Matias Michelini

Brutal Harmonização, Mais Uma Surpresa na Taça e no Prato!

Uau, realmente há momentos no mundo enogastronomico que mexem com a cabeça e para sempre ficam na memória, este foi um deles! Como sabem, pelo menos a maioria, tive uma formação inglesa quando jovem pois dos 11 aos 18 estudei na África do Sul. Um resultado disso é que em algumas situações, por incrível que pareça, ainda tenho dificuldade de expressar pensamentos e emoções em português, não é frescura não, juro! Ás vezes uma expressão em inglês diz tudo como neste caso, pois “there is never a dull moment” no conviver com a alma inquieta e criativa do Matías Michelini e esta experiência só vem comprovar isso. Aliás, o difícil é acompanhar tanta novidade que a família Michelini gera anualmente!! rs

Digo isto porque o Matías nos traz sempre algo novo, inventa, viaja e busca emoções diferentes no que faz e da forma que faz. Como as produções são  limitadas, ele se dá ao luxo de “inventar” um vinho para acompanhar determinado alimento ou prato, não é uma coisa de louco? rs Louco no bom sentido, obviamente, e ainda bem que existe gente assim que nos faz abrir a mente para coisas diferentes saindo da mesmice, seja um enólogo ou chef de cozinha.

Pois bem, já falei demais e não falei nada da Brutal Harmonização que tomou conta de meu recente encontro com ele, o Guilherme da VinoMix, do Deco (Enodeco) e outros amigos e conhecidos do mundo do vinho num almoço no pequeno, charmoso e gostoso restaurante Chef Vivi na Vila Madalena aqui em São Paulo. À mesa veio um prato de Cordeiro com redução no próprio cozimento, Couscous Marroquino com castanhas, Crispy de palmito pupunha e laminas de rabanetes tudo ôrganico. Gente, derretia na boca, as diferentes texturas se completavam maravilhosamente, prato divino e aí veio o vinho, o La Via Revolucionaria Bonarda. Mais um Bonarda? Ledo engano, maceração carbônica (que não é muito a minha praisa e muito comum na Espanha), um tinto com frescor de vinho branco, ótima textura, muita fruta, foi bem com o prato mas tenho que confessar, na harmonização não encantou. De acordo com o Matías, foi elaborado pensando no pré-churrasco, para tomar refrescado com Brutal TorrontésMorcilla e Chorizos e só de pensar já babei, aí sim! de qualquer forma, pela primeira vez me curvei a um vinho de maceração carbônica e preciso arrumar umas garrafas dessas para acompanhar morcillas bem temperadas, pois o jeitão do vinho tem tudo a ver com pratos mais condimentados, inclusive asiáticos. Tomaria muitas!!! rs

Ué, mas cadê a Brutal Harmonização do títulos, deve estar perguntando você? Bem, essa chegou na hora que o  Matías sacou de uma garrafa de La Via Revolucionaria Brutal de Torrontés! Falei dele pela primeira vez aqui, numa visita à vinoteca JÁ (Joaquin Alberdi) em Buenos Aires, minha vinoteca preferida na terra dos hermanos, um Torrontés laranja, um vinho branco vinificado como tinto com suas películas (cascas) o que resulta num branco alaranjado (vinhos laranja) com bastante corpo. Um vinho complexo, diferente, que gosto bastante, mas que nunca consegui pensar em com o quê o tomar, até este dia! Uau, que harmonização genial, o prato e o vinho juntos explodiram na boca com outra intensidade de sabores, um verdadeiro êxtase hedonístico, adorei!! A chef Vivi bem que poderia introduzir o vinho em sua carta e sugerir esta harmonização, eu certamente passaria por lá de forma amiúde para me esbaldar nesses prazeres.

São essas experiências e esses resultados que me fazem entender do porquê que eu um dia embarquei nesta viagem enogastronomica. Certamente entre as cinco mais incríveis experiências gustativas que já time o privilégio de viver, lembrando que sou um mero mortal! rs

Gente, valeu pela visita, fico por aqui hoje e babando depois de escrever estas linhas movido pela emoção e prazer em mim despertados. Um kanimambo enorme ao Matías e à Chef Vivi “for having swept me off my feet” (desculpem! rs), assim como do Deco e Guilherme pelo gentil convite que culminou nisso! Dos seis vinhos provados no dia, com este post já falei de cinco! Na próxima semana falarei do sexto e de mais uma agradável surpresa, o Sierra Roja, um saboroso Tannat biodinâmico de Córdoba.

Matias na chef vivi

Um ótimo fim de semana para todos, e seguimos nos encontrando por aqui ou por aí, na Vino & Sapore ou qualquer outro canto de nossa vinosfera, fui!

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Blanc de Piel e Blanc de Alba, Que Blanc Experiência!

A convite da VinhoMix, jovem importadora que começa a trazer alguns dos rótulos dos irmãos Michelini, tive o prazer e privilégio de almoçar no restaurante Chef Vivi (adorei e falarei dele em outro momento) na Vila Madalena aqui em Sampa, na companhia de alguns jornalistas o Matías Michelini e mais dois produtores amigos dos quais um já falei aqui (post anterior). Cada vinho uma emoção e sensações diferentes, razão porque esse almoço ainda vai gerar diversos outros posts por vir. Hoje vou falar só desses dois brancos que, para variar, me encantaram.

Os irmãos Michelini são um caso à parte na competitiva e criativa vinicultura argentina, uma lufada de ar fresco numa indústria que busca sair do lugar comum com uma série de jovens enólogos comprometidos com excelência e mudanças assim com a busca de maior presença dos terroirs nativos em seus vinhos. O resultado de mudança de métodos, processos e filosofias tanto nas bodegas como nos vinhedos, é uma consequente e clara mudança no estilo dos vinhos com Malbecs “menos” Malbec e uma diversidade de novos experimentos que estão dando, na minha opinião, muito certo!

blanc de albaBlanc de Alba 2014 – um projeto a dois, Juan Pablo (Juampi) Michelini e a sommelier argentina Augustina Alba. O vinho se ajustará ao resultado da safra dependendo de como as castas se apresentem, neste ano de 2014 foi Sauvignon Blanc, Riesling e Semillon porém a nova safra de 2015 vai ser de Sauvignon Blanc, Semillon e Chardonnay todas de Gualtallary e biodinâmicas. Quantidade limitada a cerca de 2400 garrafas em 2014, fermentado em ovo de cimento de 2000 litros, sem correção, leveduras selvagens e um certo tempo sur lie resultam num vinho untuoso, muito aromático, bom volume de boca mas mantendo uma certa leveza e ótimo frescor com final longo mieral e muito, muito agradável. Um vinho verdadeiramente sedutor que pede bis, Suenõs Blancos de Gualtalarry!

Via Revolucionaria Sauvignon Blanc de Piel 2015 – para falar deste vinho tenho que começarRevolucionaria Blanc de Piel falando de Água de Roca, um incrível Sauvignon Blanc que o Matías Michelini faz na Passionate Wines, sobre o qual já falei e você pode rever clicando aqui, tenho uma tara por esse vinho!! rs O Água de Roca não passa por prensagem com imediata retirada do mosto (suco da uva) para obter o mais puro e fresco caldo. Sobram as películas ainda com um monte de mosto dentro que é então prensado ficando o mosto em maior contato com as borras (sur lie) e películas. O resultado é que de cada 1000kgs dessas películas se extraem apenas cerca de 100 litros de mosto o que resulta num vinho que nada tem a ver com aquela leveza do Água de Roca. É um vinho delicioso que mantém a acidez característica da cepa e do terroir, porém com mais corpo e complexidade, ás cegas dificilmente diria que é Sauvignon Blanc. Surpreendente, mais uma vez, o Matías tem essa mania! rs

Mais dois vinhos para meu arsenal de brancos que tanto aprecio e mais uma mostra que o Vale do Uco y Gualtalarry em especial, são ótimos para estes vinhos. A família Michelini tem hoje cerca de 84 vinhos diferentes em seu portfolio e muitos deles de pequenas produções. Fazem vinhos de que gostam e, por suerte como disse o Matías, tem outros que gostam! rs Eu sou um deles e mais uma vez me rendo a seus vinhos, dois brancos que certamente farão parte de minha adega assim que possível. Tem mais, mas essas experiências compartilharei mais tarde .

Kanimambo pela visita, saúde e nos vemos novamente por aqui em breve, tenham uma ótima semana.

 

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Argentina Rica em Vinhos Brancos, Sabia?

É gente, a maioria quando pensa na Argentina como produtora de vinhos de qualidade só vê tintos pela frente, mas em minhas andanças por aquelas bandas as descobertas têm sido muitas. Já falei aqui sobre a Argentina sem Malbec, sobre Malbecs com perfis diferentes sem excessos, mas não me lembro de ter louvado os brancos então estava na hora!

Que sou um amante de vinhos brancos não é segredo para a maioria que me lê chegando ao ponto de cunhar a frase de que os brancos são a pós graduação dos vinhos e acredito piamente nisso. Cheios de sutilezas, são vinhos que mostram grande diferenciação entre as uvas usadas, vinhos vibrantes e alguns extremamente complexos quebrando um monte de paradigmas como os conceitos de longevidade e até do uso de decanteres para aerar algumas preciosidades, é um outro mundo que, em minha opinião, deveria ser mais explorado por todos. Mais, não tem clima apropriado, tanto faz no inverno como no verão, depende muito mais do que você vai comer e com quem vai estar, o resto é o resto! rs

Tendo dito isso, vamos falar dos vinhos brancos argentinos com dez sugestões de rótulos que eu provei e recomendo como excepcionais em sua categoria, porém há um grande número de belos vinhos a explorar bastando baixar a guarda e sacar rolhas sem preconceitos pois pode-se viver grandes momentos e descobrir enormes surpresas tente! Entre as uvas brancas, a Torrontés segue liderando com cerca de 27% da produção total seguida da Chardonnay com aproximadamente 16%, Chenin Blanc e Sauvignon Blanc com cerca de 6% cada e depois a Semillon e Viognier com 2% cada e a Riesling com menos de 0,5%.

A Torrontés, que representa para os vinhos brancos o que a Malbec representa para os tintos, já produziu vinhos de pouca qualidade, algo enjoativos e de difícil aceitação por aqui, mas em recente viagem provei alguns vinhos incríveis, a maioria de Salta. Os Viticultores aprenderam a trabalhar melhor a uva nos vinhedos e os enólogos a extrair dessas uvas um vinho de qualidade superior, vinhos a serem explorados pelos mais céticos e preconceituosos seguidores de Baco.

Argentinian Wine Grapes Clipboard by JFC

Eis então, uma seleção de vinhos excecpionais que eu adoraria ter em casa sendo que alguns dos rótulos, lamentavelmente, só comprando por lá mesmo.

Susana Balbo Signature Torrontés Barrel Fermented (Mendoza)- apesar de eu destacar os vinhos de Salta, para mim este exemplar é o melhor Torrontés do país com uvas de Altamira no Vale do Uco e leve passagem por madeira. Sublime e, a meu ver, um dos melhores brancos argentinos!

Montesco Água de Roca Sauvignon Blanc, Passionate Wines, Matias Michelini – Uma mineralidade incrível e marcante, um vinho inesquecível e uma experiência única. Vem da região mais alta mendocina, Gualtallary em Tupungato. Bebendo da fonte nas montanhas, demais!

Mendel Semillon (Mendoza) – Este vem pelas mãos do lendário Roberto de la Mota, vinhedos do Vale do Uco em pé franco com mais de 70 anos de idade, vinte porcento passa em barrica por uns seis meses, que é o que lhe dá a untuosidade porém sem cobrir o frescor e a fruta muito presentes. Floral (frutos secos) nos aromas, boga rica e fresca de boa persistência, gostei muito! Vem de Mendoza

Humberto Canale La Morita Riesling Old Vineyard (Patagônia)- uma enorme surpresa esse vinho que é elaborado com uvas de vinhedos muito antigos (1937). Macio, fresco (particularidade dos vinhos desta zona), uma leve agulha, longo e muito elegante com notas sutis minerais e algo de limonada e maçã verde, gostei muito e me surpreendeu!

Alma Negra Viognier de Ernesto Catena (Mendoza) – predominantemente Viognier, leva um tempero de Chardonnay e Gewurztraminer que fazem diferença. Provei este vinho comendo em Puerto Madero num restaurante de culinária peruana, e foi dos deuses! Um vinho que surpreende e um dos melhores Viognier que já tomei. Fermentado em barricas francesas de 2º uso com posterior estágio de seis meses em barricas novas e usadas (2º e 3º uso) francesas e americanas, show!

Bressia Lagrima Canela (Mendoza) – Chardonnay com Semillon elaborado com uvas da região de Tupungato com vinificação e estágio em barricas novas americanas e francesas por 14 meses. Um branco de grande estrutura, complexo e longevo, pede tempo e é um crime tomá-lo jovem, melhor com uns quatro a cinco anos de vida, vinhaço!

Viña Alicia Tiara (Mendoza) – demais este vinho, em linha com o anterior, um vinhaço de grande complexidade. Vem de Luján de Cuyo, vinhedo em Lulunta, e é um blend de Riesling, Albariño e Savignin que prima pelo vigor e frescor, um vinho que há tempos me encanta,só inox, só fruta!

El Enemigo Chardonnay (Bodega Aleanna) – existem diversos ótimos Chardonnays argentinos, mas este sob a regência de Alejandro Vigil, está uns pontos acima em minha modesta opinião. O vinhedo está em Gualtallary o que já é um plus em função da altitude que lhe aporta excelente acidez e boa dose de mineralidade. Doze meses em barricas francesas só 35% novas, sem battonage deixando as leveduras criar “flor” (um tipo de véu sobre o mosto) resultando em complexidade de aromas, bom corpo, um chardonnay diferenciado e cativante.

Para finalizar esta curta lista de destaques, quero falar de dois vinhos brancos doces que acho muiiito especiais:

Tukma Torrontés Tardío (Salta) – me encantou e me arrependo amargamente de na hora da prova não ter dado um jeito de comprar umas garrafas! A Torrontés produz muito bons late harvests especialmente quando temperada com uvas tipo Riesling ou até Sauvignon Blanc aportando acidez, mas este está perfeito solo! Vinhedos com mais de 50 anos a 1900 metros de altitude, sutis notas florais típicas da casta, citrico, muito bem balanceado, me encantou.

Saint Felicien Semillon Doux (Mendoza) – Luján de Cuyo, colheita tardia com Botrytis, um “sautern” com um jeito argentino de ser! Somente 20% passam por barricas francesas novas por 12 meses e o restante do vinho fica em tanques de inox sobre borras (Sur Lie) para posterior blend e engarrafamento. Recomendo, uma delicia de notas amendoadas, baunilha, muito bem balanceado por uma acidez muito bem colocada, delicia! Mais um vinho com a mão do amigo Alejandro Vigil.

Enfim amigos, é isso e sei que muitos terão outras escolhas e sugestões, pode comentar e acrescentar, há muita coisa boa por aquelas bandas eu só listei alguns destaques entre os que eu tomei pois só falo de minhas próprias experiências. O post hoje foi mesmo para desmistificar o mundo vitivinícola argentino para alguns e para outros instigá-los a “viajar” por um mundo de cores e sabores diferentes. Se quiser, pode também entrar na seara dos vinhos laranjas, o que não é para todos os paladares, explorando mais um vinho do amigo Matias Michelini da Passionate Wines, o Inéditos Brutal Torrontés, uma experiência marcante! Salud, kanimambo, uma ótima semana e seguimos nos encontrando por aqui ou por aí, na diversidade dos caminhos de nossa vinosfera!

 

 

 

 

Mais Que Vinho, Um Conceito de Vida – Família Michelini

Em Mendoza existe gente fazendo coisas diferentes de forma diferente, só precisa ter a mente aberta e a indicação certa para descobrir essas coisas. Mais do que vinho, este projeto é um conceito de vida então permitam-me lhes apresentar, para quem ainda não conhece, o Matías Michelini e sua família. São quatro irmãos, três enólogos (Matías, Gerardo e Juan Pablo) e o Gabriel, que têm a pureza da terra como preceito maior, seja no vinhedo, na bodega, mesa e na vida como um todo. Mas vão além disso, são revolucionários na busca de suas quimeras e liberdade de criação.

Na primeira parada de nossa visita de Abril a Mendoza, tivemos o privilégio de sermos recebidos pelo Matías Michelini em suas novas instalações em Tupungato, no condomínio The Vines, onde ele mantém a sede da Michelini Bros em que produz com seus irmãos algumas preciosidades em seus tanques de cimento (ovos) e ânforas que ele próprio desenhou. Este novo projeto é todo biodinâmico, buscando a essência e pureza da natureza em volumes limitados. É um local para deixar fluir a inspiração e criatividade num processo de plena liberdade possuindo uma energia especial. Aqui ele pacientemente esperou por nossa chegada com quase uma hora e meia de atraso devido a problemas de voo, nos recebendo com o fogo aceso e uma taça de espumante na mão, incrível simpatia, homem de poucas palavras e muito carismático, cativou a todos os presentes. Por aqui tudo é pequeno; instalações, numero e tamanho de tanques, sala de barricas e produção, as exceções são a grandeza dos personagens e a qualidade de seus produtos.

A comida, tudo orgânico, estava maravilhosa, os vinhos divinos e os convivas radiantes, não poderíamos ter começado melhor e em pouco tempo as agruras da viagem tinham ficado para trás! Hoje, compartilho virtualmente com vocês alguns desses  momentos e os vinhos provados aproveitando para dar uma dica, quando comprarem um vinho, tentem conhecer o enólogo por trás dele. Se estiverem frente a frente com um vinho do Matías, Gerardo ou Juan Pablo podem mergulhar de cabeça pois a experiência certamente será diferente do que estão acostumados a provar de caldos mendocinos! Ainda farei uma matéria sobre eles, mas por enquanto fiquem com seus vinhos e o vídeo abaixo com imagens de nossa visita.

A Passionate Wines é um projeto do Matías tão somente e melhor nome não poderia ter escolhido, pois é fruto de sua paixão e inquietude refletida em cada garrafa. Provamos vinhos dos diversos projetos dos irmãos, porém foi através de minha introdução à Passionate Wines que aqui viemos parar.

Espumante Zorzal Extra-Brut – devido ao atendimento a um de nossos companheiros de viagem que não estava bem, perdi esta prova, porém os comentários de quem o tomou foram altamente elogiosos. Elaborado com Semillon (cerca de  2/3) com Chardonnay. Da El Zorzal e um vinho a rever!

Montesco Água de Roca Sauvignon Blanc – pura mineralidade e sutilezas num vinho único fermentado em tanques de plástico de 1000 litros! É a natureza em sua forma mais pura em Gualtallary, uma das partes mais altas de Mendoza no Vale do Uco na base dos Andes, onde a acidez também aflora. A uva é colhida em 5 diferentes momentos durante o mês de colheita, de forma a poder-se retirar delas diversas características que comporão esta obra de arte engarrafada. Limitado a 5000 garrafas ano, é um vinho único e diferenciado até no teor alcoólico, meros 9,5%!! Vibrante, sutil e elegante, adoraria ter sempre em casa! Projeto Passionate Wines

Matias Clipboard Bodega

Calcáreo Bonarda – fermentado em ânforas desenhadas pelo próprio Matías, únicas no pedaço, uvas advindas de um vinhedo orgânico de Gualtallary plantado em 2005, amadurece em barricas de 1º e 2º uso francesas passando posteriormente por um estágio de 6 meses de garrafa antes de finalmente chegar a nossas taças. A Bonarda em sua quintessência, uva de pouco valor até cerca de 15 anos atrás, mostra aqui todo o seu valor de forma apaixonante e marcante. Mineral mostrando bem seu terroir, fruta abundante, ótima estrutura tânica e textura agradável que enche a boca, alguma especiaria, concentrado longo, um belo vinho que surpreendeu a maioria dos presentes e precisa de tempo para mostrar todo seu esplendor. Projeto Michelini Bros e produção limitada a apenas 6.000 garrafas por safra.

Demente – um projeto demente de unir uvas provenientes de quatro vinhedos distintos de Cabernet Franc e Malbec, de Diferentes alturas e solos. Depois, colhidas em tempos diferentes e adicionadas ao mosto já em fermentação. Um vinho decorrente da liberdade de criação e veia revolucionária de um enólogo em constante busca do diferente, do inusitado. O vinho arrebatou os presentes, eu já conhecia, confirmando toda a exuberância que eu já relatei; uma paleta olfativa intensa, um verdadeiro bosque de frutos silvestres com nuances florais. Entrada de boca marcante, ótima textura, acidez gostosa se fazendo presente e pedindo um teco de bife de chorizo (rs), taninos finos, final longo algo mineral e muito apetitoso. Doze meses de barrica francesa e limitado a apenas 3.000 garrafas e difícil de achar até por lá!

Já quase meia-noite e nós lá! Dó do anfitrião e sua equipe que tão bem nos recebeu, mas ele ainda tinha mais asas na manga. Como costume de alguns na Argentina, terminou a degustação com um branco seco que acompanharia a sobremesa, pouco doce, e daria uma refrescada na boca após dois vinhos tão intensos. Acho interessante esse conceito que vale usar em degustações.

Via Revolucionaria Semillon Hulk – não pela força, mas pelo verde! Sim, aqui a acidez é bem acentuada, vido de um vinhedo com pouco mais de 40 anos, sem passagem por madeira e com uma produção ínfima, não passa de 500 garrafas. Com apenas 11% de teor alcoólico, colhido cedo, preservou a fruta em sua essência. Nuances florais, cítrico, fresco e muito bem balanceado, só lamento que tão tarde e no final de uma incrível refeição e grandes vinhos tintos, muita emoção à flor da pele, não tivemos tempo de apreciá-lo com o devido cuidado. Na próxima passagem por lá vou querer comprar algumas par melhor curtir o vinho.

Matias Clipboard jantar

Bem, primeiro dia finalizado e de cara mostrando toda a diversidade de uma região produtora. Sem nenhum Malbec, viriam às taças em outros dias, mas descobrindo novos sabores pelas mãos de alguém muito especial e de uma família, tanto quanto ele, sonhadora e sem medo de ousar, nos presenteando generosamente com os frutos dessa picardia, da liberdade bem manejada e com conhecimento. Verdadeiros vinhos de autor, vinhos com alma que me fazem finalizar este texto de hoje, citando Gerado Michelini no livro do Matías (Los Otros):

Los padres son la tierra, el suelo, la raiz.
Los hermanos las ramas, los cargadores, la fuerza.
Nuestras mujeres, grandes compañeras, la brisa fresca de la mañana.
Nuestros hijos, la flor, la fruta dulce, el racimo que crece
El vino es el encuentro

Por hoje chega, já fiquei com uma saudade danada deste momento! Um ótimo fim de semana e kanimambo pela visita.

Fotos minhas e do amigo e companheiro de viagem, Godinho. Para ampliar clique nelas.

Vem Comigo a Mendoza, Vem!

Amigos, igual a esse roteiro não tem igual, me desculpem a modéstia, e só indo comigo para poder usufruir desses vinhos e pessoas que irão, excepcionalmente, nos receber em suas casas. Dizer que alguém conhece Mendoza é no mínimo presunção, pois ter estado lá uma vez e visitado as bodegas turísticas, por melhor que sejam, não é conhecer este fantástico Oásis. São mais de 900 vinícolas e mesmo com meia dúzia de viagens mal se toca a superfície e pouco se conhece da enorme diversidade de vinhos, uvas e estilos que hoje se produzem ali.

Há viagens para tudo que é canto e com tudo o que é preço para tudo o que é gosto. Esta é para quem é realmente apaixonado por nossa vinosfera, pela diversidade e pela novidade buscando novas sensações com a possibilidade de conversar, provar e trocar ideias com alguns dos produtores mais interessantes de mundo do vinho mendocino. Ainda temos vagas, mas não deixe para a última hora esperando o Dólar baixar, mesmo que estivesse a R$3,00 ainda seria uma ótima, basta comparar!

Fora dos pacotes turísticos convencionais, fui fundo na negociação de cada rótulo que será provado e de nossos almoços harmonizados para que novas experiências e sensações sejam vividas e, preferencialmente, se tornem persistentes na memória. Creio que, pelo menos no papel e salvo eventual contratempo especialmente de alguns de nossos principais anfitriões, conseguimos isso e cabe a você conferir. A viagem será curta porém intensa e limitada a 14 participantes mais eu que acompanharei o grupo em todo o roteiro, vejam a síntese de como ficou e caso haja interesse estou à disposição para lhes enviar o roteiro detalhado ou você pode acessar o link para a Wine & Food Travel Experience.

Dia 21 de Janeiro/15 ás 11:40 saída de São Paulo Guarulhos (liguem para o Rodrigo da Clube Turismo em Cotia – (11) 9.9913-5462 ou (11) 4614.7153 – se estiverem em outras cidades do Brasil ou de Portugal para providenciar conexão) via Buenos Aires com destino a Mendoza onde chegaremos às 16:30. Direto para o hotel Diplomatic, 5 estrelas e um dos melhores de Mendoza!

  • Ás 18:30 saída para a Wine O’Clock onde participaremos de uma degustação temática sobre a Malbec em Mendoza e a influência dos diversos terroirs. Evento personalizado desenvolvido para este grupo.

Dia 22 às 09:45 saída para nosso primeiro, de três, compromisso do dia.

  • Achával-Ferrer / Belasco de Baquedano com almoço harmonizado e sala de aromas / Passionate Wines com Juan e Matias Michelini jovens revolucionários da nova enologia argentina. Jantar vendo o pôr do sol sobre os Andes

Dia 23 ás 9:45 todos prontos para mais um dia de intensas experiências

  • Catena Zapata / El Enemigo com a apresentação e almoço com Alejandro Vigil um dos principais nomes da atualidade na enologia argentina / Vina Alicia degustação e bata papo com Rodrigo Arizu sobre suas experiências nesta bodega boutique.

Dia 24 será um dia algo mais leve e mais lúdico porém não menos marcantes onde abundaram grandes vinhos na taça.

  • Benegas-Lynch e Casarena com almoço harmonizado, elaboração de um blend e degustação de vinhos top. Retorno no meio da tarde com passagem pelo Mercado Municipal e um pouco de garimpo gastronômico ou quem quiser, uma passada no shopping.

Dia 25 – Dia de retornarmos para casa porém sem antes participarmos de uma das mais saborosas experiências sensoriais em Mendoza.

  • Visita e almoço harmonizado na Dominio del Plata e o restaurante Osadia de Crear, um Grand Finale que, quem já participou, pode confirmar.

Mais detalhes, valores e outras informações adicionais acesse o blog da Wine and Food Travel Experience clicando aqui.

Salute, kanimamo e espero você em Guarulhos?

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