Rosé do Chile

Todo o Dia é Dia

Quem faz o dia é você, basta querer. Não, não é um post de auto ajuda, apesar de que se pensar bem tem um algo de! rs Uma garrafa de vinho e um pouco de boa vontade na cozinha opera milagres, melhor que muita terapia. Ontem, Segunda-feira, quebrei a rotina, fui para a cozinha preparar um agradável jantar com minha loira e não, não foi dia da mulher, aniversário de casamento ou coisa que o valha. Deu vontade!!

Enfim, voltando de uma reunião em São Paulo e depois de mais de hora numa Raposo Tavares travada por um veículo quebrado na pista da esquerda, passei no hortifruti para comprar uma cartela de camarões e lá me fui para casa. Primeira coisa, antes de limpar o camarão e depois de um beijo na loira (rs), abrir um vinho e este tinha tudo a ver com o dia quente e o risoto que me meti a preparar, um Rosé novo que precisava provar. Trabalho, sempre trabalho!!

Loma Negra, já provei o Sauvignon Blanc que gostei demais e postei Sábado no Face, este está um pouco abaixo, mas ótimo em sua faixa de preços, abaixo das 50 pratas. Eu gosto e recomendo, a maioria das vezes dá certo, de harmonizar por cor (um dia falo disso), mesmo que não haja razões técnicas para isso e o tema não seja alvo dos grandes criticos, neste caso a “maridage” de rosé e camarão é sempre um tiro certeiro como foi nesta agradável noite com o risoto de camarão com um toque de limão siciliano e do próprio vinho.

Vinho fresco, frutado lembrando frutos vermelhos frescos, sem doçura, seco, notas cítricas, toque sutil herbáceo, refrescante que não pretende ser grande e sim te dar prazer, coisa que fez com galhardia, pelo menos para nós. Do Vale Central, Chile, blend de Cabernet Sauvignon e Merlot sem passagem por madeira porque preservar frescor é essencial, um achado e um tremendo de um best buy. As fotos, como sempre, não fazem jus à bonita cor do vinho que está melhor na primeira foto. Mais uma dica, harmonize com salmão (cor de novo! rs), mais uma dose de prazer na veia!

É isso por hoje, be happy! Bom vinho (não precisa ser caro), boa companhia e um bom prato, esse trio faz de qualquer momento um evento e ainda por cima sem gastar muito que o mar não está para peixe e muito menos para camarão (rs), por menos de 90 Reais jantamos os dois e com vinho! Kanimambo pela visita, tenham um ótimo dia e saúde!

Um Rosé de País na Taça.

Tinha prometido compartilhar com os amigos duas preciosidades que recentemente tive a oportunidade de provar num evento da importadora inglesa Berkmann Wine Cellars, pois aqui estou cumprindo a promessa com o primeiro deles, o J. Buchon Rosé de País 2018, uma das mais gratas surpresas dessa degustação que me foi apresentado por um dos dois irmão que hoje tocam a vinícola, o Juan Buchon (da foto), o outro é o Julio.

Originária de Castilla-La-Mancha (Espanha) onde é conhecida como Listán Prieto, esta casta responde por uma série diferente de nomes dependendo de onde se encontra. Trazida pelos colonos e missionários espanhóis,  é conhecida como País no Chile, Criolla na Argentina, Mission nos Estados Unidos, Misión no México e como Negra Corriente ou Negra Peruana no Peru. Parece que se plantou inicialmente no México por volta da metade do século XVI de onde viajou ao Peru e posteriormente à Argentina e Chile, onde é a segunda variedade de vitis mais plantada depois da Cabernet Sauvignon. Os vinhedos são prolíferos e as uvas de difícil vinificação, tendo sido por muito anos usada na elaboração de vinhos tintos e rosés coloniais baratos. De uns dez anos para cá, como aconteceu na Argentina com a Criolla, gestão de vinhedos e novos processos de vinificação possibilitaram elaboração de vinhos mais finos, porém os famosos Pipeños (que não me agradam) viraram meio cult de uma nova tendência de retorno às origens e a País começa a ganhar um espaço de destaque com grandes produtores investindo pesado na produção e divulgação de novos vinhos, por vezes muito caros.

Tenho provado deliciosos vinhos tintos de Criolla na Argentina, mas sinceramente nada do que provei do Chile até agora me agradou e não compraria. Pois bem, o primeiro País que me seduziu por completo é este, elaborado como Rosé. Pensando bem, uma vez (2015) provei um espumante rosé desta uva que também achei bastante interessante, O Santa Digna Estelado Rosé da Miguel Torres, que mesmo que não tenha me encantado por completo me despertou o interesse por essa uva. Fica a pergunta no ar, será que o caminho não é o rosé em vez de insistir nos tintos?? A história da uva no Chile parece que corrobora isso, só precisava ser melhor trabalhada.

Este delicioso e festivo Rosé era elaborado até 2017 com uma maior participação de Cabernet Sauvignon e um toque de País, em 2018 a País aparece solo e brilha. Estamos diante de um vinho que prima pelo frescor, um vinho vibrante cheio de vida, um vinho para cantar em verso e prosa! O melhor rosé do mundo? Tem gente que que adora essas coisas, rs, não, não é, porém é certamente um dos mais prazerosos e festivos que já tive a oportunidade de tomar nos últimos tempos. Este não só provei como já tomei, sim porque provar (quando se gosta) dá uma vontade danada de tomar.

A cor de casca de cebola (tradicional junto com a cor salmão em rosés) e brilhante já é um baita convite a abri-lo e encher a taça. Aromas frutados onde aparece de tudo, de cítricos a frutos vermelhos, nectarina, na verdade uma tremenda e fresca salada de frutas que repete na boca com um aporte de acidez que lhe dá uma crocância e vivacidade como poucos. Um vinho que acompanhará bem a culinária japonesa, peruana, frutos do mar em geral mas que, acima de tudo, combina comigo, com minha loira e com felicidade, eta coisa boa, puro prazer engarrafado e ainda vou tomar muitas delas! Preço na casa das 85 a 90 pratas nas boas casas do ramo (rs).

Um ótimo fim de semana para todos, retorno semana que vem para falar do Mendraka Bizkaiko Txacolina. Kanimambo pela visita, saúde e bons vinhos sempre.