Em parceria com a KMM, principal e histórica importadora de vinhos australianos no Brasil promovemos encontros de duas confrarias para mostrar um pouco da diversidade dos vinhos de “down under”! Sim, por lá também existe diversidade e, mesmo com a Shiraz sendo a protagonista dos melhores vinhos, há opções outras a serem exploradas. Vinhos para todos os gostos e bolsos pois já podemos nos “divertir” a partir dos 50 Reais. Quebramos alguns paradigmas e descobrimos alguns ótimos vinhos, vejam só:
Quinta Divina – alguns dias antes da viagem a Mendoza, uma noite para lá de saborosa com a Marli (KMM) iniciando os trabalhos com uma curta apresentação sobre o vinho nessa ilha continente em que o consumo chega a cerca de 30 litros per capita ano. Seis vinhos que comentarei muito resumidamente
Oxford Landing Chardonnay 2011 – amadeirado sem exageros, cremoso, balanceado com nuances cítricas porém os frutos brancos dão suas caras por aqui de forma mais acentuada. A galera gostou bastante e se surpreendeu, mas os australianos também são bons de brancos e consomem bem!
Brokenwood Pinot Noir 2008 – bom pinot, aromaticamente complexo, frutado com notas tostadas e terrosas, equilibrado, um meio termo entre novo e velho mundo, taninos sedosos com boa tipicidade e algumas especiarias num final de boca longo.
Sandalford Premium Shiraz 2004 – mais de dez anos nas costas e vendendo saúde, este vinho é tudo o que se espera de um bom Shiraz australiano com especiarias, notas terrosa, boa fruta madura, equilibrado, textura gostosa, taninos ainda vivos e elegantes, médio corpo, longo final de boca, uma delicia.
Jim Barry Cover Drive 2010 Cabernet Sauvignon – Apaixonante e sedutor são dois adjetivos que cabem bem neste vinho fino e elegante que surpreende quem espera grandes estruturas tânicas. Todo ele muito sutil e aromaticamente muito rico, é daqueles vinhos em que uma garrafa em dois acaba rapidinho!
Calabria Saint Macaire 2012 – uva quase extinta, só dois hectares plantados na Calabria Wines e uma certeza, marcante e de muita personalidade! Diferentes aromas florais que aguçam nossa curiosidade , rico e intrigante, impossível ficar impassível a seus atributos.
Element Late Harvest 2009 – um Late Harvest diferente do que estamos acostumados. Primeiramente é um corte de seis uvas, mesmo que a Chenin Blanc e Verdello estejam mais presentes, depois é suave, leve, fresco com apenas 8% de teor alcoólico vai bem com queijos azuis e sobremesas frescas podendo até encarar uma beira de piscina ou pratos asiáticos mais condimentados. Vinho bastante polivalente.
Brinde à Vida – da confraria anterior trouxemos dois vinhos, mas nos restantes quatro exploramos novos rótulos e sabores.
Angas Brut Cuvée – um bom espumante elaborado com Pinot com Cghardonnay, boa perlage, seco, complexo, brioche bem presente, amendoado com camadas cítricas e boa acidez surpreendem .
Poker Face Semillon/Sauvignon Blanc 2013 – um branco que me agrada muito e foi surpresa para a maioria. Blend típico de Bordeaux, a Semillon se dá muito bem na Austrália, é muito balanceado e refrescante, cítrico, notas de grape fruit, frutos tropicais tipo carambola me vieram à mente, vinho para pedir bis!
Three Steps Shiraz 2009 – um vinho de gama de entrada com cinco anos de garrafa e ainda respirando com vigor é algo surpreendente. Confesso que estava temeroso, mas mostrou estar muito bem integrado, saboroso, redondo, vale bem o que se paga.
Tatachilla Cabernet/Syrah 2010 – talvez o menos empolgante de todos neste dia. Bom, sem arestas, mas também sem nada que empolgasse. Fruta madura abundante, alguma especiaria, taninos bem integrados, fácil de agradar.
Jim Barry Cover Drive Cabernet Sauvignon – não vou me repetir, mas babo só de pensar! rs
Tatachilla MaClaren Vale Syrah 2004 – Mais um grande Syrah mostrando grande vigor e complexidade com já dez anos nas costas. Ótimo e balanceado volume de boca, rico com especiarias bem presentes, fruta madura (ameixa) , notas de café, vinho marcante com personalidade própria, talvez o vinho que mais encantou a galera e desafiou o Jim Barry Cabernet para levar o caneco de melhor da noite.
Element Late Harvest – Não vou me repetir, mas é uma boa opção para quem queira substituir o Moscatel!
Dois foram os paradigmas quebrados nesses dois dias. Primeiro o de que vinhos australianos são caros, provamos vinhos bem acessíveis. Segundo de que vinhos em garrafas com screw cap (tampas de rosca) somente para vinhos jovens e de qualidade inferior, tomamos belos vinhos com mais de dez anos ainda muito vibrantes e cheios de vida.
Bem, mais um monte de novos sabores mostrando que na Austrália, como na maior parte dos países produtores, procurando a gente sempre encontra diversidade. Recém cheguei de viagem a Mendoza, em breve começo a falar dessa experiência e de mais uma Degustação da Mala, e mais uma vez conferi isso! Por hoje é só, kanimambo e seguimos nos vendo por aqui ou nas estradas de nossa vinosfera, cheers!