Fabre Montmayou Gran Reserva Merlot

Desafio Sul Americano de Merlots

Pessoalmente, mesmo sendo um grande fã e divulgador da necessidade de diversificar, tendo a acreditar que a grande uva brasileira, mais precisamente do Vale dos Vinhedos, é a Merlot. Produzimos muita quantidade de bons Merlots, talvez na média superiores aos de nossos hermanos argentinos, uruguaios e chilenos. Alguns dos Merlots tops brasileiros brigam pau a pau com seus congêneres sul americanos e quiçá do mundo, mas como ter a certeza?

Tem gente, por outro lado, que não é chegada em Merlot, é tem disso! rs Eu sempre acho que a razão disso talvez seja porque nunca tenha provado ou tomado um grande Merlot. Aliás, para quem me diz que não gosta de Merlot eu lembro que um dos vinhos mais conceituados do mundo é um Merlot, um tal de Petrus, não sei se já ouviram falar? rs

Pois bem, neste próximo dia 11 de Abril, uma Quinta-feira, armei uma degustação às cegas para começar bem o ano agora que o carnaval terminou. Na Vino & Sapore a partir das 20horas, ás cegas, em ordem aleatória degustaremos os três principais Merlots nacionais – Pizzato DNA (R$280), Miolo Terroir (R$175), Valduga Storia (R$260) versus Fabre Montmayou Gran Reserva Merlot (R$220) da Argentina, Santa Ema Amplus Merlot do Chile (R$185) e Bracco Bosca Gran Ombú do Uruguai (R$500).

Teremos apenas 12 vagas para quem se candidatar a compor a bancada de juízes da noite. Para preparar o palato um espumante de primeira e para acompanhar, água, pãozinho, queijos, embutidos, café e estacionamento gratuito. Essa experiência custará R$175,00 por pessoa, pagos no ato da reserva. E aí, vai deixar passar? Fico no aguardo de vosso contato e à disposição no caso de eventuais dúvidas.

A Vino & Sapore fica na Rua José Felix de Oliveira, 875 acesso pelo km 24 da Rodovia Raposo Tavares sentido interior, centrinho da Granja Viana. Saúde, kanimambo e espero vos ver por aqui neste desafio de respeito, quem ganhará?

 

Menos, Menos, o Vinho Só Tem que Nos dar Prazer

Uma das coisas que me irritam em nossa vinosfera ainda é a mania de alguns em colocar o vinho num pedestal onde, em minha opinião, ele não deveria estar! Acho que o vinho é algo social, culturalmente uma bebida que nasceu para acompanhar comida, jantares, amigos em volta de uma mesa, coisa simples como o pão e o azeite. Não deveria ser algo complicado e cheio de mistérios, frescuras e salamaleques.

Está certo, existem segredos e misticismos que envolvem o vinho e o fazem especial entre o mundo das bebidas, porém devemos tratá-lo de uma forma mais simples e tentar não complicar. Deu prazer, ponto, objetivo alcançado! Um de meus melhores momentos com vinho foi numa tasca do interior de Portugal com um primo que há anos não via; direto da barrica num copo de requeijão acompanhando pataniscas de bacalhau feitas na hora! Tudo simples, tudo ótimo, e como Fernando Pessoa já dizia; “Tudo vale a pena Se a alma não é pequena.”

O titulo deste post veio em decorrência de uma experiência que fiz há poucos dias com alguns confrades. O tema que escolhi para o encontro foi, Uvas de Bordeaux na Argentina. Em Bordeaux os vinhos são essencialmente, há exceções, assemblages de diversas uvas autorizadas pela AOC, basicamente as; Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Malbec, Carmenére e Petit Verdot então escolhi 4 varietais para provar, todos vinhos muito qualificados: DV Catena Malbec-Malbec, Fabre Montmayou Gran Reserva Merlot da Patagônia, Angelica Zapata Cabernet Franc e Susana Balbo Signature Cabernet Sauvignon. Os vinhos estavam divinos sendo o Merlot uma das grandes surpresas da noite.

Varietais de Bordeaux

No dia seguinte, manhã cedo, hora da limpeza, verifiquei que as garrafas ainda possuíam algum caldo nelas, pouco, mas tinha. Decidi então produzir meu próprio assemblage, meu próprio “Bordeaux”! Partes iguais de Cabernet Sauvignon e Malbec (chuto uns 35% de cada), uns 20% de Cabernet Franc e finalizei com Merlot. Sem frescuras, só buscando prazer e deu certo. O vinho ficou muito aromático, fruta bem presente, aveludado e rico na boca, também olha só o que tive de matéria prima! Ainda vou querer reproduzir essa receita de forma mais técnica retirando uns 5% do Cabernet Franc e adicionando esse porcentual em Petit Verdot. Peguei as sobras da noite anterior e deu um belo almoço,

Tudo isso só para passar uma mensagem, solte-se! Tem gente que coloca gelo em vinho, outros coca-cola, ginger-ale ou seven up, tudo bem. Eu posso até não gostar ou discordar, mas dependendo do contexto e dos vinhos envolvidos, why not?! Viaje, experimente, faça coisas diferentes, quebre o establishment, seja infiel, curta a diversidade, se divirta. Nossa vinosfera não é tão séria e “amarrada” como alguns podem tentar lhe vender, então relaxe e curta a viagem sem preconceitos! O bom de nossa vinosfera é que não existem regras nem dogmas a serem seguidos então explore o infinito com vontade, aqui você pode e, numa dessas, você pode se dar bem, como eu!

Cheers, kanimambo e tenham todos um ótimo fim de semana. Semana que vem tem mais.