El Milagro Syrah

Diversidade na Taça no Fim de Semana Longo

      Feriado chegou, mas ainda dá tempo para garantir seu prazer neste longo fim de semana seja ele na praia, campo ou em casa mesmo num churrasco com os amigos! Por outro lado, as  festas de final de ano se aproximam e começamos nossa busca pelos vinhos que acompanharão nossos intermináveis almoços e jantares de confraternização com amigos, colegas e família. Eis aqui algumas dicas do que buscar, há um pouco de tudo e de todos os preços, pois a diversidade impera e há que aproveitá-la, então vamos lá começando pelos brancos e seguindo com rosés e tintos, alguns vinhos que provei e revi mais recentemente e os quais recomendo. Os preços são meramente indicativos e padrão Sampa, mas tem coisa para escolher!.

House of Mandela Sauvignon Blanc – Se apresenta bem fresco, mais citrino com grama molhada bem presente numa presença de boca toda ela mais sutil, elegante e balanceada terminando com uma certa mineralidade. Um vinho muito agradável de se tomar e certamente uma bela companhia para os queijos de cabra e frutos do mar grelhados ou fritos. R$45,00

Amalaya branco – Vinho á base da cepa Torrontés que produz alguns bons vinhos na Argentina, especialmente em Salta de onde vem este rótulo. Com um toque de Riesling para equilibrar a acidez, mostra aquele floral típico da cepa, porém de forma menos intensa com algo cítrico no nariz e na boca um frescor muito bom advindo da presença da Riesling que aporta um equilíbrio importante porque muitos torrontés por aí tendem a ficar algo enjoativos. Este é suave, balanceado e fácil de se gostar com um único inconveniente, a garrafa tem a tendência a acabar rápido demais! Preço na casa dos R$49,00.

Muros Antigos Loureiro – A uva Loureiro tem como característica, gerar vinhos muito frescos, por sua ótima acidez, e aromáticos. São ótima companhia para pratos de frutos do mar e gosto muito de harmonizá-lo com caldeirada de lulas. Este delicioso Muros Antigos, de aromas sutis com nuances de flor de laranjeira, muito cítrico, balanceado, fino, saboroso que nos seduz facilmente enquanto nos acaricia o palato com um toque mineral de boa persistência. Foi escolhido como um dos TOP 50 vinhos portugueses para o Brasil este ano e o preço é bem camarada para nossos padrões, R$69,00.

William Févre Espino Gran Cuvée Chardonnay – este anda mais amiúde por minha taça, mas sempre me satisfaz muitíssimo! Um dos melhores chardonnays chilenos com uma madeira suave muito bem colocada e um estilo bem chablisiano de ser com bastante mineralidade. R$85,00

Ballabio Vintage Rosé – um vinho com uma leve efervescência elaborado na Lombardia (Itália) e 100% Pinot Nero. Delicado, apesar de um bouquet pronunciado, com elegante perfume de frutas vermelhas e violetas. Seco, equilibrado, com um agradável fundo frutado, um vinho alegre e festivo que tem tudo a ver com o nosso verão. Wine for Fun por R$48,00!

Canforrales Rosado – um rosé espanhol da região de La Mancha á base de Garnacha, de ótimo custo x beneficio que vale muito a pena como um vinho de entrada, pois possui muito das característica dos brancos mais vibrantes. Notas de framboesa, acidez bem equilibrada que elimina eventuais sensações doces, uma mineralidade presente que me surpreendeu, boa textura com interessante volume de boca, certamente acompanhará bem um arroz de mariscos e um papo informal. Preço na casa dos R$42,00

El Milagro Syrah – chileno de ótima relação custo x beneficio, R$65, fazia tempo que não levava á taça e mais uma vez mostrou toda a sua qualidade. Muito equilibrado, aveludado na boca, redondo e muito, mas muito saboroso, é um achado entre os bons vinhos que o Chile vem elaborando com esta casta.

Hécula Monastrel – outro que fazia tempo que eu não revia e que mais uma vez me deu muito prazer rever. De casa nova, agora na Almería, um monastrel sem nada de doce, corpo médio, taninos finos muito bem integrados, não é á toa que possui tanta premiação e altos pontos pelos principais críticos internacionais. Melhor, o preço está na casa dos R$67,00.

Albert Bichot Pinot Noir Vieilles Vignes – não é fácil encontrar um pinot da Borgonha que satisfaça e tenha preços abaixo dos 100 reais, então este há que se destacar, pois está na casa dos R$98,00. Um bom e muito característico Borgonha que mostra muita qualidade na boca e deve acompanhar bem um Peru á Califórnia.

Perez Cruz Cabernet Sauvignon Reserva – Frutos negros bem presentes e taninos aveludados que são sua marca registrada. Final de boca muito agradável e levemente especiado e profundo. Madeira e álcool muito bem integrados nos trazem um conjunto realmente apetecível e guloso que vale muito o preço na casa dos R$60,00 mais ou menos cinco.

Aracuri Cabernet/Merlot – um representante brasileiro de uma região pouco comum, este vem de Campos de Cima ainda Rio Grande do Sul. Boa estrutura de boca, equilibrado, fruta bem presente, rico com taninos sedosos bem integrados que valem muito o preço na casa dos R$45,00. Não é Cepacol (rs), mas é bom de boca!

Pasíon de Bobal – esta uva, Bobal, espanhola pouco conhecida entre nós é surpreendente. Um vinho daqueles que acaba rápido e pede a próxima garrafa! Fresco, frutado, boa textura, taninos maduros e macios, com um final “pra lá” de apetecível fazem dele uma escolha muito interessante para quem gosta de sair da mesmice e provar coisas diferentes. Preço na casa dos R$80,00

In Situ Red Blend – um vinho de corte surpreendente entre Cabernet, Petit verdot e Carmenére que é a única coisa que ele tem chileno. No resto, ás cegas, tem gente que diz ser alentejano e outros bordalês. Muito bem equilibrado, ótima textura, corpo médio de taninos aveludados, é um vinho cativante que ainda tem a seu favor o preço, R$57,00.

Confidencial – da região Lisboa, um tinto elaborado com cerca de seis a oito castas não divulgadas. Bem frutado, médio corpo, rico, frutas silvestres, taninos maduros e suculentos, um verdadeiro achado que agrada fácil e custa pouco, apenas R$32,00.

Gougenheim Valle Escondido Malbec com educados 13.5% de teor alcoólico Na cor é rubi com toques violáceos típicos da cepa sem a típica super extração que resulta em vinhos muito escuros. Nariz sedutor de frutos negros com nuances florais, que convidam a levar a taça à boca onde ele se mostra extremamente sedutor, equilibrado e elegante com taninos macios e sedosos, boa estrutura, corpo médio e um final muito agradável algo especiado que pede mais uma taça Parker lhe deu 87 pontos, eu lhe daria talvez um pontinho a mais pela boa relação Qualidade x Preço x Prazer pois é um vinho de preço final de R$48,00

Enfim, são 15 sugestões para você curtir o feriado em boa companhia. o resto fica por sua conta! Salute, kanimambo e devagar nas estradas, quero ver todo mundo de volta na Segunda vendendo saúde e desestressado!! se estiver à toa no Sábado, vem me fazer companhia na Vino & Sapore porque estarei de plantão com uma garrafa aberta recebendo os amigos. Até!

Saturday Night Wine Tasting II, Destaques da Noite!

Mais uma vez contei com a colaboração de um monte de gente para montar com sucesso mais uma viagem de descobertas de novos sabores sensoriais na Vino & Sapore, a segunda edição do Saturday Night Wine Tasting e como sempre, algumas surpresas. No nosso 1º Wine Fest de Julho de 2012 o campeão foi um vinho de sobremesa alemão, em Outubro de 2011 no nosso primeiro aniversário, ganhou o Boca Negra , também um vinho de sobremesa porém esse espanhol  tinto elaborado com Monastrel, e agora mais algumas surpresas.

Nos diversos eventos que monto sempre busco apresentar diversidade com preços justos, inerente á minha pessoa e fiel aos meus princípios desde os primeiros posts aqui publicados, independente de sua gama de qualidade. Existem achados em todas as faixas de preço e é isso que tento garimpar e aqui publicar assim como colocar, sempre que possível, na Vino.

Nesta mostra de diversidade sempre há aquilo que para mim é destaque e o que o caixa apresenta como  destaque, os verdadeiros preferidos dos convidados que é o que mais interessa. Desta feita não podia ser diferente e estes são os vinhos que mais me surpreenderam. Alguns novos e outros eu revi após longo tempo, vejam abaixo os dez que, a meu ver, mais se destacaram numa seleção muito boa, modéstia á parte (rs), e muito parelha:

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Ø  Lagar de Bezana GSM (Grenache, Syrah, Mouvédre) chileno mas com um perfil francês de muita elegância e complexidade. Vinho para provar com mais calma, porém deixou sua marca. (Magnum)

Ø  Dezzani Barbaresco, este é de 2007 e já apresenta uma cor algo mais atijolada demonstrando sua evolução. Um vinho marcante que sempre me dá muito prazer tomar sendo um vinho sedutor e rico, hedonístico com um longo e muito saboroso final de boca.  (Calix)

Ø  Quinta da Mieira branco – Um vinho do Douro elaborado com 100% da uva Rabigato e sobre o qual já teci aqui minha opinião. Tomei de novo e só confirmei minhas sensações iniciais e, por sinal, o tinto também é muitíssimo bom. (Winery)

Ø  El Milagro Syrah – este syrah chileno de ótima relação custo x beneficio, R$65, fazia tempo que não levava á taça e mais uma vez mostrou toda a sua qualidade. Muito equilibrado, aveludado na boca, redondo e muito, mas muito saboroso, é um achado entre os bons vinhos que o Chile vem elaborando com esta casta. Muito bom também, do mesmo produtor, um Chardonnay/Viognier! (Mercovino)

Ø  Hécula Monastrel – outro que fazia tempo que eu não revia e que mais uma vez me deu muito prazer rever. De casa nova, agora na Almería do amigo Juan, um monastrel sem nada de doce, corpo médio, taninos finos muito bem integrados, não é á toa que possui tanta premiação e altos pontos pelos principais críticos internacionais. Melhor, está abaixo dos R$60! (Almería)

Ø  Albert Bichot Pinot Noir Vieilles Vignes – não é fácil encontrar um pinot da Borgonha que satisfaça e tenha preços abaixo dos 100 reais, então este há que se destacar. Um bom e muito característico Borgonha que mostra muita qualidade na boca. (Winebrands)

Ø  Cecilia Beretta Prosecco Brut Millesimato – Pequeno produtor, quantidade limitada a cerca de 60 mil garrafas ano o que, para um Prosecco, é nada! Não estivesse escrito no rótulo de que é um Prosecco e certamente passaria por um bom Cremant  Francês e a um preço bem bacana. (Vínica)

Ø  William Févre Espino Gran Cuvée Chardonnay – este anda mais amiúde por minha taça, mas sempre me satisfaz muitíssimo e mais uma vez repetiu a dose. Um dos melhores chardonnays chilenos com uma madeira suave muito bem colocada e um estilo bem chablisiano de ser. Delicia! (Dominio Cassis)

Ø  Pasíon de Bobal – esta uva, bobal, espanhola pouco conhecida entre nós é surpreendente. Já tenho o Villavid Bobal Roble que é muito saboroso e possui um preço bem bacana, abaixo dos 40 reais, porém este está um patamar acima de complexidade. Um vinho daqueles que acaba rápido e pede a próxima garrafa! Fresco, frutado, boa textura e um final “pra lá” de apetecível fazem dele uma escolha muito interessante para quem gosta de sair da mesmice e provar coisas diferentes. (Costazurra)

Ø  Chateau de Pourcieux Rosé de Provence – Não é á toa que foi tri-campeão da Expovinis como melhor rosé dessa que é a maior feira de vinho da américa latina. Delicioso, fresco, sutil, uma ótima companhia para camarão na moranga ou simplesmente para bebericar, bom demais da conta e olha que eu não sou assim tão chegado nos vinhos dessa região! (Cantu)

Mas o povo se manifesta mesmo é no caixa, então eis o resultado dos top 5 (dá mais porque há múltiplos empates o que confirma como os vinhos estavam parelhos), os vinhos mais vendidos da noite:

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Confidencial  – Tinto português da região Lisboa que surpreende os mais céticos. Como um vinho abaixo de R$30 pode ter essa qualidade? Um verdadeiro achado e campeão da noite! (Costazurra)

Chateau de Pourcieux Rosé de Provence (Cantu) – frio, mesmo que no Sábado nem tanto, rosé, preço pouco abaixo dos 90 Reais, empatado com o Casa da Passarela Dão (Vínica) em segundo lugar. Uma enorme surpresa o Pourcieux já que sabemos que o mercado não é assim tão chegado nos rosés, ou será que estávamos errados!

Casa da Passarela Dão Colheita Tinto – mais um português na fita o que só vem comprovar o altíssimo nível de qualidade existente nos vinhos desta região e com preço para lá de camarada, na casa dos R$45. (Vínica)

Gran Sello Tempranillo/Syrah, um espanhol de La Mancha muito saboroso e com preço abaixo dos R$70 (Calix) empatado com;  Hécula Monastrel de Yecla, Espanha (Almería) / Surani Costarossa Primitivo di Manduria da Puglia, Itália (Vínica) e William Févre Espino Gran Cuvée Chardonnay do Chile (Dominio Cassis).

Cecilia Beretta prosecco Brut Millesimato (Vínica) , Cientruenos Garnacha de Navarra, Espanha (Dominio Cassis), El Milagro Syrah, Chile (Mercovino) e Maray by Tabali Pinot Noir, do Chile (Almería)

Casa de Cambres Tinto Reserva do Douro, Portugal  (Winery) e Vestago GEA Bonarda de Mendoza, Argentina (W&W Wine).

Mais um evento bem sucedido graças a Deus, aos amigos, colegas e parceiros porém o ano ainda não terminou, então aguardem para breve, o 2º Granja Viana Wine Fest o melhor e principal evento de vinhos na zona oeste da grande São Paulo. É, modéstia nunca foi meu forte! Rs Brincadeiras á parte, o evento este ano promete ser bem superior ao do ano passado quando aprendemos muito e mais de 250 pessoas saíram daqui felizes e satisfeitos. me aguardem! Salute, kanimambo e nos encontramos por aqui.

Ps. Fotos na parte da tarde!

 

 

Destaques 2011 de los Hermanos – Argentina & Chile

        Este ano me surpreendi mais com os vinhos do Chile, que andavam meio por baixo neste blog, e de menos com os vinhos Argentinos que, na minha taça, sofreram de falta de criatividade sendo que os vinhos mais elaborados estão se tornando excessivamente caros, mesmo para o nosso mercado habituado a preços nas alturas, inclusive lá na Argentina. Algo para se pensar e refletir, tendo já tratado deste tema aqui.

       Os conceitos, que repetirei a cada post para que não pairem dúvidas, para a escolha destes Destaques de 2011 levam em conta os vinhos que mostraram algo acima de seus pares em sua faixa de preço, vinhos que surpreenderam. Grandes vinhos, como são a maioria dos Chutando o Balde ou Sem Noção, são ótimos, mas ao preço que cobram, têm que ser isso mesmo! Esses relacionarei nas listas que virão a seguir, porém hoje cito alguns que me marcaram, cada um em seu estilo e proposta diferenciada, inclusive de preços que podem e devem variar em função da carga tributária em cada Estado. Minha base de preços é das mais caras do mundo, São Paulo! Enfim, preparem-se para uma maratona de dicas e vinhos a começar por estes rótulos Argentinos e Chilenos que foram Destaque em minha taça.

  • Cabal Reserva Malbec – Uma grata surpresa porque está abaixo dos R$40 e passa 12 meses em barrica e 12 em adega. Madeira presente sem exageros, muito saboroso e equilibrado em que tudo se une numa sinfonia bem orquestrada sem destaques a não ser o conjunto. Dentro desta faixa de preços, um dos melhores malbecs que provei este ano.
  • Lugi Bosca De Sangre – Luigi Bosca é sinônimo de bons vinhos e este não é diferente. Lançamento recente, é um vinho algo mais poderoso e estruturado do que a maioria dos vinhos da casa que primam pela finesse. O De Sangre, no entanto, consegue unir a estrutura a um final elegante e muito saboroso num corte pouco usual de Cabernet, Merlot e Syrah intenso e de taninos bem presentes que pedem algum tempo de aeração. Custa algo ao redor de R$90,00.
  • Alma Negra Pinot Noir– comprado e tomado por influência da amiga Gabi, é um pinot que surpreende por unir os dois mundos num só em perfeita e gostosa harmonia. Um vinho que satisfaz tanto aos amantes dos caldos do velho como do novo mundo. Faz jus aos vinhos da casa já que o Malbec também é muito bom. Com preço ao redor dos R$76,00, é uma boa opção de Pinot argentino sem exageros de extração e álcool.
  • Carlos Basso Signature Blend – da Viña Amalia, este rótulo leva o nome de seu criador e proprietário da bodega. Um vinho complexo e muito rico elaborado com Cabernet, Malbec, Merlot e Syrah que mostra uma estrutura tânica aveludada, muita fruta e um final longo e saboroso, algo especiado. Por volta dos R$100, um rótulo que só vem confirmar a boa fase porque passam os blends argentinos.
  • Paso de Piedra Cabernet Sauvignon – Vina Alicia é uma bodega do grupo Luigi Bosca que trabalha vinhos mais butique. Este Cabernet é uma delicia, taninos finos, boa acidez,nariz bastante aromático que comprova que esta cepa gera ótimos vinhos na Argentina e que deveria ser mais olhada pelos amigos apreciadores destes caldos. Preço ao redor dos R$65,00 e vale cada centavo.
  • Dos Fincas Cabernet/Merlot – esta linha de vinhos elaborado pela Viña Amália, é da gama de entrada da vinícola e surpreende pois custa pouco mais de R$30,00. A Wine Enthusiast lhe deu 91 pontos, o que acho meio exagerado, porém é aquele vinho que ultrapassa expectativas e certamente entrega mais do que se paga por ele. Para agradar quem aprecia vinhos e não assustar quem não é tão chegado, uma ótima pedida para fazer bonito em eventos e uma bela pepita que encontrei neste meu garimpo por mares fora das obviedades e vinhos mais comerciais que estão por aí há anos sem nada acrescentar!

         O Chile foi dos países Hermanos aquele que mais me surpreendeu este ano com vinhos realmente muito interessantes e de bom preço considerando-se a qualidade entregue. Nas listas que produzirei com os Achados de 2011 por faixa de preços, um monte de rótulos chilenos certamente estarão presentes. Nem todos pude incluir no portfolio da loja e outros provados nem dão as caras no Brasil, mas no todo uma linha de produtos para se tirar o chapéu. Os vinhos ícones estão pela hora da morte e, cá entre nós, super valorizados não valendo o que estão cobrando por eles, porém num patamar de até R$200 se acham grandes vinhos que, ás cegas, certamente darão pau em muitos dos rótulos mais afamados.

  • Lauca Reserva Cabernet Sauvignon – Conheci os vinhos desta vinícola há cerca de uns dois anos e fiquei feliz por vê-los finalmente chegar por aqui. Possuem m bom Pinot, mas o que mais me surpreendeu depois de tanto tempo provados, foi este Cabermet. Para quem gosta de bons Cabernets e não está a fins de mais goiaba e pimentão tão comuns nos cabs chilenos. No mais, já escrevi sobre ele aqui e custa algo ao redor de R$50,00 que, junto com o Sucre Cabernet Reserva, são boas opções a preço acessível á maioria.
  • Estampa Carmenére/Malbec – por falar em vinhos acessíveis, este por volta dos R$40,00 é um achado e tanto junto com seu irmão Cabernet/Petit Verdot . Este produtor há muito que anda na contramão do que a maioria dos chilenos fazia, tendo se especializado somente na produção de blends evitando os varietais. Cortes inusitados e no final resultados sempre muito positivos. A malbec aporta uma fruta mito saborosa que equilibra e completa o herbáceo mais peculiar da carmenére formando um conjunto vibrante e harmônico. Pelo preço então, um achado e tanto.
  • Chono San Lorenzo Estate– um baita vinho encorpado e rico, vinho premium da Geo Wines (leia-se Alvaro Espinosa – um craque na arte de fazer vinhos) elaborado com uvas orgânicas de vinhedos com mais de 40 anos. Um vinho denso, encorpado que se mostra bastante gastronômico mas que precisa, ainda jovem com pouco mais de três anos de vida, de um tempinho de aeração para que ele nos entregue todas a sua complexidade de forma mais exuberante. Um belo vinho , blend de cinco uvas, que deve acompanhar carnes untuosas de forma magnífica. Custa ao redor dos R$115 e não frustra quem paga o preço.
  • El Milagro Syrah – um delicioso exemplar desta cepa que se deu muito bem no Chile. Nesta faixa de preços, entre R$50 a 55, este e o Sucre Syrah Reserva, que já mencionei em outros anos, são dois dos melhores rótulos para quem gosta desta cepa. Sedutoramente aromático, mostra muita tipicidade da cepa com gostosa fruta e especiarias que formam um belo conjunto de boa acidez e madeira aplicada no ponto. Um vinho irresistível e muito bem feito pela Viñedos Puertas.
  • Chocalan Grand Reserva Blend – se o Chono é um blend de cinco uvas, este vai além, são seis; Cabernet Sauvignon, Carmenere, Syrah, Malbec, Merlot e Petit Verdot. Bom corpo e textura, taninos macios e sedosos, complexo e harmonioso, final de boca elegante com notas de chocolate e boa persistência, um vinho que surpreende. Preço ao redor dos R$100,00.
  • Chacai – 0 vinho top da vinícola William Févre, importante produtor francês conhecido por seus bons Chablis, é o Antis, porém é o Chacai que mais me chamou a atenção e agradou. Gosto muito de sua linha Espino também, especialmente o Chardonnay, mas este realmente enche a boca de prazer e, com isso, cumpre o papel de todos grandes vinhos. A uva protagonista é Cabernet Sauvignon, este 2008 possui 15% de Cabernet Franc o que o enquadra como um varietal e o de 2007 tinha uma proporção grande de Carmenére. A versão 2009 (que bateu o Don Melchor no Descorchados de 2012 com 93 pontos), no entanto, é quase que só Cabernet Sauvignon. O que se destacou na minha taça foi o 2008 que se mostrou concentrado, jovem com taninos finos muito presentes, notas defumadas, frutos negros, um belo vinho que tem ainda muitos anos pela frente. Dos mais baratos nesta faixa de qualidade e complexidade, cerca de R$125,00.

        Com isto terminei os Chilenos e Argentinos. Amanhã tem mais. Salute, kanimambo e seguimos nos vendo por aqui ou na Vino & Sapore onde sempre haverá uma taça amiga para o receber.