Fazia tempo que não escrevia sobre Vinhos da Semana e neste calor nada como vinhos e espumantes brancos e rosés. Já gosto e bebo normalmente o ano inteiro, agora então se tornam imprescindíveis e esta pequena e refrescante seleção me deu muito prazer tomar. Um grupo de vinhos bastante diverso de cinco origens diferentes que me geraram diferentes sensações que agora compartilho com vocês.
Chateau St. Michelle 2006, um Riesling muito saboroso e de bom corpo de Columbia Valley (Estados unidos) importado pela Expand. Muito mineral, boa textura num vinho que é menos aperitivo e leve e sim de maior peso e gastronômico apresentando uma característica intermediária entre os leves vinhos do Mosel e os mais encorpados da Alsácia. Pêssego, nectarina, algum açúcar residual muito leve, saboroso, um tico de acidez a mais não lhe faria mal melhorando seu equilíbrio. Um vinho bastante agradável que me agradou, tendo acompanhado um curry de frango levemente apimentado com galhardia. Preço ao consumidor por volta dos R$55,00. I.S.P .$
Filosur Torrontés 2009, o frescor em pessoa num novo rótulo argentino que chega pelas mãos da Berenguer Imports, uma nova importadora sediada em Curitiba. Uma marca do grupo Andeluna, que tem em seu portfólio diversos varietais. Este Torrontés é muito saboroso com aquele floral muito característico da cepa bem presente no nariz aliado a aromas de frutas cítricas, tudo com um equilíbrio harmônico que nos convida à taça. Na boca é vibrante, saboroso, fresco com ótima acidez que aguça as papilas gustativas e combina muito bem com comida oriental levemente apimentada, como aperitivo, uma delicia de vinho e há muito não tomava um torrontés tão equilibrado. O amigo Charlston acertou na escolha (o Malbec que comentarei em outra ocasião, também é muito bom) e na política comercial já que o preço deverá rondar os R$36 em São Paulo. I.S.P . $
Cave Antiga Moscatel, um espumante nacional que se deu bem em meu Desafio de Espumantes Moscatel. Vieram duas garrafas para o Desafio, esta sobrou na minha adega (eheh) e não resistiu ao calor de Sábado passado tendo sido rápidamente consumido no final do dia sentado no terraço acompanhando morangos com sorvete de creme. Incrível como bons espumantes moscatel como este somem rápido da taça! Um nariz cativante em que aparecem aromas de pêra em calda, maracujá doce com nuances florais de boa presença e intensidade comprovando o resultado da prova. A perlage é de borbulhas finas e abundantes com boa persistência. Na boca é onde ele mais seduz sendo bastante fresco, saboroso, balanceado apesar do residual de açúcar se sobressair um pouco sobre a acidez. Harmonizou bem com os morangos que aportaram um pouco mais de acidez ao conjunto. O preço está ao redor de R$25,00 . I.S.P.
Maycas Del Limari Reserva Especial Chardonnay 2007, um senhor vinho de bom corpo sem se tornar pesado o que, para o meu gosto, mata qualquer branco. Um Chardonnay com C maiúsculo mesmo, no estilo que gosto, bem mineral, fresco, aromas de frutos tropicais e nuances florais. Untuoso, rico, textura algo cremosa e sedosa, com um final muito saboroso e persistente em que aparece algo de maçã verde e um delicado toque tostado. Um belo vinho que acompanhou bem um risoto de frutos do mar, mas que penso caberia que nem uma luva harmonizado com um prato de camarão à Mary Stuart. Esta garrafa meu filho me trouxe do Chile, só a titulo de curiosidade a Bodega pertence ao grupo Concha y Toro, mas está disponível no Brasil pelas mãos da Fasano e custa ao redor de R$90. I.S.P .
Rosé d’Anjou Remy Pannier 2008, da região do Loire na França, importado pela Inovini (divisão de vinhos da Aurora Importadora), uma delicia vibrante, algum residual de açúcar, e refrescante com apenas 10.5% de teor alcoólico resultado de um assemblage de Cabernet Franc, Gammay e Grolleu Gris. Começou como aperitivo e acompanhou maravilhosamente o almoço de Domingo, peito de peru à Califórnia, e penso que deverá se dar muito bem com lombo agridoce. A cor é linda, o primeiro impacto olfativo algo doce com frutas como morango e framboesa bastante sutis, dá lugar a algo mais cítrico que se confirma na boca onde a boa acidez lhe aporta um frescor que tem tudo a ver com este quente verão, digo primavera, e uma ótima pedida para acompanhar uns petiscos como patê de queijo de cabra com ervas ou canapés de frutos do mar. Um vinho fácil de agradar e descompromissado que cumpre muito bem seu papel e que eu serviria, como o fiz, a cerca de 6 a 8% no máximo. Custa em torno de R$43, mas se não fosse essa maledetta substituição tributária e o ICMS nas alturas em São Paulo, poderia estar por volta de R$36 e, nessa faixa, certamente seria um visitante mais assíduo na minha adega . I.S.P
Salute, kanimambo e amanhã tem mais resultados do Grande Desafio de Vinhos. Quem será o ganhador da noite? Um espumante Brasileiro, Champagne, Cava ou será que algum outro rótulo cometeu essa proeza?