Sim, porque eles possuem mais bodegas em outras partes do mundo! Esta foi a segunda parada de nossa gostosa viagem a Mendoza num ensolarado Domingo, saímos da Decero e rodamos pouco mais de uma hora até chegarmos à incrível O. Fournier com seu projeto arquitetônico ímpar, moderno e marcante. Conheci a O. Fournier e o José Manuel Ortega Fournier, em uma degustação aqui em Sampa no ano passado (relatado aqui) e me encantei por seus vinhos e diversidade de uvas trazendo um pouco da cultura ibérica para este longínquo recanto de Mendoza no extremo sul do Vale do Uco. Em função do atraso, a visita á bodega e suas instalações foi algo corrido, porém sua estrutura e design, das torres de concreto que são tanques, à enorme e incrível sala de barricas e coleção de arte, um momento realmente marcante que nos deu sede e abriu o apetite para o que estava por vir, um delicioso almoço harmonizado no restaurante Urban capitaneado pela Chef Nadia, esposa do José Manuel.
Chegamos na O. Fournier e realmente é de encher os olhos valendo toda a distância percorrida. Um projeto arquitetônico impressionante e arrojado, vista linda e eu bem que fiquei de olho num lote de 2 hectares bem de frente ao lago, mas o caixa anda baixo! rs A O. Fournier é de José Manuel Ortega Fournier um ex executivo internacional de bancos renomados, espanhol que entrou para o mundo do vinho com este projeto em Mendoza nos idos de 2000. Depois, em 2002 veio o projeto de Ribera del Duero na Espanha e mais recentemente iniciou um projeto no Chile onde produz algumas preciosidades também.
À primeira vista parece que um OVNI pousou por aqui, o projeto da bodega é realmente diferente e marcante. Por aqui, fazendo companhia às “mais comuns” Malbec, Syrah e Cabernet, encontramos a Tempranillo que fala mais alto em seus vinhos e um pouco de Touriga Nacional (ambas presentes no B Crux que me encanta e já mencionei em outro post) que dão uma personalidade diferente a seus vinhos.
Num almoço divino e marcante, tivemos a possibilidade de provar alguns vinhos e sermos presenteados com uma raridade que me seduziu em meu primeiro encontro com os caldos desta vinícola. A bodega é rodeada de lotes que estão à venda (veja aqui) e podem fazer de você um “vinheteiro” em Mendoza no Vale do Uco, eu fiquei tentado,mas falta bala na agulha para este escriba. Tivesse e certamente encontraria meu cantinho por lá onde outros já têm seus lotes e fazem seus vinhos com rótulos próprios!! Agora tá na hora é de falar dos vinhos que escolhi para serem servidos pois mostram bem a diversidade de sua produção:
B Crux Sauvignon Blanc – um vinho marcante e cheio de personalidade sem perder a tipicidade da casta. Grama molhada, frescor, é fechar os olhos e lembrar de um gramado pós chuva. Intenso, fresco, cítrico, boa textura, um Sauvignon Blanc de manual que agrada sobremaneira
Urban Blend Tempranillo/Malbec – o melhor desta gama de vinhos médios, há uma linha de entrada abaixo desta, que mostra um grande equilíbrio e riqueza de sabores. Leve passagem por barrica (3 meses), nos presenteia com uma certa complexidade em que a fruta madura se mistura com notas de especiarias, tosta, corpo médio, um vinho muito prazeroso com preço módico que seduz palato e bolso! rs
B Crux Blend – já comentei este vinho e o acho o melhor custo x beneficio desta vinícola, um grande vinho que surpreende os mais incautos. De gama média alta, frutado, sem excessos, boca de boa estrutura e complexa, taninos finos presentes, médio corpo par encorpado, bom volume de boca um vinho de muita personalidade que vale bem o preço. sempre algo a considerar! Corte de Malbec, Tempranillo e Touriga Nacional, gooosto!
Alfa Crux Malbec – recentemente premiado internacionalmente, é um dos grandes malbecs argentinos da atualidade tendo sido classificado em 25º lugar entre os TOP 100 da Wine Spectator do ano passado. Textura aveludada, taninos macios, untuoso, frutos negros, muito bom equilíbrio, baunilha, final de boca especiado e longo, um belo vinho que se mostrou muito bem integrado.
Alfa Crux Blend Magnum 2001 – um regalo com que fomos premiados ao final de um estupendo almoço. Este vinho, raro por aí, obteve o troféu na Wines of Argentina Awards em 2004 e hoje existem pouca e raras garrafas escondidas por aí nos mais remotos recantos do mundo e uma pequena quantidade na adega especial do José Manuel na bodega em Mendoza. Um deleite hedonístico de pura elegância e finesse absolutamente sedutor. Já falei dele aqui no blog, mas nunca é demais repetir: “seu primeiro vinho produzido em Mendoza do qual sobram poucas garrafas no mundo e que detem um Troféu de Melhor na Categoria na Wines of Argentina Awards. Tempranillo de 70 anos de idade, Malbec de 80 anos e Merlot de vinhedos mais jovens. Acidez bem presente ainda mostrando que ainda terá alguns anos pela frente, fino, sofisticado, daquele estilo de vinho que deveria vir á mesa de fraque e cartola.”
Domingaço!! Por estas e por outras é que vale a pena seguir “viajando” por esta nossa vinosfera! Abaixo o tradicional slide show com algumas lembranças desta agradável visita que vale cada quilômetro rodado. O almoço foi excelente, mas um prato realmente me impressionou a rabada. Ela é desfiada e depois de pronta volta ao osso no prato se desfazendo na boca! O risoto estava divino e os croquetes de couve flor “exquisitos”, uma delicia que recomendo aos amigos conhecer numa próxima viagem a Mendoza. Quem sabe até lá o hotel deles não esteja pronto?!