Harmonizar seja lá que for; pessoas, comida, vinho, cerveja, tapas, etc., é um exercício complexo que envolve uma série de sentidos e é muito pessoal já que cada um de nós tem seus próprios gostos, cultura e idiossincrasias. Por outro lado, mais do que nunca, é vero que em nossa vinosfera não existem verdades absolutas e a experimentação pessoal é necessária para que possamos encontrar nossos caminhos. Gosto de tentar harmonizar meus vinhos com bons pratos, nem sempre acerto e muitas vezes sou atingido por enormes e gratas surpresas, mas essa viagem pela busca é que que faz desse caminho um prazeroso passeio por novos sabores, porém não sou xiita!
Como bem explica Márcio de Oliveira em artigo que repico abaixo, “O ideal é que o vinho e a comida se complementem e para tanto é importante conhecer bem toda a estrutura do prato, como sua acidez, a doçura, sua intensidade, os temperos e ingredientes, além dos aromas e paladares e a intensidade dos vinhos para acompanhá-los.”. essas informações, no entanto, nem sempre nos estão disponíveis, então eu sempre uso e recomendo, de forma mais genérica, uma destas duas “regras” da harmonização; a da origem (pratos e vinhos da mesma região tendem a se dar bem juntos) e do peso (pratos leves com vinhos leves, pesados com vinho bem estruturado) lembrando sempre que vinhos de boa acidez (que te fazem salivar) são essenciais.
Ainda no artigo do Márcio, uma frase de um produtor francês, Jean-Luc Thunevin , chama a atenção; “Na França bebemos vinhos com comida. Se se harmonizaram bem, fica ótimo. Se não se casarem bem, não tem nenhum problema, pois o vinho é antes de mais nada um alimento ! O foco de harmonização é mais forte no Brasil do que na França!”. Como disse, não sou xiita, mas quando a soma dos dois ultrapassa o mero resultado matemático, a experiência boa se torna marcante e inesquecível! Essa busca me intriga e o resultado me encanta!! No artigo publicado pelo Márcio ele dá uma série de sugestões e em uma ou outra eu dou meus pitacos! rs
“HARMONIZAR ESTÁ NA MODA !
“Não podemos esquecer que o gosto é pessoal e toda a sua avaliação é em grande parte subjetiva, e que as regras de harmonização podem ajudar, mas não são absolutas. Para não errar, listamos algumas sugestões de pratos e vinhos, mas não se preocupe em se limitar a estas sugestões. Vale a pena experimentar e abrir a cabeça a novos paladares e harmonizações.
Entradas e saladas:
• Saladas com vinagre: água mineral ou Jerez fino
• Carpaccio: espumante, tinto leve
• Ostras: Chablis, Sancerre, Champagne , Muscadet sur Lie
• Salmão defumado: Riesling, Poully Fumé
• Salmão fresco: Chardonnay, Riesling
• Presunto e embutidos: Beaujolais Villages, Pinot Noir, Chianti, Valpolicella.
• Mortadela: Lambrusco seco
• Presunto cru: Jerez fino ou tinto frutado (Barbera, Dolcetto)
Peixes e Frutos do Mar
• Bacalhau: Branco amadeirado ou tinto jovem (depende muito do peso do bacalhau veja mais aqui)
• Frutos do mar: Brancos leves secos sem madeira Truta: Brancos secos de médio corpo (Chablis, Riesling alemão)
• Peixes leves: Brancos secos leves
• Peixes com creme de leite: Brancos secos médios ou encorpados (Chardonnays do Novo Mundo)
• Sushi/sashimi: Champagne brut, espumante nacional, Prosecco, Cava, Sauvignon Blanc, Vermentino, Pinot Grigio
Aves
• Pato: Tinto de médio a bom corpo (Bourgogne, Cote du Rhône, Shiraz australiano) – (Dão de idade mais avançada)
• Pato com laranja: Branco aromático
• Perdiz recheada: Borgonha tinto, Pinots da Nova Zelândia, Oregon e Casablanca/Leyda no Chile.
• Coq-au-vin: Bourgogne bem estruturado, Pinot Noir do Novo Mundo
Massas
Pizza e massas com molho ao sugo: Tinto leve ou médio (Valpolicella, Chianti)
Massas com frutos do mar: branco leve (Sauv. Blanc, Pinot Grigio, Soave)
Carnes
• Coelho: Tinto médio, Pinots Cordeiro: Bordeaux tinto, Rioja, Cabernet Sauvignon chileno, Brunello
• Caça: Borgonha tinto
• Fondue Bourguignone: Tinto médio (Bourgogne, Cabernet Sauvignon Brasileiro)
• Fígado: Tinto leve, jovem (Beaujolais) Vitelas: Branco médio ou tinto leve
• Cassoulet: Cahors, Vacqueyras
• Porco: Branco suave ou tinto leve (Pinots) – (Joelho de Porco com Riesling!)
• Steak au poivre: Syrah
• Feijoada , Costelinha de Porco – Vinho Verde ou Espumantes Cítricos e frescos. Tannat
Queijos
• Fondue de queijo: Riesling, branco seco , Chardonnay
• Roquefort, Stilton, Gorgonzola: Porto ou branco doce,
• Ovelha curado(Serra da Estrela): Porto LBV ou Vintage
• Queijo de cabra: Branco seco leve (Sancerre, Sauvignon Blanc)
• Camembert, Brie: Merlot
Sobremesas
• Chocolate: Banyuls, Porto Ruby ou Tawny
• Tortas (frutas): branco suave de sobremesa, colheitas tardias
• Cheesecake, cremes: branco doce, Sauternes, Muscat de Rivesaltes
• Crême brûlée: Sauternes, Muscat, Jurançon
• Tortas de nozes, amêndoas, doces conventuais portugueses; Porto Tawny
Os ingleses costumam dizer que “ Practice Makes Perfect” então, mãos á obra vamos experimentar muuuuuito, afinal o fim de semana está chegando! Salute, kanimambo e dia 16 tem Riedel Tasting, ligue “djá”!
PS. É raro, mas tem dia que o WordPress cria vontade própria e não tem santo que faça com que ele obedeça! Hoje é um desses, vai então do jeito que ele quer, não tou a fins de argumentar!! rs