Pensamos em Nebbiolo e primeira coisa que nos vem à cabeça são os famosos e caros Barolos! Falamos do Piemonte, norte da Itália, onde foi identificada no século XIII. Seu nome advém de nebbia (neblina) que é muito presente na região. Uva de longa maturação que possui uma forte identificação com seu terroir piemontês não se dando muito bem fora de sua região. Um ou outro exemplar aparece em outros países, inclusive Brasil, mas não é comum. Mesmo na itália não se encontra fácil e certamente sem o mesmo destaque que no Piemonte, porém na região da Lombardia (Valtellina) se encontram alguns ótimos vinhos e por lá a uva é conhecida por outro nome, Chiavennasca.
Afora os Barolos, a nebbiolo também é a alma dos Barbarescos outro ícone regional da uva, porém podemos encontrar muito bons nebbiolos em toda a região, especialmente em Gheme, Gattinara, Langhe e Alba de onde vem este bom exemplar e, tradicionalmente, com preços cerca de 50% abaixo das duas principais regiões produtoras.
Cascina Boschetti Gomba Nebbiolo d’Alba “Albié” 2015 é uma versão mais pronta do que os Barbarescos e Barolos, mas não por isso menos prazerosa de apreciar. Das colinas de Cuneo, passa 12 meses em barrica e posteriormente por um período em tanque de inox antes de ser engarrafado e onde permanecerá por seis meses descansando em cave antes de sair ao mercado. O solo arenoso com calcáreo lhe aporta uma acidez e frescor que se sente especialmente no final de boca.
Frutos do bosque bem presentes no nariz, nuances florais, um vinho de corpo médio, madeira bem integrada, com frutas frescas, notas de especiarias, riqueza de meio de boca mostrando uma certa complexidade típica da uva, taninos presentes e bem integrados e acidez agradável, bem balanceada e notas terrosas. Uma bela companhia para uma polenta mole com ragu de carne ou calabresa! Aguei!!
Esse foi mais uma das pepitas que caíram em minha peneira da Confraria Frutos do Garimpo e espero que apreciem tanto quanto eu. Kanimambo pela visita, sáude e uma ótima semana.