Curtas da Semana

Estive ontem no evento promovido pelo IVDP (Instituto do Vinho do Douro e Porto) no Hotel Unique aqui em Sampa. Sem câmera fotográfica, sorry, já que minha filha está de viagem e me levou a “preciosa”, eis sem grandes delongas nem muito lero-lero, os vinhos que mais me chamaram a atenção e que talvez você queira conferir num futuro próximo.

  • Grainha branco – sempre uma revisita muito agradável que deixa claro que os grandes vinhos de Portugal não estão restritos aos tintos. Grande companhia para comida, é um vinho vibrante, sutil e encantador. Importado pela Vinea.
  • Quinta Nova de Nossa Sra. Do Carmo Reserva 2006 – vinho de grande reputação em nossa vinosfera e que demonstra na boca e no nariz o porquê da fama. Rico, boa estrutura, com um final muito saboroso e elegante. É GRANDE mesmo e delicioso! Importado pela Vinea
  • Pintas Character – mais um dos grandes vinhos do Douro que tive a oportunidade de descobrir o ano passado e agora revi. Enche a boca e os sentidos de prazer, um vinho sóbrio, uma certa austeridade, taninos finos, vinhaço! Importado pela Vinci
  • Quinta do Portal Moscatel 1996 – Grandíssimo Moscatel do Douro que encanta no nariz e seduz na boca. Tinha provado na casa do João Pedro em Portugal quando do Desafio Luso-Brasileiro de Espumantes e agora repeti a prova. Imperdível! Importado pela Paralelo 35.
  • Warre´s LBV 1999 – é um produtor que tem neste vinho um de seus mais cobiçados e premiados rótulos. Eu que gosto e provo muitos LBVs, digo que este entre meus top 5, bão demais da conta sô! Macio, frutado, complexo, muito equilibrado e longo, muito longo. Importado pela Decanter
  • Don Manuel Tawny básico – um belo exemplar de porto tawny básico que me agradou sobremaneira sendo ótima companhia para panetones, colomba Pasquale, doces conventuais portugeses, etc. Nesta linha de gama de entrada no misterioso e delicioso mundo dos Vinhos do Porto, é comum nos depararmos com produtos meia-boca e é sempre um prazer saber que ainda existe gente produzindo bons produtos nesta faixa. Gostei muito. Importado pela Malbec do Brasil.
  • Rozés Tawny 10 anos – na minha opinião o que mais se sobressaiu dentre aqueles que provei no evento, e olha que foi uma porção. Ficou por longo tempo na boca e na memória pois ainda me recordo dele. Belo Tawny envelhecido. Importado pela Domaine Montes Claros.
  • Bafarela Reserva 2007 – o que mais me surpreendeu neste encontro, fugindo do tradicional, elaborado pela casa Brites Aguiar. Novo, boa estrutura, rico, complexo e absolutamente sedutor, possuindo aquela característica dos grandes vinhos que permite que se tome já com grande gozo, mas que evoluirá maravilhosamente bem por mais um bom par de anos. Um corte com as tradicionais cepas do Douro, mas com predominância de Touriga Franca que talvez seja seu segredo. Importado pela Santa Ceia.

Ontem foi só um refresco, uma pequena mostra do que está por vir. Segunda tem Expovinhoff, terça o primeiro dia da Expovinis, haja fígado e cuspideira! São dez dias para deixar qualquer enófilo nas nuvens por um bom tempo e uma navegação essencial para os apaixonados pelo doce néctar. E este ano ainda teremos o Decanter Wine Show e o Evento Mistral, então preparem-se.

Novidades no Mercado:

  •  A Miolo acaba de anunciar que estará agregando a seus produtos importados do grupo Osborne (seu parceiro em diversas atividades produtivas), uma linha de vinhos italianos. A empresa oferecerá o Barolo Serralunga, elaborado por Davide Rosso, da Vinícola Giovanni Rosso, e o Carandelle, de Lorenzo Zonin, da Vinícola Podere San Cristoforo. O Barolo Serralunga permaneceu durante três anos amadurecendo em barricas novas de carvalho francês e o Podere San Cristoforo Carandelle elaborado com Sangiovese na região da Toscana possui como característica a fermentação foi espontânea com leveduras indígenas.
  • A Domo do Brasil, jovem vinícola do grupo Valduga que também possui um projeto de importação e distribuição de rótulos estrangeiros, vai finalmente apresentar ao publico os frutos de sua nova parceria, desta feita com os amigos da Enoport, com diversos rótulos que eu já tinha antecipado em Março deste ano; Os vinhos são o Romeira, Catedral, Devesa e Vinhas Altas da linha Signature e os vinhos Alma Grande e Magna Carta da linha Prestige, todos da Vinícola Caves Velhas, provenientes de várias regiões de Portugal como Douro, Alentejo, Dão e Vinhos Verdes.

 

Frase da Semana – escutada na rádio Jovem Pan hoje pela manhã e que não tem nada a ver com vinho, porém tem tudo a ver com nossa vida e a importância das escolhas que muitos de nós teremos que fazer em Outubro:

Fraldas e Politicos devem ser regularmente trocados e pelas mesmas razões ( Eça de Queiroz)

Pense nisso! Salute, kanimambo e um bom fim de semana para todos.

Curtas & Boas

Brasil – Safra 2010 

Essa me confidenciou o amigo Miguel de Almeida, direto da Campanha Gaúcha na Fortaleza do Seival Vineyards, no último Sábado: “Mantenho a minha impressão da safra 2010. Até agora apenas afectou a quantidade. As maturações estão bem mais atrasadas quase 2 semanas de atraso face ao ano passado. Mas a qualidade ainda está por se revelar. Já colhemos o Pinot Grigio, espectacular…”. Olha aí Cristiano, o teu favorito promete! Agora é aguardar a chegada do vinho nas prateleira daqui a alguns meses para conferir as previsões do Miguel. 

Desafio de Aussie Whites 

Já realizamos nosso primeiro Desafio de Vinhos deste ano e foi um sucesso com, como sempre, surpresas nos resultados. Sete vinhos brancos australianos muito bons e diferenciados que puseram nossas cabeças e palatos para funcionar. Independentemente das surpresas, a ótima recepção pelo pessoal da Wine Society na sua Enoteca e Wine Gardens com o Alejandro e sua equipe, estão de parabéns e ficamos agradecidos pela hospitalidade dos anfitriões. No jantar pós Desafio,  o bom Mitchelton Shiraz 2006 acompanhou dignamente um medalhão de filé mignon ao molho reduzido de vinho acompanhado de purê de batata, farofa de lingüiça e azeite, mix de alface e rúcula com lascas de parmesão. No entanto, como meu aniversário tinha sido dois dias antes, comemoramos pedindo um vinho que me encanta e que, por R$83,00 é um dos meus achados de 2009, o E- Minor Shiraz. Um vinho realmente fora dos padrões que encanta no nariz e seduz na boca.  Tendo a oportunidade, não deixe de aproveitar uma visita a este local encantador com bons vinhos e boa comida. 

 

 

 Biodinâmico 

Por sugestão do Beto Duarte e importação da Santa Ceia, um grupo de enoblogueiros já conhecido da maioria o próprio Beto(Papo de Vinhos) , Alexandre (Diario de Baco), Cristiano (Vivendo Vinhos),  Jeriel (Blog do Jeriel) e euzinho aqui, nos encontramos mais uma vez no gostoso Emporio Vila Buarque na companhia de super anfitrião Marcelo di Morais para desfrutarmos de uma degustação muito especial, os vinhos da Borgonha elaborados por Gilles Ballorin na Domaine Ballorin&F. Os amigos já postaram suas impressões que, creio, mostram bem o que são os vinhos. Eu me surpreendi muito porque, afora a qualidade dos produtos, o preço é bem convidativo quando comparado a produtos deste calibre que estão disponíveis no mercado.  Ainda darei meus pitacos, mas por enquanto sugiro aos amigos darem uma olhada no blog dos amigos presentes nesse gostoso encontro, todos com link aqui do lado. 

Eivin 

Tremenda sacanagem, em dois dias perdi três degustações por problemas profissionais em um e de saúde nos outros dois! O da Eivin, do Márcio Marson, foi de vinhos brasileiros dentro de um projeto que ele está tocando com distribuição de vinhos especiais brasileiros aqui em Sampa e outros mercados. Ação destemida num mercado inundado de importados e com pouca visão comercial dos produtores no posicionamento no mercado, já que têm dificuldade de entender que há que se investir para conquistar fatia de mercado e com preços nas alturas não se consegue isso. De qualquer forma é um projeto muito interessante e eu, como apoiador dessas iniciativas pioneiras, pulei no barco só que tristemente não pude estar presente nesse encontro. Em breve, estamos em tratativas, esse projeto tem boa possibilidade de ser visto e apreciado na Vino & Sapore. Aguardemos! 

Ravin 

O Rogério D’Avila e Alberto Porto Alegre, amigos e parceiros de muitas outras batalhas, capitaneiam essa nau de nome Ravin que se fez ao mar no ano passado. Com um belo portfólio de produtores e bons rótulos, entre eles nomes como Zuccardi, Tenuta San Guido, Veja Sauco, Quinta de La Rosa, A. Mano, Jean Baptiste-Audy, Fairview e Calastrasi, promoveram um encontro de prima no Rosmarino para o lançamento do novo e primeiro catálogo da casa. Já tinha visto o boneco e está muito bem feito, pena que não pude estar presente. Não pude abraçar os amigos, não conheci o Rosmarino e ainda perdi alguns néctares dos deuses, fiquei triste! Se quiser ver o que aconteceu nesse encontro e no da Eivin, minha sugestão é clicar no blog do Didu com link aqui do lado, ele esteve nas duas (está em todas!) e postou/filmou alguns dos convivas e, obviamente, gravou as impressões dos anfitriões. 

 Vinho & Saúde 

Há muito não falo sobre os aspectos “medicinais” (rsrs) do vinho, mas já comentei aqui sobre o famoso Paradoxo  Francês. Pois bem, conforme noticiado pelo Rogério Rebouças em sua nova coluna no JB-Online do Rio de Janeiro, (http://www.jblog.com.br/conexaofrancesa.php?itemid=19207 ) Cientistas da Universidade de Angers decodificaram o chamado Paradoxo Francês. De acordo com ele, “Diversos estudos já apontavam para os benefícios do consumo regular e moderado de vinho tinto para o coração, mas eram análises epidemiológicas e empíricas. A pesquisa francesa desvenda o mecanismo ao identificar o subtipo α do receptor de estrogênios como ator principal da via de transdução dos polifenóis do vinho.” Para os curiosos e estudiosos de plantão, minha sugestão é acessar a matéria inteira pelo link acima. Muito legal, eu recomendo. 

 

                Salute e kanimambo. Para quem for usufruir das folias do carnaval, juizo e evite exageros. Para quem for recarregar baterias e somente relaxar, aproveitem!

Vinhos da Semana – Só Latinos

Enquanto não começo a compartilhar com os amigos os néctares com que me presenteei ao longo de um mês de festividades de aniversário, eis mais uma coletânea de Vinhos da Semana tomados. Desta vez só de vinhos latinos de grande diversidade entre si, adoro garimpar de tudo, em que se sobressaem um espumante e um gostoso syrah.

 

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  Marson Charmat – Para aqueles que, como eu, são fãs dos produtos da Marson, e especial de seu espumante Brut Champenoise, a casa traz agora uma versão elaborada com o método charmat. Como seu irmão mais conhecido é um espumante de primeiro nível muito saboroso, um blanc de blanc já que é produzido com 100% de chardonnay. Cítrico, de ótimo frescor e perlage abundante e fina, algo cremoso, leve e delicado na boca uma ótima pedida para um aperitivo e entrada de melão com presunto cru, como foi o caso. Um dos meus espumantes preferidos e ótima opção para preparar o palato para uma refeição substituino o vinho branco como aperitivo. O preço está por volta de R$35, porém não é incomum encontrá-lo por cerca de R$30, só precisa garimpar um pouco. I.S.P. $     

 

 

Lima Mayer Alentejo 2004 – um vinho muito elogiado pela imprensa especializada, corte de Aragonez, Syrah, Cabernet Sauvignon, Petit Verdot e Alicante Bouschet. Um vinho potente, untuoso e austero. Aromas algo balsâmicos, taninos firmes, precisando de mais tempo ou decantação antes de servir, grande estrutura, encorpado e vigoroso não é um estilo de vinho que me encante. Bom, talvez um pouco rústico, vinho para quem gosta de vinhos potentes e sérios. Na Vinho Seleto por R$45,00. I.S.P.  $

 

 

Torreon de Paredes Reserva Syrah  06 – um chileno de primeira que me agradou bastante. O nariz, onde aparece alguma fruta negra, não é seu forte, mas desperta na boca com uma entrada impactante, rico, ótimo volume num corpo médio, taninos amistosos e aveludados. Harmonioso e equilibrado, cresce na taça e termina com um final de boca algo herbáceo e especiado típico da casta. Um vinho muito agradável que está por R$53,00 na Santa Ceia. I.S.P. $  

 

 

 

Valle Escondido Bonarda/Syrah 06 – no nariz já mostra sua origem Argentina com intensos aromas de fruta madura. Na boca mostra ameixa escura, madeira com algo de especiarias, taninos suaves equacionados depois de 30 minutos de decantação. O final de boca é aveludado e agradável em linha com seu preço. Foi bem com um prato de berinjela recheada. Ainda prefiro o Cabernet Sauvignon deles, mas este também mostrou qualidades. Comprei na Expand sale por R$19,00 (uma pechincha) porém o preço normal é de R$39,00, justo pelo que oferece. I.S.P.     

 

Terragnolo Cabernet Sauvignon 05 – esta cepa vem mostrando que nossos bons vinhos nacionais não estão dependendo somente da ícone Merlot. Tenho provado muitos Cabernets bem feitos e saborosos vindos do sul do Brasil; Encruzilhada, Vale dos Vinhedos, Santa Catarina, etc. Este é a primeira experiência de engarrafamento próprio desta pequena vinícola do Vale dos Vinhedos que sempre vendeu suas uvas. Cor rubi de boa intensidade, fruta madura com ameixa aportando ao nariz e se confirmando na boca de forma bem harmonizada. Boa acidez, taninos finos já equacionados num final de boca bastante agradável e fácil de tomar. Não é um blockbuster, mas dá conta do recado. O preço não encanta, por R$44 na EivinI.S.P. 

 

Salute e kanimambo

 

Ps. Quer contatar importadores ou lojas aqui mencionados, veja detalhes em “Onde Comprar” .

Leonardo da Vinci e Jarno Trulli, Juntos na Santa Ceia

Eheheh, não é sacanagem não, é vero! Três eras juntas, algo imaginável que só poderia ser realizado em nossa Terra Brasilis e em nossa vinosfera! Tá legal, abusei da criatividade, porém é tudo verdade. Jarno Trulli, sim o da Toyota na Formula 1, é sócio de uma vinícola italiana, a Podere Castorani, com atividades em Abruzzo, Puglia e Sicília, e a Cantine Leonardo da Vinci é um produtor bastante conceituado com uma linha bastante ampla de vinhos na Toscana. Ambos são agora importados para o Brasil, com exclusividade, pela Santa Ceia, uma jovem empresa de Valinhos. Agora deixem-me compartilhar com vocês um pouco deste meu encontro com os três.

Primeiramente falemos da Santa Ceia, que são os responsáveis por este encontro de tão ilustres figuras (rsrs). Um sonho do Chef e restauranteur Rogério Bertazzoli (Cantina Família Bertazzoli em Vinhedo) que decidiu dar um tempo às panelas e abraçar uma outra paixão, os vinhos. Para realizar esse sonho, se unio a dois outros amantes do vinho buscando novos desafios; o Ricardo Selmi (Grupo Selmi) e Belarmino Marta (Rádio Campinas) para criar a Santa Ceia em Abril de 2008, uma importadora de vinhos buscando trazer ao mercado vinhos de qualidade com um posicionamento de preços competitivo. Para começar, quatro produtores e três países; da Itália os nossos protagonistas da chamada deste post, a Podere Castorani de Jarno/Enzo Trulli e seus sócios, assim como a Cantine Leonardo da Vinci com seus prestigiados e bem avaliados vinhos da Toscana, do Chile a Torreón de Paredes e da Argentina a linha Zolo da Fincas Patagonicas / Bodegas Tapiz. Tive a oportunidade de conhecer alguns destes bons vinhos que comentarei mais abaixo e, pelo que pude apreciar, creio que é mais uma boa opção para o enófilo consciente que quer bons vinhos por bons preços. É só o inicio de um trabalho que terei imenso prazer em acompanhar, até porque já falam de um bistrô aqui no endereço de São Paulo, e me parece que as bases plantadas são muito boas. Falemos dos Vinhos e seus criativos produtores com um incrível e atraente apelo visual.

leonardo-jarno-045         Os vinhedos da Podere Castorani, vinícola que data de 1793 mas que passou por diversas mãos até que chegou nos presentes 4 sócios, possuem uma idade média superior a 25 anos e são localizados na região de Abruzzo. As vinhas produzem, essencialmente, as cepas da região, ou seja; a Montepulciano, a Trebbiano d’Abruzzo e algo de Malvasia. Possui, também, vinhedos na Sicília e em Puglia de onde vêm, respectivamente, os rótulos Picciò e Scià. Gostei bastante do design da linha Majolica, que nos convida a provar os vinhos.

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Provei dois dos três rótulos da linha Majolica que tem o Montepulciano, o Trebbiano e o Rosé.

O Montepulciano 07 mostrou bastante tipicidade, com uma paleta olfativa de muito boa intensidade e uma boca bem saborosa, mas de taninos firmes ainda presentes mostrando qualidades porém ainda muito novo. Necessita de decantação ou, pelo menos, mais um ano de garrafa para mostrar todo o seu potencial. Um pouco curto, mas de agradável retrogosto.

O Rosé 07, elaborado com 100% de Montepulciano é de uma cor rosada muito bonita e chamativa. Aromas frutados e frescos de fruta vermelha como cereja e morango, na boca mostra uma certa untuosidade, muito bem balanceado, bom frescor com um final de boca muito saboroso e de média persistência. Ótimo para ser servido a 8º de temperatura como aperitivo ou acompanhando pratos leves.

          Ainda preciso provar os outros rótulos disponíveis, especialmente o Scià, um vinho mais em conta, e os topo de gama, incluindo o Jarno, porém o aperitivo foi muito bom e me abriu o apetite para conhecer mais dos vinhos da Podere Castorani. Estes vinhos provados estão por volta de R$43,00.

         Cantine Leonardo da Vinci, um ilustre representante dos vinhos da Toscana com muito prestigio junto á critica especializada mundial, especialmente a Wine Spectator onde seus vinhos alcançam pontuações bastante altas. Em 1961, trinta produtores locais se uniram para produzir vinhos tendo a partir de 71, também entrado na comercialização para melhor controlar seu destino. Hoje são cerca de 200 pequenos produtores e mais de 500 hectares de vinhas distribuídos pela região de Chianti, Montepulciano e Maremma na Toscana, produzindo vinhos de qualidade sob a batuta do conceituado winemaker Alberto Antonini que já andou pelas bandas de casas famosas como Marchesi Antinori e Marchesi de Frescobaldi. Tendo estudado em Bordeaux e Califórnia, obteve seu doutorado em agronomia, o que lhe permite tratar a terra e o cultivo dos vinhedos de forma diferenciada. É uma ponte entre o clássico e o moderno que se sente nos vinhos elaborados pela casa. Uma das poucas vinícolas a ostentar DOCG em seus rótulos de chianti, somente 24 na região desde 2003, produzindo vinhos realmente encantadores. Das diversas linhas produzidas, provei alguns da linha Leonardo e da linha Vinci que comentarei abaixo, mas mais uma vez me encantei com o design e classe dos rótulos que realmente nos convidam a abrir a garrafa. Lógico que se o conteúdo não acompanhar o design de nada adianta e, neste caso, é um casamento perfeito.

 

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Dos vinhos acima provei o Leonardo Chianti, o Maremma Morellino di Scansano, o Vinci Chianti e o Vinci Chianti Clássico. Lamentavelmente a fotografia não é uma arte que domino, mas garanto que os rótulos são realmente muito bem desenhados, clássicos mas com um toque de modernidade, assim como os vinhos.

label-morellino3 Morellino di Scansano 2006, notas frutadas com aromas delicados de ameixas vermelhas. Boca macia, harmônica com taninos finos, macios e sedutores. Um vinho muito fácil de agradar, tendo harmonizado muito bem com uma massa recheada de queijo brie e damascos, coberta com um molho de tomate caseiro. Preço por volta dos R$68,00.

 

label-leonardo Leonardo Chianti DOCG 2007, decididamente um vinho que ainda necessita de decantação, pois ainda se encontra meio viril, precisando ser domado. Depois de uns 40 minutos mostra suas qualidades. Não sendo um blockbuster, é sim um vinho bastante agradável, de boa tipicidade, nariz tímido, de bom equilíbrio na boca, taninos firmes e aveludados com um final de boca saboroso e levemente apimentado. Acompanhou muitíssimo bem umas polpetas com molho de tomate. Preço por volta dos R$54,00.

 

label-da-vinciDa Vinci Chianti DOCG 06, no meu conceito um degrau acima dos demais. Nariz intenso de frutas vermelhas, muito rico, sedutor, cremoso, fruta fresca na boca, taninos finos presentes, redondo, com uma acidez muito boa mostrando toda a sua aptidão para acompanhar um bom prato, neste caso braciola, yummy. De médio corpo e boa persistência, me agradou bastante. Preço ao redor de R$60,00.

 

 

label-vinci-classicoDa Vinci Chianti Clássico DOCG 06, surpreendentemente pronto para o ano, mas mostrando estrutura para guarda de alguns anos mais. Boa paleta olfativa, ótima entrada e meio de boca, final saboroso, de média persistência mostrando muita harmonia e equilíbrio. Taninos presentes, mas de grande elegância, finos e sedosos, muito rico de sabores, um vinho sedutor que dá grande prazer de tomar e nos convida à próxima taça. Este eu tomei acompanhando um bom bate-papo e um queijo parmesão. Com um preço de cerca de R$72,00 foi, para mim, a melhor relação Qualidade x Preço x Prazer dentro os vinhos que provei.

         Ainda tem os chilenos e argentinos, tem Brunello e Rosso di Montalcino, tem Super Toscano, mas isso deixo para um outro dia. Agora que lhe apresentei aos protagonistas deste post, só me resta recomendar uma visita para conhecer a loja e seus vinhos, mais um que provei e aprovei. Se quiser conhecer mais e visitar um de seus três endereços (Valinhos / Campinas e São Paulo) dê uma olhada em www.santaceiavinhos.com.br. O endereço de São Paulo fica na Rua da Consolação alí próximo à Alameda Franca, local simples e sem frescura com projeto para se tornar um point de encontro para os amantes de vinho na região dos Jardins.

Salute e kanimambo