Pelo menos foram essas as principais sensações percebidas ao tomar esses dois vinhos neste último fim de semana. O primeiro, o branco de Chablis, quando me dei conta tinha acabado e faltou garrafa! Já o tinto, bem, esse dosei com parcimônia e veio confirmar a boa fase pela qual passa este produtor uruguaio de região pouco conhecida.
Um Petit Chablis como os chardonnays têem que ser, pelo menos a meu ver. Sou um apaixonado pelos vinhos da região de Chablis assim como pelos brancos do Loire. Me encanta essa ausência total, ou quase, do uso de madeira nos vinhos junto com a acidez e mineralidade preponderantes do terroir que nos fornece enorme prazer e frescor. Um Petit Chablis é a base da pirâmide dos vinhos da região e não é incomun encontrar produtos bastante ralos e ligeiros que, em minha opinião, não valem o que pedem por eles. Provar um bom Grand Cru e Premier Cru é uma experiência que deixa marcas e até hoje me lembro de um que comprei em Londres, um delicioso Chablis 1er Cru Beauregard do Domaine Jean-Claude Martin, safra 2000 que tomei há uns cinco anos atrás. É, é isso mesmo, cinco anos e quando penso nele ainda me dá água na boca. Vinho bom é assim mesmo, de longa persistência…….na memória! Bem, já estou devaneando então voltemos ao meu J. Moreau & Fils Petit Chablis 2008.
Longe de querer esperar a complexidade e profundidade de um Primer Cru, porém este está alguns degraus acima de outros Petit Chablis já tomados e me deu enorme prazer de tomar. Tudo de forma mais leve e suave, porém está tudo lá. A maçã verde, aquela mineralidade acentuada, o frescor, frutado com toques de limonada suíça (viajei legal agora, eheh), vibrante e balanceado, daqueles vinhos que nos fazem querer mais e mais e mais, e ……..enfim, um vinho divertido que alegra o palato e o espírito. Falta-lhe corpo, profundidade e persistência, mas se tivesse tudo isso seria um Chablis, talvez um Primer Cru! Os Chablis, mesmo os Petit, são tradicionalmente caros, este é um pouco menos, por volta dos R$90,00. Um bom cartão de entrada para esse maravilhoso mundo de Chablis, pequena comuna localizada no topo da região de de borgonha, tome-o acompanhando frutos do mar grelhados, salmão, lulas á doré e divirta-se!
O segundo vinho foi um tinto encorpado, complexo, ainda muito jovem. Um vinho mais sério e compenetrado, um caldo mais contemplativo. Um Tannat Premium de uma região pouco explorada e de um produtor menos mediático. Já comentei aqui o 2002 que gostei muito, agora tomei a versão 2007, mas esse comentarei daqui a uns dias.
Salute e kanimambo.