Encontro com o Alvarinho Pouco Comum e …..

CAM02030Domingo a dois, o que não é muito comum, e o cozinheiro de Domingo lá se meteu a mestre cuca. Como já disse por diversas vezes, me esforço mas sou limitado me falta conhecimento e o talento, no entanto algumas coisa invento e desta vez precisava bolar algo, para variar, porém fácil e dentro de minha limitada capacidade. Trouxe um Alvarinho Pouco Comum, gosto deste vinho e de seu custo, e apesar de poder harmonizar com um monte de pratos, de costelinha na brasa a feijoada, fui mesmo foi no tradicional!

Trouxe da loja um novo produto da Marithimus, peixe e frutos do mar de Santa Catarina, um bacalhau no azeite com azeitona pois já pensei na entrada e deu muito certo, simples bruschettas de bacalhau. Eis a receita para os amigos, fácil e rápido!Marithimus Bacalhoada
Pão italiano, põe no forno para dar uma tostada, tira e esfrega nele (bem delicado para não ficar forte) um dente de alho. Tomate fresco descascado e cortados em pequenos pedaços, um frasquinho de 100grs de Bacalhau Marithimus. Depois da esfregadinha do alho, jogar sobre as fatias de pão, um pouco do azeite do bacalhau e volta para o forno para dar mais uma tostadinha. Retira, coloca o tomate e o bacalhau voltando para o forno para terminar. Não deu 15 minutos para fazer tudo isso e eu fiz tudo no forno elétrico.

CAM02033Enquanto isso, tinha um filé de corvina me aguardando marinando por cerca de uma hora com um pouco de sal, pimenta do reino, um pouquinho de limão e um leve toque de vinho branco. Preparei um refogado de cebola (1/2), alho (1/2 dente grande), dois tomates frescos sem casca cortadinho (parte usei na bruschetta) e azeitona preta portuguesa picada, gosto da Maçarico que é mais saborosa, mas qualquer uma dá. Coloque um fio de azeite na frigideira e dê uma selada no peixe, reserve numa forma. Enquanto isso ligue o forno prepare o refogado. Refogado pronto, coloque em cima do peixe e leve ao forno por cerca de 15 minutos e tá pronto. Sirva com arroz branco, adoro minha panela japonesa que faz tudo solo!

Bruschettas de bacalhau, peixinho no forno, minha loira (rs) e uma garrafa de Alvarinho, nada mau para um Domingo preguiçoso sem computador! Ah, o Alvarinho Pouco Comum, é o nome mesmo, é um dos bons Alvarinhos disponíveis no mercado com preço mais em conta, em torno dos 70/75 reais, e vale muito a pena. O nome Pouco Comum não sei de onde veio não, mas a meu ver ele possui uma acidez mais moderada e maior corpo que a maioria, com bom volume de boca sem perder a tipicidade da casa, então pode ser daí. O produtor é a Quinta da Lixa o que já é, por si só, uma boa indicação de qualidade e eu gosto, não é um Soalheiro, mas é justo e cumpridor! rs

Tá aí gente, dá para qualquer um se divertir e até fazer bonito com quem interessa, basta boa vontade porque o resto é facim, facim! Ah, bagunçou tem que limpar né, essa é a parte mais chata da cozinha, ou não? Kanimambo e no próximo post falarei um pouco da surpreendente Decero e a incrível O. Fournier em Mendoza, um grande Domingo passado lá em Mendoza com os amigos que me acompanharam na viagem de Abril.

Nem Tudo é Vinho

        Vinho é parte integrante de um todo e, em alguns momentos, também protagonista. Apesar do foco principal da 1º Granja Viana Wine Fest onde brilharam entre outros os produtos da Herdade da Malhadinha Nova do Alentejo/Portugal sobre os quais tecerei meus comentários mais abaixo, brilharam também outros expositores que entraram como coadjuvantes e saíram como protagonistas deste verdadeiro festival enogastronomico que marcou a história da Granja Viana, na região metroplitana de Sampa.

       Até poucos dias antes do evento, estava desolado com a falta de participação de meu produtor artesanal de antepastos italianos por problemas de saúde na família. Eis que do céu cai o anjo Gabriel, um dos sócios da Carciofi Alimentos, com a proposta de participar do evento. Na hora provamos e aprovamos os deliciosos produtos e agora também estão disponíveis na Vino & Sapore. Destaque de vendas (itens vendidos) possui um portfolio enxuto porém de muita qualidade sendo que, para mim, seu Tapenade de Azeitona preta e a inusitada Compota de Cebola são excepcionais. Parceria firmada, esta foi uma das descobertas proporcionadas por este gostoso evento.

       Do lado deles e estrategicamente colocado encostado no balcão dos Vinhos Verdes, a Marithimus, parceiro de longa data deu show com seus frutos do mar, salmão e truta defumados produzidos em Santa Catarina. Seus produtos são de extrema qualidade e neste evento lançaram seus novos produtos, os patés de salmão e de truta. Como todos os outros produtos por eles produzidos, a qualidade impera e são deliciosos.

       O azeite chileno Olivares elaborado com a variedade de azeitona Arbequina importado pela Dominio Cassis é campeão de vendas na Vino & Sapore e muito bom com um toque apimentado muito saboroso. Neste evento, no entanto, foi dado a degustar o azeite não filtrado da Herdade da Malhadinha e gente, que es-pe-tá-culo!

         A Herdade da Malhadinha Nova não me é estranha pois já em Janeiro de 2009 tecia comentários sobre seu vinho TOP o Malhadinha que, hoje, é seu segundo vinho já que o primeiro agora é o Marias da Malhadinha. Até hoje o Malhadinha 2003 segue sendo um de meus vinhos preferidos entre os milhares já provados e na Expovinis foi um dos poucos produtores que tive a oportunidade de provar. Por sinal, seu Aragonês, ainda por chegar ao Brasil, é divino também. Afora termos tido a oportunidade de provar o excelente Malhadinha 2008 que, a meu ver ainda se encontra algo fechado e muito ainda por evoluir, encantou a grande maioria dos que que tiveram a oportunidade de o provar tendo sido apontado como o melhor vinho da mostra, também provamos seu vinho de entrada o Monte da Peceguina que é um senhor vinho elaborado com um blend de uvas autóctones da região e uvas chamadas internacionais; Aragonês, Alicante Bouschet, Touriga Nacional, Syrah e Cabernet Sauvignon. Para eles um gama de entrada, para outros provavelmente já intermediário, senão top! Um belo vinho que poderia certamente estar uns 15% mais barato para realmente “estourar de vez” no mercado, mas sem duvida alguma uma bela surpresa que me encantou. Como diz o Miguel em seu blog Pingamor (link aqui do lado), Sai da garrafa com uma cor escura, jovem. Aroma com boa intensidade. Boca com bom volume e boa acidez. Muito frutada, tem a companhia de tosta, chocolate preto. Ligeiro toque vegetal. Bom final, guloso. À semelhança dos anos anteriores, este vinho apresenta-se já prontíssimo a beber, com um perfil guloso, frutado, com alguma complexidade. Temos aqui a receita para o sucesso, com um vinho fácil de gostar mas não modesto, um vinho moderno, jovem e urbano.” Concordo; vinho com caráter, corpo médio que tem tudo para agradar e como dizem na terrinha, muito apetecível.

        Ah, mas falava de azeite. Gente, um baita azeite como há muito não provava. Nem sei a que preço chegará por aqui (lá custa uns 10 a 15 euros) mas certamente os amantes dos bons azeites não poderão deixar de o provar pois é absolutamente marcante. Elaborado sem filtragem com 100% da variedade Galega, acidez máxima de 0,2% é riquíssimo e sedutor. Não sei nem sobre o quê servir, não tenho esse conhecimento de causa, mas molhar um paõzinho português ou italiano e sorver todos seus sabores já é divino e para mim já basta! Este eu recomendo e ainda preciso fazer um curso sobre azeites porque cada vez me apaixono mais por eles.

       O legal desse produtor, afora a qualidade de seus produtos, é a estória por trás dos rótulos que são todos desenhados pelas crianças da família e cada desenho leva o nome da criança que o desenhou. Algo lúdico numa vinosfera cada vez mais impessoal e industrial! Acho demais e uma visita virtual, se não física, ao produtor é certamente algo a fazer parte da “wish list” da maioria dos amantes da boa enogastronomia, na minha já está!

Salute e kanimambo

Destaques do Wine Day

             Rescaldo feito, não existe evento desses que não tenha seus destaques, mas fica difícil decidir já que a qualidade média foi muito boa, apesar de eu ser suspeito para falar.  Deixei então, que o caixa falasse, pois ele é o reflexo fiel do gosto dos amigos que puderam estar presentes neste nosso primeiro Wine Day.

Top de Vendas – os pratos gourmet da Voilá em que os consumidores foram unânimes em elogiar pelo fato de serem totalmente diferentes do que se conhece de pratos congelados. Dá até para tapear a sogra! rs Show de bola Emerson!!!!

Vinhos mais vendidos:

  • Vale da Mina tinto reserva, um alentejano que agradou a maioria. (Vinho Sul)
  • Anselmann Riesling – este branco surpreendeu e foi uma das mais celebradas relações Qualidade x Preço x Prazer do evento. (Vinhos do Mundo)
  • Punto Final Etiqueta Negra – um malbec muito bem elaborado, saboroso e elegante. (Vinhos do Mundo)
  • Dos Fincas Cabernet/Merlot – aquele vinho campeão no quesito Qualidade x Preço x Prazer que, abaixo de R$30,00 consegue ter 91 pontos da Wine Enthusiast. Na minha visão, nota um pouco exagerada, mas não deixa de ser uma bela compra e, para mim, o Smart Buy do evento. (WW Wines)
  • I-Castei Costamaran Valpolicella Ripasso – para acabar de vez com os preconceito contra os vinhos desta região. Do básico ao Amarone, este produtor só nos entrega belos e saborosos vinhos. (Decanter).
  • Muros Antigos Loureiro – o frescor dos vinhos verdes em todo o seu esplendor, parceiro ideal para o verão e frutos do mar! (Decanter)
  • Cava Palau Brut – recém chegada  ao Brasil é leve, equilibrada e muito fresca, chegou bem a tempo de alegrar nossas festas e verão. (Vinho Sul)
  • Juan Gil Vinhas Velhas (Jumilla) e Dios Ares Crianza (Rioja) – o primeiro é 100% Monastrel e o segundo Tempranillo. Cada um com seu jeito, estilo e faixa de preço, mas ambos caíram no gosto do publico. (Mercovino)
  • Poggio del Sasso Sangiovese – escutei diversas opiniões contraditórias, mas o caixa confirmou, vinho aprovado pela maioria, tanto que só restou uma garrafa para contar a história. (WW Wines)

Surpresas:

  • Apresentamos dois vinhos de sobremesa, o argentino Vina Amalia Vendimnia Tardia (Sauvignon blanc, Sauvignon Gris e Viognier) e o Boca Negra Dulce de Alicante/Espanha tinto elaborado com Monastrel. Num país pouco afeto aos vinhos de sobremesa, eis que as vendas no dia superaram expectativas e me deixaram imensamente feliz pois gosto muito deste estilo de vinhos e este resultado me motiva a ampliar e diversificar meu portfolio destes rótulos.
  • Do nada, decidi abrir duas embalagens de Ostras Defumadas da Marithimus, já que estávamos com uma Cava em degustação. Mon Dieu, bão demais da conta e a aprovação foi geral a ponto do estoque ter zerado e aí sairam também o polvo, mexilhão, salmão. Realmente meu amigo Antonio Carlos, lá em Floripa, está de parabéns pelos produtos que elabora com tanto esmero.

Consagração: Como já de praxe na Vino & Sapore, as Ballas de Chocolate da Isa Amaral marcaram presença e encheram de prazer o pessoal presente. Na verdade, há que ser sincero, o casamento com o Boca Negra Dulce não foi o esperado e ainda acho que um bom Porto é melhor, mas como resistir! O bom destas Ballas de Chocolate é que não precisam de nada mais, são deliciosas.

       Bem, esse foi o reflexo do gosto do povo, mas e o meu?! rs É, também tenho direito a meus pitacos, certo?

  • Melhor Vinho da noite – Chono Premium San Lorenzo 2009, orgânico, um jovem e complexo  corte de  Carménère, Cabernet Sauvignon, Syrah, Cabernet Franc e uma pitada de Petite Sirah, que mostrou muitas qualidades e uma imensa capacidade de guarda. Decantado ou guardado para ser tomado daqui a uns dois anos e teremos um néctar na taça. (Vinho Sul)
  • Surpresa da noite – fazia tempo que não tomava e estava delicioso, Amalaya de Colomé. Produzido em Salta em região produtora de vinhos das mais altas da Argentina (entre 1700 a 2300 metros), este blend de malbec, cabernet sauvignon, syrah, tannat e bonarda (na ficha constava, equivocadamente, só malbec) está delicioso na boca e numa faixa de preços para fazer a felicidade muita gente, bem abaixo dos R$50,00! (Decanter)

       Para quem veio, ou enviou seu apoio, um kanimambo muito especial, pois mais do que o sucesso comercial que, obviamente, é importante, adorei a alegria e “good vibrations” no ar. É isso que me encanta em nossa vinosfera e ao sentir isso na Vino & Sapore da forma como senti nesse encontro, fica a certeza de que o caminho, mesmo que por vezes bem difícil, é esse! Podia encher de fotos, mas influenciado por essas vibrações positivas e energia (como dito pelo Fernando em seu comentário) que tal curtir um pouco de Beach Boys, 1968! Se estiver em local adequado, aumente o som e vibre junto!

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Versão 1979, a mesma “vibe” 10 anos depois

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Versão 1985 eh, eh, quase 20 anos depois, o que é bom persiste no tempo!

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Salute amigos e Quinta tem mais. Kanimambo!

Branco na Minha Taça

       De repente, eis que os caldos da península Ibérica começam a ganhar espaço novamente por aqui! Incrível como esta região vem crescendo em qualidade e disponibilidade por aqui, com aumento de market share a preços convidativos sendo fortes concorrentes ao vinhos argentinos e chilenos. Só para citar dois rótulos importantes numa faixa de preços mais convidativa, o Boas Vinhas da região do Dão (Portugal) e o Ribereño que vem de Ribera del Duero (Espanha), demonstram que há vida interessante abaixo dos R$40,00 sim senhor. Enfim, mas esse papo é para uma outra hora e hoje falo de um rótulo, num outro patamar de preço e qualidade, que me agradou bastante. Um branco espanhol muito saboroso que recomendo aos amigos especialmente neste verão que se aproxima.

Paco & Lola um albariño fino e muito elegante produzido em Rias Baixas na Galícia, terra que, em conjunto com Rueda, produz os melhores brancos da Espanha, pelo menos dos que eu tenho provado e excetuando-se os Viña Tondonia que são hors concours! Muito refrescante, sutil e sensual tanto no olfato quanto no palato, rico com uma forte personalidade cítrica, mas pêssegos e damascos também abundam por aqui numa segunda análise, bem balanceado apesar da acidez marcante, boa persistência com um final de boca muito saboroso. Perfeito companheiro para frutos do mar, sugeri para os amigos Rejane & Helio harmonizar com polvo defumado da Marithimus e foi, pelas noticias recebidas, um “maridage” perfeito.  Um vinho alegre e cheio de vida que levanta o astral e nos deixa gratas lembranças com aquele gostinho de quero mais na boca. Quem importa é a Almeria, pequeno importador que agora tem a mão do amigo Juan Rodriguez, e custa ao redor dos R$98 . Meu I.S.P.   

 

Noticias de Nossa Vinosfera

         Mais um “time out” na sequência dos Melhores de 2009 para divulgarmos algumas noticias, umas nem tão novas, sobre nossa vinosfera. A falta de tempo, outros focos e as férias me tem impossibilitado de manter estes posts atualizados, mas estas são noticias que não podem ficar na gaveta. Para alguns, umas poucas noticias podem ser chover no molhado, mas para outros creio que são informações interessantes e, por outro lado, tem sempre coisa nova interessante neste imenso universo do vinho.

Marketing – Meu prêmio de ação de marketing do ano de 2009 vai definitivamente para a Miolo com sua grande e bem sucedida sacada de venda de espumantes Terranova na praia. Nota dez, e olha que sou duro de dar dez para qualquer coisa, mas veja o resultado; Os carrinhos personalizados da Miolo Wine Group que vendem desde dezembro os espumantes da linha Terranova à beira-mar têm causado alvoroço nas praias de Florianópolis (SC). A inusitada ação desperta o interesse dos veranistas e leva muitos a registrarem o momento em fotos. Além de oferecer espumantes na temperatura ideal na beira da praia, a novidade tem conquistado consumidores que ainda não conheciam os produtos da Miolo Wine Group. “Uma veranista ligou para o marido que fazia naquele momento compras de espumantes para o final do ano para encomendar o Terranova Moscatel”, conta Carlos Eduardo Nogueira, diretor de marketing da empresa. Em duas semanas, foram comercializadas 2 mil garrafas na praia somente na Ilha. (foto cedida pela Miolo)

Confraria Branco Leve – Há uns meses atrás, mais precisamente em 14 de Julho comentei aqui um vinho branco português produzido pela Adega Cooperativa do Cadaval (Estremadura/CVR Tejo) que ainda não tinha importador. Pois bem, a boa noticia é de que este rótulo está agora disponível na Lusitana de Vinhos & Azeites. Um boa pedida neste quente inicio do ano.

Concurso Gastronômico Fenaostra – Esta eu duvido que vocês conheçam, mas é importante evento em Santa Catarina edentro da programação, um concurso denominado Pérola da Ostra – categoria Gourmet, destinado aos amantes da cozinha, a caminho da profissionalização ou não, e tem como objetivo incentivar a cultura gastronômica, a produção de receitas e o consumo de ostras, um produto típico do Estado. Para participar do concurso, é necessário apresentar uma criação própria e original e os amigos da Marithimus marcaram presença.

                Foi no final de Outubro passado, e a dupla Marcelo Wippel da Silva e Antonio Carlos de Novaes e Silva (Marithimus) venceu o concurso na categoria Gourmet. A receita apresentada, Ravióli de ostras defumadas com calda de laranja aromatizada com gengibre, foi elaborada com ostras defumadas da empresa. O ravióli de ostras defumadas chamou a atenção dos jurados pelo contraste de sabor entre o defumado das ostras com o adocicado da calda de laranja. O gengibre deu um toque especial, emprestando o seu frescor, sem a esperada ardência que lhe é peculiar. Por isso, surpreendeu a todos. A tendência monocromática do prato também foi destaque. Quer ver a receita? Então clique aqui . Não sei não, mas em função dessa calda, eu arriscaria um Confraria Leve no lugar do tradicional espumante.

Riedel – As famosas taças de vinho mudaram de casa no Brasil se instalando na Mistral que de agora em diante é sua importadora e distribuidora exclusiva. Com uma tradição de quase três séculos, a perfeccionista família de origem austríaca mudou completamente a história das taças de vinho, abandonando os modelos de pequena capacidade, grossos e lapidados, em favor de taças grandes e finas, impecavelmente transparentes e produzidas artesanalmente com o mais fino cristal, uma para cada tipo de vinho. “A famíla Riedel nunca colocou seu nome em uma única garrafa de vinho, mas, nos últimos 50 anos, fez mais para aumentar o prazer dos enófilos que praticamente qualquer outra dinastia do mundo do vinho”, publicou a revista norte-americana Time. Boa sorte na casa nova.

Planeta Oceano – Jornal da região oceânica de Niterói já iniciou a distribuição da edição de Janeiro com a coluna Falando de Vinhos tratando do tema “Achados de 2009”. Quer ver, então clique aqui.

Gula – Por falar em mídia impressa, nesta próxima semana deve sair a primeira edição do ano de 2010 da Revista Gula com dicas dos Melhores de 2009. Sugestão, compre assim que chegue e aproveite para ler os pitacos que este vosso humilde servo deu por lá!

Tannat Vallontano – O amigo Didu e sua Confraria dos Sommeliers promovem mensalmente provas ás cegas com diversos temas. Dessa feita foi de vinhos Tannat em que estiveram presentes 13 rótulos uruguaios e um surpresa, o Tannat da Vallontano que acabou obtendo a quarta melhor nota do encontro. Uma ótima noticia para a Vallontano que mostra o atual estágio da indústria do vinho brasileiro e nos deixa com água na boca de provar mais este rótulo. Tá na lista!

Decanter Wine News: Algumas curtas com noticias interessantes dadas por esta importante revista inglesa:

  • USA – templo do consumo e dos vinhos de USD 100 e acima, a crise criou um novo marco no mercado que deve perdurar por pelo menos mais uns dois anos, o patamar hoje virou USD50! A grande faixa de consumidores entre 45 e 55 anos viu sua receita cair cerca de 45% nos últimos dois anos e com isso um crescimento na preocupação com consumo. Maior penalizado nesse processo foi a indústria local de vinhos que, tradicionalmente, vinha posicionando seus vinhos na faixa mais alta de preços e o crescimento de fatia de mercado dos produtores argentinos e chilenos.
  • Boom australiano chegando ao fim? – a produção australiana está cerca de 100 milhões de caixas acima da demanda prevista o que traz sérios problemas à industria. Esta situação se agravou com a crise mundial e o crescimento na presença internacional de vinhos de outros países do novo mundo como Argentina, Chile e África do Sul. Uma política de reestruturação da industria está sendo criada para ajudar os produtores de uvas a reformular produção e até eliminar vinhedos ou mudar de atividade. Ouch!
  • Flavescence Dorée – já ouviu falar disso? Pois bem, talvez venhamos a ouvir bem mais nos próximos anos já que esta doença das vinhas pode vir a se tornar uma nova phyloxera caso a devida atenção não lhe seja dada. Presente há um tempo em terras francesas, ressurgindo com mais força agora em Bordeaux, a presença dessa doença transmitida pela cicadelle, um pequeno gafanhoto que pula de folha em folha, amarela a folha antes de destruir a vinha. Isto, inicialmente, reduz a produtividade, mas pode levar à eliminação total de vinhedos. Ojo!!
  • Nicolas Patel no Chile – como dizem, se você não consegue batê-los, una-se a eles! Famoso produtor da Borgonha, se une à Vinícola “Vina Corpora” na região de Bio-Bio num projeto novo em que pretende produzir grandes Pinot Noir. É esperar para checar, já que teremos a primeira safra neste ano.
  • Singapore Airlines – apesar de algumas dificuldades financeiras que fizeram com que o CEO cortasse seu próprio seu salário em 20% (deve ser troco) na busca por uma reestruturação de custos para reduzir os prejuízos acumulados nos dois últimos trimestres, o orçamento de cerca de 5 milhões de libras para compras de vinho permanecerá! Algum produtor nacional de habilita?

Amanhã a volta da coluna do Breno – depois de merecidas férias e na expectativa de ser mais um avô fresco este ano, o Breno volta com suas deliciosas e certeiras crônicas, reflexões do fundo de copo. Amanhã, Sábado (16/01)

Uvas & Vinhos retoma sua trajetória – Alternando com as Crônicas do Breno aos Sábados, Uvas & Vinhos está voltando e, desta feita, com uma grande noticia, uvas autóctones portuguesas serão comentadas pelo amigo e enólogo do projeto Quinta do Seival da Miolo, o Miguel de Almeida. Alguém melhor para falar das uvas, sua história e sua característica do que quem trabalha com ela? Mais, o Miguel tem mostrado grande capacidade á frentes deste projeto, então será uma grande honra recebê-lo aqui. Estréia com Touriga Nacional no Sábado dia 23, não perca!

SISAB – Falando de coisas portuguesas, eis uma boa oportunidade para os amigos que estejam de férias em Portugal no final de Fevereiro e para os empresários da área enogastronômica que queiram conhecer um pouco mais do que Portugal tem de bom nessa área. Dias 22 a 24 de Fevereiro,o Pavilhão Atlântico do Parque das Nações, será palco desta importante feira de negócios, o Salão Internacional do Vinho, Pescado e Agro-industrial. Afora o salão a ser visitado, passar alguns dias em Lisboa e região é sempre um grande prazer, especialmente para os amantes da boa enogastrônomia, então não perca a oportunidade. Quer saber mais, clique aqui.

Por hoje é só. Amanhã é dia da volta do Breno e na Segunda e Terça a finalização da lista dos melhores Vinhos de 2009.

Salute, kanimambo e um ótimo final de semana.

Frutos do Mar e Vinho Verde Branco

marithimus 005Gosto que me enrosco desta clássica harmonização, mas como a maioria, a cozinha não é dos meus fortes apesar de me esforçar e até fazer algumas coisas interessantes. Frutos do mar, por exemplo, são iguarias que ainda não dominei (exceção feita á caldeirada de lulas) e como gosto de combiná-los com bons vinhos brancos de ótimo frescor, esta linha de produtos da Marithimu’s veio bem a calhar. Já apresentei os produtos desta nova empresa de Santa Catarina há um tempinho atrás, mas fiquei de degustar e compartilhar a experiência com os amigos, o que finalmente faço e, como podem ver pelos potes, não sobrou nem cheiro para contar a história, só mesmo escrevendo.

        Num primeiro momento, abri o pote de deliciosos e suculentos pedaços de polvo, tenros, delicados e saborosos. Para acompanhar algumas fatias de pão italiano levemente aquecidos que gulosamente molhava no óleo que envolvia o polvo, abri uma garrafa do delicioso Quinta do Ameal Loureiro 2007  (Vinho Seleto) que escoltou o polvo em perfeita harmonia e sedutor encantamento. Ambos suaves, delicados e saborosos, cresceram juntos me Diversos 043enchendo a boca de prazer e a alma de satisfação. Uma bela “maridage” para ninguém colocar defeito e uma pena que esta minha degustação tivesse que ser interrompida por um acidente que requereu minha urgente e imediata atenção tendo, inclusive, me feito esquecer o fato de que não tinha fotografado esse encontro especial. Pelo menos curtam o rótulo, por que o resto desapareceu muito rapidamente. O Quinta do Ameal é um dos bons exemplos do que os vinhos elaborados com a casta autóctone Loureiro podem gerar.  Muito fresco, aromático, saboroso, suave e repleto de sutilezas num estilo que nos faz lembrar os bons vinhos alemães da região do Mosel e que acaba muito rapidamente. Melhor ainda porque tem um preço bem convidativo, por volta dos R$42,00

        Três semanas depois o segundo momento e este mais programado, sem interrupções e mais satisfação. Aliás, tenho que reconhecer que este produtos e um bom vinho branco são parceiros infalíveis e, muito importante, fácil e rápido de servir. Estou longe de ser um craque na cozinha, muito menos uma Renata Braune que soube como ninguém trabalhar estes produtos ou outros autores que aparecem na seção de receitas do site da Marithimu’s. No entanto, seguir receita eu sei, e segui a de Bruschettas de Ostras que vem com a própria embalagem, mas que também tem no site. Dois potes, um com mexilhão e o outro com ostras, que traçei devidamente acompanhado por um dos mais saborosos alvarinhos, o divino Soalheiro 2007.

Receita0001

         Para começar, preparei as bruschettas com as ostras, tendo feito um teste também com o mexilhão em somente duas. Achei que a delicadeza da ostra se houve melhor na bruscheta tendo deixado o restante do mexilhão para comer somente com pedaços de pão italiano levemente torrado, uma verdadeira delicia. Enquanto escrevo me vêm á memória os aromas e sabores tanto do prato como do vinho, deixando-me com água na boca, prova cabal de que essa harmonização foi perfeita. Costumo dizer que vinhos de longa persistência são aqueles que ficam na memória, pois bem essa harmonização seguiu o mesmo padrão.

Comemoração Bruno 008

           O Soalheiro, esse é um caso à parte, um vinho elaborado com 100% da cepa Alvarinho que é uma de minhas preferidas, sendo este rótulo muito especial, tanto que sempre que passo em Portugal me asseguro de trazer uma ou duas garrafas, até porque não é caro, custa algo próximo a 8 Euros. Uma pena que não posso trazer de caixa pois correria o risco dos fiscais da alfândega acharem que fosse para revenda! Existem vinhos de maior nome e bem mais caros, que não lhe chegam aos pés e, por outro lado, é campeão de consistência anos após ano possuindo uma característica interessante, envelhece bem. Uma pena que nunca lhe dou esse tempo e acabo com ele ainda jovem pois é irresistível. È um vinho de muita classe, grande intensidade aromática em que se sobressai damascos e flor de laranjeira com espectro floral e frutado que encanta. Na boca é exuberante e algo cítrico com  deliciosa textura e riqueza de sabores, sedutor e um final mineral que nos deixa pedindo mais. Um dos grandes vinhos brancos portugueses e quem ainda não teve oportunidade de o provar está perdendo. Faça-se um favor e compre uma garrafa aqui na Mistral, só para conferir se toda essa minha empolgação tem, ou não, razão de ser. Se não for com estas iguarias, que seja com um belo risoto de camarão, garanto que será um manjar digno dos deuses!

         Dois momentos, duas harmonizações deliciosas que recomendo aos amigos e uma dica ao pessoal da Marithimu’s, disponibilisar, opcionalmente, embalagens maiores com o dobro do conteúdo. Eu vou me garantir e fazer algum estoque, tantos dos vinhos quanto dos deliciosos quitutes dos amigos da Marithimu’s. Salute e kanimambo.

Noticias do Mundo do Vinho

Wine globe 3Big Brother do Vinho. É, nossa vinosfera não escapou dessa febre de “reality shows” e seis homens e seis mulheres suarão a camisa no “The Winemakers”.  Trabalhando na colheita em Paso Robles (Califórnia) e em turnos num wine bar, os competidores serão testados em seus conhecimentos e o ganhador terá o privilégio de elaborar e comercializar seu próprio rótulo no mercado americano. Tem alguém aí interessado?! Tente, creio que eles estão selecionando um novo grupo para o Winemakers II >> http://thewinemakers.tv/ (fonte: Decanter magazine)

 

Quinta do Portal é “Winery of the Year” pela Wine & Spirits. Vinícola Duriense (DOC Douro – Portugal) , fez por merecer com vinhos muito bem pontuados o que só vem enobrecer os produtores portugueses como um todo. Uma bela noticia para os vinhos portugueses direto das terras do Tio Sam que será publicado no anuário da revista que sai agora em Outubro. Yessss!! (Fonte: Infovini)

 

Consorzio Chianti Classico reduz comercialização em 20%. Para tentar evitar a super-oferta e a pressão por redução de preços, a comercialização da safra de 2009 será reduzida por no mínimo 24 meses. Aliás, na mesma linha de ação e pelos mesmos motivos, o Conselho Interprofissional da Região Demarcada do Douro, limita a produção da vindima de 2009 a, no máximo, 110.000 pipas, um corte de aproximadamente 10%. Sinal dos tempos e mostra que nossos importadores podem melhorar preço de compra o que, junto com a nova onda de valorização do Real, possibilitaria a reversão dos aumentos preventivos dados há oito ou dez meses atrás. (Fontes: Decanter e Jornal de Noticias – Portugal)

 

Já ouviram falar da Marithimu’s? Não, então preparem-se porque é só uma questão de tempo!  Na Europa é Marithimus 003muito comum e grande a diversidade de produtos gourmet em conserva, não sei nem se é esse o termo, mas no português bem claro, enlatados e em frascos. Ali´s, o caderno Paladar do Estadão publicou uma matéria muito legal sobre o assunto há uns meses atrás (lembro de ler, mas não encontrei em meus arquivos), mas por aqui ainda se olha bem de soslaio para esses produtos e pouca, ou quase nenhuma, produção local existe. Esta nova empresa que já tem seus produtos testados por diversos chefs e restaurantes, nos traz uma linha de frutos do mar que, pelo que já li, prometem ser daqueles produtos que todo o amante da enogastrônomia deverá ter em casa.  Ostras, Mexilhão e Polvo, iguarias que estão na despensa aguardando o momento certo para serem testados numa harmonização com Protos Verdejo e Soallheiro Alvarinho. Depois conto como foi, mas enquanto isso conheça os produtos e o conceito através de visita ao site da empresa clicando no link acima.

 

Mais sobre o “Maledetto” Selo Fiscal. Muitos  já publicaram, mas não custa deixar claro que a instituição desse maledetto só beneficiará a arrecadação do governo, para seguir aumentando suas benesses (esmolas assistencialistas em troco de voto) especialmente no momento eleitoral que se avizinha, e aos grandes produtores. Não traz nada de positivo nem para os pequenos produtores , nem para os importadores e muito menos para nós consumidores. Enfim, já deixei minha posição claramente nos diversos posts que escrevi sobre o assunto que podem ser lidos digitando “Selo Fiscal” e clicando em pesquisar. Com a palavra a UVIFAN:

 “No dia 10 de agosto, segunda-feira, a UVIFAM – União Brasileira das Vinícolas Familiares e de Pequenos Vinicultores – promoveu o I Encontro de Vinícolas Familiares, realizado no auditório do IFRS – Campus Bento Gonçalves. Na ocasião, o economista Werner Schumacher fez uma explanação acerca das dificuldades que a adoção do Selo Fiscal para vinhos acarretará aos produtores brasileiros e sobre outras questões de relevância para as pequenas cantinas do país. O Selo Fiscal é um instrumento de controle já presente em outros produtos, como o cigarro, que foi solicitado à Receita Federal por alguns representantes do setor vinícola sob o argumento de que sua adoção coibiria o contrabando e a sonegação. Porém, várias entidades e produtores, entre eles a Uvifam, acreditam que o selo trará inúmeros prejuízos à cadeia, burocratizando ainda mais os processos, aumentando os custos, sem solucionar, no entanto, os problemas do setor.

Dezenas de vitivinicultores vindos de várias cidades da região, como Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Farroupilha, Garibaldi, São Marcos, Flores da Cunha e também do estado de Santa Catarina, estiveram presentes no debate. O presidente da entidade, Luis Henrique Zanini, ressaltou a importância da união das pequenas vinícolas na busca por melhores condições de trabalho que garantam sua competitividade e consequente sobrevivência, já que os pequenos produtores raramente têm seus interesses contemplados pelas políticas do setor. “

Eu apoio esse movimento, inclusive pelo bom senso nas suas colocações e o esforço concreto no sentido de impedir que esse “monstrinho” nasça.

Salute e kanimambo