Um de origem portuguesa, região Lisboa, e o outro italiano da região do Piemonte. Dois blends, duas propostas diferentes, duas personalidades diferentes, vinhos de gama média/alta que este mês caíram em minha peneira e com isto rompo o silêncio que há dez dias imperava por aqui! rs
Começo por um xodó meu que ainda há poucos dias apresentei numa aula sobre vinhos e regiões produtoras portuguesas, com a colaboração do importador ALMERIA. O Quinta do Pinto Estate Collection 2012, um corte de Touriga Nacional (35%), Aragonez (25%), Syrah (25%) e Merlot (15%) de Alenquer , região Lisboa, onde fica localizada a Quinta. Passa 12 meses em barricas francesas de 2º uso o que lhe confere complexidade sem abafar a fruta abundante. Cor rubi ainda bem escura com halo violeta, aromas de boa intensidade onde despontam os frutos escuros, na boca notas especiadas, fruta abundante, meio de boca de ótima textura, denso, rico com taninos ainda firmes e aveludados. Final de boca muito elegante apesar de ainda algo austero, e de boa persistência, um vinho muito especial e um destaque da região. Para beber já, mas certamente ainda tem um par de anos pela frente para evoluir com muita qualidade e diversão à mesa, porque o nome ajuda! rs Um senhor vinho com preço de mercado condizente com a qualidade, entre R$200 a 250,00.
O Segundo vinho vem do Piemonte, Itália, especificamente de Monferrato, um blend sempre majoritariamente de Dolcetto e que em 2013 teve como coadjuvantes, 10% de cada, as uvas Ruché (rara uva regional), Barbera e Freisa perfazendo um conjunto muito atrativo. É o Monferrato Rosso Scarpa DOC que é um lançamento recém chegado à importadora BODEGAS que me procurou para colocar este rótulo nesta confraria de oportunidades com um preço especial. A primeira visão na taça é de um vinho ainda jovem com halo bastante vivo, no nariz é um pouco tímido porém nota-se frutas vermelhas e sub liminarmente algo de eucalipto/mentol mais sutil. A entrada de boca é marcante, firme, frutado, meio de boca com taninos bem presentes tomando conta do palato mostrando boa estrutura, notas terrosas com um final de boca aveludado em que a acidez aparece mais, pedindo comida. Risoto de funghi, Brasato, Polenta mole com ragu, estamos diante de um típico vinho italiano gastronômico e que, a meu ver, perde se tomado solo. Um vinho sem passagem por barricas, apenas Inox por 10 meses seguido de 3 de afinamento na garrafa antes de sair ao mercado e, mais uma vez, um vinho que ainda evoluirá para mais um par de anos. Preço de mercado deverá ficar entre R$130 a 140,00.
Por hoje é só, durante a semana tem mais. Kanimambo pela visita, saúde e uma ótima semana!