Ontem foi o primeiro dia e, como sempre, comecei pela Graham´s. Não, não é só por seus ótimos vinhos tranqüilos, entre os melhores de Portugal, ou por seus Vinhos do Porto, mas é a forma sempre simpática que o amigo João Machete Pereira nos recebe. Depois dei uma geral visitando produtores que desconhecia como Sileni Estates da Nova Zelândia, Castello Del Terriccio, Masi, Tenuta di Capezzana e Tasca D’Almerita vinícolas italianas. Ainda tive oportunidade de rever os deliciosos vinhos do Luis Pato, Pisano e da Quinta da Lagoalva de quem tive oportunidade de conhecer alguns rótulos quando de minha recente viagem a Portugal, assim como aproveitado para trocar umas idéias com o Luis Henrique Zanini sobre o “Maledetto” enquanto provava seu gostoso espumante Vallontano Rosé, um lançamento. Para finalizar, uma passagem pelas famosas grappas da Nonino com a simpática e bela presença de Elisabeta Nonino e sobrinha, uma experiência sensorial diferente, da grappas obviamente. Hoje já tenho em mira algumas outras vinícolas como; Catena Zapata, Domaine Aussiéres, Quinta do Cotto e Anima Negra entre outros. Desses falo amanhã.
- Vallontano – enquanto discutíamos essa atrocidade, ou “maledetto” como o chamo, do selo fiscal, provei seu mais novo lançamento que é o Espumante Brut Rosé, eu que gosto de rosés, mas normalmente não me encanto com a versão espumante, tenho que reconhecer que estamos diante de um rótulo muito saboroso e fresco que me surpreendeu muito positivamente. Hoje volto para provar os vinhos tranqüilos.
- Graham´s, me empolguei tanto que até esqueci de bater uma foto, o que farei hoje quando for provar os Vinhos do Porto. Dizer o quê destes vinhos sempre muito bons e de renome internacional? O Altano é um Best Buy em qualquer lugar do mundo, o novo Altano Biológico 2007 por cerca de R$65,00 é uma estupenda compra, o Prazo de Roriz 2006 um saboroso achado, o Post Scriptum um estupendo “segundo” vinho do fantástico Chryseia e os novos Pombal Vesúvio e o Quinta do Vesúvio, duas obras primas que ainda darão muito o que falar e sobre os quais já tinha cantado a bola em 17 de Junho de 2008. Imperdível a visita a este estande!
- Quinta da Lagoalva, uma vinícola da região do Ribatejo (hoje CVR Tejo) que vem produzindo alguns ótimos vinhos com os quais tive o primeiro contato em Abril último. Seu Castelão/Touriga Nacional é um achado que, com o fortalecimento do Real, o deixa também muito competitivo. Vinho fácil de gostar, saboroso e sedoso na boca, mas tem mais, como pude descobrir nesta visita. Eu que não chegado nos vinhos com forte presença da uva Alfrocheiro, tive que me render a seu Lagoalva de Cima Alfrocheiro 2006 absolutamente sedodo e muito rico, assim como a sua versão em Syrah, uma surpresa. Seu melhor custo x beneficio, no entanto, é o Quinta da Lagoalva Reserva, um delicioso corte de Syrah/Cabernet Sauvignon e Alfrocheiro que custa algo próximo a 65 Reais. Fomos apresentados também, a uma nova cria do Diogo Campilho, um Late Harvest de Gewurztraminer Botritizada cortada com Riesling congelada, gerando um um vinho muito complexo que terá uma produção muito pequena em torno de umas 2.000 garrafas. Tudo isso ali, do lado do Rio Tejo. Inovação e criatividade deste jovem enólogo.
- Pisano, reconhecidamente um dos melhore produtores Uruguaios e a sempre simpática e charmosa presença de Fabiana Bracco. Um de seus vinhos, o Arretxea Tannat/Petit Verdot 2004, um vinho de grande estrutura e de uma riqueza e complexidade ímpares, foi um dos que listei nos meus TOP 50 vinhos provados ultimamente, uma homenagem que fiz na celebração da qüinquagésima edição do Planeta Morumbi, vinho para curtir hoje acompanhando pratos fortes, mas com pelo menos mais dez anos de vida! Muito bons e de ótimos preços seus Cisplatino Torrontés, Rio de Los Pajaros Tannat/Syrah/Viognier e seus sempre constantes e muito saborosos RPF Syrah, RPF Tannat e agora o Petit Verdot que deve ficar dos deuses acompanhando um tradicional cordeiro uruguaio. Muito bom, também, o Fabula Late Harvest provado.
- Castello Del Terriccio, provei dois vinhos espetaculares o Lupicaia 2004, corte de Cabernet Sauvignon com Merlot que ainda é uma criança e o meu preferido, Castello Del Terricio 2004, por sua complexidade e inusitado corte de Syrah/Mouvédre e Petit Verdot, um vinho muito longo que persiste na memória mesmo após quase 12 horas e oito de sono . Não são baratos, custam uma bela nota, mas são excepcionais. Hoje pretendo provar seus vinhos mais acessíveis. Grandes vinhos!
- Sileni Estates, um produtor da Nova Zelândia que nos visita, algo não muito comum, apresentando alguns de seus bons vinhos. O país e a vinícola são famosos por seus Sauvignon Blancs e Pinots. Para o meu gosto, excelentes o Chardonnay “The Lodge” que por volta de R$65,00 é um dos achados deste evento, e o Pinot Noir “The Plateau”. Dois vinhos que valem ser conhecidos.
- Luis Pato, falar do mestre dos vinhos da Bairrada e seus vinhos é pura redundância, mas deixar de provar o Vinhas Velhas e o Vinha Barrosa (outro que está em meus TOP 50) é crime de lesa pátria a ser punido exemplarmente! Vinhos divinos, extremamente saborosos, equilibrados mostrando que se podem fazer grandes vinhos sem exageros no teor de álcool. Provavelmente retorno hoje, até porque a “carne é fraca”! O difícil é conseguir acesso ao estande, um dos mais procurados junto com o Anima Negra.
- Tasca D’Almerita, da Sicilia tendo eu já recomendado seu Regalealli Nero D’Avola em meu post sobre esta uva no último Sábado. Agora conheci seus outros vinhos e o Regalealli, apesar de bom, fica ofuscado pelo muito bom Cygnus um corte de Nero com Cabernet Sauvignon e pelo saborosissímo Rosso Del Conte outro 100% Nero d’Avola que me impressionaram muito. Seu Cabernet Sauvignon é excelente, mas talvez um pouco caro e tendo a me emocionar mais com as “autóctones”.
- Tenuta di Capezzana, de Carmignano (linda cidade medieval que tive oportunidade de conhecer há uns 15 anos atrás), apresenta alguns vinhos muito saborosos a começar por seu branco Trebbiano, um baita vinho. Nos tintos começa-se pelo “básico” Barco Reale 2006, mas me encantei mesmo foi com o Villa de Capezzana Carmignano 2005, um delicioso e harmônico corte de cerca de 80% de Sangiovese com Cabernet Sauvignon que me seduziu. Outro longo, muito longo!
- Grappa de Nonino, não sou muito chegado em destilados, já fui mais, mas gosto de ocasionalmente tomar uma aguardente portuguesa, está no sangue, tanto batizando o meu café como tomando um cálice bem geladinho vez por outra, neste caso da envelhecida. As grappas, que desconhecia, possuem basicamente o mesmo estilo e me identifiquei fácilmente. Provei todas, mas me encantei mesmo com duas, uma que é elaborada somente com uvas brancas gerando aromas cativantes e uma maciez na boca muito gostosa, a envelhecida (para quem conhece, faz lembrar muito as aguardentes velhas portuguesas) que foi muito bem acompanhada por um saboroso pedaço de chocolate e a terceira é algo totalmente diferente e encantador, é a Amaro Nonino Quintessentia Infuso di Erbe Alpine. È quase como um licor, uma infusão de ervas com uma parte de grappa com um teor alcoólico de 35%, muito saboroso podendo ser servido gelado com uma rodela de laranja (pelo menos foi o que entendi). Eu gostei muito e recomendo uma visita. Aliás, minha sugestão é começar por aqui, depois limpar a boca e o palato comendo algo e tomando bastante água para encarar todas as tentações pela frente. Enquanto isso, visite o site (use o link acima) e conheça um pouco mais sobre esta empresa mais que centenária, responsável por uma reviravolta de conceito desta tipica bebida italiana.
Salute, kanimambo e Bon Voyage por este belo tour.
Amanhã tem mais.