Encontro Mistral

Encontro Mistral Review Parte II

Estou de volta para falar um pouco mais e de forma suscinta sobre alguns dos destaques deste Encontro Mistral 2019. Começo sempre pelos brancos e por falta de tempo os tintos acabam passando para um segundo plano, mas algo consegui provar e a maioria, rs, Lusos!

A Quinta da Pellada de Álvaro de Castro dispensa apresentações para a maioria dos aficionados pelos vinhos portugueses especialmente os do Dão, região ainda pouco conhecida e de reputação duvidosa em função do monte de zurrapa que andou chegando por aqui mas que faz alguns anos começa a mudar e o consumidor precisa baixar a guarda e explorar a região. Eu tenho uma queda especial pelos vinhos da região onde tem muita gente produzindo vinhos de altíssimo nível entre eles este que é de tirar o chapéu para todo o seu portfolio. Aqui foram 4 os vinhos de destaque num portfolio todo muiiito bom. Um branco excepcional elaborado de vinhas velhas, dizem que devem existir algo como umas 40 diferentes castas num verdadeiro field blend, que é de cair o queixo dos amantes de bons vinhos em especial dos brancos, soberbo é o menor dos adjetivos a ser usado aqui! Primus (USD149,50) é o nome da fera, um tremendo de um vinho com grande potencial de guarda, mas que já se mostra estupendo. Aromas frutados com toques cítricos nuance de pera, algum floral, dá para fungar um tempão aqui, mas a prova numa situação destas não propicia isso. Na boca é cremoso, rico meio de boca para deixar deslizar com calma e curtir cada segundo, mineral, acidez marcante sem agressividade, macio e muito longo, vinho para dar muito prazer de tomar e foi uma novidade para mim.

Três tintos divinos que foram uma revisita e estão certamente sempre entre os melhores do Dão sendo que um é um projeto que envolve o Douro também. Pape (USD127,90), Carrocel (USD225,00) e o DODA (USD135 o 2012) que é um projeto conjunto com o Dirk Niepoort e junta vinhas velhas do Douro e do Dão, vinho que consegue harmonizar a potência do Douro com a elegância e frescor dos vinhos do Dão, demais! Neste dia o que mais me agradou entre os três, mas certamente três grandes vinhos que todo o aficionado por vinhos portugueses deve conhecer e colocar em seu wish list. Se não der para pagar por aqui, compre na sua próxima viagem a Portugal, as não deixe de mergulhar nestes vinhos clássicos do Dão. Buscando um DODA 2011 para meu niver de 65 anos em Janeiro, presente antecipado será mais que bem vindo! rs

Quinta da Lagoalva – meu porto seguro no Tejo e o Diogo sempre nos trás uma surpresa, desta vez um vinho com Tannat e um surpreendente Sauvignon Blanc fermentado em Barrica. Não fotografei tudo, bobeei (!), mas quero ressaltar dois outros vinhos.Lagoalva Branco (USD18,90) – o vinho do Tejo mais parecido com um vinho verde que conheço. Muito fresco e frutado é um tremendo de um achado nessa faixa de preço, para tomar muitas. O Lagoalva de Cima Alfrocheiro Grande Escolha (USD55,50) é para mim um dos melhores se não o melhor Alfrocheiro vinificado como varietal que eu já tomei e este 2011 está soberbo. Complexo, denso, aromático com muita estrutura e corpo, mas de taninos aveludados e de muito boa persistência, literalmente bato ponto no estande sempre que lá vou só para revê-lo e aí me surpreendo com as outras coisas que ele traz. Outro vinho que é uma baita relação PQP (preço x Qualidade x Prazer) é Quinta da Lagoalva Castelão/Touriga Nacional (USD27,50) sempre um porto seguro. Agora vamos às surpresas:

Dona Isabel Juliana 2012 (USD135,00) – Uau, vinhaço! Ainda fechado, precisando de tempo para mostrar todo seu potencial, mas já marcante um vinho de grande personalidade proveniente de um blend de Alfrocheiro, Alicante Bouchet, Tannat e Syrah, nascido para durar! rs Fermentado em barricas francesas novas e de segundo uso onde estagia por 14 meses, estas castas potentes se uniram para compor um conjunto de muita qualidade e equilíbrio, carnudo, ótimo volume de boca, notas tostadas, frutos negros, taninos aveludados, final interminável, vinho com grande potencial de guarda para voltar a provar daqui a uns três ou quatro anos.

Lagoalva Barrel Selection Branco 2014 (USD69,90) a grande surpresa para mim, um Sauvignon Blanc fermentado em barricas francesas de primeiro uso onde estagia por quatro imperceptíveis meses. Cinco anos de idade e vendendo frescor para quem quiser comprar, grama, frutos tropicais, notas vegetais sutis, prazeroso para enganar muitos “especialistas” se colocado às cegas em degustações da casta. Portugal e seus incríveis terroirs e enólogos talentosos sempre nos trazendo uma surpresa a mais quando achamos que nada mais vai sair daquela cartola. Adorei o vinho, porém não sei quanto a guarda, mais um ou dois anos certamente, mas eu tomava é já!!

Bem, parece que afinal não fui tão sucinto assim (rs), mas vai faltar mais uma parte, sim mais lusos, mas não só! rs Kanimambo pela visita, saúde

Encontro Mistral Review Part I

Já faz algumas semanas e mal e mal publiquei umas fotos (no Face) de alguns dos vinhos que para mim foram destaque e alguns nem fotografei, gente demais e nem sempre fácil sequer tirar uma foto. De qualquer forma, hoje, finalmente, consegui um tempo para falar um pouco dessa experiência imperdível que é participar deste evento. Visitei alguns produtores já previamente selecionados e me esbaldei nos brancos, para variar, mesmo com alguns grandes tintos na parada.

Vallontano do amigo poeta e “fazedor” de vinhos Luis Henrique Zanini – primeiramente uma prova para matar as saudades de seu divino espumante L.H. Zanini Extra-Brut 2015 (R$100,00), sobre o qual já falei aqui, excelente como sempre e uma compra segura sempre, complexo, fresco, delicia! Do Espumante, só safras especiais e um produção ao redor de 4 mil garrafas, lançado em 2008, 10, 11,12, 13, 15 e 16. Lançamento novo, seu L.H. Zanini Tinto 2013 (R$128), blend de Ancellota, Tannat, Teroldego, Alicante Bouschet e Tempranillo. Pelas uvas já dá para ver que estamos diante de um vinho poderoso, de grande estrutura que requer algum tempo de aeração. Elaborado com uvas parcialmente passificadas no melhor estilo do Veneto, apresenta-se com um ótima intensidade aromática, muito rico, equilibrado, denso de ótima textura, um vinho de respeito que precisa ser apreciado com calma e esta prova só me fez querer tomar mais porque lá não dava. Um vinho de classificação pessoal “I” de Incuspível! rs Certamente um vinho que em breve encontrará seu caminho para minha Adega e na foto o mestre com sua obra.

Joseph Drouhin Borgonha na veia – bons Chablis, mas o Chassagne-Montrachet Marquis de Laguiche 2013 (USD269), um Premier Cru, estava um espetáculo mostrando porquê esses vinhos serem um marco no mundo dos Chardonnays. Um privilégio que deu vontade de pegar uma cadeira e sentar do lado, cuspir esse jamais, mais um classificação “I” coisa que é quase praxe neste evento, mas deste vou ficar na vontade mesmo, tenho cacife não! rs Quem tiver bala na agulha pode mergulhar de cabeça sem medo de ser feliz, tremendo vinho.

Conde de Valdemar Viura Barricado (USD45)- namorava fazia tempo e tive que rever, bom volume de boca, fresco, complexo e longo, um vinho que surpreende e seduz. Muito boa acidez, nariz exuberante, longo final com um toque abaunilhado tipico da fermentação em barrica, um vinho marcante que fez a minha cabeça e que possui um preço justo considerando preços Brasil ou seja, esse dá para tomar volta e meia.

Catena Adriana White Bones (USD159,50) – tremendo chardonnay de Gualtalarry a cerca de 1500 metros de altitude que lhe aporta uma acidez magnifica. Fermentado e envelhecido em barricas de 225 e 500 litros com parcial formação de flor (tipo Jerez) o vinho apresenta notas salinas, cítricas, mineralidade, muito boa estrutura mas a madeira ainda precisa se integrar neste 2015, excelente mas um par de anos mais certamente o transformará num vinho magnifico e assim a que está na minha adega (2014) irá descansar por mais um ano quando a abrirei para comemorar meus 65 anos. Não é “só” um grande Chardonnay, é um dos grandes vinhos argentinos da atualidade com notas altíssimas de tudo quanto é critico. Por sinal, tudo o que sai desse vinhedo é especial, uma preciosidade que preciso visitar!

Tem mais, obviamente, porém não dá para colocar tudo em um post então vou alternando porque tenho bastante coisa acumulada, mas acho que já deu para você entender o nível do evento né? Por outro lado, se vocês desdenha brancos (estação do ano não tem nada a ver!) não sabe o que está perdendo e precisa provar algumas destas preciosidades. Para quem gosta, se esbalde e tem mais a caminho! rs

Abraço, kanimambo pela visita e desculpem minha ausência, tenho andado bastante ocupado e para escrever aqui preciso de tempo, não dá para compartilhar qualquer coisa de qualquer modo, eu não consigo fazer isso e você não merece essa falta de cortesia de minha parte.

Saúde

Encontro Mistral Está em Sua Nona Edição!

Tenho andado sem tempo para Falar de Vinhos, semana que vem retorno, porém não poderia deixar de comentar a nona edição do Encontro de Vinhos Mistral semana que vem e que, desta feita, trará 68 renomados produtores de vinho para o evento de 2019. Criado em 2003 e realizado a cada dois anos, o evento chega a sua 9ª edição como um dos mais respeitados eventos de vinho do Brasil. Em São Paulo, acontece nos dias 27 e 28 de maio, no hotel Grand Hyatt, e no Rio de Janeiro, no dia 29, no Belmond Copacabana Palace.

Vinícolas das principais regiões produtoras de 14 países serão representadas por seus proprietários ou enólogos, que apresentarão pessoalmente ao público mais de 450 grandes rótulos. Grandes nomes do vinho estarão presentes nesta edição. Entre destaques do Velho Mundo estão o espanhol Miquel Ángel Cerdà, proprietário da Ànima Negra e Terra de Falanis; o francês Jean-Louis Despagne, da Château Tour de Mirambeau; e os italianos Roberto Stucchi, enólogo da Badia a Coltibuono, Paolo Coppo, da Coppo, além de Paolo Campagnola, da Campagnola e Luca Speri, da Speri, duas vinícolas que entraram recentemente para o portfólio da importadora.

Portugal também tem representantes de prestígio no evento, como  o enólogo Luis Patrão, da Herdade de Coelheiros, Luis Cerdeira, proprietário da Soalheiro, e voltam ao país produtores já conhecidos do público, como Diogo Campilho, da Quinta da Lagoalva, Maria Castro, da Quinta da Pellada, e Luis Pato, uma das maiores celebridades do vinho português.

Do Novo Mundo, participam os chilenos Maria Paz e Matias Garcés, proprietários da Viña Garcés, e os enólogos Bernardo Troncoso, da Viña Montes, Emily Faulconer, da Viña Carmen, e Andrea Leon, da Lapostolle; o argentino Ernesto Catena, proprietário da Tikal; e os brasileiros Luís Henrique Zanini e Ana Paula Valduga, proprietários da Vallontano.

O público poderá também provar rótulos de consagradas propriedades, como as francesas Joseph Drouhin e Georges Vigouroux; as gregas Gaia, Boutari e Cambas; as espanholas Vega Sicilia, Alión, Pintia, Pesquera e Viña Bujanda; as alemãs Selbach Oster e Robert Weill; as sul-africanas De Wetshof e Boekenhoutskloof; a húngara Oremus; e as argentinas Catena Zapata, El Enemigo e Bodegas Caro.

A lista completa de expositores segue abaixo e dentro de tantos e tão bons, fácil se perder! A verdadeira escolha de Sofia e cada um tem a sua, mas eu já selecionei (com asterisco) aquelas que eu visitarei. Se der, ainda incluo mais umas duas ou três, mas vou ter que chegar cedo!! Programa para dois dias na verdade e se começasse às 16h melhor, vai faltar tempo para o papo. rs Para quem tiver bala na agulha um belo programa é os dois dias com jantar e pernoite no hotel, da hora né??

PAÍS PRODUTOR
África do Sul Barista
África do Sul Boekenhoutskloof*
África do Sul De Wetshof
Alemanha Domdechant Werner
Alemanha Hans Wirsching
Alemanha Robert Weill
Alemanha Selbach Oster*
Argentina Alamos / Catena Zapata
Argentina Bodegas CARO (Catena Zapata & Château Lafite-Rothschild)
Argentina El Enemigo
Argentina Ernesto Catena*
Áustria Riedel
Brasil Vallontano*
Chile Lapostolle
Chile Viña Carmen
Chile Viña Garcés Silva
Chile Viña Montes
Espanha Anima Negra / Terra de Falanis*
Espanha Bodegas Julian Chivite / Gran Feudo
Espanha Bodegas Luzón*
Espanha Bodegas Valdemar
Espanha Castell del Remei / Celler de Cérvoles
Espanha Pesquera/ El Vinculo / Dehesa La Granja
Espanha Vega Sicilia / Alión / Pintia / Macan
Espanha Viña Bujanda / Finca Valpiedra / Cosecheros y Criadores / Finca Antigua
EUA Drouhin Oregon*
França Chateau Tour de Mirambeau
França Georges Vigouroux
França Joseph Drouhin
França M.Chapoutier*
Grécia Boutari
Grécia Cambas
Grécia Gaía
Hungria Oremus
Itália Badia a Coltibuono *
Itália Berta (Grappa)
Itália Campagnola
Itália Castello di Montepó *
Itália Coppo
Itália Masciarelli
Itália Lungarotti
Itália Speri
Itália Tenuta Capezzana
Portugal Blandy’s
Portugal Symington (Graham’s / Altano / Prats&Symington)
Portugal Herdade de Coelheiros
Portugal Luis Pato
Portugal Quinta da Lagoalva*
Portugal Quinta da Pellada / Quinta de Saes*
Portugal Quinta do Côtto*
Portugal Quinta do Vale Meão
Portugal Soalheiro*
Uruguai Pisano*

Ainda dá tempo e vale muito a pena, mas corra que os ingressos estão se esgotando e não haverá venda no local. Fica a dica, kanimambo e saúde

ENCONTRO MISTRAL 2019

São Paulo: 27 e 28 de maio – Grand Hyatt (Av. das Nações Unidas, 13301)

Rio de Janeiro: 29 de maio – Belmond Copacabana Palace (Av. Atlântica, 1702)

Horário: das 17h às 21h30

Preço: R$350

Reservas e informações:

(11) 3372 3400

encontro@mistral.com.br

www.mistral.com.br/encontro

 

Mais Um Grande Evento de Nossa Vinosfera – Encontro Mistral

 

Logo Encontro Mistral           É, pensou que tinha acabado com a Expovinis e Encontro de Vinhos Off, errou! Certamente talvez seja a principal semana do ano, mas existem mais dois grandes eventos no ano que não perco, O Encontro Mistral e o Decanter Wine Show. Afora isso existem algumas dezenas de importantes eventos sendo realizados ao longo do ano como o Gambero Rosso (só Itália) da semana passada (não pude comparecer) e outros do mesmo nível porém mais setoriais. Como eu gosto de garimpar vinhos que podemos tomar ou seja que estejam aqui, eu me esbaldo nesses eventos extremamente frutíferos que tento sempre compartilhar com os amigos leitores.

Este evento da Mistral realizado a cada dois anos é daqueles que não devem ser perdidos pelo enófilo apaixonado por bons vinhos. Não é barato, mas o portfolio de produtores presentes é excepcional e vale o preço. Desde vinhos acessíveis a grandes vinhos, está tudo lá para degustar e garimpar onde colocaremos nosso rico dinheirinho na hora da compra. No próximo dia 5, 6 e 7 de Maio no Grand Hyatt em São Paulo, a Mistral traz em sua 7ª edição deste grande evento, proprietários e enólogos de mais de 60 grandes vinícolas de 16 países. Poderia ficar aqui listando diversos grandes rótulos e novidades que serão lançadas no evento, porém prefiro vos passar uma lista das vinícolas presentes ao evento, podendo mudar, porque o resto é decorrência! Eu vou usar esta lista para montar meu roteiro antecipadamente e só depois me aventurar por outros caminhos, aproveitem eu recomendo. Não haverá venda de ingressos no local então melhor se antecipar porque os ingressos são limitados. O Grand Hyatt fica na Av. das Nações Unidas, 13301 – Brooklin próximo ao shopping Morumbi, Horário: das 17h às 21h30 e o investimento no garimpo: R$ 290,00 por dia. Reservas e informações: (11) 3372 3400 e www.mistral.com.br . Clique na imagem para ampliar. Com asterisco o meu roteiro inicial!
Encontro Mistral 14

É isso, uma ótima continuação de fim de semana prolongado, eu sigo trabalhando e estarei tanto hoje como amanhã na Vino & Sapore recebendo os amigos com uma taça de espumante ou um tinto, quem sabe! Salute e kanimambo, Segunda tem mais.

 

 

Encontro Mistral 2010 – Uma Experiência Ímpar

          Dois dias são pouco para tantos néctares num evento que poderia se chamar; Mistral Wine Experience! Há poucos encontros de grandes produtores como este e a equipe toda da Mistral e sua assessoria de imprensa estão de parabéns pela organização, simpatia e eficiência. Uma pena que não pude estar presente na Terça, pois a cobertura do evento estaria mais completa, porém a Fispal me chamou e, mesmo sem o mesmo glamour, tive que comparecer. Tinha uma lista de 19 produtores a visitar o que obviamente se tornou impossível de fazer tendo, a muito custo, encarado nove!

Quinta da Pellada – Já começo por aquele que mais me surpreendeu e encheu olhos, olfato e palato de enorme satisfação fazendo aflorar emoções, muitas emoções! Para quem conhece, os meus amigos portugueses certamente sabem do que estou falando, uma coleção de néctares que deveria ser servida acompanhada de uma almofada para tomar de joelhos!

 

Vinhos espetaculares, um dos grandes produtores que fazem e honram o nome do Dão com galhardia. Entre os mais tradicionais vinhos de gama de entrada, os Quinta de Saes, muito bem feitos e com preço, no nosso triste contexto, bom, e os de topo de gama como Pape, Carrocel e Doda (corte do Dão e Douro), veio uma novidade, um estupendo branco tendo como protagonista a uva encruzado, o Primus 2009. Delicia, comprovando o fato de que esta cepa é origem de alguns dos melhores brancos produzidos em terras lusas. Todos vinhos excepcionais, mas provar vinhos de extrema elegância, riqueza de sabores, harmônicos, equilibrados e frescos mostrando sua aptidão gastronômica como o Carrocel, Doda e Quinta da Pellada Touriga Nacional elaborados com leveduras indígenas, é uma honra que, por si só, já valia a entrada. Tiro meu chapéu para o prorietário e enólogo Álvaro Castro e já coloquei mais alguns rótulos em meu wish list.

Pazo de Senorans, a albariño tratada com maestria e de forma diferenciada. Na Espanha o tradicional da elaboração com vinhos desta cepa, tende a ser feita com um bom estágio em barricas que lhe dá uma característica muito particular, mas não é o caso aqui. Neste caso falamos de uma apologia da fruta com o mais “básico” dos vinhos, Pazo de Señorans 2008, um vinho para ser consumido jovem, preferencialmente entre dois a três anos, passando por 20 dias “sur lie” e o resto o inox faz. Muito vibrante e alegre, cítrico, maçã verde, balanceado, muito bom. Já o Pazo Seleccíon de Anada 2002, é um vinho que tanto pode ser tomado jovem, quando apresentará uma determinada característica de maior frescor, ou em até 10 anos quando seus aromas terciários mostrarão uma outra faceta do vinho. Gente, 38 meses “Sur Lie”, engarrafado com estágio em bodega entre 12 a 18 meses antes de sair ao mercado! É de uma complexidade incrível com um frutado mais maduro (pêssegos, nectarina), guloso, certamente um dos melhores vinhos desta cepa que já tive o prazer de provar. Este 2002 vai para o pódio, um grande vinho branco.

Dr. Burklin-Wolff, um dos mais importantes produtores da região de Pfalz, vinícola familiar que detém algumas das melhores áreas de vinhedos de Riesling. Uma linha extremamente gratificante de se levar á boca e eu me encantei por três rótulos em especial.  O Riesling Qba Trocken 2006 que custa ao redor dos R$75,00 é um belo exemplo do estilo de Riesling que me seduz; boa intensidade aromática, mineral no ponto, sutil e delicado com um final de boca algo especiado e longo. Como gama de entrada, me surpreendeu! O Bohlig Premier Cru Trocken 2007 é muito bom, nariz mais tímido, porém cresce muito na boca mostrando-se muito balanceado. Agora, o Ruppertberger Gaisböhl Auslese 2002 (vinho de sobremesa) é de lamber os beiços e pedir bis em função de seu incrível equilíbrio de doçura e acidez com uma riqueza de sabores que encanta, maravilha!

Quinta do Vale Meão, um dos grandes produtores do Douro, colecionador de prêmios e pontuações altíssimas dadas pelos maiores experts em nossa vinosfera. Vinhos tradicionalmente mais encorpados e densos que precisam de tempo para mostrar todas as suas qualidades. Dizem que o Quinta Vale Meão 2000, seu primeiro vinho, está agora no topo de sua exuberância. Eu não sei, nunca o provei, mas tenho uma garrafa de 2001 que pretendo abrir no ano que vem, agora o 2007 está estupendo mostrando que esta safra no Douro é mesmo excepcional. Como nos Vinhos do Porto, o clima desta safra traz harmonia e elegância aos vinhos tornando-os mais amistosos desde já sem inibir a capacidade de evolução. Grande vinho e seu segundo rótulo, Meandro 2007, mostrou as mesmas características e custa um terço do preço. Podendo, compre e guarde o Quinta Vale Meão por uns quatro a cinco anos, mas aproveite o Meandro desde já!

Bollinger, um produtor de Champagne que dispensa apresentações, mas que minha boca não conhecia, eheh. São champagnes de outra categoria do que estamos habituados a ver por aí na faixa dos R$180 a 200,00. Muito mais complexos e envolventes, bom corpo com um volume de boca pouco comum, são mais caros, mas são especiais e até certo ponto exclusivos já que a produção é pequena para os parâmetros da região. Estupendo o Bollinger Special Cuvée, mas o Bollinger Grande Anné Vintage 1999 mexe com a gente de uma forma difícil de explicar, deixando marcas na memória que demorarão a sumir. Para ocasiões muito especiais e inesquecíveis, como ele!

Cazes, um produtor francês biodinâmico do Languedoc que voltou a casa depois de um breve período perambulando por outros lugares. Sou fã de seu Canon du Marechal , um muito agradável assemblage de syrah com merlot, mas o que me seduziu mesmo nesta prova foi seu Ambré 1996 um vinho doce fortificado com 15% de teor alcoólico que passa 7 anos em tonéis de 10.000 ltrs e parece um Porto Tawny envelhecido, um vinho que arrebata corações e finaliza uma refeição como poucos. Belissímo vinho!

Nativa, estava curioso por conhecer esta novidade da Mistral. Pertence ao grupo Santa Rita (Sta. Rita / Dona Paula e Carmen entre outros) e é um projeto totalmente orgânico com produção nas diversas regiões produtoras no Chile. O projeto é tocado pelo enólogo chefe Felipe Ramirez que aportou toda a sua experiência obtida na França trabalhando com um dos papas da Biodinâmica, Marcel Deiss. Gostei bastante do que vi e provei, os preços poderiam ser um pouco melhores até para poder divulgar mais este estilo de produção, em especial do Gewurztraminer 2008 que possui uma personalidade diferenciada, menos floral,nariz mais sutil, boca seca , mais voltado para comida do que para aperitivo. Um outro branco muito bom é o Chardonnay Gran Reserva 2006, surpreendentemente fresco para a idade. Passa 12 meses em barrica francesa, 20% novas, mas o vinho se mostra leve, sutil, bem frutado mostrando que madeira bem usada pode sim exaltar em vez de encobrir as qualidades de um vinho. O Cabernet Reserva é bastante interessante, mas seu grande vinho é o Nativa Gran Reserva Cabernet Sauvignon 2006 muito equilibrado, macio, boa textura, um vinho que agrada sobremaneira.

Isole e Olena, uma vinícola italiana de fina estirpe, um dos mais importantes nomes da Toscana e um verdadeiro terremoto de sensações. Não sobra pedra sobre pedra, após provar seus seis vinhos, todos de grande qualidade.  Só o Chardonnay não me encantou, no resto, todos teriam amplo espaço em minha adega! A safra de 2006 na Toscana, tem muitas das características da de 2007 no Douro ou seja, vinhos muito elegantes fruto de um clima muito propicio para a produção nos vinhedos. O Chianti Classico com 12 meses em barricas de 4º e 5º uso tendo como protagonista a Sangiovese devidamente coadjuvada por 15% de canaiollo e o restante com diversas outras cepas autorizadas, é sofisticado, fino, rico e macio na boca, porém o Ceparello com 100% de Sangiovese e 18 meses de barrica é de cair o queixo, um lorde de fraque e cartola, boa estrutura, rico, complexo e imensamente longo. Espetáculo, escrevo e babo! rsrs. Na linha Colezione de Marchi, nome da família, um bom e agradável Syrah, mas o Cabernet Sauvignon rouba a cena com seu ótimo corpo, muito expressivo de seu terroir tanto que essa personalidade muito própria corria solta na boca dos convidas presentes que o haviam provado. Um grande vinho. De babar mesmo, o Vin Santo 2000 elaborado com trebbiano e Malvasia passando 7 anos em barrica. Para completar minha alegria e entrar em êxtase, só faltou um queijo Bleu de Bresse!

 

Livio Felluga, o Friulli em sua quinta essência! Magnificos vinhos brancos, um deleite para quem, como eu, é apaixonado por este estilo de vinhos. Todos muito frescos, equilibrados e ricos, tendo adorado o Friullano 2008 que possui uma paleta olfativa cativante e é vibrante na boca, seduzindo ao primeiro gole. Estupendo o Illivio Pinot Bianco 2007, 10 meses de barrica imperceptíveis, untuoso, equilibrado, fino e o maravilhoso Terre Alte 2007, blend de Sauvignon Blanc, Friulano e Pinot Bianco, complexo, grande finesse, balanceado, longo, inesquecível. Pena que não tenho bolso para estes vinhos, adoraria tê-los na adega e poder me deliciar com esses verdadeiros néctares de vez em quando. Baita experiência, somente viável num encontro destes!

           Magníficos, saborosos e marcantes momentos passados nestes dois dias em que pude comparecer. Vão aqui duas dicas; enviem o programa com guia de produtores antes pois isso ajuda na organização da visita e comecem umas duas hora antes. É muita coisa para pouco tempo, mesmo que se possa comparecer os três dias! Meus agradecimentos e parabéns à Mistral, Ciro e equipe, Sofia Carvalhosa  e Hyatt que se supera a cada evento desses.

Salute e kanimambo, agora é esperar 2012!

Encontro Mistral – Direto do Front

Primeiro dia deste importante evento realizado a cada dois anos e tempo não só de rever alguns quantos vinhos e pessoas, como navegar por mares nunca dantes navegados atrás de novidades e aquele rótulo especial perdido atrás de outros mais reluzentes. Foi um dia cansativo, até porque uma evento desses precisaria de pelo menos mais umas quatro a cinco horas, mas devo voltar na Quarta, então certamente registrarei outras descobertas. Falemos do dia de hoje!

               Não estava nos meus melhores dias, até a câmera esqueci, mas deu para sentir o clima, rever amigos e já fuçar alguns interessantes rótulos que merecem destaque. Não fui com o objetivo de provar os grandes vinhos, mas sim de buscar vinhos de qualidade com preços camaradas. No entanto, difícil não colocar na taça algumas preciosidades, ao fim e ao cabo estamos no Enontro Mistral!

Cá del Bosco – que Champagne que nada! Depois de provar este Franciacorta Cuvée Prestige Branco, blend de 75% Chardonnay, 15% Pinot Noir e 10% Pinot Bianco, cortado com lotes reserva de safras anteriores e 28 meses sur lie, me pergunto do porquê comprar os Chandon, Veuve Cliquot e outros champagnes básicos disponíveis no mercado? Mais caros e não chegam aos pés deste estupendo espumante que anda, pela taxa cambial vigente, algo em torno de R$170,00. De tirar o fôlego, mousse e perlage de encantar os olhos e na boca só estrelas, imperdível. Mais uma, não deixe de provar o tinto Curtefranca 2005; um blend bordalês em  75% cortado por 25% de Nebbiolo e Barbera!  O preço não é dos mais competitivos, por volta dos R$130, mas é um vinho que desperta nossos sentidos e mexe com nossas emoções, muito bom. Grazzie Bruno!

Mas de Daumas Gassac (Languedoc) e sua bonita e simpática diretora Victorine Babé que fala um português bem legal. Uma linha básica bastante interessante, especialmente o Moulin de Gassac Syrah 2008 e Guilhem Rouge 2008, ambos vinhos de boa qualidade para o dia a dia, saborosos e frescos, leves, taninos macios, fáceis de se gostar tanto na taça quanto no bolso já que custam ao redor de R$40/42. Agora, seu Daumas de Gassac Rouge 2008 é um grande vinho e, do jeito que gosto, complexo fruto de um assemblage de 80% Cabernet e o restante um “pout pourri” de 20 cepas entre elas Tannat, Malbec, Tempranillo, Pinot Noir, um verdadeiro vinho de influência globalizada. O preço segue a complexidade do vinho, algo em torno de R$200.

Castello di Montepó/Jacopo Biondi Santi, sem grandes comentários, todos seus vinhos são de muita qualidade, inclusive seu mais básico, o Braccale Rosso Maremma 2005 que custa algo em torno de R$78,00. Excelente  o Morellino di Scansano Riserva 2000, um baita vinho porém foi com o Sassoaloro 2005 que me entendi melhor . Vinho de muito boa estrutura, rico, taninos aveludados mas firmes ainda mostrando garra para encarar um bom par de anos. Preço ao redor de R$135,00.

Paolo e Noemia D’Amico, tendo como anfitriã a simpática Noemia D’Amico que, para nossa surpresa, é brasileira! Com produção numa região pouco conhecida, a de Lazio, o forte são seus brancos, entre eles os charconnays e, em especial, o Calanchi di Vaiano 2006 (cerca de R$85) que passa tão somente um mês em barrica para mero afinamento e que está delicioso e muito bem balanceado. Surpreendeu o fato de que o Falesia 2006 que passa 12 meses em barrica tinha básicamente a mesma cor do Calanchi! Muito bons e vale a pena encostar por aqui um tempinho.

Quinta da Lagoalva, nos traz a nova safra (2009) do Castelão/Touriga Nacional que é um vinho sedutor e que se mostrou em ótima forma, boa relação Qualidade x Preço x Prazer com seus cerca de R$45, melhor ainda quando o dólar vai para os R$1,75! Já o projeto de seu Late Harvest que comentei aqui, chega finalmente ao Brasil com apenar, repito, apenas oitenta e poucar garrafas. Está estupendo, rico e muito bem equilibrado é uma delicia na boca, sedutor e conquistador, mas o preço acompanha a limitada disponibilidade, cerca de R$153. Se disponível, não deixe de provar.

Vallontano, nasce um dos grandes goleiros do Brasil, apesar da idade, o Luis Henrique Zanini! Brincadeiras á parte, foi no ano passado que pela primeira vez na mídia, eu publicava foto de seu mais recente lançamento, o espumante rosé. Desta feita ele lança sua obra prima, um espumante muito especial que será interessante colocar às cegas contra outros graúdos no mercado. É o LH Zanini Extra Brut 2008, um senhor espumante com jeito de champagne. Só 2500 garrafas produzidas, 24 meses de autólise e sem uso de licor de expedição. Não deixe de provar!

Masi Tupungato, o projeto da Italiana Masi em terras mendocinas onde tem plantados os únicos vinhedos de Corvina neste canto do mundo, 140 hectares para ser exato.  Usando a Corvina pelo método ripasso (com a secagem das uvas) eles fazem uma segunda fermentação quando é adicionada a Malbec, nascendo assim o Paso Doble 2007, vinho saboroso, macio e fácil de se gostar e hoje em torno de R$38,00 o que é uma das melhores opções nesta gama de preços. Gostei bastante também do Paso Blanco 2009 um Torrontés que leva um corte de Pinot Grigio tornando o vinho muito balanceado e fresco, próprio para frutos do mar grelhados ou aperitivo e custa só R$35,00 ou próximo disso.

Para finalizar os que mais me marcaram ontem, não poderia deixar de mencionar a visita à Família Symington sempre muito bem representada pelo João Machete Pereira e Dominique Symington. Graham´s, Altano, Quinta de Roriz, Malvedos, DoW’s, Quinta do Vesuvio, Blandy’s Madeira e outros mais, este grupo produz qualidade e os prêmios internacionais só comprovam isso. Os Portos Vintage 2007, boa parte dos quais tive a oportunidade de provar e alguns estão neste Encontro, tiveram pontuação de 100 pontos, 99, 97, 94, ou seja um ano que mais do que de Vintage Clássico, mostrou ser um Ano Symington, não teve para ninguém! Minha paixão por seus vinhos é declarada e conhecida, então que tal conferirem se eu tenho razão para isso? Do mais básico Altano Douro, passando pelo delicioso e fino Altano Biológico, Prazo de Roriz e Quinta de Roriz Reserva com sua riqueza e mineralidade ímpares e sedutoras, aos novos vinhos tintos da Quinta do Vesuvio e o estupendo Post Scriptum o melhor “2º vinho” que já provei, é só alegria. Depois, antes de ir embora, não deixe de finalizar com seus deliciosos Portos Tawny envelhecidos e Vintages 2007 disponíveis. Só isso já basta! Tem mais no entanto, tem um posicionamento de preços muito interessante com seu Altano básico custando por volta dos R$42,00, um Prazo de Roriz e Altano Biológico por volta dos R$65,00 e o Post Scriptum e Pombal do Vesuvio por volta dos R$104,00. Imaginem então se a taxa voltar para comedidos R$1,75 a 1,78!

Salute e na Quarta retorno com câmera para colher imagens e mais sabores neste incrível Encontro Mistral. Amanhã tem mais. Fotos colhidas com o celular na Quarta-feira já que, pasmem, a peça aqui esqueceu de checar a bateria da camera e não levou a reserva (o que faço sempre) e murphy, obviamente, deu as caras!

kanimambo

Encontro Mistral Experience – II

                Na verdade foram 17 produtores visitados, não 16 como anteriormente mencionado; Joseph Drouhin, Louis Jadot, Chateau Tour de Mirambeau, Maison Chapoutier, Dopff au Molin, Domaine Baumard, Pascal Jolivet, Quinta do Monte D’Oiro, Quinta do Vale Meão, Graham´s, Anima Negra, Penfolds, Wynns, De Wetshof, Seghesio, Alion e Pisano. Provei diversos vinhos de muito boa qualidade, mas alguns me encantaram mais que outros. Gostaria de listá-los aqui abaixo com os preços estimados em R$ já que, como devem sabem, os preços da Mistral são em USD convertidos à taxa do dia.

  • Quartz de Chaume 2005, já escrevi um post sobre este vinho de sobremesa que é, para mim, um vinho muito especial, um vinho de reflexão. Um vinho de grande expressão e personalidade que merece ser reverenciado. O preço é condizente, mas arrisco dizer que vale cada gota, R$235,00.
  • Graham´s Tawny 40 anos, nunca tinha tomado um tawny 40 anos. O máximo a que tinha chego era um 20 anos e, este, é de cair o queixo! Que coisa gente, custa R$430,00 e, quem tiver bala na agulha e quiser impressionar alguém, sirva este vinho. Difícil descrever todas as sensações, mais um vinho de reflexão!
  • Quinta do Monte D’Oiro Reserva, nem sempre me encanto com aqueles vinhos cantados em verso e prosa pela grande maioria dos críticos. A expectativa criada é enorme e, na maior parte das vezes, a prova fica aquém disso. Não é o caso deste vinho que é, realmente, impressionante. Elaborado num estilo Cote Rotie, um corte de 95% de Syrah com um “tempero” de Viognier, é um vinho espetacular que enche a boca de prazer. Floral, especiarias, fresco, grande intensidade aromática, muito complexo na boca, uma baita vinho de grande elegância e finesse com um longo final e que faz jus a todos seus prêmios e reconhecimento internacional. Vinhaço! Quero mais, pena que o preço não cabe no meu bolso, R$ 210,00. Tem gente que gasta muito mais por vinhos tidos mais famosos, ficariam surpresos ao tomar este.
  • Arretxea Tannat/Petit Verdot, um novo lançamento, ainda muito jovem, mas espetacular. A Pisano tem vinhos a partir de cerca de R$20,00 até este de cerca de R$85,00 e, cada um deles vale cada centavo gasto. Desde os vinhos de baixa gama até este e o Axis Mundi (que descrevi como um vinho espetacular mas para guardar para tomar em 2020), todos são extremamente bem elaborados e muito saborosos, mas este vinho tem um algo muito especial. Gostei muito do Torrontés, dá um banho nos Argentinos, e do Fabula um late harvest delicioso. Encantei-me mesmo, porém, é com este inusitado corte que gerou um vinho de grande complexidade que enche a boca de prazer. É um vinho que recomendo, mas que precisa de um tempo de guarda para atingir todo o seu esplendor. Boa relação qualidade x preço x satisfação.
  • Penfolds Bin 389, chamam-no de Petit Grange e, imagino eu com razão. Digo imagino, porque não conheço o Granje que é um dos principais ícones da produção de vinhos Australiana. Este 389, corte de Cabernet Sauvignon com Shiraz, é denso, rico, carnoso, incrivelmente saboroso, de grande intensidade aromática e bastante elegante na boca, com grande equilíbrio e persistência. Um vinho de enorme qualidade que precisa de tempo para se abrir. Por cerca de R$117,00, me aparece um bom custo X beneficio.
  • Chryseia 05, eu conheci o 2001, estou para escrever sobre ele, que é um vinho de reflexão, um espetáculo de vinho e um dos melhores que já tomei. Este 2005, ainda muito novo, está diferente, mas similar na exuberância exalando finesse. Mais um vinhaço desta dupla Prats & Symington por um preço ao redor de R$300,00. Uma boa opção para quem, como eu, não pode arcar com este custo é o Post Scriptum, um segundo vinho deles, que está maravilhoso e custa “somente” R$95,00.
  • Seghesio Zinfandel, pela primeira vez experimentei um vinho elaborado com esta uva e comecei com o pé direito já que a Seghesio é Doutor Honoris Causa nesta cepa. Não sei se me encantou mais o Old Vines ou o Home Ranch, os dois de vinhas antigas, que estavam espetaculares, absolutamente deliciosos. Vinhos bem encorpados, mas com taninos finos, boa harmonia apesar de um teor alcoólico um pouco alto, muito saborosos e um final bem longo. Dois baita vinhos, ambos na faixa de R$167,00.
  • Wynns, um blend (corte/assemblage) de Cabernet Sauvignon/Shiraz e Merlot que me surpreendeu. Muito intenso concentrado, uma paleta aromática cativante,na boca se apresenta muito equilibrado, denso e muito elegante. Um belíssimo vinho com um preço muito camarada para um vinho Australiano com esta qualidade, R$ 55,00.
  • Pascal Jolivet Pouilly-Fumée, acho que foi o Les Grillotes (lembram, meu material sumiu?!) 2006. Um produtor de vinhos com uma filosofia de pouca intervenção nas vinhas, deixando com que a natureza trace seus caminhos. O vinho é de uma elegância, um finesse e um caráter muito próprios que impressiona tanto na boca como no nariz. Vinho para curtir com calma, o Sauvignon Blanc levado ás alturas. O preço, entre R$100 a 130,00 dependendo do rótulo.
  • Dopff au Moulin Riesling Grand Cru. Gostei muito do Gewurtzraminer deles, mas foi este Grand Cru que me encheu de prazer. Grande frescor, aromas cítricos que se confirmam na boca, boa estrutura, ótima acidez e bastante complexo. Mais um daqueles vinhos para curtir com tempo. O Gewurtzraminer está por cerca de R$64,00 e o Riesling Grand Cru por R$105,00. Vinhos que não são baratos, como a grande maioria dos vinhos da Alsácia, mas valem o que se cobra.
  • Graham´s Vintage 1980, espero que o Lilo importe este vinho que não está disponível no Brasil. Não sei quanto poderá vir a custar, mas é do ano em que minha filha nasceu e andava louco para comprá-lo. Tinha pedido para um amigo me comprar uma na Garrafeira Nacional em Lisboa, mas quando ele chegou, tinham levado a ultima garrafa um dia antes! Por incrível que pareça, mesmo com 28 anos nas costas, mais uma meia dúzia de anos não farão nada mal para este vinho que ainda apresenta um bom frescor e taninos presentes. Uma delicia na boca e um privilégio poder provar um Vintage que, apesar de não ser de um grande ano, mostrou grandes qualidades. Sem preço.
  • Graham´s LBV 2001 – O achado da feira. A melhor relação Qualidade x Preço x Satisfação, do que provei. A Graham´s parece que está se especializando em produzir vinhos de grande qualidade com ótimos preços. O vinho de mesa deles com o rótulo Altano, é um Douro muito saboroso e fácil de gostar por cerca de R$35,00 o que é um dos grandes achados do mercado. O da safra de 05 está especialmente agradável. Este LBV é outro achado. Muito sedoso, frutado, taninos finos, elegante, pronto para beber por excepcionais R$62,00. Este vou colocar na adega, sem duvida alguma!

Grande furo da visita a este Encontro especial, o lançamento que Dominic Symington (leia-se Graham´s) está tramando para o inicio do próximo ano o “Pombal do Vesúvio Reserva”. Guardem este nome porque será, certamente, mais um grande vinho a ser produzido em Portugal e um sério candidato a ser mais um ícone a sair desta casa produtora. Ainda não está finalizado, o corte poderá sofrer algumas alterações ainda, mas mostrou grande intensidade, concentração e elegância com enorme potencial. Um verdadeiro Blockbuster, sem duvida alguma, e 2009 o confirmará!

              Previsto ver, mas que fiquei no desejo já que era impossível ver todos em tão curto espaço de tempo; os Alemães, em especial o Dr. Burklin-Wolf e o Robert Weil, Niepoort, Luis Pato, Campolargo, Quinta do Côtto, Quinta de Roriz, Bodegas Valdemar, Julián Chivite, Pazo de Señorans, Tokaji, Tikal, Finca Valpiedra, Perez Páscuas, Casa Lapostolle e Viña Carmen. Ficam para uma próxima oportunidade. Salute e kanimambo.