqui!
A altitude de Gualtallary, 1200 metros de altitude, permite uma melhor e mais tardia maturação da uva e uma acidez mais presente nos vinhos por lá produzidos devido à amplitude térmica bem acentuada na região. Resultado; vinhos mais frescos, fruta madura no ponto (sem sobremadurez), taninos mais finos e tudo isso se confirma neste delicioso e equilibrado Pinot Noir.
Um misto de elegância e finesse francesa com a generosidade típica de fruta que esta região aporta aos vinhos. Sem excessos, sem aparas, um meio caminho entre os tânicos e excessivamente escuros super extraídos Pinots que abundam o Novo Mundo, um perfeito equilíbrio entre o velho e novo mundo. Dez meses de barrica francesa muito bem usada, penso que deve ser de segundo uso com talvez um pequeno porcentual de novas, já que se nota essa presença, porém de forma bem sutil com algumas notas tostadas. Seco, boa acidez, muita fruta fresca (cerejas, framboesa?), alguma especiaria, corpo médio, taninos sedosos, ótima textura, álcool muito bem integrado, um vinho que precisa de tempo em taça onde vai se abrindo com a taça seguinte sempre apresentando algo a mais e diferente da anterior, vinho que deve evoluir muito nos próximos dois anos já que tem pouco mais de ano de engarrafamento. Muito boa persistência, fresco, vivo e cativante, um tremendo prazer de tomar e uma grande surpresa que me encantou inclusive pelo preço.
Preço bom, característica da SYS Importadora do amigo Juan Rodrigues, abaixo das 100 pratas o que aporta em minha avaliação um ponto extra e o faz uma das melhores relações PQP (Preco, Qualidade, Prazer) que tive o prazer de provar este ano. Por falar em pontos e para quem aprecia o quesito, Wine Magazine 90 / Tim Atkins 90 / James Suckling 92 e eu fico entre eles! rs
Esse é o teaser da semana, pois há mais alguns posts programados compartilhando algumas de minhas mais recentes provas. Que seja uma bela semana para todos, kanimambo e saúde!