Quinta do Fredo

Alentejo x Douro. Resultados de um Páreo Difícil.

Maravilha este Derby português. Parece o nosso campeonato brasileiro atual, todo mundo parellho com uma diferença muito pequena de pontuação entre os lideres deste embate. Foram doze vinhos de muita qualidade e algumas supresas tendo o gostoso Santa Julia Brut (Ravin) como abre alas para um embate dos mais saborosos.

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Dentro os alentejanos, tinha uma especial predileção pelo Vila Santa, Herdade do Pinheiro e Cortes de Cima, mas acabei descobrindo o delicioso Herdade Paços do Conde Reserva que balançou meu coreto. Dos Douros, um monte de pontos de interrogação e uma certeza, o saboroso e fresco Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, que confirmou minhas expectativas, mas me surpreendi com outros. No geral, a comprovação de que vinhos despe porte precisam de tempo para se mostrar e os aprecio melhor quando com quatro a cinco anos de vida, momento em que desabrocham e mostram todo o seu potencial.

Por outro lado, tenho que tirar o chapéu e agradecer pelo grande número de amigos que tem composto a banca de degustadores destes Desafios de Vinhos. Colaboradores importantíssimos destes embates que realizamos mensalmente. Tenho a certeza que se divertem tanto quanto eu, pelo menos assim espero, enquanto desvendamos um pouco mais dos segredos de nossa vinosfera. Agora falemos dos vinhos provados, de suas notas e das sensações que nos despertaram, lembrando que os comentários são um apanhado das anotações de cada um. Obviamente que cada degustador tem suas opiniões particulares, parte das quais nossos colegas blogueiros presentes certamente exporão em seus blogs, mas na prova o que conta é a média de opiniões que é o relatado abaixo.  A ordem comentada, é a mesma do serviço dos vinhos.

DSC01619Alentejo – Corte de Cima 2007 (Adega Alentejana) – um vinho ainda muito novo que precisa de tempo para se mostrar. Creio que se tivéssemos aqui o 2005, que está em seu apogeu, certamente a história poderia ser outra.  Mesmo assim, o vinho não decepcionou não, tendo mostrado muita fruta vermelha no nariz com algumas nuances de baunilha e algum álcool aprecendo, mas sem incomodar. Na boca, apesar da uma hora de decantação que lhe foi dada, o vinho ainda buscava uma maior harmonia. Taninos doces, macio, médio corpo, média persistência e um leve amargor de final de boca. Um bom vinho que vai melhorar muito com mais algum tempo de garrafa. Obteve a média de 84,95 pontos e que, na Revista de Vinhos, oscila entre os 16 a 17 pontos. Preço, ao redor de R$90,00.

DSC01614Alentejo – Herdade Paços do Conde Reserva 2005 (Lusitana de Vinhos & Azeites) – mostra que a idade faz diferença nestes vinhos. Paleta olfativa complexa e de boa intensidade em que se destaca a fruta madura, nota lácteas e algo adocicado. Na boca encanta ao primeiro gole, mostrando bom volume, taninos aveludados, redondo, pleno de sabor com frutas e especiarias inebriando o palato num conjunto muito equilibrado e muito apetitoso com um final algo mineral de boa persistência. Veio com um belo “palmarés” e confirmou que era um sério candidato a levar o premio individual de melhor Vinho da Noite. Destaque especial para o design de garrafa e rótulo que dignificam o vinho. Obteve a média de 87,75 pontos e custa em torno de R$98,00, somente para os leitores deste blog.

DSC01620Alentejo – Monte da Cal Reserva 2004 (Winebrands) – para uns o vinho estava prejudicado com um nariz que denotava indícios de bouchoné, para outros nem tanto. No palato não se sentia tanto, desta forma possibilitando que lhe fosse dado uma nota. Muito mentolado e herbáceo, taninos ásperos, um vinho difícil que nitidamente precisa de uma nova avaliação. Por não termos parâmetros, mas levando-se em consideração que é um vinho com 17/20 pontos na Revista de Vinhos,  acho que o grupo terá que rever o vinho em uma outra ocasião. Mesmo assim, conseguiu obter uma média de 80,75 pontos e custa ao redor de R$65,00.

DSC01615Alentejo – Vila Santa 2007 (Casa Flora) – um vinho que marcou presença e, não por acaso, um dos meus preferidos que fiz questão de de ter presente nesta prova. Nariz marcante, frutas vermelhas (cerejas) com toques florais (violeta) muito atraentes e convidativos. Na boca mostra-se novo com taninos ainda bem presentes, porém finos e sem qualquer agressividade, boa acidez implorando por um bom prato, boa textura, rico, um vinho muito apetecível e mais um que veio para brigar pela liderança. Obteve a média de 88 pontos contra os 91 que a Wine Enthusiast lhe deu. Preço ao redor de R$85,00.

DSC01608Douro – Casa Ferreirinha Vinha Grande 2003 (Zahil) – talvez o vinho mais pronto de todos que pouco ou nada mais ganhará com maior guarda. Desta casa sai o mítico Barca velha o que, por si só, já é razão bastante para nos aventurarmos em seu portfólio de bons rótulos, a começar por este que está absolutamente macio, sedoso e sedutor. Ótima entrada de boca de muita finesse, macio, redondo, saboroso, uma acidez no ponto, equilibrado um vinho muito equilibrado e sem arestas. Muita fruta vermelha do bosque em perfeita harmonia entre olfato e palato, com um final com algo de especiarias. Levantou suspiros e adjetivos como estupendo, sensacional, etc. Mais um candidato que obteve a média de 88,70 pontos e custa R$88,00 na importadora.

DSC01616Alentejo – Herdade da Sobreira 2004 (Interfood) – notas de chocolate e fruta madura no nariz. No palato encontramos taninos potentes bem trabalhados mostrando estarmos frente a frente a um vinho mais encorpado e robusto, de grande estrutura que ainda poderá gerar grande satisfação por mais uns bons quatro a cinco anos pela frente. Uma estilo um pouco mais tradicional, é um vinho que pede um prato de boa consistência e “sustança” para o acompanhar. Muito saboroso e equilibrado, um belo vinho. Obteve a média de 86,10 pontos e custa ao redor de R$90 na importadora.

Alentejo x Douro Quinta-do-fredo 3Douro – Quinta do Fredo 2007 (BR Bebidas) – um vinho muito novo recém saído das fraldas, que precisa de tempo para se estabilizar. A garrafa usada foi de mostra da barrica, sendo que a primeira importação está prevista para chegar até ao final do ano, talvez final de Novembro. Mesmo assim mostrou-se bem, com aromas frutados misturados a nuances de farmácia (acetona) e alguma especiaria. Na boca é intrigante, evolui na taça e mostra taninos de qualidade, final com alcaçuz/anis, um vinho diferenciado que precisa, neste momento, mais do que a uma hora que lhe demos de aeração. Deve evoluir muito bem pelos próximos dois a três anos. Obteve a média de 82,45 pontos e deverá custar algo ao redor dos R$80,00, mais ou menos 10%.

DSC01611Douro – Churchill Estate 2006 (Expand) – aromas bastante intensos de fruta compotada com nuances lácteas, próprio de uma boa aplicação de barrica. Na boca é cheio, complexo, equilibrado, taninos aveludados, boa estrutura, um vinho muito saboroso com um final agradável e de boa persistência que pede por mais uma taça. Obteve a média de 85,55 pontos contra os 90 que lhe foram dados pela Wine Spectator e custa R$88,00 nas lojas da importadora.

DSC01617Alentejo – Herdade do Pinheiro Reserva 2003 (Beirão da Serra) – aromas bastante complexos em que se sobressai muita fruta madura e toques de couro. Apesar do avançado halo aquoso e cor já mais atijolada, o vinho segue vibrante com boa presença de taninos finos e maduros, complexo, algo de fruta seca na boca, rico e mesmo que sem o brilho de sua primeira passada por nossos Desafios, mostrou-se um conjunto bastante harmônico e equilibrado demonstrando ser um dos bons rótulos alentejanos hoje disponíveis no mercado. Obteve a boa média de 88,25 pontos e custa algo ao redor de R$75,00.

DSC01610Douro – Duorum 2007 (Casa Flora) – de aromas ainda tímidos e fechados com nuances de cassis e algo terroso. Mostra-se melhor em boca com bom volume, corpo médio de boa estrutura, elegante, de taninos firmes finos e sedosos, carnoso sem nunca ser “over”, bem equilibrado, evoluindo bem em taça  o que sugere que poderia ter sido decantado por um período algo maior, minha sugestão é de 45 minutos a uma hora quando ele deve se abrir mais e mostrar todo o seu potencial. Muito gostoso e fácil de agradar sendo um vinho bastante gastronômico e fresco com um final algo mineral. Um belo vinho que obteve uma média de 84,90 pontos e custa ao redor de R$60,00.

DSC01612Douro – Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo 2004 (Vinea) – ao conrário do restante dos Desafiantes, este não passa por madeira preservando a fruta e frescor. Mostra-se bem evoluído e frutado nos aromas com leves e sutis toques florais. No palato ainda mostra saúde, bom corpo, intenso e complexo, taninos doces e sedosos com um final de boca gostoso porém um pouco curto. Vinho correto, bem feito, sem adereços nem arestas, bastante franco e agradável. Obteve a média de 84,60 pontos e custa R$75,00 na importadora.

DSC01613Douro – Lavradores da Feitoria 3 Bagos 2005 (Mistral) – fruta em geleia, herbáceo, algo de salumeria e boa presença mineral no nariz que demosntra uma certa complexidade. No palato mostra-se ainda bem firme, boa textura, concentrado, equilibrado com uma acidez gostosa que chama comida, num estilo muito próprio e um final algo especiado. Obteve a média de 85,10 pontos e custa em torno de R$75,00 na importadora.

Desafio terminado, tivemos o interessante fato de que, apesar de o Alentejo ter levado este derby com um total de 5158 pontos contra os 5112 pontos do Douro, o grande campeão da noite, a melhor performance individual ficando com o título de Melhor Vinho, foi o Casa Ferreirinha Vinha Grande 2003, do Douro. Na sequência, Herdade do Pinheiro Reserva, Vila Santa, Herdade Paços do Conde Reserva e finalizando o podium o Herdade da Sobreira, todos do Alentejo. Entre o primeiro e o quarto classificado, uma diferença de menos de um ponto o que poderíamos considerar ser um empate técnico. Uma bela seleção de vinhos com esta quina um degrau acima dos demais num desafio definido pelo fotochart!

O Melhor Custo x Beneficio ficou com o Duorum 2007 e a Melhor Compra o Herdade do Pinheiro Reserva, este último por voto direto. Agora vejamos o vinho preferido de cada degustador e sua pontuação:

  • Ralph Schaffa – Vila Santa – 89 pontos
  • Claudio Werneck – Paços do Conde reserva – 91,5 pontos
  • Breno Raigorodsky – Vila Santa – 90 pontos
  • Francisco Stredel – Herdade do Pinheiro Reserva – 91 pontos
  • Alexandre Frias – Paços do Conde Reserva – 87 pontos
  • Evandro Silva – Vinha Grande – 90 pontos
  • Luis Fernando Leite de Barros – Herdade do Pinheiro Reserva – 91 pontos
  • Fabio Gimenes – Vinha Grande – 96 pontos
  • Zé Roberto Pedreira – Vinha Grande – 91,5 pontos
  • Simon Knittel – Vinha Grande – 89 pontos
  • Daniel Perches – Paços do Conde Reserva – 93 pontos
  • João Filipe Clemente – depois de meia hora de indecisão e por meio ponto sobre o Paços, o Vila Santa – 88,5 pontos.

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Caso queira localizar uma loja próximo a você onde possa comprar um ou mais dos rótulos acima, contate o importador ou produtor acessando Onde Comprar.

Salute e kanimambo. Mês que vem tem mais!

Salvar

Noticias do Mundo do Vinho

Wine globe 3Uma série de novidades no mercado que gostaria de compartilhar com os amigos:

Mistral lança seu novo catálogo recheado de novidades – Tanto novos produtores, incrível o tamanho do portfólio, como novos rótulos de seus tradicionais produtores. Dos novos produtores destaque para; o prestigiado Max Graillot, filho de Allain Graillot, os cultuados vinhos El Nido, da Espanha, Terlato & Chapoutier, a nova empreitada de Michel Chapoutier na Austrália, a vinícola chilena totalmente orgânica Nativa Viñedos Orgánicos  e a americana Paul Hobbs Winery. Dos produtores já consagrados, também  novos vinhos, como o Montes Alpha Carmenère, da Viña Montes, o branco da argentina Masi Tupungato, o torrontés de Ernesto Catena, o espumante Rosé da brasileira Vallontano,  entre outros lançamentos.  Vale checar e garimpar.

Villa Francioni lança o Michelli 2005 – Com apenas 2500 garrafas produzidas e após longos 48 meses de processo de elaboração e amadurecimento, chega este que pretende ser o vinho super Premium da vinícola, um corte de Sangiovese, Cabernet Sauvignon e Merlot com umteor alcoólico de 14%. Preço de vinho ícone, por volta de R$198,00, um novo rótulo brasileiro a ser conferido. Veja mais no site da vinícola; www.villafrancioni.com.br.

Prosecco Corte Viola 1FOX Imports traz Proseccos – Um dos meus preferidos proseccos Low Budget que frequentemente  recomendo para eventos, casamentos, festas, etc. é o Corte Viola.  É um espumante leve, fresco e muito agradável com uma excelente relação custo-benefício. Afora isso a empresa também importa um prosecco DOC num degrau de qualidade superior e na versão Brut o que não é muito comum se ver no mercado. Em Novembro entrará em meu painel de espumantes com degustação às cegas e veremos como se comporta. Enquanto isso procure no seu fornecedor mais próximo ou contate o importador para checar onde obter seus produtos

Garibaldi Segue Colecionando Ouro – Mais dois espumantes da Vinícola Garibaldi conquistaram premiações em concurso internacional. Desta vez foi na Espanha, durante a 3ª edição do Concurso Internacional Vinos y Espirituosos (CINVE), realizado no Hotel Alfonso XIII, em Sevilha, entre os dias 25 e 27 de setembro. Os espumantes Garibaldi Moscatel e Brut Chardonnay receberam Medalha de Prata, confirmando o reconhecimento por sua qualidade, refrescância e aromas marcantes. O concurso reuniu 642 amostras de 14 países, que foram avaliadas por um painel de 49 degustadores internacionais.

Vinhos da Miolo Premiados na Alemanha –  concurso Anuga Wine Special 2009, da Alemanha, analisou mais de 220 vinhos de 12 países e premiou sete vinhos brasileiros, sendo dois da Miolo Wine Group. O Lote 43 (2004) e o Fortaleza do Seival Tannat (2006) receberam, respectivamente, medalha de prata e bronze. Os vinhos foram degustados às cegas do master of wine alemão Marcos del Monego e sua equipe de sommeliers. A Alemanha é um dos quatro grandes mercados visados pela Miolo para ampliar suas exportações e chegar a 34 países – hoje a empresa vende para 28 países e a linha de produtos do projeto Quinta do Seival seguem dando bons frutos graças ao trabalho competente do enólogo e amigo, Miguel de Almeida.

Alentejo x Douro Quinta-do-fredoQuinta do Fredo – Produção limitada a 2.000 garrafas, Douro, pisa a pé, corte tradiciomal de Touriga Nacional, Tinta Roriz, Touriga Francesa e Tinta Barroca com seis meses de barrica, está chegando o vinho especialmente elaborado para o Fredo da BR Bebidas. Logo, deverá estar na loja onde é sempre interessante  garimpar novos rótulos com bons preços, marca registrada da casa.

Berenguer Imports – Mais uma nova importadora no pedaço, só que esta vem com o experimentado e capaz Charlston Dalmonico capitaneando a nau em seus aspectos comerciais. É uma questão de tempo para que os amigos venham a conhecer o resultado dos investimentos e escolhas selecionadas feitas pela equipe. Só para deixar alguns com água na boca e antecipando algumas informações, porque estou para fazer uma prova quando poderei tecer mais comentários, sobre os produtos que serão importados:

  • Da Argentina vêm a família Filosur do conceituado produtor Andeluna, vinhos de autor de Carlos Balmaceda Arroba 2006 e os vinhos da AVE Wines, um projeto italiano  em Mendoza.
  • Do Chile, a linha de vinhos Pirque Estate Reserva que dispensa apresentações, Pacifico Sur e I Wines, vinhos de autora (Irene Paiva)  que terá o rótulo I Latina um gran reserva syrah como seu rótulo de apresentação ao mercado.

Depois falo mais, mas como já dizem os hermanitos, OJO neles!

Decanter News – um resumo de algumas das novidades recebidas em newsletters recebidas:

  • Redução de conteúdo alcoólico – Cerca de 50% dos consumidores do reino Unido afirmaram em pesquisa, que prefeririam vinhos de menor teor de álcool desde que essa redução não acarretasse detrimento no sabor. Fato que não é isolado no mundo, onde as pessoas começam a fugir de vinhos excessivos.
  • Bordeaux – 2009 está prevista ser uma grande safra, mas preocupações existem quanto a excesso de extração e altos teores alcoólicos, contramão do mercado, devido a uvas muito maduras. Um grande desafio para os enólogos com, os melhores, provavelmente trabalhando muito bem esses excessos da natureza, outros não. Esperemos 2011 para conferir!
  • Penfolds Grange em Hong Kong – esta é para os ricaços e colecionadores de plantão. Um vertical completo (750ml) deste mítico vinho australiano de 1951 a 2004 e outro de garrafas magnums de 1979 a 2004. Leilão para poucos, mas se tiver a fins, é dia 5 de Novembro, clique aqui.
  • Bar de Degustação em Bordeaux – esta é para os amigos que estão com viagem programada para aquelas bandas e querem provar um Cheval Blanc, Chateu Ausonne e Chateau Smith Haut Lafitte entre outras preciosidade da margem direita que estarão á disponibilidade dos aficionados. Com máquinas Enomatic como as que o Santa Maria tem (veja matéria aqui) e cartões pré-pagos de 25 a 75 Euros, você poderá se esbaldar e conhecer diversos desses mitos, dizem que o Petrus e Chateai Le Pin ainda virão, por muito pouco. A Decanter não diz o nome do local, baita sacanagem, mas estando lá não deve ser difícil de encontrar. Bon Voyage.

Noticias de Portugal:

  • RegiaodeLisboaCVR Lisboa, reformula sua imagem – A Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa, acabou de realizar um rebranding que passou pela alteração da sua linguagem gráfica e comunicacional, tendo alterado também o seu logótipo. A nova imagem, desenhada pela Opal Publicidade, transmite, por um lado, uma característica de “modernidade” e por outro, representa alguns dos aspectos mais marcantes e característicos da região de Lisboa, como o mar (cor azul e forma ondulada), as encostas (cor castanha e com inclinação), bem como as vinhas representadas pela cor verde. A origem dos vinhos neste caso, ganha, na nova imagem, uma maior relevância, permitindo que os seus clientes, nomeadamente nos mercados internacionais, identifiquem claramente a geografia da sua proveniência.
  • National Geographic Society Coloca Douro em 7º Lugar – O Douro conquistou o sétimo lugar de um total de 133 Vinhas no Douro 3destinos turísticos sustentáveis da National Geographic Society, ficando à frente de regiões como a Toscana (Itália) ou o centro histórico de Salzburg. O chefe da Estrutura de Missão do Douro, Ricardo Magalhães, afirmou que “este é um reconhecimento excepcional que confirma o sentido do trabalho que tem sido realizado para converter o Douro num destino turístico de excelência, com elevados critérios de sustentabilidade e qualidade”.  Depois da classificação como Património Mundial da Humanidade em 2001, a mais antiga região demarcada do mundo – o Douro – participou no concurso das “7 Maravilhas da Natureza”, ficando entre os 77 melhores, e foi agora destacada pela National Geographic. (Fonte: Infovini)
  • Colheita 2009 será Magnífica para a Alvarinho – Devido às ótimas condições climáticas que se fizeram sentir durante o período de maturação, nomeadamente temperaturas favoráveis, associadas às reduzidas amplitudes térmicas e a diminuta precipitação, a maturação foi ideal para produção de uvas com uma excelente relação açúcares/acidez. Segundo o Presidente da APA Monção e Melgaço, José Aleixo Caldas, “este tempo quente e seco que se fez sentir nos meses de Agosto e Setembro foram formidáveis para uma correcta maturação da casta Alvarinho”. José Aleixo Caldas afirma que “nunca se viu um período de vindima com estas temperaturas. A Colheita 2009 será uma das melhores colheitas que a Sub-região de Monção e Melgaço apresentou aos apaixonados dos monovarietais de Alvarinho.” José Aleixo refere, “Neste momento os mostos apresentam um potencial aromático extraordinário. Vamos ver como irão evoluir nos próximos meses” (Fonte: Essência do Vinho)

Salute e kanimambo.

Derby Português – Alentejo x Douro

Clipboard Alentejo X DouroNa impossibilidade de postar no fim de semana em função de mais uma ‘travada’ do speedy , começo a semana anunciando um famoso derby, um Alentejo x Douro para ninguém botar defeito, é este o tema de mais um Desafio de Vinhos promovido por este blog. Desta feita, 15 degustadores terão a oportunidade de provar ás cegas doze vinhos com cada uma das regiões sendo representada por seis desafiantes. Teremos os tradicionais resultados individuais (Melhor Vinho, Melhor Custo x Beneficio e Melhor Compra) e, pela primeira vez, um pela região. Parte dos vinhos conheço e outros não, mas mais uma vez ficará clara a alta qualidade dos vinhos portugueses e os preços competitivos praticados no mercado, fatores essenciais que deixam Portugal como a terceira mais importante origem de vinhos importados. Vinhos essencialmente de corte, uvas autóctones, sabores diferentes do que nos acostumamos a tomar por aqui, habituados que estamos aos varietais de uvas internacionais que nos são oferecidos aos montes por nossos hermanos chilenos, argentinos e uruguaios assim como a própria produção brasileira.

            Desta feita o Desafio se dará num restaurante relativamente novo em São Paulo, o Franciacorta, uma sugestãoDesafio Alentejo x Douro 001 de nossa amiga e parceira Eliza da Lusitana. Estive lá, um restaurante gracioso, cheio de charme que vale a pena ser descoberto pelos amigos. Apesar do nome Italiano, é essencialmente um bistrô de orientação francesa e influência da região que, esta noite, topou “inventar” comigo na criação de um menu especial com receitas familiares minhas para o jantar que se seguirá ao Desafio de Vinhos. Algo inusitado que, esperamos, venha a ter o resultado que almejamos. Depois falo um pouco mais sobre este lugar aconchegante e de gente simpática.

A banca de degustadores já confirmada que me acompanhará nesta empreitada será a de quase sempre e composta pelos amigos; Dr. Luis Fernando Leite de Barros (enófilo), Evandro Silva e Francisco Stredler (Confraria 2 Panas), Emilio Santoro (Portal dos Vinhos), Simon Knittel (Kylix), Ricardo Tomasi (Sommelier/Specialitá), Ralph Schaffa (Restauranteur), Alexandre Frias (Diario de Bacco), Claudio Werneck (Le Vin au Blog-RJ), Fabio Gimenes e José Roberto Pedreira (enófilos da Confraria de Embu), Denise Cavalcante (Assessora de Imprensa) e como convidados especiais o colaborador, colunista e jurado FISAR Breno Raigorodski e a amiga Eliza Leão da Lusitana de Vinhos e Azeites, num total de 15 membros. Como a Eliza tem um vinho desafiante inscrito no Desafio, sua nota, por uma questão ética mesmo com a degustação sendo às cegas, será excluída do resultado final. Agora, você quer saber mesmo é quem são os Desafiantes ao Podium, então lá vai:

CVR AlentejoALENTEJO – A equipe é composta de alguns dos mais saborosos e conceituados rótulos de média/alta gama dos vinhos da região.

  • Herdade do Pinheiro Reserva 03 (Beirão da Serra) – o grande campeão do Desafio de Vinhos Portugueses e um dos vinhos da região que me agradam sobremaneira, corte de 50% Aragonez, 25% Trincadeira e o restante de Touriga Nacional. Preço aproximado de R$75,00 com mais presença nos pontos de venda do Rio de Janeiro, algo em São Paulo de forma muito isolada e praticamente inexistente nos outros mercados nacionais. Outros competidores, outra prova, veremos se a performance será a mesma, porque a última foi arrasadora.
  •  Monte da Cal Reserva 04 (Winebrands), um vinho bastante conceituado em Portugal, mas que nunca tive o prazer de provar. De acordo com a Revista de Vinhos , que lhe dá 17/20 pontos, é um vinho vigoroso e austero que vamos ver como se sai neste embate. As cepas usadas no corte são as mesmas do Herdade da Sobreira; Syrah, Trincadeira e Alicante Bouschet. Preço na importadora,  R$65,00
  •  Herdade da Sobreira (Interfood) mais uma obra de Paulo Laureano, é um corte de Syrah, Trincadeira e Alicante Bouschet que, só pelo corte, já dá indicações de teremos pela frente um vinho potentoso, austero e de grande estrutura. Preço em torno de R$90,00.
  •  Herdade Paços do Conde Reserva 07 (Lusitana), corte de Syrah, Touriga Nacional, Aragonês, Cabernet Sauvignon e Alicante Bouschet,  mais um vinho de grande qualidade e arrebatador de corações que chega com um retrospecto avassalador. Novo, vai precisar da horinha de decanter que lhe atribuímos, e apesar de ter um preço em torno de R$120,00, para nossos leitores e seguidores o preço estará em torno de R$98,00 então dentro do limite de R$100,00 que estipulei.
  • Cortes de Cima 07 (Portal dos Vinhos/Adega Alentejana). Preferiria ver aqui o 2005 que acho estar em sua plenitude, mas este 2007 ainda não provei e espero que uma hora de decanter deva prepará-lo melhor para a prova. Tradicionalmente um vinho que oscila entre os 16 e 17 pontos na revista de Vinhos, este é mais um dos meus muitos xodós do Alentejo que custa em torno de R$90 a 95,00 tendo sido uma contribuição do amigo Emilio já que meu contato com a importadora anda meio emperrado. O corte foge um pouco ao tradicional, típico do produtor e marca registrada da casa que gosta de inovar e criar, 56% Syrah, 20% Aragonez , 11% Cabernet Sauvignon, 8% Petit Verdot, 5% Touriga Nacional.
  •  Vila Santa 07 (Casa Flora), mais um dos belos vinhos que o Alentejo produz e que me agrada sobremaneira, um corte de Aragonês, Trincadeira, Cabernet Sauvignon e Alicante Bouschet. O da safra anterior estava delicioso, agora veremos como está este e como se comportará cara a cara com seus pares e os adversários do Douro. Na Revista de Vinhos o 2006 obteve 16,5/20 pontos e 91 pontos da Wine Enthusiast.  O preço médio no mercado ronda os R$85,00.

mapa da região do DouroDOURO: Equipe que traz uma novidade ainda não disponível no mercado, mas por chegar, alguns nomes consagrados e vinhos diferenciados fugindo um pouco do pseudo padrão da região a que estamos acostumados por aqui.

  • Quinta Nova de Nossa Sra. do Carmo DOC 04 (Vinea), é um daqueles vinhos diferenciados, inclusive pela ausência de barricas de carvalho no seu processo, elaborado com um corte de Touriga Nacional, Tinta Roriz, Touriga Franca e Tinta Amarela. Provei e gostei, um vinho diferenciado e muito saboroso que espero venha a se dar bem nesta prova e que obteve 16/20 pontos na Revista de Vinhos. O preço atual é de R$75,00.
  •  Quinta do Fredo 07 (BR Bebidas/Vinhas do Douro), corte de Touriga Nacional, Tinta Roriz, Touriga Francesa e Tinta Barroca, elaborado pelo método tradicional de pisa a pé, uma das novidades que está para chegar e que teremos o privilégio de degustar “en premmier”. Tomei um gole da garrafa de prova e gostei das sensações que senti, acho que estaremos diante de um vinho muito interessante e aguardo ansioso a avaliação da banca de degustação. Um vinho desenvolvido especialmente para o Fredo da BR Bebidas com apenas 2.000 garrafas produzidas. O preço deverá ficar por volta dos R$65 a 80,00.
  • Duorum 07 (Casa Flora) com 16,5/20 pontos na Revista de Vinhos, é um projeto novo de dois enólogos que marcam a história do vinho em Portugal nas últimas décadas – João Portugal Ramos e José Maria Soares Franco – que elaboraram este vinho com vinhas velhas de Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz. O vinho tem sido bastante elogiado pelos críticos e colegas blogueiros em Portugal e o “gole” que tomei em uma feira prometeu, agora é conferir. O preço gira em torno de R$60,00
  •  Casa Ferreirinha Vinha Grande 03 (Zahil) elaborado com as tradicionais castas da região; Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinta Barroca, de um tradicional produtor (Sogrape) com história para contar vem este vinho que dizem estar em seu age, repleto de charme e elegância. Na Revista de Vinhos obteve 16/20 pontos e custa R$88,00 na importadora.
  •  Três Bagos 2005 (Mistral) com 15,5 pontos da Revista de Vinhos, mais um vinho que não conheço e pelo que li um vinho também mais austero e sisudo, porém de grande elegância e com grande potencial gastronômico, o que nem sempre aparece nestas degustações ás cegas. Corte de Touriga Nacional /Touriga Franca /Tinta Roriz / Tinta Barroca, esperemos para ver como se sairá no embate e seu preço está por volta dos R$75,00.
  •  Churchill Estate 2006 (Expand) um vinho que há tempos aguça minha curiosidade tendo visto que a Wine Spectator lhe deu 90 pontos tanto em 2004, como 2005 e agora nesta safra de 2006. De acordo com eles, um vinho de ótima estrutura e profunda elegância, mais um a conferir. Preço na importadora por volta dos R$88,00.

         As diversas menções à Revista de Vinhos tem a ver que, por acaso, a revista que um amigo me trouxe de Portugal trazia um artigo de tintos até R$10,00 onde a maioria dos desafiantes tinha sido avaliado e por, quer queiramos quer não, a revista é uma importante fonte de referência para os vinhos portugueses. Quem ganhará, alguém arrisca? Nem a região?!

 No fim de semana que vem retorno à programação com a coluna do Breno, speedy permitindo, e amanhã a segunda parte do resultado do painel de vinhos até R$50,00, desta feita com vinhos entre R$30 e 50,00. Nos vemos por aqui.

Salute e kanimambo.