Frutos do Garimpo

Um Borgonha 1er Cru, Porque Eu Merecia!

É, de vez em quando porque o bolso anda curto, mas eu também mereço um carinho na taça! Quando me dei conta vi que não tinha tirado a foto com a taça, mas esses momentos têm dessas coisa, nos tiram o foco, rs. Bem, Borgonha 1er Cru é vinho para mais de 600 pratas, mais próximo aos 1000, porém há opções outras quando a gente garimpa um pouco e este fica abaixo das 400 pratas se conseguirem achar por aí. Segue sendo uma bela grana, porém já dá para uma eventual extravagância volta e meia, nem que seja numa confraria!

Les Clous Monthelie 1er Cru Pinot Noir 2008 – um Borgonha de muito bom nível com um preço bem camarada dentro desse mundo mais exclusivo. A AOC Monthelie possui algo ao redor de 120 hectares (nada!) de menor notoriedade que seus vizinhos Meursault, Pommard e Volnay, por isso mais em conta. Deste, apenas 36 hectares são denominados como 1er cru distribuídos em 15 climats* e este vem de Les Clous, elaborado por Domaine Reyane & Pascal Boulley, quinta geração, pequeno produtor com apenas 10 hectares distribuídos entre Monthelie, Beaune, Volnay (sede) e Pommard. Colheita manual com fermentação em cubas abertas (moda antiga), com maturação em barricas francesas por 18 meses, das quais somente 25% novas. Um vinho pronto a tomar, mas que vale até guardar por mais um par de anos porque certamente irá evoluir muito bem.

Boa intensidade aromática com bastante frutos do bosque (cerejas, mirtillos) ainda bem vivos, sous-bois (terra molhada) e um sutil toque floral, na boca taninos ainda bem presentes e finos, muito rico meio de boca, taninos elegantes e delicados mas bem presentes, aveludado, alguma especiaria, notas de bosque final bem prolongado, mineral e balanceado. Difícil encontrar este patamar de qualidade da Borgonha nesta faixa de preço e eu gostei muito. Quem conseguir segurar a garrafa por um tempo certamente se dará ainda melhor

*Climat – de acordo com a revista Adega, “Enquanto o terroir pode ser definido como o conjunto de tipo de solo, de clima, características da região e da interferência do homem, o climat pode ser considerado um aprofundamento desse conceito em cada parcela de vinhedo.” Para simplificar consideremos um climat como uma forma de um zoom, de filtro mais micro de uma região

Este foi um de meus vinhos selecionados para o Frutos do Garimpo do mês. Por hoje fico por aqui, kanimambo pela visita e seguimos nos encontrando por aqui ou em qualquer curva desta nossa vinosfera.

Saúde

Uau, Que Surpresa, Que Chardonnay!

Todo mês garimpo oportunidades para a Confraria Frutos do Garimpo, mas nem sempre o resultado é bom o bastante para que esses rótulos possam fazer parte da seleção do mês. Alguns meses até deixo passar, porque para mim a qualidade é fator número 1!

Este mês experimentei muito e aprovei pouco, mas a pepita que sobrou na minha peneira é exatamente isso, uma pepita! Em vez de dois rótulos com duas garrafas cada ou quatro com uma de cada, desta feita decidi apenas e tão somente manter um único rótulo e o kit mínimo de duas garrafas a máximo quatro por confrade, achei que o vinho merece esta vênia! rs Há muito tempo não provava, na verdade tomava porque não me contive de ficar só na prova, um Chardonnay de tanta qualidade, uma surpresa muito agradável vinda de Casablanca no Chile. A surpresa foi tanta e o entusiasmo tamanho que até esqueci de fotografar! rs Assim que tome outra, porque essa não escapa, tiro e publico aqui.

Cantagua Gran Reserva Chardonnay 2016, um vinho de alta gama, um belo chardonnay com apenas seis meses de barrica que se mostra  muito delicada e bem integrada, com grande capacidade de guarda em minha opinião. A paleta olfativa é marcante com notas lácteas e num segundo plano frutos tropicais num conjunto que pede uma taça própria, e não me fiz de rogado. Na boca é cremoso, a fruta dá um passo à frente e mostra todos os seus predicados com muito frescor, notas cítricas, final de boca mostra uma certa mineralidade, seco com boa persistência e acidez bem balanceada. Vem da região de Casablanca, uma das melhores do Chile para vinhos brancos e só vem confirmar essa aptidão. Por sinal, quem tiver uma taça de Chardonnay, Riedel ou similar, use o resultado é outro, uma bela turbinada num vinho já muito bom.

Viajei neste vinho e não foi para o Chile não, me lembrou alguns bons borgonhas já tomados tanto pela riqueza, pela mineralidade sutil como pela finesse. O último gole da última taça servida foi difícil de engolir só de pensar que estava terminando, deixei rolar na boca um tempão deixando escorregar bem devagar! rs Gente, sem medo de dizer que fazia tempo que um Chardonnay não mexia comigo como este o fez e sim, me entusiasmou. Talvez até possa ter exagerado um pouco nestes meus comentários, mas quando um vinho mexe comigo deste jeito minha paixão fala mais alto, fazer o quê? rs Os Confrades que optaram pela seleção do mês vão poder avaliar (comentem aqui depois) se exagerei ou não, mas de qualquer forma quis compartilhar este achado com os amigos leitores em geral. Quem gosta de um bom Chardonnay certamente deve provar este vinho, quem sabe você não sente o que eu senti, só não vai mais ser surpresa! rs

No dia que provei, convidei uns amigos apreciadores para o avaliar junto comigo e pedi para que me dessem a percepção de valor de cada um ou seja, quanto eles achavam que podia valer esse vinho, quanto eles pagariam por vinho similar. Resultado, R$160,00 ou por aí, então o preço de mercado pesquisado de R$143,00 me parece condizente com a percepção gerada, legal isso. Agora resta você conferir, eu vou é beber mais porque tenho algumas chegando.

Mas João, um branco neste frio?? Uai, e a gente pára de tomar cerveja ou comer um sorvete só por causa disso? Vinho tem ocasião, não estação, desencana!! rs Por hoje é só, kanimambo pela visita e seguimos nos encontrando por aqui ou em qualquer outro ponto de nossa vinosfera. Sáude!!

Cheers Smile

 

 

 

 

 

 

 

PS. Importadora Optimum. Disponível na Vino & Sapore e outras boas lojas do ramo.

 

 

 

 

Chile, Dois Novos, Bons e Baratos Vinhos na Taça!

A busca por vinhos de boa relação PQP (Preço x Qualidade x Prazer) não cessa nunca e desta feita a origem é o Chile e uma só marca que já comentei aqui em outra ocasião com vinhos de valor algo mais alto, pero no tanto! Chegaram a fazer parte, como estes dois, da confraria Frutos do Garimpo numa parceria com o importador, a Lusitano Imports que acertou em cheio na escolha do produtor. São os vinhos Nancul, desta feita da linha Elegant com preço no mercado entre os R$45 a 50,00 e, na minha opinião, duas gratas surpresas que valem muito o preço. Aliás, do ponto de vista de percepção de valor, a resposta tem sido sempre bem acima do valor pago e recomendo. Vamos lá, vamos falar dessas duas pepitas que caíram na minha peneira! rs

Nancul Elegant merlotNANCUL Elegant Merlot – aquele vinho que não tem erro, agrada a gregos e troianos sendo super versátil no quesito harmonização. Eu tracei com pizza, num final de tarde fria de Sábado, mas podia ser um hamburguer ou nada, só um encontro harmonizando amigos e um bom bate papo. O Elegant no nome creio que foi uma escolha acertada do produtor que buscou e conseguiu exatamente isso. Um vinho de corpo médio, taninos macios, meio de boca rico e saboroso, fruta madura sem cair naquela geleia enjoativa, acidez equilibrada, média persistência que deixa na boca uma sensação de prazer (valor) maior ao preço pago o que hoje em dia é cada vez mais raro!

 

NANCUL Elegant Carmenére – O que mais me atraiu nele foi o fato de ele não Nancul elegant carmenéreapresentar aquelas nuances verdes agressivas que costumam ser bem presentes nos vinhos desta cepa nesta faixa de preços. Muito pelo contrário, o vinho se mostrou muito equilibrado, de corpo médio e aromas frutados com um leve toque de especiarias no final de boca, taninos aveludados, gostoso de tomar! Mostra cuidado em sua vinificação, colheita no tempo certo de madurez, um Carmenére para quebrar preconceitos e mostrar que seguir provando é essencial. Deu-se bem com bifes de chorizo na brasa e pelo preço, em minha opinião, uma tremenda barbada para um vinho desta qualidade

Dois bons vinhos, muito agradáveis de tomar que satisfazem sem deixar rombos no bolso. Acerto do Fernando da Lusitano Import em ter garimpado estes vinhos e ter adotado uma política de precificação adequada que deixa, em nós consumidores, um sorriso a mais no rosto fora o prazer. Linha que vale ser explorada sem temor, tudo o que provei até agora tem me agradado bastante e espero que possa também ter essa experiência e depois comente algo por aqui, sempre bom ter esse feedback dos leitores.

Estes vinhos fizeram parte dos Frutos do Garimpo de Agosto. Saúde e kanimambo pela visita.

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Mais dois Vinhos na Taça, um Duo Luso-Italiano!

Um duo Luso-Argentino de 2010; vigores diferentes, sabores diferentes, patamares de preço diferentes, mas similares no prazer que despertam.

Ruca Malen Petit Verdot Reserva 2010 – Venho ao longo dos tempos verificando os Ruca malen reserva PVbenefícios que um pouco desta cepa bordalesa nos cortes de diversos vinhos consegue fazer por eles. Sempre em pequenos porcentuais, a Petit Verdot aporta cor, sabor e corpo aos vinhos dando-lhes uma riqueza e complexidade que muito me satisfazem. É uma cepa difícil em sua terra natal, Bordeaux, de amadurecimento muito tardio o que muitas vezes faz com que boa parte da colheita se perca tornando seu uso escasso e caro devido à quebra de produtividade. Nos países mais quentes no entanto, esse tempo de amadurecimento se dá de forma mais administrada devido ás condições climáticas. Um exemplo no Velho Mundo são os vinhos espanhóis, região de verões mais quentes e longos, elaborados com ela. Já no Novo Mundo, de condições climáticas mais adequadas, a cepa vem sendo vinificada como varietal com a ocorrência de um fato que já verificamos na vinificação de vinhos Tannat, que é a “amansada” dos vinhos através de micro oxigenação e um período mais adequado de amadurecimento, produzindo rótulos mais harmônicos, menos tânicos enquanto preserva suas características de estrutura  e riqueza de sabores.

No Desafio de Petit Verdot de 2010, a melhor relação Custo x Beneficio foi exatamente este vinho, na época o de safra 2007, que apresentou uma paleta olfativa com forte presença de frutas negras compotadas com um leve toque químico, mostrando-se bastante convidativa. Na boca possui a boa estrutura típica da casta, vigoroso, bom volume de boca, taninos finos ainda presentes, mas sem qualquer agressividade, frutado, equilibrado com uma acidez interessante e gastronômica, tabaco, final saboroso ainda que a madeira tenha aparecido um pouco, aerar por uma meia hora num decanter certamente fará aflorar todo seu potencial. Uvas de dois vinhedos, um de Agrelo e outro do Vale de Uco, com passagem de 12 meses por barrica francesa e americana, certamente um vinho para prazeres à mesa com uma boa carne.

Casa da Passarela Dão, a Descoberta 2010 tinto – A principio relutei, poderia um vinho de entrada de gama deste bom produtor casa da passarela a descoberta tintoainda mostrar vigor após cinco anos de garrafa? Já o conhecia, mas como será que ele teria resistido ao tempo? Bem, bastou apenas um gole para que quaisquer dúvidas minhas se dissipassem ! Três uvas típicas da região; Alfrocheiro, Tinta Roriz, Jaen e Touriga Nacional perfazem o “quarteto fantástico” das uvas do Dão que aqui resultam num tinto bastante aromático com notas de fruta vermelha, terra seca, madeira e um toque floral. Na boca acidez correta e controlada, uma certa rusticidade nos taninos que não ferem porém ainda se mostram bastante presentes se abrindo na taça. Frutado com algumas notas vegetais suaves, especiarias e boa persistência. Mais um vinho que pede comida e nada tem de ligeiro, mostrando personalidade e bom corpo.

Faz tempo que digo que a maior parte dos vinhos portugueses, mesmo os de gama de entrada (quando o produtor é bom!) ganham muito com um tempinho de guarda e mesmo para os mais simples e corriqueiros, três anos é padrão. A estrutura das castas adicionadas à tradicional boa acidez é a razão por trás dessa característica. Quando o produtor tem qualidade e o terroir ajuda, esse tempo cresce um pouco mais e este vinho, na minha opinião, comprova isso.

Esses foram mais dois rótulos que estiveram presentes nos Frutos do Garimpo de 2016 e são vinhos que merecem ser conhecidos ainda dentro do conceito que tanto insisto, da diversidade! Diversidade de países, uvas, estilos, tem tanta coisa boa em nossa vinosfera, por quê se limitar à mesmice? Como já diz o ditado, quem não arrisca não petica, então vamos nos arriscar um pouco mais?

Saúde, kanimambo pela visita e seguimos nos enconrando por aqui ou pelos diversos caminhos de nossa vinosfera.

Só Brancos na Frutos do Garimpo do mês Passado

Confraria Frutos do Garimpo - Logo para e-mailA seleção que consegui fazer para este inicio do Ano Novo, Janeiro, foi especialmente grata de montar porque adoro brancos e porque achados de ótimo preço são sempre um prazer encontrar quando no garimpo! O quente verão, apesar destas última semanas para lá de chuvosas, tem tudo a ver com eles assim como a gastronomia da época que pede alimentos mais leves. Minha opinião sobre estes vinhos segue abaixo.

Rotas do Alentejo Branco 2015 – Do Alto Alentejo sendo composto de Arinto (45%), Antão Vaz e Verdelho que resultam num vinho fresco, seco, com bom final de boca que pede bis. Leve para médio corpo, com rico meio de boca, boa acidez sem agressividade, muito bem equilibrado com um teor imperceptível de 13% de álcool, cítrico com toques de nectarina (ou algo similar). Boa intensidade olfativa em que a fruta fresca dita o tom, mesmo não sendo exuberante é muito convidativa e reflete bem o que está na taça. Na minha opinião um achado, possui densidade de boca sem o peso que costuma caracterizar os brancos de região quente alentejanos. Muito agradável e sedutor, já o tinha comentado aqui. Preço de mercado sugerido pela importadora GAL em Floripa, R$60,00.

VSE Chardonnay Reserva 2014 – um vinho de altitude, menos comum no Chile, de vinhedos a cerca de 900 metros no Vale de Aconcagua nas encostas dos Andes. Só 30% é fermentado em barricas sendo o restante em tanque de inox o que permite que a madeira no vinho seja muito sutil e elegante. Dias quentes e ensolarados, à noite desce uma brisa gelada dos Andes, resultando em boa variação térmica que gera as condições ideais para a maturação da uva e boa acidez. O que mais me seduziu neste vinho é seu equilíbrio, mostrando tudo o que esperamos de um bom chardonnay sem a forte presença de madeira que ofusca a fruta. Aqui os aromas frutais estão bem presentes, na boca mostra a cremosidade típica da uva, frutos tropicais, aquele toque de abacaxi muito bem balanceados pela boa acidez. Boa textura, um vinho que transmite, como a maioria dos vinhos desta seleção, uma percepção de valor superior ao preço de mercado. Um bom Chardonnay com preço idem e na confraria melhor ainda! Preço de Mercado sugerido pela importadora Almeria, R$69,00.

Apaltagua Reserva Sauvignon Blanc 2015 – este e o Pinot Grigio abaixo, são dois achados do ano de 2015, a essência dos vinhos com relação PQP (Preço x Qualidade x Prazer)! O vale de San Antonio a apenas 30 kms da costa e a sul de Casablanca, solo granítico, recebe toda influência da corrente de Humbolt que vem do oceano transformando a região como uma das melhores no Chile para a produção de brancos aromáticos (ótimos Sauvignon Blanc, Gewurztraminer e Rieasling) e Pinot Noir. Expressivo no nariz com notas cítricas, lima e sutis notas herbáceas nos convidam a levar a taça à boca onde o vinho confirma tudo o que anuncia na paleta olfativa. Os frutos cítricos despontam com um toque mineral de final de boca, muito balanceado, fresco, um vinho que agrada demais, pelo menos a mim e que acompanha muito bem frutos do mar, risoto de aspargos com brie ou só um bom bate-papo torradinhas e queijo de cabra! Preço de mercado sugerido pela importadora GAL em Floripa, R$60,00.

Apaltagua Reserva Pinot Grigio 2015 – mais que um achado, uma grande surpresa porque nunca tinha tomado um Pinot Grigio chileno e gostei muito. Intensa paleta olfativa com toques florais e frutado. Depois de fermentado em tanques de inox, passa cerca de 3 meses sur lie para intensificar aromas e ganhar um pouco mais de estrutura enquanto preserva seu caráter frutuoso onde apareceu de forma um pouco mais vibrante as notas de maçã verde. Bom frescor, balanceado, com o mesmo final algo mineral do Sauvignon Blanc, porém aqui senti algo de salinidade, interessante e gostaria de ver se você acha isso também. Algo mais dourado na cor, o meio de boca me seduziu, gostosa textura e volume, um belo vinho nessa faixa de preço e assim fecho esta seleção. Preço de mercado sugerido pela importadora GAL em Floripa, R$60,00.

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A Frutos do Garimpo é uma confraria virtual com oportunidades e achados garimpados já com o preço de mercado bem convidativo e que,com a participação do produtor ou importador parceiro, traz aos confrades uma oportunidade de tomar esses vinhos com preços ainda mais convidativos, porém em quantidade limitada, deixando à livre escolha de cada um comprar ou não, sem qualquer obrigatoriedade! Trabalhando na seleção de Fevereiro, que está por sair da peneira, e em breve compartilho com os amigos daqui de Falando de Vinhos, já que os confrades, esses têm prioridade e já até os deverão ter tomado até lá! rs Aliás, os comentários dos confrades e confreiras por aqui são mais que bem-vindos.

Para quem perdeu ou quer mais dos vinhos provados, pesquise no mercado. Sei que na Vino & Sapore (Granja Viana/Cotia/SP) tem algo e no Armazem Conceição em Floripa também, mas certamente outros bons estabelecimentos do ramo os deverão comercializar, uma ideia de preços você já tem! Saúde, kanimambo pela visita e espero seguir vos vendo por aqui ou pelas esquinas de nossa vinosfera. Uma ótima semana para todos!

Frutos do Garimpo de Dezembro foi Espanhol!

A Espanha foi o país protagonista da seleção de Dezembro que se esgotou como sempre e a Almeria a parceira de sempre, ela que importa todos esses rótulos porém não atende consumidor final e respeita seus canais de distribuição, coisa rara hoje em dia! Quis selecionar rótulos que de alguma forma poderiam caber nas festas natalinas e de inicio de ano, de potencial harmonização com os pratos mais comumente servidos na época. Quem pode dizer se a escolha foi certa são os confrades que levaram os poucos kits disponíbilizados.

Eis os vinhos selecionados, sendo que desta vez optei por uma garrafa de cada vinho. Vinhos garimpados, provados por mim e que reunem as condições básicas para serem apontados como uma bela relação PQP (Preço x Qualidade x Prazer), e que na confraria se tornam verdadeiros achados. vamos aos vinhos, uma viagem pelas regiões de Espanha, sem tempranillo, sem Rioja e sem Ribera del Duero, porque ampliar horizontes também é preciso!

CFG Dez 2016

Visigodo 2015 – a uva Verdejo é a alma dos vinhos de Rueda, autóctone da região mesmo que também plantada em outras, gosto bastante de seu frescor, de seu perfil olfativo intenso em que aparecem notas florais bastante sedutoras. Este vinho tem bem essa tipicidade com muita fruta tropical presente, tanto no nariz como na boca onde ele confirma as primeiras impressões, leve toque herbáceo, final fresco e de média persistência. A meu ver, um vinho vibrante que trará felicidade aos que curtem os Sauvignon Blanc da vida, o estilo é similar. Para ser tomado só, acompanhado de um bate papo entre amigos e até um belo risoto de aspargos e brie ou frutos do mar dos mais variados aproveitando o verão e as férias. Preço sugerido pela importadora, R$64,00.

 

Campos Reales Rosado 2014 – a uva é a Garnacha, muito comumente vinificada em rosé na Espanha, e a região é La Mancha. Notas de framboesa, acidez bem equilibrada que elimina eventuais sensações doces, uma mineralidade presente que me surpreendeu, boa textura com interessante volume de boca, mais corpo do que estamos acostumados quando falamos de vinhos rosés, e o escolhi em função de sua aptidão gastronômica. Mais do que aqueles rosés mais leves e ligeiros, este vi acompanhando o peru de Natal com frutas, talvez até o Tender em função de sua boa acidez e bom volume de boca, seco, final longo. Se quiser explorar, fica da hora com arroz de mariscos, paella, ….Preço sugerido pela importadora, R$62,00.

 

Punto Y Comma 2009 (RP 90)- mais uma vez a Garnacha só que desta vez vinificado em tinto e elaborado com vinhas velhas de mais de 40 anos com passagem de 4 meses em barricas francesas. De Calatayud, próximo a Saragoça, um vinho que apresenta um nariz inicialmente tímido, fruta escura, especiarias, notas balsâmicas, taninos bem macios, vinho redondo já plenamente integrado, uma ótima companhia ao Tender ou até o Bacalhau para os que curtem este prato nesta época do ano. Recentemente o coloquei com uma Paella Mista (carnes brancas e frutos do mar), tendo harmonizado muito bem, e penso que com uma massa no almoço também poderá se dar muito bem. Com sete anos nas costas, talvez esteja em seu apogeu e creio que uma garrafa será pouco! preço sugerido pela importadora, R$100,00.

 

Altos del Cuadrado Triple V 2010 – um delicioso e surpreendente blend de Monastrel (70%), Cabernet Sauvignon (20%) e Petit Verdot (10%) de vinhedos com mais de 50 anos da região de Jumilla e ainda com um par de anos de vida pela frente, vendendo saúde. O contra rótulo está com indicação de uvas errado, e a informação de dados do blend foram colhidas junto ao produtor. Revi recentemente e confesso, peguei uma caixa para mim! O tipo de vinho que me encanta; cativante entrada de boca, nariz complexo de boa intensidade e notas de frutos secos. Na boca mostra ótima textura e volume de boca, de médio corpo para encorpado, salumeria, taninos finos ainda bem presentes, frutado sem exageros, notas terrosas, alguma especiaria, acidez equilibrada, mineral, final longo um vinho que faz salivar e pedir mais.

Os doze meses de carvalho (francês e americano) se mostram presentes porém perfeitamente integrados e acho que pode ser uma belo companheiro para o pernil com farofa, ou só com bons amigos, família, curtindo cada gole. Um baita vinho que vale cada centavo e mais dos R$110,00 sugerido pela importadora!

Bem, esses foram os vinhos da Frutos do Garimpo em Dezembro, na sexta falo de um branco português, do Alentejo e com o quê o harmonizei, gostei muito e mais um achado, o primeiro de 2017! rs Fui, saúde, kanimambo e seguimos nos encontrando pelos caminhos regidos por Baco.

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Um Belo Syrah Argentino

Para mostrar, por mais uma vez, que nem só de Malbec vive a Argentina e quem for hoje na ATE, vai sacar isso ao vivo e na taça. Os melhores syrahs argentinos costumam vir de San Juan, porém de Mendoza encontramos algumas preciosidades também, como este Arriero Syrah Reserva 2007, Hacienda del Plata, apenas 4600 garrafas produzidas e o vinhedo não mais existe então, quem 2015 - Set - Arriero Syrah reservetomou, tomou quem não tomou não tomará mais a não ser que tenha guardado! rs Este fez parte de minha primeira seleção na Confraria Frutos do Garimpo, conheça um pouco mais dessa pepita garimpada.

A vinha data de 1993 e a colheita foi manual, a seleção das uvas já começa nesta etapa onde são verificadas a saúde e maturidade de cada fruto. Após a fermentação alcoólica realizada em tanques de aço inox por 21 dias, o vinho é colocado em barricas de carvalho francês e americano por 9 meses onde permanece em temperatura controlada entre 9º e 14º C. O vinho é então engarrafado e envelhecido por mais 8 meses antes de ser comercializado.

Já o conhecia de outros carnavais, e voltou a me seduzir. Apresentou um nariz de boa tipicidade, fruta algo caramelada, bom corpo, entrada de boca firme que arredonda no meio de boca e termina aveludado, madeira bem colocada, especiado, com final de média para boa persistência. Mostrou estar bem balanceado, apesar de seu alto teor de álcool em torno de 14.5º que refletiu num final de boca um pouco quente que não chega a incomodar e um tempo de Decanter faz o ajuste final. Um vinho muito saboroso, mostrando que a Argentina também possui bons exemplares de Syrah, que deve fazer um belo contraponto a pratos de boa estrutura como ragu de rabada sobre cama de polenta, boeuf bourguignon, um bife de chorizo com uma boa dose de gordura, quem sabe um steak a poivre?

Um vinho ainda muito vivo, porém já mais comportado e integrado que deve ainda evoluir por mais um par de anos, mas no ponto desde já! Por hoje é isso, amanhã detalhes e preços de minha viagem à Serra Catarinense e seus Vinhos de Altitude, ficou da hora essa viagem de dia 28 de Outubro a 2 de Novembro. Kanimambo, salud e nos vemos por aí, nos caminhos de nossa vinosfera.

Confraria Frutos do Garimpo Chegou – PARTICIPE!

UltimasAmigos, nesse garimpo que venho fazendo há anos por nossa vinosfera, toda a hora me deparo com algumas pérolas e bons vinhos porém nem sempre ao preço certo. Mais raramente, no entanto, dou de cara com algumas belas ofertas desses mesmos vinhos que merecem ser compartilhados com os amigos então decidi começar esta exclusiva confraria de compras e oportunidades como forma de compartilhar esses Frutos do Garimpo. Não, não é mais um clube de vinhos, é uma Confraria, não havendo quaisquer cobranças mensais ou obrigação de compra.

Mensalmente, a partir de Setembro, sujeito a disponibilidade montarei uma série limitada de caixas (avisarei a quantidade disponível nas chamadas mensais) com 4 garrafas destes Confraria Frutos do Garimpo - Logoachados, frutos do meu garimpo. A cada mês os valores mudam (devendo ficar entre R$200 a 350) e os vinhos mudam, podendo até haver maior disponibilidade num ou noutro mês ou não haver nenhuma oferta já que, lembrando, são Frutos do Garimpo e aquela “pepita” nem sempre dá as suas caras e quando dá são de pouca monta! Podem ser duas garrafas de um mesmo vinho e as outras de dois vinhos diferentes, podem ser duas garrafas de dois rótulos, a cada mês a história será diferente, o objetivo é compartilhar as pepitas achadas nas entranhas de nossa vinosfera. Passo os preços com minha resenha dos vinhos e você compra se quiser e quando quiser, tendo tempo para pesquisar, porém como as quantidades serão limitadas a venda será realizada aos primeiros que confirmarem e somente uma caixa por pessoa.

O foco será, obviamente, na qualidade atrelada a um preço abaixo da média do mercado, diversidade de estilos e uvas, sendo coerente com tudo o que venho escrevendo já faz anos. Eventualmente poderei me deparar com outros frutos que não vinho, por exemplo um acessório, no qual o conceito também se aplique e o incluirei para apreciação dos confrades. Pintou oportunidade na minha praia, a idéia será compartilhá-la com você e disponibilizá-la aos confrades e confreiras se houver quorum. A confirmação da reserva se dará através de depósito em conta, após o qual faremos a entrega que será gratuita em Cotia,Alphaville e nos seguintes bairros de São Paulo > Morumbi, Vila Olímpia, Itaim, Jardins, Pinheiros, Sumaré, Perdizes e Butantã. Qualquer outro local de entrega ficará sujeito a cobrança de frete junto com o depósito da reserva e avisado antecipadamente. Eventualmente, poderá ser retirada na Vino & Sapore por aqueles que moram na região da Granja Viana, no entanto os Frutos do Garimpo não estarão disponíveis na loja e, caso venham a estar nas prateleiras, estarão com preço de mercado.

Gostou da idéia, tem interesse em participar? Pois bem, preencha o formulário clicando aqui e assim que tenha o primeiro “KIT” pronto, deve ser Setembro, lhe enviarei e-mail com os Frutos do Garimpo do mês e as resenhas. Estes achados não serão divulgados na internet ou em redes sociais, então sua inscrição na Confraria “Frutos do Garimpo” será a única forma de você vir a ter acesso a eles.

Kanimambo a todos que vierem a apoiar este novo projeto que se inicia agora em Setembro de 2015. Bem vindos a bordo e espero que a viagem seja prazerosa!

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