Um dos mais conhecidos vinhos top de gama portugueses será certamente o Quinta da Bacalhôa da vinícola do mesmo nome situado em Terras do Sado, ou seja região Setúbal. Podemos até discordar, mas o vinho fez a fama no mercado internacional e muitos são fãs de carteirinha, virou um clássico! Cá entre nós, apesar de o achar um vinho muito bom, de grandes atributos especialmente quando tomado com cerca de uns seis para sete anos de vida, acho que é um pouco sobre valorizado havendo na casa outros vinhos que, talvez menos midiáticos, valem mais a pena em função da relação Qualidade x Preço x Prazer que oferecem. Acho o Só Touriga um grande vinho e uma pena que seu preço deste lado do atlântico seja tão caro, pois é um exemplar varietal dessa nobre casta lusa que dignifica a vitivinicultura portuguesa.
Uma das melhores opções e, na minha opinião, um dos mais injustiçados rótulos produzidos pela casa é o Meia Pipa que com três a quatro anos de guarda nos presenteia com uma riqueza de sabores que me encanta e não é de hoje! É um pouco como o Quinta de Camarate Tinto, o branco também é muito bom, vinho da mesma região produzido por José Maria da Fonseca e que por aqui andou há cerca de uns cinco para seis anos atrás pelas mãos do Pão de Açucar. De lá para cá desandaram a trazer rótulos mediáticos e caros, esquecendo-se desse belo vinho. Bem, mas voltemos ao Meia Pipa, um blend da tradicional Castelão com Cabernet Sauvignon e Syrah que passa cerca de 11 meses em meias pipas de carvalho Allier, daí seu nome. Boa estrutura, taninos doces e finos, boca macia, textura sedosa, aromas bem frutados, notas de chocolate, alguma baunilha, madeira bem colocada, sem exageros, no geral bem balanceado e muito apetecível. O único senão talvez seja um teor de álcool levemente acima da média nas proximidades dos 14% que, apesar de não aparecer nem no nariz como na boca devido a seu enorme equilibrio, torna-se um pouco mais pesado depois da terceira taça, até porque ele é tão cativante que a tendência é passar fácilmente da terceira! rs.
Trazido pela Portuscale e disponível nas boas lojas do ramo, (criativo não?), por cerca de R$50 a 55,00, venderia maravilhosamente bem se a R$45,00, é um rótulo que vale a pena ser conferido antes de partir para os big brothers da casa e este 2007 confirma tudo aquilo que já conhecia e um pouco a mais. Eu gosto e minha avaliação é bem positiva, então esta é minha dica para este fim de semana alongado com feriadão na terça. Salute, boa comida, bons vinhos e boa companhia, a vida não fica muito melhor que isso!
Kanimambo e nos vemos por aqui.