Nero D'Avola

Sábado dia 5/12 – Tem Encontro Enogastronomico Italiano!

Ops, ia-me esquecendo, estou falando que preciso de férias! No próximo dia 5 a partir das 13 até as 17 horas ou até a comida acabar, o último encontro dentre este ano entre a Vino & Sapore e o Perfil de Chef Food Truck, completando a primeira parte de nossos encontros enogastronomicos; onde bons pratos e bons vinhos são harmonizados com boa gente. Depois de Portugal, França e Espanha chegou a vez da Itália e os Chefs Gonçalo e Lili já bolaram o cardápio:

Bolinhos de Mussarela

Lula marinada no pomodoro com salada de rúcula
Salada caprese
Spagheti nero ai frutti di mare
Risoto de Porchetta desfiada com rucúla

Os vinhos (em taça e garrafa) também já estão decididos com o apoio de meus amigos e parceiros, a Vínica importadora e a Lusitano Import; Orvietto (branco), Nero d’Avola e um Barbera do norte da itália só para sair do lugar comum! Para finalizar, de sobremesa, cannolis clássicos sicilianos e com recheio de doce de leite com amêndoas que apoderão ser acompanhados pelo o incrível Passito de Malvasia “Gravisano” ou um Santa Augusta Brut Moscatel. Essa é nossa marca, sempre uma experiência diferenciada pois navegar é preciso! Reserve a data pois o próximo encontro enogastronomico só final de Fevereiro/2016 então aguardo você!!!! Kanimambo e um ótimo fim de semana a tutti.

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Uvas & Vinhos – Nero D’Avola, Siciliana com certeza!

               Nestes posts sobre Uvas & Vinhos, não vamos nos ater somente às tradicionais cepas mais conhecidas, mas enveredaremos por regiões diferentes e uvas autóctones das regiões mais diversas de nossa vinosfera. Nesta semana passamos na Sicilia, sul da Itália, para falarmos da Nero D’Avola uma uva autóctone da ilha.

Nero d'AvolaOriginária da Sicília, esta variedade tinta tem aparecido com maior freqüência em vinhos varietais no mercado mundial. Até pouco tempo atrás, era usada básicamente em assemblages com o intuito de aportar cor e corpo. É a uva tinta mais tradicional e importante da região, também conhecida como Calabrese, é responsável por alguns dos melhores tintos da Sicília, além de participar do corte do tradicional vinho Marsala. Sua origem nos remete a centenas de anos atrás, na cidade Avola, ao sul da ilha, na parte meridional da província de Siracusa, onde a uva parece ter sido descoberta por produtores locais. Hoje é cultivada por toda a ilha, mas com maior destaque na região sul, graças a seu clima e solo, ideais para o desenvolvimento da Nero D’Alvola.

           É muito comparada à uva Syrah, seja em suas características físicas como organolépticas e preferência por regiões geográficas mais quentes e ensolaradas. Quando vinificada sozinha, produz vinhos com grande intensidade de cor, potencial de envelhecimento, especialmente quando passa por barricas de carvalho, boa estrutura, taninos robustos porém macios, mostrando comumente notas de ameixa e chocolate.

          A Sicilia foi durante muito tempo um exportador de vinhos a granel, inclusive para outras regiões da Itália, tendo priorizado por demasiado tempo, quantidade sobre qualidade. Somente de uns tempos para cá é que houve uma reformulação e inversão de prioridades, podendo hoje contar com um número considerável de bons vinhos possibilitando escolher vinhos mais ou menos robustos, mais amistosos, de maior guarda ou para serem tomados jovens. Abaixo seguem algumas indicações de vinhos que acho serem uma boa porta de entrada para os sabores desta uva devendo-se tomar cuidado com o nível de teor alcoólico dos rótulos advindos desta região já que o excessivo calor pode gerar níveis bastante altos. Os rótulos não são muitos, mas são de vinhos provados e aprovados, com preço final consumidor aproximado e todos de um estilo de bom corpo e volume de boca, porém mais elegantes, equilibrados e saborosos sem perder a tipicidade e sabores únicos desta cepa. Gosto de bons vinho e ponto, porém estas uvas autóctones geram vinhos por demais interessantes e diferenciados que fazem meu dia! Espero que façam o seu também.Nero D'Avola 2

  • Masseria Trajone Nero D’Avola 2006 – Vinci – R$38,00
  • Branciforti Nero D’Avola 2005 – Expand – R$50,00
  • Kailá Nero D’Avola 2006 – Decanter – R$51,00
  • Regaleali Nero d´Avola 2006 – Mistral – R$68,00
  • Chiaramonte 2005 – Expand – R$75,00
  • Aliré Syrah c/ Nero D’Avola 2005 – Decanter – R$87,00
  • Passo Delle Mule 2006 – Portal dos Vinhos (Bruck) – R$97,50

Quanto á harmonização destes vinhos, eis o que o amigo e especialista em harmonização Álvaro Galvão (Divino Guia) tem a nos dizer: “Falar dos vinhos feitos com a uva Nero D’avola é ao mesmo tempo fácil e difícil. Fácil, porque é uma das uvas mais emblemáticas do sul da Itália, e que compõe grande parte dos vinhos feitos por aquele terroir, vulcânico. mediterrâneo e agreste, o que confere  mineralidade e acidez a esta uva, componentes que a fazem muito gastronômica, mas em compensação muitas das vezes, mais alcoólica do que devia, já que o terreno pedregoso com muito calor durante o dia e temperaturas mais amenas à noite, fazem amadurecer as uvas com alto teor de polifenóis e açúcares, gerando o alto teor de álcool.

           Difícil, porque é tão versátil, que nos parece redundância dizer que ela harmoniza bem com molhos de tomates mais acídulos, com carnes de caça, de penas ou não, e com cogumelos de várias origens. Ah, não nos esqueçamos dos queijos, de cabra inclusive, que são mais ácidos, e por isto mesmo, pedem um vinho idem e com certo teor de álcool.

          Peixes mais gordurosos como os nossos Surubim, Pintado, Cachara, e mesmo o Pacú e Tambaqui, creio que seria uma pedida ousada e interessante, mas lembro que os dois últimos, só assados, sendo que os de couro, podem vir em caldeiradas e/ou assados.”

Post elaborado a seis mãos! O texto sobre as uvas chega pelas mãos da amiga Mariana Morgado, a harmonização pelas do experiente Álvaro Galvão e as sugestões de vinhos são minhas. Espero que curtam e que a matéria produzida lhe possa ser útil e esclarecedora, essa foi nossa intenção.

Salute e kanimambo.

Cinco Vinhos

                 Final de tarde de Domingo muito agradável, sentado no terraço enquanto me delicio com uma taça de Vinho do Porto Quinta de Baldias Tawny (Lusitana), escrevo sobre estes cinco vinhos tomados ao longo destes últimos dias, período no qual me debrucei na prova e descoberta dos vinhos de Bordeaux e Languedoc sob os quais estarei escrevendo a partir da próxima semana. Sem muita escolha, seleção ou ciência, na verdade apenas uma coletânea de opiniões e sensações que gostaria de compartilhar. São vinhos que cabem no bolso, com preços que variam entre R$25 a 37,00, e que me souberam bem.

 

La Florencia 2005, Mendoza, Argentina.  Este rótulo possui também outros varietais dos quais o mais conhecido é o Malbec. Eu tomei o Merlot, porque queria algo diferente e há muito busco encontrar um de qualidade e preço médio na Argentina. A cor é de um rubi profundo e bonito, com bom brilho. Os aromas não me chamaram a atenção, mas na boca aparece alguma fruta vermelha com algumas notas herbáceas e algo defumado ao final, de corpo médio, boa intensidade e um leve amargor no final. De taninos firmes já maduros sem grande adstringência e baixa acidez. Bem feito, mas seu estilo austero não me encantou. Vinho correto por cerca de R$32,00.

 I.S.P.  

 

Monte do Vilar Tinto 2005, Alentejo, Portugal. (Lusitana) Um vinho com a cara do Alentejo, elaborado com Aragonês e Trincadeira, corte típico desta região. Bela paleta aromática de boa intensidade onde aparecem claramente frutas vermelhas e algo de café tostado. Na boca, a sensação olfativa se confirma com acentuação em fruta madura e boa acidez num vinho de corpo leve e fácil de agradar que certamente se dará bem, levemente refrescado, acompanhando um arroz de bacalhau e brócolis ou um churrasco de carnes menos gordurosas ou, quem sabe, até um arroz de pato. Taninos maduros e macios num saboroso final de boca. Por cerca de R$28,00 meu I.S.P.  $   

Marco Luigi Reserva da Família Merlot 2003, Bento Gonçalves, Brasil. Este produtor tem uma série de produtos de que sou fã. Possui um Merlot básico varietal por cerca de R$22,00 que é muito saboroso, um Conceito Tempranillo por cerca de R$30,00 que também acho bastante interessante, assim como os espumantes dos quais destaco o Reserva da Família Brut e o Moscatel. Desta vez tive o prazer de tomar este muito saboroso Merlot da linha Reserva da Família. É realmente, um vinho mais evoluído, de médio corpo com álcool bem comportado em 13º, bom volume de boca, boa acidez, taninos maduros, finos e elegantes estando, na minha opinião, no auge para ser tomado. De interessante complexidade tanto no nariz como na boca, é um vinho de persistência média e bom final de boca que só vem comprovar minha tese de que, nos níveis médios de preço, os Merlots nacionais não devem para ninguém. Um dos bons produtos nacionais disponíveis no mercado e bem posiconado no quesito preço considerando-se a qualidade oferecida. Uma pena que em São Paulo não seja muito fácil de encontrar. Por cerca de R$33,00, vi no site da Costi Bebidas em Porto Alegre. I.S.P.  $ 

Callia Alta Shiraz (syrah)/Malbec 2006, Mendoza, Argentina. (BR Bebidas / Kylix) Pelo que pesquisei, este produtor parece trabalhar muito bem os vinhos de corte tendo a Shiraz, ou syrah, como sua casta dominante. Este corte, especificamente, achei muitíssimo agradável e fácil de tomar. Vinho correto, descompromissado, nariz de boa fruta fresca, taninos finos maduros, plenamente integrados, macio e sedoso, ótimo para acompanhar uma pizza, um bom cheese-salada, mesa de frios ou coisa do gênero. Dentro do estilo, e com um preço ao redor de R$26,00, é um vinho que satisfaz e que incentiva a  provar os outros cortes; Shiraz/Cabernet e Shiraz/Bonarda.

I.S.P. $

Masseria Trajone, Nero D’Avola, Sicília, Itália 2004. (Vinci/Portal dos Vinhos) Não sou um especialista ou grande conhecedor de vinhos Italianos, mas é o segundo vinho elaborado com esta cepa autóctone, que tomo e aprovo. O outro, o Passo Delle Mule, é um espetáculo de vinho que me encantou, tendo-o comentado num post anterior, e está num patamar de preços bem mais alto. Este é um vinho menos elaborado, mas segue sendo extremamente prazeroso de tomar. Tem uma paleta aromática bastante intensa e na boca é puro prazer. Muito equilibrado, boa estrutura, redondo, macio, boa acidez, enche a boca de prazer num final de boca médio e muito saboroso. Um belo achado por este preço de cerca de R$37,00, faixa em que contracena com o Altano, um vinho do Douro importado pela Mistral, mas que não faz parte desta análise, e que é outro belo produto por um preço incrível.

Meu I.S.P. $