Quinta da Lixa

Mais um Vinho Verde na Taça!

Está difícil me desenvencilhar dos vinhos brancos e lusos assim como das harmonizações! Este foi mais no inicio de Janeiro, mas ainda não tinha compartilhado com os amigos então, lá vai!

O prato é típico de Itanhaém, aqui no litoral sul paulista, onde o mercado de peixe vende esta Tainha recheada com farofa e outros ingredientes que desconheço! rs Que é bom é, disso eu sei e volta e meia peço para meu genro me trazer uma. Foi para o forno e para a mesa sem dor de cabeça, sem sujeira na cozinha, do jeito que eu e minha loira queríamos num Domingo preguiçoso.

Para acompanhar, um vinho verde com certeza, Aromas das Casta, um blend de Alvarinho e Trajadura que sempre me encanta:

Alvarinho – Tem seu berco na região do Minho (vinhos verdes) em especial na sub região de Monção e Melgaço onde atinge seu apogeu! Existe em algumas outras poucas regiões onde um ou outro eventual rótulo poderá se sobressair, porém em nenhuma outra é tão exuberante. Vinho marcado pelo aromas florais (laranjeira, tílias) e sabores que nos remetem a frutos de boa acidez como a grape-fruit e laranja.

Trajadura – em seu berço também no Minho (vinho verdes), no nordeste de Portugal. O seu vinho é usado especialmente em blends, onde agrega aromas cítricos e estrutura. A baixa acidez dessa uva é o maior limitador para a elaboração de vinhos varietais, embora frutado, em boca o vinho costuma ser desequilibrado, com carência de frescor e teor acoólico algo alto para a região. Nos blends com Loureiro e Alvarinho, no entanto, a combinação gera vinhos saborosos e equilbrados.

Harmonização - Verde e Tainha recheada

Aromas das Castas Alvarinho/Trajadura – juntou a características das duas castas para nos deliciar com um conjunto de forte intensidade aromática, equilibrado sem exageros na acidez muito comuns aos vinhos da região (gosto mas tem gente que sofre com isso), final com leve dulçor que casou muito bem com a farofa e peixe, bom volume de boca mas com uma certa leveza, média persistência que deixa  um “Q” de quero mais no palato! Um vinho vibrante, alegre para ser tomado só, com peixes e frutos do mar grelhados e, preferencialmente, com camarão ou lagosta, deve virar uma sinfonia!! rs

A harmonização foi bem, os sabores casaram legal e depois, tomei com a loira né! Tudo de bom, muito bom!!! Kanimambo pela visita, saúde e uma ótima semana para todos. Com o calor que anda fazendo (anda faltando equilíbrio lá em cima!! rs) um vinho verde vai muito bem, embarca nessa que a viagem vai ser boa!

Feijoada e Vinho??

Não é de hoje que volta e meia me perguntam se dá para harmonizar e sim, dá! Não dispenso a caipirinha antes,rs, mas dispenso a cerveja que só serve mesmo (neste caso) para estufar o bucho! Sempre recomendo um de três; espumante nacional seco e de boa acidez com bastante toque cítrico (Santa Augusta Brut é uma boa!), vinho verde branco ou um bom tannat. Salvo alguma boca mais crica, rs, funciona sempre. Certamente haverão outras possíveis harmonizações, porém estas são as que conheço, estas são as que recomendo.

Desta feita coloquei dois vinhos num desafio de harmonização, qual dos dois se dariam melhor com a feijoada, o Tannat da Narbona ou o Alvarinho da região dos vinhos verdes da Quinta da Lixa?

feijoada e vinho - desafio

Puerto Carmelo Tannat 2010, um vinho já bem integrado com cinco/seis anos de garrafa mostrando toda a personalidade da uva no Uruguai, porém já mais aveludado, delicioso solito e se deu muito bem com a untuosidade do prato, sem dúvida uma ótima hamonização.

Morgado da Vila Alvarinho 2015, um vinho muito versátil com uma pegada muito boa pois possui um pouco mais de corpo sem perder a vivacidade e a acidez cortante característica dos vinhos verdes. É essa acidez que nos traz o frescor que sentimos e que ajuda a cortar a untuosidade do prato. Mais uma ótima harmonização e talvez eu me incline um pouco mais para este.

No final, acho que deu um empate, porém meu amigo Dr. Carlos presente ao evento foi especialmente feliz no fator de desempate, o tempo! Quente que nem estava ontem, cerca de 30ºC, o Alvarinho ganhou por um pescoço o que certamente seria revertido num dia frio com a vantagem pendendo para o Tannat. Por outro lado, para quê fazer escolhas? Tome uma taça do branco com o primeiro prato e quando for repetir, troque para o tinto!rs

Experimento legal este que sugiro aos amigos repicar, porque afora a esbórnea enogastronomica, a festa é garantida com os participantes certos, como ontem! Uma ótima semana para todos, saúde, alegria e kanimambo por mais esta visita. Seguimos nos encontrando por aqui com outras dicas e opinões sobre temas vividos com, neste momento, com uma forte influência de harmonização. Tenho tomado bem menos vinhos solo do que acompanhados então este tema ainda vai alimentar este site por um tempinho!

 

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Vinho Verde que é Branco!

Tou ligado nos brancos e a afirmação não tem nada de racial!! rs Só para descontrair  porque na verdade, no vinho só sou preconceituoso, confesso, quando o tema é cor pois sou avesso a outras que não branco, tinto, rosado e, eventualmente, uns laranjas. Já azul não rola, sorry, é drink não é vinho, sejamos sinceros. Enfim, mais um branco e um post curto e direto ao ponto, delícia de harmonização. Simples, mais uma vez o menos Harmonização - Verde com bolinho de bacalhaué mais, combinando vinho verde (que é branco! rs) e bolinhos de bacalhau antes da refeição numa tarde calorenta.Aliás, vai aqui uma dica de leitura. Vai aqui embaixo, clica no link do you tube e enquanto escuta a canção retorna aqui, só para entrar no clima!! rs
O Guigas produzido pela Quinta da Lixa, é um vinho leve, frutado, agulhinha típica, acidez vibrante, despretensioso para tomar de golão e se divertir! Os ingleses o chamariam de crispy, nós de crocante, mas seja lá o que for essa sensação provocada pelo blend das castas Loureiro, Trajadura e Arinto, estamos diante de uma taça de puro frescor e se você se incomoda com acidez, cá entre nós, não entre neste barco não! Só isso, porque existem momentos onde “só isso” basta, para quê mais? Os bolinhos estavam da hora, o vinho na temperatura correta, a companhia um deslumbre, não sobrou nada (fora a foto) para contar a história. Bons momentos sem ter que gastar muito, o vinho custa entre os 40 e 45 Reais, satisfação garantida e é isso que importa já que a vida enófila não é feita só de grandes vinhos a preços para lá de salgados. Nada mais a dizer a não ser que na minha geladeira tem sempre umas duas garrafas prontas, porque uma, não sei porquê (rs), costuma ser pouco!
Manjubinha, lula à doré, espetinho de camarão na praia, mexilhões ao vinagrete, ceviche, cozinha japa, as opções de harmonização para um se dar bem com este vinho são imensas! Fui, kanimambo pela visita e seguimos nos encontrando por aqui. Saúde, brindemos com uma taça de refrescante vinho verde branco (sim tem tinto e rosé também) ou qualquer outro vinho de cor natural e tenho dito!rs

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