Legado Munoz

Mais Vinhos Bons e Baratos para Curtir nos Jogos da Copa

Uma boa parte dos colegas blogueiros e colunistas, sommeliers e profissionais do ramo costumam chegar nos eventos e buscar os grandes produtores e grandes vinhos para prova, o que respeito, porém meus caminhos normalmente me levam na contramão dessa tendência. Gosto de pegar outras estradas; as das descobertas e busca por aquelas pérolas escondidas no meio de uma enormidade de rótulos, aqueles bons vinhos de preços camaradas independentemente da faixa em que se encontrem. Não que esnobe os grandes vinhos, não sou idiota (!) rs,  e ao final sempre encontro um espaço para provar alguns deles, mas o que me dá satisfação mesmo é achar essas pérolas perdidas, o que me dá tesão nessa vinosfera é mesmo o garimpo, sair da mesmice procurar o desconhecido! Boa parte destas descobertas costumo compartilhar com os amigos aqui e os rótulos que sugiro nestes posts de vinhos Bons e Baratos para curtir durante os jogos da copa são fruto desse garimpo, espero que gostem.

Flag button ArgentinaARGENTINA – o Baladero Cabernet Sauvignon, Merlot e o Raza Malbec, entre R$35 a 40,00 são duas ótimas opções para quem quer gastar pouco e não fazer feio com os amigos. O Baladero Cabernet recebeu 89 pontos da Revista Adega e é um vinho surpreendente pelo preço enquanto o Merlot encanta por sua textura. Já o Raza  Malbec é de uma elegância e uma riqueza de meio de boca que agradam fácil a gregos e troianos primando pelo equilíbrio. Entre R$40 a 50,00 as opções são inúmeras porém gosto bastante dos vinhos do Gougenheim Valle Escondido Cabernet, do Syrah e do Bonarda/Syrah que está muito interessante e sedutor

 

Flag Button BrasilBRASIL – Recentemente falei do Salton Paradoxo Merlot e certamente esse teria que ser um dos sugeridos, pois por R$25,00 é uma bela relação qualidade x preço e sob o qual você pode ler mais clicando no link para post que escrevi há dias. Nessa faixa não tenho provado muita coisa, porém o Aracuri Merlot/Cabernet Sauvignon por cerca de R$48 é uma boa opção para quem quer algo mais, um vinho de Campos de Cima (R.S) que surpreende com boa estrutura, taninos finos e uma certa complexidade de final de boca. Óbvio que quando se fala de Brasil um espumante é sempre uma boa opção e se a galera for grande o negócio é apelar para um saboroso fresco Don Bonifácio Brut na casa dos 35 a 40 Reais, fácil de agradar e como já dizia Napoleão, “nas vitórias é merecido e nas derrotas necessário”!

 

Flag Button EspanhaESPANHA – há uns três anos descobri este rótulo que me encantou tanto na boca quanto no bolso, Legado Munoz Garnacha. Segue sendo uma ótima opção e uma surpresa para a maioria dos que o provam pela primeira vez já que é difícil crer que um vinho desses possa custar somente cerca de 42 Reais. Corpo médio, muita fruta, baunilha, acidez correta, final de boca especiado, um destaque na taça que impressiona nessa faixa de preço e que os críticos internacionais já pontuaram por diversas vezes entre 86 e 87 pontos. Já se preferir um 100% Tempranillo, recomendo o Canforrales Classico que surpreende entregando muito mais do que se espera de um vinho desta faixa com bom volume de boca, boa fruta e especiarias presentes. Considerado um dos melhores vinhos jovens de Espanha, foi escolhido para ser servido nos voos da Iberia. Sua versão rosé pode acompanhar bem uma paella ou camaróes empanados como aperitivo, uma família de respeito. A Espanha já nos disse adeus, mas…….. porquê parar?!

 

Flag Button ItáliaITÁLIA – O Paiara, blend de Negro Amaro com  Cabernet Sauvignon, vem da Puglia uma região menos conhecida e esta dupla está muito bem entrosada neste vinho que apresenta frutos negros bem presentes e algumas notas mais terrosas, equilibrado, médio corpo, taninos maduros e custa algo ao redor dos 45 Reais sendo uma ótima pedida para acompanhar a pizza ao final do jogo. Algo mais leves, os Sangiovese como; Confini, Villa Cardeto e o Alido entre R$40 a 48,00 são boas opções. Na mesma faixa de preço um gostoso e festivo Ballabio, rosé do Friulli á base de pinot nero e levemente frisante, um bom espumante Prosecco como o Cecilia Beretta Extra-Dry ou ainda, se quiser acompanhar um sashimi no jogo do Japão, o saboroso espumante rosé Contessa  Borghel,  são ótimas pedidas para acompanhar a Scuadra Azzura! Se quiser pular um degrau (por volta de R$10 a mais) vá de Surani Primitivo di Manduria ou Rubiolo Montepulciano de Abruzzo, satisfação garantida!

Durante a semana que vem volto com meu post final com dicas de vinhos da Austrália, Uruguai, EUA e Alemanha. Até lá, kanimambo e um ótimo fim de semana.

Doze Razões Porque Você Deve Enterrar seus Preconceitos

      Agora também envolvido no comércio do vinho, vejo que dois preconceitos ainda estão bem enraizados no consumidor brasileiro que recebo na loja:

  • De que vinho europeu quando barato é ruim
  • De que preço por preço os argentinos e chilenos possuem uma melhor relação Qualidade x Custo x Prazer.

      A relação de valores mudou; os hermanos subiram demais seus preços FOB e os europeus baixaram, então mesmo com impostos diferenciados os valores ficaram mais parelhos. Independente de origem, insisto sempre para que as pessoas saiam, mesmo que parcialmente, de sua zona de conforto e se deem a oportunidade de navegar por outros mares provando coisas diferenciadas. Para incentivar os amigos a iniciar essa viagem por vinhos do velho mundo sem gastar rios de dinheiro, listo aqui 12 razões (rótulos) que valem bem a pena a viagem! Não são todos (há alguns) vinhos abaixo das 50 pratas, como amigo Didu gosta de comentar, mas com a inflação (alguém aí acredita em 5% a.a.!!) isso está cada vez mais difícil de encontrar! São, todavia, vinhos abaixo das 60 pratas e em linha com seus pares vindos dos países hermanos argentinos e chilenos.

Poggio del Sasso Vermentino – Toscana/Itália – Um branco surpreendente com uma uva pouco conhecido entre nós, a Vermentino.

Villa Chiopris Friulano – Friuli/Itália – Mais uma uva autóctone italiana que mostra grande frescor, vindo das regiões mais frias do país.

Los Navalles Verdejo – Rueda/Espanha – esta região e uva normalmente nos trazem vinhos de ótimo frescor e boa estrutura de boca. Este exemplar não foge à regra

Domain de la Petite Cassagne – Costiére de Nimes/França – no sul do Rhône, mais um vinho sedutor tanto no nariz quanto na boca. Grenache, Syrah, Carignan e Mouvédre, um blend típico da região, corpo médio, frutos negros e 90 pontos do colega (rs) Parker!

Paul Mas Grenache Noir – Languedoc/França – Para quem gosta de varietais, a frutada  Grenache com uma madeira muito bem colocada resultam num vinho de corpo médio muito balanceado que garantem satisfação ao primeiro gole.

Surani Primitivo di Manduria – Puglia/Itália – aromático, muito agradável, tipicidade da casta com grande equilíbrio e um final muito agradável. Para provar que os Primitivos de Manduria não precisam ser caros para serem gostosos.

Leonardo Red Blend – Toscana/Itália – blend de Sangiovese com Cabernet, Syrah e Merlot que recentemente foi Top of Sales no Saturday Night Tasting da Vino & Sapore. Puro prazer e ótima companhia para um prato de pasta.

D’Alessandro Nero d’Avola – Sicilia/Itália – sedoso, equilibrado e muito gostoso, muita fruta, boa textura, mais uma grata surpresa.

Argaray Crianza – Navarra/Espanha – Tempranillo, Merlot e Cabernet, especiarias, fruta, corpo médio, boa estrutura e volume de boca um prazer para os sentidos.

Hereditas Tinto –Altentejo/Portugal – Aragonez 50%, Alicante Bouschet 25%, Cabernet Sauvignon 15% e Syrah 10%, um mix de castas internacionais e da região que compõem com muita riqueza de sabores este vinho que passa por seis meses de afinamento em barricas.

Casa da Passarela Tinto – Dão/Portugal – maciez, taninos finos, saboroso, vinho apetecível e fácil de agradar para tomar descompromissadamente ou acompanhando pratos mais leves.

Legado Munhoz Garnacha – Espanha – um vinho que sempre surpreende possuindo uma relação custo x beneficio quase que imbatível. Muita fruta, leve toque amadeirado, muito saboroso.

        Faça você mesmo essa Viagem e depois comente se não valeu a pena! Da mesma forma que há belas surpresa em terras sul-americanas, estas também existem em outras praias e nada como a experimentação para descobrir isso e enterrar preconceitos. Aqui estão doze, mas há bem mais, então não pare não!  Prove os portugueses; Encostas de Xisto Alvarinho, o Caza da Lua Tinto e o Quinta do Encontro Merlot/Baga  ou os espanhóis Villavid branco e o Bobal  (sim é uma cepa), todos abaixo das 40 pratas! Enfim, são inúmeros os rótulos disponíveis no mercado então junto com seu Malbec, Cabernet ou Merlot, de vez em quando permita-se um desvio por outros mares abençoados por Baco e enterre seu preconceit.

Salute, kanimambo e bon voyage!

Destaques 2011 – Vinhos Ibéricos II – Espanha

         A Espanha não abundou na taça como em outros anos, mas o que apareceu foi bem interessante com alguns rótulos, mesmo não sendo novidades, comprovando a qualidade dos caldos e algo de novo na praça, provavelmente fruto das crises recentes, preços bem competitivos. Também, mostrando uma maior diversidade de uvas e sabores, mostrando que a vitivinicultura espanhola é bem diversa não vivendo só de Tempranillo, apesar desta seguir produzindo os melhores vinhos. Aliás, Pujanza Norte, Cune Imperial Grande Reserva 99,  Viña Sastre Pago de Santa Cruz e Veja Sicilia Único 99, quatro dos melhores vinhos que tomei neste ano que passou, e quatro grandes vinhos, só que não para serem comentados aqui sob o tema Destaques.

         Aproveitando para lembrar que os vinhos Crianza passam, obrigatoriamente, por doze meses de barrica e doze de adega entes de sairem ao mercado, então cuidado se acharem por aí um Crianza 2011!!   Enfim, um país a ser explorado, não só em vinhos como na rica gastronomia, mas vamos aos vinhos:

  • Erumir Crinza – da região de Penédes (próximo a Barcelona)  um vinho diferenciado num estilo mais moderno de ser, fruto do corte da emblemática Tempranillo com Merlot e Cabernet Sauvignon. Bom corpo, muita fruta e taninos macios, boa acidez e notas defumadas compõem um conjunto muito agradável que tem acompanhado bem paella. Pelo menos tenho recomendado e o pessoal volta para mais! Boa opção para agradar a gregos e troianos na faixa dos R$45,00.
  • Legado Munoz Garnacha – da região de La Mancha, pensei que não passava nada por madeira, pero no es verdad! São 3 meses de barrica que transformam este 100% Garnacha num vinho a conferir. Corpo médio, muita fruta, baunilha, acidez correta, final de boca especiado, um destaque na taça que impressiona nessa faixa de preço! Best Buy, um vinho que os críticos internacionais já pontuaram por diversas vezes entre 86 e 87 pontos que por cerca de R$30,00 é um vinho difícil de bater! Sugestão; acompanhe-o com uma carne de panela ou escondidinho de carne seca, deve ficar da hora!
  • Fruto Noble – uma das mais gratas surpresas do ano porque vem de uma região muito pouco conhecida por aqui, Alicante. Neste pedaço da Espanha, Jumilla/Alicante/Yecla, reina a Monastrel ou Mouvédre como a cepa é conhecida no sul da França. Este corte de Monastrel, Cabernet Franc e Syrah é absolutamente delicioso, equilibrado e sedutor num vinho de cerca de R$70,00 que vale cada centavo.
  • Finca San Martin Crianza – para quem gosta do estilo mais clássico de Rioja um prato, digo taça, cheia! Vem da região de Alavesa, mais moderna, porém as características tanto olfativas como palativas fazem mais o estilo tradicional com madeira muito bem colocada, frutos vermelhos, notas de salumeria, boa acidez que o deixa muito gastronômico. Por cerca de R$75,00 uma bela pedida.
  • Una Cepa  – uma parreira = uma garrafa de vinho. Com este tipo de coeficiente, difícil errar e o vinho realmente comprova isso. Boa tipicidade da região, Ribera del Duero, que tradicionalmente produz caldos mais robustos que os de Rioja. Não vou me estender muito sobre este rótulo porque já o comentei recentemente aqui, mas só confirmar que é um daqueles caldos que realmente me deram prazer de tomar este ano que passou e deixou saudades, corpo e estrutura com elegância. Custa ao redor dos R$135,00, um patamar de preços mais elevado que a maioria dos que aqui citei, mas nem por isso menos destaque !
  • Castaño Monastrel  – da região de Yecla, mais um vinho desta cepa que se destacou em minha taça neste ano. Um vinho que custa somente R$46,00 e recebeu de Robert Parker 90 pontos. Tá, só isso não quer dizer nada, mas na taça e na boca, o vinho comprova ser muito apetecível com seus taninos doces, fruta madura bem presente no nariz e boca, boa textura sendo um vinho muito gostoso de se tomar num alegre encontro descompromissado entre amigos. Queijos, embutidos (chorizo, Jamon), pizza de peperoni ou calabreza, parecem boas companhias.

    Hoje é feriado em Sampa, quer passear na Granja Viana? Ótimas referências gastronõmicas para os mais diversos gostos e, óbvio, a Vino & Sapore para você garimpar vinhos diferenciados e bater um papo comigo. Salute, kanimambo e seguimos nos encontarndo por aqui, amanhã tem mais Destaques de 2011.