Hoje é Dia!!

               Toda a Sexta é dia de alto astral já que anuncia a chegada do fim de semana! Hoje é mais ainda, é dia de festa já que daqui a pouco tem um embate que pode ser um joguinho ou jogão! Amigos portugueses e brasileiros grudados na televisão, outros no estádio para ver um Portugal x Brasil na copa do mundo, coisa que não se via desde 1966 e que espero possa repetir o placar. É, não adianta reclamar não, o Brasil já está classificado, então sou Portugal desde criancinha! Eheh. Tem mais, seria uma bela lição no prepotente e arrogante “professor” de más maneiras, o tal de Dunga que está merecendo uma lição para ver se desce de seu salto XV! Nunca uma seleção esteve tão distante de seu povo, mas enfim, sinal dos tempos. Mais uma, Carlos Queiroz, o técnico de Portugal, é primo de meu padrasto e Macua como eu, nascidos que somos em Nampula, norte de Moçambique, ou seja; quase familia e conterrâneo! Bem, mas este não é o lugar para falar de futebol então minha sugestão de hoje é também por um embate entre dois vinhos, obviamente um luso e outro brasuca, numa faixa de preço média acessível à maioria.

Escalei o Ceirós Tinto 2006, um vinho para quem não tem pressa pois vai desabrochando na taça conforme o papo corre solto, mostrando-se menos rústico que o 2004. Um tradicional blend duriense de Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinta Barroca é vinho complexo produzido pela Quinta do Bucheiro uma vinícola familiar com mais de 250 anos localizada na região de Sabrosa (será que é de lá que vem o Simão, jogador português?!) no Douro. Direto da garrafa para a taça, o vinho é impactante, vinhoso de aromas em que a fruta madura predomina com boa intensidade.  Deixe-o respirar e desfrute de um vinho untuoso, fruta madura (ameixa), bom volume de boca, rico, taninos presentes mas bem equacionados num final de boca longo, macio e algo apimentado. Um vinho muito particular e marcante, equilibrado e guloso com boa acidez que pede comida e agrada sobremaneira. Importado pela Vinhas do Douro custa por aí em torno dos R$50,00.

 

uma escalação complicada, mas devido á falta de opções no mesmo patamar de preços, sim porque há que se manter um mínimo de bom senso comparativo, caí num hibrido! Sim, porque a mão do enólogo é português e as castas também de lá se originam, o bom Quinta do Seival Castas Portuguesas 2005, um corte de Touriga Nacional, Alfrocheiro e Tinta Roriz produzido pela Miolo na região de Campanha, próximo da fronteira com o Uruguai. Surpreendente e prova inequívoca da melhora de qualidade dos vinhos brasileiros num projeto muito interessante. Frutos negros maduros com algo resinoso no nariz, madeira, fruta passa, bem estruturado com taninos finos, equilibrado, saboroso com um final de boca agradável e de boa persistência em que se manifestam nuances herbáceas. Está pronta a beber, é um de meus “nacionais” mais requisitados à mesa e meu amigo Rui Miguel do excelente blog português Pingas no Copo (link aqui do lado) o elogiou demais e comentou, “Olhando para o prontuário, dicionário e outros acessórios gramaticais apenas ocorreu a seguinte definição: Complexo e distinto.” Veja o resto dos comentários dele aqui.  O preço anda também pela casa dos R$50 a 59,00 dependendo de onde estiver.

           Que ganhe o que performar melhor, mas não deixe de levá-los á mesa acompanhados debons amigos e pratos. Se o jogo for tão bom como esse embate viníco, estaremos bem servidos! Que assim seja e como o jogo começa às 11, já dá para abrir um espumante no intervalo, algo leve, suave e fácil sem muita complexidade, um espumante brasileiro vai muito bem ou até um Prosecco como o Moinet. Brasileiros, podem ser; um leve Moscatel bem equilibrado como o da Marco Luigi ou Garibaldi, ou os; Marco Luigi Brut, Ponto Nero Brut, Valduga Arte Brut ou Aurora Blanc de Noir elaborado com Pinot Noir, todas ótimas opções de espumantes secos, mas vibrantes e cheios de vida que ajudam a alegrar o momento.

           Como, espero, o resultado final deverá ser empate, daí Portugal se classifica e sai em segundo pegando jogos mais “fáceis” na sequência, celebrarei com um Vértice Gouveio, um dos melhores espumantes hoje produzidos em Portugal. Para quem quer algo mais jovial, uma garrafita do rosé 3b da Filipa Pato também não é má pedida, não! Na eventualidade, mesmo que remota (eh,eh), de dar Brasil, bem, aí um Miolo Millésime/ Cave Geisse Nature ou Ponto Nero Extra Brut cairão muito bem. Aliás, já dizia Napoleão, “merecido nas vitórias e necessário nas derrotas”!

Salute, kanimambo e Segunda estarei de volta com Dicas da Semana, inclusive de boas compras.

Ps. Bolas, faltaram e muito para o meu conterrâneo Queiroz. Metesse o Hugo Almeida enfiado entre o Juan e o Lucio (este o melhor da partida de hoje) e acho que meu desejado 1 x 0 teria sido possível. Joguinho, não?! Sabem qual a diferença entre o rugby e futebol? É o seguinte; rugby é um jogo de animais jogado por cavalheiros, enquanto o futebol é um jogo de cavalheiros jogado por animais! O Felipe Melo não é uma prova disso?!!!