Neste terceiro dia de nosso tour pelos vinhos de altitude brasileiros, mais precisamente de Santa Catarina, iniciamos nossas atividades pela visita à Villa Francioni seguido da Monte Agudo e Villaggio Bassetti, terminando com um gostoso jantar, para quem agüentou, num restaurante português bem no centro de São Joaquim. Hoje falo e mostro um pouco de nossa experiência na Villa Francioni e depois posto a visita às outras vinícolas.
A Villa Francioni talvez seja a mais conhecida das vinícola da região, não só por seus vinhos como pela beleza de seu local e projeto arquitetônico que levou em consideração, no inicio dos anos 2000, toda um sistema de movimentação de vinho por gravidade evitando o uso de bombas. O projeto arquitetônico realmente impressiona logo á entrada com uma linda galeria de arte, detalhes de vitrais por onde passamos, obras de arte e linda vista, sem contar o incrível trabalho de madeira no telhado.
Certamente um lugar a ser visitado porém não espere nenhum atendimento além do protocolar padrão turístico o que, em nosso caso com 14 enófilos e com negociação prévia, foi bastante frustrante ao nos depararmos com um monte de gente sendo agregada ao grupo, inclusive crianças! Nada contra, importante para a vinícola também, mas cada macaco no seu galho já diz o ditado. Algo que a vinícola precisa reconsiderar, pois ao crescer muitas vezes essas empresas perdem a alma no processo e faz falta para quem realmente é apaixonado por esses caldos de Baco! Enfim, finalmente aos vinhos:
Espumante Joaquim Brut (Charmat) – Citrico, pomelo preponderante, fresco, leve amargor ao final. Bem feito, mas não empolga.
VF Sauvignon Blanc – boa tipicidade, grama molhada, maracujá, acidez boa e equilibrada sem excessos, na boca mais simples do que o nariz promete, algo curto.
VF Rosé – um vinho que sempre foi muito elogiado, mas sempre achei que a garrafa merecia mais atenção que o vinho. Desta feita (safra 2015), mudei minha opinião, o vinho está muito bom. Já surpreende ao ver um rose elaborado com OITO uvas ; Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Sangiovese, Syrah, Petit Verdot, Pinot Noir, Merlot e Malbec o que não é lá muito comum. Bonita cor salmão, aroma sedutor onde aparece algo de damasco, romã e um toque floral. Na boca é suave, fresco, muito gostoso e de boa persistência, me surpreendi! Ao final, quem quiser cortar a garrafa ainda dá para fazer uma bela jarra para flores ou copo de whisky!! RS
Joaquim 2012 – Existe uma linha de entrada chamada Aparados e esta é acima. Conheço o vinho há tempos e sempre achei um vinho bem feito, agradável, sempre confiável, não negou fogo. Corte típico da região, provamos diversos, de Cabernet Sauvignon com Merlot, 10 meses de barrica francesa provavelmente de segundo e terceiro uso.Bom vinho.
VF Villa Francioni – para mim melhor que o Francesco. Gosto muito deste vinho que é um corte bordalês elaborado com as castas; Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc e Malbec com passagem de 14 meses em barricas de carvalho francês de primeiro uso. Não é de hoje que o conheço e volta e meia gosto de o incluir em provas ás cegas de vinhos de Bordeaux e sempre se sai muito bem. Confirmou tudo o que esperava dele; boa e complexa paleta olfativa com frutos negros abundantes, tabaco, café, estrutura com elegância e taninos finos, rico meio de boca, longo, um belo vinho em que os aromas seguem nos encantando mesmo depois de terminado a taça.
Queria abrir um Michelli e um VF Brut Chardonnay, porém mesmo me propondo a pagar não foi possível, então comprei uma garrafa do Michelli, top da casa, e levei para abrir no jantar. Depois falo dele.
Bem, mais uma etapa vencida, agora a caminho do Monte Agudo onde a recepção foi outra. A alma que faltou aqui, sobrou por lá, que bom, e o ânimo de todos se reacendeu mesmo chegando um pouco cedo, pois esperávamos passar mais tempo na Villa Francioni. Mas desse encontro na Monte Agudo eu falo outro dia. Por hoje é só, uma ótima semana para todos e kanimambo pela visita. Video da visita abaixo, saúde!