Quinta da Lagoalva

Encontro Mistral Review Parte II

Estou de volta para falar um pouco mais e de forma suscinta sobre alguns dos destaques deste Encontro Mistral 2019. Começo sempre pelos brancos e por falta de tempo os tintos acabam passando para um segundo plano, mas algo consegui provar e a maioria, rs, Lusos!

A Quinta da Pellada de Álvaro de Castro dispensa apresentações para a maioria dos aficionados pelos vinhos portugueses especialmente os do Dão, região ainda pouco conhecida e de reputação duvidosa em função do monte de zurrapa que andou chegando por aqui mas que faz alguns anos começa a mudar e o consumidor precisa baixar a guarda e explorar a região. Eu tenho uma queda especial pelos vinhos da região onde tem muita gente produzindo vinhos de altíssimo nível entre eles este que é de tirar o chapéu para todo o seu portfolio. Aqui foram 4 os vinhos de destaque num portfolio todo muiiito bom. Um branco excepcional elaborado de vinhas velhas, dizem que devem existir algo como umas 40 diferentes castas num verdadeiro field blend, que é de cair o queixo dos amantes de bons vinhos em especial dos brancos, soberbo é o menor dos adjetivos a ser usado aqui! Primus (USD149,50) é o nome da fera, um tremendo de um vinho com grande potencial de guarda, mas que já se mostra estupendo. Aromas frutados com toques cítricos nuance de pera, algum floral, dá para fungar um tempão aqui, mas a prova numa situação destas não propicia isso. Na boca é cremoso, rico meio de boca para deixar deslizar com calma e curtir cada segundo, mineral, acidez marcante sem agressividade, macio e muito longo, vinho para dar muito prazer de tomar e foi uma novidade para mim.

Três tintos divinos que foram uma revisita e estão certamente sempre entre os melhores do Dão sendo que um é um projeto que envolve o Douro também. Pape (USD127,90), Carrocel (USD225,00) e o DODA (USD135 o 2012) que é um projeto conjunto com o Dirk Niepoort e junta vinhas velhas do Douro e do Dão, vinho que consegue harmonizar a potência do Douro com a elegância e frescor dos vinhos do Dão, demais! Neste dia o que mais me agradou entre os três, mas certamente três grandes vinhos que todo o aficionado por vinhos portugueses deve conhecer e colocar em seu wish list. Se não der para pagar por aqui, compre na sua próxima viagem a Portugal, as não deixe de mergulhar nestes vinhos clássicos do Dão. Buscando um DODA 2011 para meu niver de 65 anos em Janeiro, presente antecipado será mais que bem vindo! rs

Quinta da Lagoalva – meu porto seguro no Tejo e o Diogo sempre nos trás uma surpresa, desta vez um vinho com Tannat e um surpreendente Sauvignon Blanc fermentado em Barrica. Não fotografei tudo, bobeei (!), mas quero ressaltar dois outros vinhos.Lagoalva Branco (USD18,90) – o vinho do Tejo mais parecido com um vinho verde que conheço. Muito fresco e frutado é um tremendo de um achado nessa faixa de preço, para tomar muitas. O Lagoalva de Cima Alfrocheiro Grande Escolha (USD55,50) é para mim um dos melhores se não o melhor Alfrocheiro vinificado como varietal que eu já tomei e este 2011 está soberbo. Complexo, denso, aromático com muita estrutura e corpo, mas de taninos aveludados e de muito boa persistência, literalmente bato ponto no estande sempre que lá vou só para revê-lo e aí me surpreendo com as outras coisas que ele traz. Outro vinho que é uma baita relação PQP (preço x Qualidade x Prazer) é Quinta da Lagoalva Castelão/Touriga Nacional (USD27,50) sempre um porto seguro. Agora vamos às surpresas:

Dona Isabel Juliana 2012 (USD135,00) – Uau, vinhaço! Ainda fechado, precisando de tempo para mostrar todo seu potencial, mas já marcante um vinho de grande personalidade proveniente de um blend de Alfrocheiro, Alicante Bouchet, Tannat e Syrah, nascido para durar! rs Fermentado em barricas francesas novas e de segundo uso onde estagia por 14 meses, estas castas potentes se uniram para compor um conjunto de muita qualidade e equilíbrio, carnudo, ótimo volume de boca, notas tostadas, frutos negros, taninos aveludados, final interminável, vinho com grande potencial de guarda para voltar a provar daqui a uns três ou quatro anos.

Lagoalva Barrel Selection Branco 2014 (USD69,90) a grande surpresa para mim, um Sauvignon Blanc fermentado em barricas francesas de primeiro uso onde estagia por quatro imperceptíveis meses. Cinco anos de idade e vendendo frescor para quem quiser comprar, grama, frutos tropicais, notas vegetais sutis, prazeroso para enganar muitos “especialistas” se colocado às cegas em degustações da casta. Portugal e seus incríveis terroirs e enólogos talentosos sempre nos trazendo uma surpresa a mais quando achamos que nada mais vai sair daquela cartola. Adorei o vinho, porém não sei quanto a guarda, mais um ou dois anos certamente, mas eu tomava é já!!

Bem, parece que afinal não fui tão sucinto assim (rs), mas vai faltar mais uma parte, sim mais lusos, mas não só! rs Kanimambo pela visita, saúde

É do Tejo, Mas Poderia ser Vinho Verde!

O mundo do vinho vive surpreendendo e isso é que o faz tão enigmático e sedutor. Um whisky 18 anos de um produtor será aquilo eternamente, ano após ano. Ruim? Não necessariamente, mas …. Nossa vinosfera tem esse Q de diferente, da busca pela novidade e os enólogos, nem todos convenhamos, gostam dessa viagem por novas fronteiras, de desafiar o “establishment” possibilitando que o resultado possa nos surpreender. Esses que pensam dessa forma são gente que respeito demais e um exemplo deles é o Diogo Campilho da Quinta da Lagoalva que faz algumas maravilhas por lá, tirando alguns coelhos da cartola. Aliás, perto de “casa”, da Vila Nova da Barquinha!

Há dois anos um dos melhores vinhos tomados no ano (Deuses do Olimpo) foi um vinho dele, o Quinta da Lagoalva de Cima Alfrocheiro Grande Escolha que é o melhor que já provei dessa uva vinificada como monocasta e um dos grandes vinhos de Portugal, adoro. Um outro vinho surpreendente é o Lagoalva de Cima Late Harvest, um vinho de sobremesa produzido em limitadíssimas quantidades com Gewurztraminer e Riesling botritizado encostado nas margens do Tejo! Numa faixa de vinhos mais “terrenos” (rs) lagoalva-brancogosto muito do Quinta da Lagoalva Tinto um corte meio a meio de Castelão e Touriga Nacional que é um belo companheiro para pratos de bacalhau.

Agora mais uma surpresa que provei muito recentemente, um delicioso, vibrante e fresco branco, com um rótulo singelo que nos remete aos azulejos portugueses porém na cor verde, é o Lagoalva Branco. Não tenho a mínima idéia de que uvas o Diogo usou para gerar este vinho, mas às cegas eu juraria que estava tomando um Vinho Verde, coisa que gosto demais, e em consequência acho que até sei de algumas uvas que ele deve ter usado. Tem aromas cítricos acentuados, uma acidez vibrante que lhe dá um frescor ímpar, um vinho divertido para tomar solo, acompanhando camarõezinhos fritos, lula à doré, manjubinha, felicidade total!! rs Não perguntei nada, não sei de nada, só sei que é alto astral, que me diverti com ele, um “Wine for Fun” que só acredito que é da região Tejo e não do Minho porque eles dizem, mas que ficou uma pulga atrás da orelha, lá isso ficou!! rs

Verão chegando, para encher a geladeira. Praia, piscina, tira gosto, conversa, amigos, férias, tudo a ver. Como diria se estivesse por lá, deu-me grande gozo este vinho! Vinho na casa de R$65 a 70,00, importado pela Mistral e, óbvio, que já arrumei um espacinho para ele lá na Vino & Sapore pois, mesmo se ninguém comprar não me importo não, bebo com prazer!! rs Saúde e kanimambo.

 

PS Bingo! O Diogo me deu um retorno sobre as uvas; Alvarinho (sabia!), Arinto (pensei em Loureiro, porém pela região achei que podia ser Arinto) e Verdelho (esta não ia acertar nunca!), acidez na veia. rs

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Destaques 2011 – Vinhos Ibéricos I – Portugal

          Primeiramente dizer que tomei vinhos inesquecíveis de ambos os países, porém não se encaixam neste quesito de destaque e sim nos vinhos frutos de meu garimpo, os Achados 2011. Em Destaques, tento separar vinhos que dentro de sua faixa de preços se mostraram algo acima de seus pares tomados. Grandes vinhos, como são a maioria dos Chutando o Balde ou Sem Noção são ótimos, mas ao preço que cobram, têm que ser isso mesmo e pouco tenho a acrescentar comentando-os aqui. Esses relacionarei nas listas que virão a seguir em Fevereiro. Hoje cito alguns que me marcaram, cada um em seu estilo e proposta diferenciada, inclusive de preços.

          Sou fã da enogastronomia Ibérica e, podendo, seria dela que faria meu modo de vida. Uma loja só de produtos e petiscos Ibéricos, alguém aí se arrisca numa sociedade com o tuga aqui?! rs Brincadeiras ou sonhos á parte,  me delicio com os sabores dessas terras e, não posso negar, os vinhos lusos andam numa fase excepcional tendo se tornado nos últimos anos os grandes concorrentes dos vinhos de Los Hermanos em nossa terra brasilis, no quesito relação Custo x Beneficio só que mais saborosos, em minha opinião obviamente! seus vinhos TOP então, esses se tornaram grandes vinhos em nossa vinosfera ultrapassando as fronteiras lusas! Hoje relaciono e comento os vinhos de Portugal, ontem a de Los Hermanos ficou excessivamente longa até para meus parâmetros (rs) então optei por dividir, e amanhã dou seguimento com a segunda parte falando dos destaques espanhóis que invadiram minha taça.

         Portugal prima pela diversidade e estes rótulos que foram destaque na minha taça mostram bem isso, mesmo considerando-se que dois deles já beiram os R$150,00. Pra compensar tem vinho de R$45,00 então na média o preço está bom e a satisfação, essa nem se fala!

  • Cortes de Cima Syrah – este produtor alentejano elabora vinhos de grande qualidade e está entre meus muitos preferidos da região com um estilo mais moderno de ser, trazendo sempre inovações e este Syrah é absolutamente delicioso, quiçá um pouco salgado no preço! Por outro lado, bateu um dos campeões de minhas degustações de Syrah na loja, o Brunel de La Gardine St. Joseph, e no último encontro quase sobrepujou o grande campeão que é o australiano Schild Estate Shiraz 2008. De enorme equilíbrio e riqueza de sabores, mostrando boa tipicidade com o que se espera de vinhos dessa cepa, é sim um vinho a ser considerado mesmo com os R$110,00 que deve custar agora que o importador aumentou seus preços.
  • Vale da Mina Reserva tinto – um dos poucos que aparece em mais que um post de Destaques 2011 já que também esteve presente na dos Vinhos do Velho Mundo a Preços de Argentina e Chile . Em função disso não tomarei seu tempo repetindo meus comentários, mas clique no link se houver interesse. O que posso confirmar, sim, é que um verdadeiro achado nessa faixa de preços de R$45,00.
  • Roquette & Cazes – um dos vinhos mais marcantes numa faixa de preços que me é viável comprar sem me sentir culpado por isso (rs). Não é para toda a hora, mas gostaria que fosse! O Xisto, top da vinícola uma parceria entre produtor Duriense e Bordalês, está com preços nas alturas e este é seu segundo e “affordable” vinho. Absolutamente delicioso, um prazer hedonístico tremendo em que o todo é muito maior que a soma das partes que neste caso são Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz. Foi considerado o Melhor Vinho do Velho Mundo na Expovinis de 2011, fino, riquíssimo e sedutor,  é um caldo aristocrata, daqueles que vem á mesa de fraque e cartola abrilhantando o momento. Por volta de R$150,00 (após os aumentos de inicio de ano) é um deleite. Vinho Duriense com alma de Bordeaux, bão demais!
  • Qinta da Lagoalva Reserva – gosto dos vinhos que o Diogo produz na região Tejo. Seu vinho básico Castelão/Touriga Nacional é muito saboroso, seu Alfrocheiro quebrou minha resistência a essa uva e seu raro vinho de sobremesa é divino. Este Reserva é um vinho muito agradável e fresco de ser tomado, com muita fruta aparente e taninos muito bem equacionados sendo que as nuances de baunilha deixam claro a presença de madeira aqui colocada como apoio e anteparo ao restante do conjunto. Um estilo mais moderno, mas muito prazeroso de tomar. Custa algo ao redor de R$70,00.
  • Dom Rafael Tinto – a Herdade do Mouchão tem história e mesmo este vinho sendo de gama de entrada, mostra toda sua estirpe. Falei muito dele neste ano que passou tendo sido uma grata surpresa numa degustação ás cegas harmonizada com carne e competindo com vinhos tidos “de carne” como malbec e tannat. Um vinho de bom corpo, muito saboroso com toda a tipicidade e textura que se espera de um alentejano da cepa! Um de meus preferidos nesta faixa de preço que anda entre R$54 a 59,00, que com uns três a quatro anos de garrafa acompanha muito bem um bacalhau ao forno, sendo portanto bastante versátil.
  • Quinta do Vallado Touriga Nacional – produtor duriense de primeira linha que tem neste vinho um de seus melhores rótulos tendo o da safra de 2008 figurado entres os 10 melhores vinhos do Wine Spectator TOP 100 de 2011. Eu ainda não tomei esse, porém tomei o 2005 e 2006 que me impressionaram bastante, especialmente o 2005 por estar mais pronto. Nariz gostoso, fruta negra, aquele típico aroma de violeta formando uma paleta olfativa sedutora e muito agradável. Na boca é exuberante, mais estruturado e denso que o Crasto Vinhas Velhas (outra belezura duriense), taninos finos, rico e complexo com notas de tabaco, café num longo final que nos deixa aquele gostinho de quero mais, um belo vinho que custa honestos R$150,00 em média.

       Por hoje terminei e amanhã tem mais. Um por dia até ao final do mês e no dia 1 de Fevereiro entro com as listas por faixa de preços. Salute, kanimambo e seguimos nos vendo por aqui ou na Vino & Sapore onde sempre haverá uma taça amiga para o receber.

Encontro Mistral – Direto do Front

Primeiro dia deste importante evento realizado a cada dois anos e tempo não só de rever alguns quantos vinhos e pessoas, como navegar por mares nunca dantes navegados atrás de novidades e aquele rótulo especial perdido atrás de outros mais reluzentes. Foi um dia cansativo, até porque uma evento desses precisaria de pelo menos mais umas quatro a cinco horas, mas devo voltar na Quarta, então certamente registrarei outras descobertas. Falemos do dia de hoje!

               Não estava nos meus melhores dias, até a câmera esqueci, mas deu para sentir o clima, rever amigos e já fuçar alguns interessantes rótulos que merecem destaque. Não fui com o objetivo de provar os grandes vinhos, mas sim de buscar vinhos de qualidade com preços camaradas. No entanto, difícil não colocar na taça algumas preciosidades, ao fim e ao cabo estamos no Enontro Mistral!

Cá del Bosco – que Champagne que nada! Depois de provar este Franciacorta Cuvée Prestige Branco, blend de 75% Chardonnay, 15% Pinot Noir e 10% Pinot Bianco, cortado com lotes reserva de safras anteriores e 28 meses sur lie, me pergunto do porquê comprar os Chandon, Veuve Cliquot e outros champagnes básicos disponíveis no mercado? Mais caros e não chegam aos pés deste estupendo espumante que anda, pela taxa cambial vigente, algo em torno de R$170,00. De tirar o fôlego, mousse e perlage de encantar os olhos e na boca só estrelas, imperdível. Mais uma, não deixe de provar o tinto Curtefranca 2005; um blend bordalês em  75% cortado por 25% de Nebbiolo e Barbera!  O preço não é dos mais competitivos, por volta dos R$130, mas é um vinho que desperta nossos sentidos e mexe com nossas emoções, muito bom. Grazzie Bruno!

Mas de Daumas Gassac (Languedoc) e sua bonita e simpática diretora Victorine Babé que fala um português bem legal. Uma linha básica bastante interessante, especialmente o Moulin de Gassac Syrah 2008 e Guilhem Rouge 2008, ambos vinhos de boa qualidade para o dia a dia, saborosos e frescos, leves, taninos macios, fáceis de se gostar tanto na taça quanto no bolso já que custam ao redor de R$40/42. Agora, seu Daumas de Gassac Rouge 2008 é um grande vinho e, do jeito que gosto, complexo fruto de um assemblage de 80% Cabernet e o restante um “pout pourri” de 20 cepas entre elas Tannat, Malbec, Tempranillo, Pinot Noir, um verdadeiro vinho de influência globalizada. O preço segue a complexidade do vinho, algo em torno de R$200.

Castello di Montepó/Jacopo Biondi Santi, sem grandes comentários, todos seus vinhos são de muita qualidade, inclusive seu mais básico, o Braccale Rosso Maremma 2005 que custa algo em torno de R$78,00. Excelente  o Morellino di Scansano Riserva 2000, um baita vinho porém foi com o Sassoaloro 2005 que me entendi melhor . Vinho de muito boa estrutura, rico, taninos aveludados mas firmes ainda mostrando garra para encarar um bom par de anos. Preço ao redor de R$135,00.

Paolo e Noemia D’Amico, tendo como anfitriã a simpática Noemia D’Amico que, para nossa surpresa, é brasileira! Com produção numa região pouco conhecida, a de Lazio, o forte são seus brancos, entre eles os charconnays e, em especial, o Calanchi di Vaiano 2006 (cerca de R$85) que passa tão somente um mês em barrica para mero afinamento e que está delicioso e muito bem balanceado. Surpreendeu o fato de que o Falesia 2006 que passa 12 meses em barrica tinha básicamente a mesma cor do Calanchi! Muito bons e vale a pena encostar por aqui um tempinho.

Quinta da Lagoalva, nos traz a nova safra (2009) do Castelão/Touriga Nacional que é um vinho sedutor e que se mostrou em ótima forma, boa relação Qualidade x Preço x Prazer com seus cerca de R$45, melhor ainda quando o dólar vai para os R$1,75! Já o projeto de seu Late Harvest que comentei aqui, chega finalmente ao Brasil com apenar, repito, apenas oitenta e poucar garrafas. Está estupendo, rico e muito bem equilibrado é uma delicia na boca, sedutor e conquistador, mas o preço acompanha a limitada disponibilidade, cerca de R$153. Se disponível, não deixe de provar.

Vallontano, nasce um dos grandes goleiros do Brasil, apesar da idade, o Luis Henrique Zanini! Brincadeiras á parte, foi no ano passado que pela primeira vez na mídia, eu publicava foto de seu mais recente lançamento, o espumante rosé. Desta feita ele lança sua obra prima, um espumante muito especial que será interessante colocar às cegas contra outros graúdos no mercado. É o LH Zanini Extra Brut 2008, um senhor espumante com jeito de champagne. Só 2500 garrafas produzidas, 24 meses de autólise e sem uso de licor de expedição. Não deixe de provar!

Masi Tupungato, o projeto da Italiana Masi em terras mendocinas onde tem plantados os únicos vinhedos de Corvina neste canto do mundo, 140 hectares para ser exato.  Usando a Corvina pelo método ripasso (com a secagem das uvas) eles fazem uma segunda fermentação quando é adicionada a Malbec, nascendo assim o Paso Doble 2007, vinho saboroso, macio e fácil de se gostar e hoje em torno de R$38,00 o que é uma das melhores opções nesta gama de preços. Gostei bastante também do Paso Blanco 2009 um Torrontés que leva um corte de Pinot Grigio tornando o vinho muito balanceado e fresco, próprio para frutos do mar grelhados ou aperitivo e custa só R$35,00 ou próximo disso.

Para finalizar os que mais me marcaram ontem, não poderia deixar de mencionar a visita à Família Symington sempre muito bem representada pelo João Machete Pereira e Dominique Symington. Graham´s, Altano, Quinta de Roriz, Malvedos, DoW’s, Quinta do Vesuvio, Blandy’s Madeira e outros mais, este grupo produz qualidade e os prêmios internacionais só comprovam isso. Os Portos Vintage 2007, boa parte dos quais tive a oportunidade de provar e alguns estão neste Encontro, tiveram pontuação de 100 pontos, 99, 97, 94, ou seja um ano que mais do que de Vintage Clássico, mostrou ser um Ano Symington, não teve para ninguém! Minha paixão por seus vinhos é declarada e conhecida, então que tal conferirem se eu tenho razão para isso? Do mais básico Altano Douro, passando pelo delicioso e fino Altano Biológico, Prazo de Roriz e Quinta de Roriz Reserva com sua riqueza e mineralidade ímpares e sedutoras, aos novos vinhos tintos da Quinta do Vesuvio e o estupendo Post Scriptum o melhor “2º vinho” que já provei, é só alegria. Depois, antes de ir embora, não deixe de finalizar com seus deliciosos Portos Tawny envelhecidos e Vintages 2007 disponíveis. Só isso já basta! Tem mais no entanto, tem um posicionamento de preços muito interessante com seu Altano básico custando por volta dos R$42,00, um Prazo de Roriz e Altano Biológico por volta dos R$65,00 e o Post Scriptum e Pombal do Vesuvio por volta dos R$104,00. Imaginem então se a taxa voltar para comedidos R$1,75 a 1,78!

Salute e na Quarta retorno com câmera para colher imagens e mais sabores neste incrível Encontro Mistral. Amanhã tem mais. Fotos colhidas com o celular na Quarta-feira já que, pasmem, a peça aqui esqueceu de checar a bateria da camera e não levou a reserva (o que faço sempre) e murphy, obviamente, deu as caras!

kanimambo

Painel de Vinhos até R$50,00 – Última parte (de R$30 a 50,00)

               Chegamos ao final de mais esta viagem e, enquanto retomo o fôlego para partir em mais um garimpo por vinhos de qualidade que caibam no bolso, fiquem aqui com meus comentários e impressões sobre a última lista dos vinhos que, a meu ver, são altamente recomendados dentro desta faixa de preços. No todo, uma prova de que existe vida, e boa, nos vinhos mais econômicos. Nem todos podemos gastar os tubos em grandes rótulos, somente de forma mais parcimoniosa, e a busca destes rótulos é essencial para quem gosta e tem o costume de tomar vinho diariamente sem correr o risco de criar um enorme rombo no orçamento ou, ainda, para quem se inicia nas prazerosas trilhas do universo de Baco. Espero que esta coleção de rótulos provados possam lhe ajudar em seu próprio garimpo, são vinhos que Tomei, Gostei e Recomendo.

Prova RegiaProva Régia 2008 (Interfood-Portugal) 100% da cepa Arinto de aromas tropicais, na boca é refrescante, sedutor, rico e elegante mostrando-se algo crocante. Uma grande companhia para frutos do mar e um vinho delicioso que deixa na boca um gostinho de quero mais.

Bordeaux La GatteLa Gatte Tradition Bordeaux 2005 (Mistral-França) um vinho jovem que não passa por madeira e está com um preço ao redor de R$45. Pleno de sabor, leve, suave, fácil de beber e harmonizar com os pratos de nosso dia-a-dia, mineral e harmônico, um grande achado e uma ótima introdução a Bordeaux num preço bem acessível, ainda mais com o Real se valorizando como está.

Alaia 2004 (Peninsula-Espanha) Apresenta bastante complexidade de sabores e aromas para um vinho Alaianesta faixa de preço e uma experiência única já que é um corte muito bem elaborado com uma uva autóctone pouco conhecida por aqui, a Prieto Picudo, que é a cepa protagonista, tendo a Tempranillo e Merlot como coadjuvantes e um leve aporte de madeira. Aromático, muita fruta negra no nariz, já mostrando sua face mineral. Na boca está tudo lá, a fruta fresca, algo de chocolate, num corpo médio e equilibrado, redondo mostrando boa textura e taninos finos, mas acima de tudo o que mais me encanta neste vinho é sua identidade e personalidade diferenciada. Encontrei-me ontem à noite com o amigo Juan (Peninsula) e ele me confirmou, é seu rótulo mais vendido. Não é à toa!

Hacienda la Laguna Cabernet/Merlot (Zahil-Chile), este provei recentemente numa degustação da Zahil e achei que cabe bem aqui nesta pequena seleção de rótulos. Corte mais tradicional, correto, bem feito, redondo, sem arestas pode não chegar a empolgar, mas é um vinho difícil de alguém não gostar. Uma ótima opção para um evento de qualidade que certamente agradará a todos, apreciadores ou não.

Bordeaux Chateau Giraud ChevalChateau Giraud-Cheval-Blanc Bordeaux 2006 (Winery-França) ainda um pouco fechado, mas mostrando complexidade, boa estrutura, taninos finos, elegantes e amistosos, bem equilibrado, final aveludado e saboroso um bom vinho para acompanhar comida, mais do que para tomar solo e um preço muito camarada.

Quinta da lagoalvaQuinta da Lagoalva 2004 (Mistral-Portugal), vinho correto, bem feito e equilibrado do qual poderia tomar garrafas. Com 50% passando em madeira, é um vinho que está absolutamente sedutor, leve para médio corpo, muito rico em sabores que encantam o palato, macio, equilibrado com boa acidez o que lhe dá um certo frescor, mostra taninos redondos, sedosos e amistosos que alongam o final de boca deixando um gostinho de quero mais.

Diversos 074Castillo de Molina Sauvignon Blanc 2008 (Casa Palla), um vinho de primeira linha muito fresco e mineral que encanta ao olfato e satisfaz o palato deixando-nos com água na boca a pedir mais, já que a garrafa desaparece rapidamente. Ótima companhia para frutos do mar e certamente deverá acompanhar bem umas costelinhas na brasa. Mais um belo vinho branco encontrado nesta faixa de preços.

CeirósCeirós Douro 2006 (BR Bebidas/Vinhas do Douro), direto da garrafa para a taça, o vinho é impactante, vinhoso de aromas não muito sedutores.  Deixe-o respirar e desfrute de um vinho untuoso, fruta madura (ameixa), bom volume de boca, rico, taninos presentes, mas bem equacionados num final de boca longo, macio e algo apimentado. Um vinho essencialmente gastronômico para quem não tem pressa. Decante por cerca de 45 minutos, o vinho se transforma!

Diversos 075Monte da Cal 2006 (Winebrands-Portugal), um vinho algo rústico, mais tradicional, encorpado que necessita de um prato condizente para mostrar todos os seus atributos, Se pensar nele como um vinho para bebericar com os amigos, esqueça e escolha outro, mas se quiser um bom vinho numa noite fria de inverno para acompanhar um puchero ou algo similar, os alentejanos o acompanham com uma bela carne de porco com feijão branco, não se esqueça deste rótulo que certamente fará bonito. Rico, boa textura, denso, um vinho muito bem feito para quem aprecia vinhos de boa estrutura e não que gastar muito.

Trumpeter Malbec 07 (Zahil-Argentina), esta casa, Rutini, trabalha muito bem com esta cepa produzindo vinhos Varios 024bastante elegantes e esta família Trumpeter, é um dos grandes campeões custo x beneficio no mercado. O Malbec 2007 está especialmente saboroso e macio, bem frutado, bom volume de boca, taninos sedosos, corpo médio com um final especiado e muito agradável. Um bom malbec, sem exageros e sem arestas que o faz extremamente prazeroso de ser tomado tanto solo como acompanhando uma boa carne.

Varios 029Filipa Pato Ensaios Branco 2008 (Casa Flora-Portugal) corte de Bical e Arinto que passa um mês fermentando com leveduras indígenas, pare em tanques de inox e parte em madeira. Aromas delicados, de boa intensidade, muito fresco, saboroso, cítrico e mineral, tem um final de boa persistência que convida á próxima taça. Uma ótima opção como aperitivo e boa companhia, certamente, para umas pataniscas de bacalhau ou sardinhas na brasa.

Diversos 095Estação Douro 2006 (Decanter-Portugal), os amigos que me perdoem, mas o tugas estão deitando e rolando. Mais um bom rótulo que vem do Douro com preço bem acessível para a qualidade. Algo frutado e floral no olfato, na boca é franco e direto dizendo logo ao que veio, te agradar. Não complica, é redondo, taninos finos e  sedosos corpo médio e amistoso ao palato com um final muito saboroso que pede a próxima taça, fácil de harmonizar e mais fácil ainda de gostar.

                É isso meus amigos, mais uma jornada terminada e outra já em andamento, que compartilharei com vocês lá para o final de Novembro, pois navegar é preciso! Caso queira localizar uma loja próximo a você onde possa comprar um ou mais dos rótulos abaixo, contate o importador ou produtor acessando Onde Comprar

Salute, kanimambo e nos vemos por aqui.

Vinhos da Semana

                  Mais um mix de agradáveis vinhos tomados na semana (longa) que compartilho com os amigos. Um pouco de tudo; confirmações, descobertas, surpresas, enfim, emoções geradas por vinhos que valem a pena serem conhecidos. Argentino, brasileiro, espanhol e, obviamente, a já costumeira presença de vinhos portugueses que são parte integrante de minha adega e meu constante garimpo.

Trivento Nature e outros 002

Trivento Brut Nature – um dos mais saborosos espumantes argentinos que tenho tido a oportunidade de provar. Com a Pinot Noir como protagonista e a Chardonnay de coadjuvante nesse corte, o espumante é levemente rosado e muito bonito na cor. Nos aromas aparece algo de maçã verde, mas na boca os sabores puxam um pouco mais para abacaxi, bastante interessante. Muito boa acidez que lhe transfere ótimo frescor e um final de boca bastante agradável. A Perlage é abundante, delicada, de média persistência e, apesar de ser um nature, está muito bem equilibrado sendo bem seco, porém amistoso ao palato. Uma boa opção, que me agrada bastante, trazido pela Wine Premium, que também importa os bons vinhos tintos deste produtor que pertence ao grupo chileno Concha y Toro, com um preço ao redor de R$37,00.  I.S.P. 

Artadi Viña de Gain 2003 – esperava mais. Na nariz aromas tostados, couro algo floral e frutado. Na boca está um pouco mais para Novo Mundo do que velho Mundo e diferente do que eu provei em 2007. Mostra-se escuro,algo duro, encorpado, de grande estrutura, taninos presentes ainda por equacionar, concentrado, final de boca especiado. Bom, mas senti falta daquela finesse presente nos vinhos da rioja que encantam pelo equilíbrio. Pelo histórico e presença na mídia, merece mais uma chance, até porque me lembro que o que tomei antes estava bem melhor. Desta feita procurarei uma safra mais nova. A importadora é a Mistral e o preço ao redor de R$150,00.  I.S.P. 

Negreiros 2004 – Mais um bom fruto de um garimpo na Expand Sales. Assemblage das castas Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Barroca e Tinta Roriz, plantadas na Quinta das Amendoeiras, no Douro Superior. São cerca de 10 hectares de vinha, que produzem cerca de 50 toneladas de uvas/ano, das quais, apenas 10 a 15 toneladas são viníficadas para este rótulo. Neste vinho, a mão mágica de Anselmo Mendes, entre outros enólogos, nos presenteia, com um vinho muito rico e equilibrado que está, provavelmente, no seu apogeu e melhor momento para ser desfrutado. O nariz, algo tímido, mostra fruta madura e algum vegetal. Cresce na boca, no entanto, mostrando-se bem harmônico, palato agradável com boa entrada de boca, taninos redondos e macios, acidez sem excessos formando um conjunto bastante equilibrado. Pelo preço que paguei na Expand Sale (R$28,00) uma bela pechincha. Preço normal R$58,00 disponível na Expand.  I.S.P.   

Perini Marselan 2006 – se não é um blockbuster, é um vinho saboroso e fácil de se gostar. Aromas de fruta madura, cantina, algo vinhoso. Na boca é agradável, fácil de tomar, redondo com taninos doces e equilibrados com um teor de álcool bem comportado o que o torna bastante amistoso no palato. Vinho correto, bem feito que melhora quando levemente refrescado a 14º. Esta uva parece ser bastante interessante para a região, já que as chuvas que tradicionalmente afetam a colheita de outras castas, na Marselan, de acordo com o enólogo da casa, é do que esta vinha gosta. Aos poucos, vemos diversos novos rótulos de vinhos elaborados com esta cepa sendo elaborados no Vale dos Vinhedos como este da Vinícola Perini. Fiquemos de olho, com os anos certamente veremos evolução. preço ao redor de R$28,00. I.S.P.  

Quinta da Lagoalva 2005 – um delicioso e macio corte de Castelão com Touriga Nacional. O vinho de entrada deste produtor do Ribatejo que me foi apresentado por meu primo Chico e sua simpática esposa Bia, quando lá estive no mês passado. Não é um grande vinho e não se propõe a isso, porém é um vinho correto, bem feito e equilibrado do qual poderia tomar garrafas. Com 50% passando em madeira, é um vinho que está absolutamente sedutor, leve para médio corpo, muito rico em sabores que encantam o palato, macio, equilibrado com boa acidez o que lhe dá um certo frescor, mostra taninos redondos, sedosos e amistosos que alongam o final de boca deixando um gostinho de quero mais. Grande surpresa, ainda mais quando lá o compramos por cerca de 3, 60 Euros. Aqui, é importado pela Mistral e custa algo ao redor de R$49,00.  I.S.P.

Salute e kanimambo.