Susana Balbo Signature Torrontés

Signature de Susana Balbo, um Torrontés Diferenciado

Tem gente que torce o nariz para os vinhos elaborados com Torrontés na argentina, mas poucos tentaram se atualizar sobre o tema nos últimos anos. Tem vinhos de muita susana balbo torrontés com tapasqualidade no mercado que surpreenderiam a maioria dos céticos de plantão. Eu não estou nem aí, gosto do que tenho provado e entre os melhores está este que é diferenciado!

A semana estava fria, então não resisti; lareira acesa, na companhia da loira e Fondue de queijo. Sou gamado neste Torrontés argentino muito especial o Signature de Susana Balbo que é fermentado em barrica sendo um dos melhores vinhos brancos argentinos do momento e olha que tem muito vinho branco top por lá, sempre tenho um na adega, pelo menos tento ter porque duram pouco! rs Sei, já sei que sempre falo para se afastar de brancos amadeirados com Fondue de Queijo, mas este é diferenciado, a madeira é toda ela muito sutil sem prejudicar o conjunto e ainda fiz uns “pinchos” com uma torradinhas de pão italiano, azeite, presunto parma e brie, ficou da hora! Por outro lado, estava com vontade de ambos então, porquê não? Como sempre falo, harmonizar é bom, mas não é tudo, sem fobias!! rs

Na verdade, tenho que confessar que com; friozinho, lareira acesa, tapas, fondue e minha loira, qualquer vinho ornava!! rs Agora falando sério, pela primeira vez abri uma garrafa destas, já abri muitas, e senti um pouco mais de madeira do que o usual. Acho que pode ser coisa dessa garrafa especificamente, porque a anterior que tomei há poucos meses (mesma safra o origem) não estava assim ou pode ser que na harmonização a madeira apareceu mais, a maior probabilidade. Na verdade e no fritar dos ovos, pouco me importou, diferentemente da Confraria onde afora a farra havia uma conotação mais clara de estudo e experimento, aqui o tema era outro então, sem ressalvas! rs

Susana Balbo Torrontés com fondue

Bem meus amigos, a frente fria chegou de novo e não deve durar muito então aproveitem porque não devemos ter muitas mais este ano. Kanimambo pela visita e nos vemos em breve por aqui ou em algum outro ponto de nossa vinosfera. Fui!

 

Salvar

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Argentina Rica em Vinhos Brancos, Sabia?

É gente, a maioria quando pensa na Argentina como produtora de vinhos de qualidade só vê tintos pela frente, mas em minhas andanças por aquelas bandas as descobertas têm sido muitas. Já falei aqui sobre a Argentina sem Malbec, sobre Malbecs com perfis diferentes sem excessos, mas não me lembro de ter louvado os brancos então estava na hora!

Que sou um amante de vinhos brancos não é segredo para a maioria que me lê chegando ao ponto de cunhar a frase de que os brancos são a pós graduação dos vinhos e acredito piamente nisso. Cheios de sutilezas, são vinhos que mostram grande diferenciação entre as uvas usadas, vinhos vibrantes e alguns extremamente complexos quebrando um monte de paradigmas como os conceitos de longevidade e até do uso de decanteres para aerar algumas preciosidades, é um outro mundo que, em minha opinião, deveria ser mais explorado por todos. Mais, não tem clima apropriado, tanto faz no inverno como no verão, depende muito mais do que você vai comer e com quem vai estar, o resto é o resto! rs

Tendo dito isso, vamos falar dos vinhos brancos argentinos com dez sugestões de rótulos que eu provei e recomendo como excepcionais em sua categoria, porém há um grande número de belos vinhos a explorar bastando baixar a guarda e sacar rolhas sem preconceitos pois pode-se viver grandes momentos e descobrir enormes surpresas tente! Entre as uvas brancas, a Torrontés segue liderando com cerca de 27% da produção total seguida da Chardonnay com aproximadamente 16%, Chenin Blanc e Sauvignon Blanc com cerca de 6% cada e depois a Semillon e Viognier com 2% cada e a Riesling com menos de 0,5%.

A Torrontés, que representa para os vinhos brancos o que a Malbec representa para os tintos, já produziu vinhos de pouca qualidade, algo enjoativos e de difícil aceitação por aqui, mas em recente viagem provei alguns vinhos incríveis, a maioria de Salta. Os Viticultores aprenderam a trabalhar melhor a uva nos vinhedos e os enólogos a extrair dessas uvas um vinho de qualidade superior, vinhos a serem explorados pelos mais céticos e preconceituosos seguidores de Baco.

Argentinian Wine Grapes Clipboard by JFC

Eis então, uma seleção de vinhos excecpionais que eu adoraria ter em casa sendo que alguns dos rótulos, lamentavelmente, só comprando por lá mesmo.

Susana Balbo Signature Torrontés Barrel Fermented (Mendoza)- apesar de eu destacar os vinhos de Salta, para mim este exemplar é o melhor Torrontés do país com uvas de Altamira no Vale do Uco e leve passagem por madeira. Sublime e, a meu ver, um dos melhores brancos argentinos!

Montesco Água de Roca Sauvignon Blanc, Passionate Wines, Matias Michelini – Uma mineralidade incrível e marcante, um vinho inesquecível e uma experiência única. Vem da região mais alta mendocina, Gualtallary em Tupungato. Bebendo da fonte nas montanhas, demais!

Mendel Semillon (Mendoza) – Este vem pelas mãos do lendário Roberto de la Mota, vinhedos do Vale do Uco em pé franco com mais de 70 anos de idade, vinte porcento passa em barrica por uns seis meses, que é o que lhe dá a untuosidade porém sem cobrir o frescor e a fruta muito presentes. Floral (frutos secos) nos aromas, boga rica e fresca de boa persistência, gostei muito! Vem de Mendoza

Humberto Canale La Morita Riesling Old Vineyard (Patagônia)- uma enorme surpresa esse vinho que é elaborado com uvas de vinhedos muito antigos (1937). Macio, fresco (particularidade dos vinhos desta zona), uma leve agulha, longo e muito elegante com notas sutis minerais e algo de limonada e maçã verde, gostei muito e me surpreendeu!

Alma Negra Viognier de Ernesto Catena (Mendoza) – predominantemente Viognier, leva um tempero de Chardonnay e Gewurztraminer que fazem diferença. Provei este vinho comendo em Puerto Madero num restaurante de culinária peruana, e foi dos deuses! Um vinho que surpreende e um dos melhores Viognier que já tomei. Fermentado em barricas francesas de 2º uso com posterior estágio de seis meses em barricas novas e usadas (2º e 3º uso) francesas e americanas, show!

Bressia Lagrima Canela (Mendoza) – Chardonnay com Semillon elaborado com uvas da região de Tupungato com vinificação e estágio em barricas novas americanas e francesas por 14 meses. Um branco de grande estrutura, complexo e longevo, pede tempo e é um crime tomá-lo jovem, melhor com uns quatro a cinco anos de vida, vinhaço!

Viña Alicia Tiara (Mendoza) – demais este vinho, em linha com o anterior, um vinhaço de grande complexidade. Vem de Luján de Cuyo, vinhedo em Lulunta, e é um blend de Riesling, Albariño e Savignin que prima pelo vigor e frescor, um vinho que há tempos me encanta,só inox, só fruta!

El Enemigo Chardonnay (Bodega Aleanna) – existem diversos ótimos Chardonnays argentinos, mas este sob a regência de Alejandro Vigil, está uns pontos acima em minha modesta opinião. O vinhedo está em Gualtallary o que já é um plus em função da altitude que lhe aporta excelente acidez e boa dose de mineralidade. Doze meses em barricas francesas só 35% novas, sem battonage deixando as leveduras criar “flor” (um tipo de véu sobre o mosto) resultando em complexidade de aromas, bom corpo, um chardonnay diferenciado e cativante.

Para finalizar esta curta lista de destaques, quero falar de dois vinhos brancos doces que acho muiiito especiais:

Tukma Torrontés Tardío (Salta) – me encantou e me arrependo amargamente de na hora da prova não ter dado um jeito de comprar umas garrafas! A Torrontés produz muito bons late harvests especialmente quando temperada com uvas tipo Riesling ou até Sauvignon Blanc aportando acidez, mas este está perfeito solo! Vinhedos com mais de 50 anos a 1900 metros de altitude, sutis notas florais típicas da casta, citrico, muito bem balanceado, me encantou.

Saint Felicien Semillon Doux (Mendoza) – Luján de Cuyo, colheita tardia com Botrytis, um “sautern” com um jeito argentino de ser! Somente 20% passam por barricas francesas novas por 12 meses e o restante do vinho fica em tanques de inox sobre borras (Sur Lie) para posterior blend e engarrafamento. Recomendo, uma delicia de notas amendoadas, baunilha, muito bem balanceado por uma acidez muito bem colocada, delicia! Mais um vinho com a mão do amigo Alejandro Vigil.

Enfim amigos, é isso e sei que muitos terão outras escolhas e sugestões, pode comentar e acrescentar, há muita coisa boa por aquelas bandas eu só listei alguns destaques entre os que eu tomei pois só falo de minhas próprias experiências. O post hoje foi mesmo para desmistificar o mundo vitivinícola argentino para alguns e para outros instigá-los a “viajar” por um mundo de cores e sabores diferentes. Se quiser, pode também entrar na seara dos vinhos laranjas, o que não é para todos os paladares, explorando mais um vinho do amigo Matias Michelini da Passionate Wines, o Inéditos Brutal Torrontés, uma experiência marcante! Salud, kanimambo, uma ótima semana e seguimos nos encontrando por aqui ou por aí, na diversidade dos caminhos de nossa vinosfera!

 

 

 

 

Dia dos Pais – The Day After

The Day After, falando dos vinhos de ontem. Delicia de Domingo, a ninhada toda junta, a Loira, o Strogonoff dela e belos vinhos o que um pai pode pedir mais?! Desse privilégio, no entanto, não vou falar hoje, guardarei para mim (rs), hoje quero é compartilhar minhas impressões dos vinhos tomados.

Susana Torrontés fermentado barricaSusana Balbo Signature Torrontés Barrel Fermented 2014 – Conheci este vinho in loco nos idos de 2012 quando recém lançado e desde lá me apaixonei por ele. Fermentado por três meses em barricas francesas novas que lhe aportam complexidade e um leve toque abaunilhado, mostrando a versatilidade da uva quando bem trabalhada, sem perder seu frescor e riqueza de sabores e aromas, tudo com muita sutileza e maestria. Tenho provado ótimos vinhos desta cepa que melhorou muito nos últimos seis/sete anos desde que fiz meu primeiro Desafio de Torrontés, de qualidade apenas razoável salvo algumas poucas exceções,mas este reina hoje como o melhor que por lá se faz. Para meu gosto, obviamente, e triste que esta tenha sido minha última garrafa, sniff, mas em breve a reporei ! rs Por sinal, tenho que preparar um outro Desafio de Torrontés, pois incrível o salto de qualidade!

Chryseia 2008, um clássico duriense que estava majestoso! Para acompanhar o Chryseia e StrogonoffStrogonoff de minha Loira, uma bela pedida, ainda cheio de vida em plena juventude ainda com muita lenha para queimar! Solito, harmonizando, não importa como, o importante aqui é sacar a rolha! rs Realmente esta parceria Douro x Bordeaux deu muito certo e safra após safra sempre entrega muita riqueza de sabores e aromas, longo, um grande vinho Português que me encanta e não podia faltar sobre a mesa. Aliás, descobri que os grandes vinhos não são tão somente longos como deixam rastros, adoro ver a borra deles tanto nas garrafas como na taça!

Chateau Guiraud 1º Grand Cru Classé en 1855 Sautern 2007 – vou, certamente, cometer aqui uma heresia, pelo menos na opinião de diversos de meus amigos leitores, mas é o que sinto, então lá vai, um final algo frustrante! Nunca tomei um Chateau d’Yquem ou um Sautern com Foie Gras, tenho Chateau Guiraudque reconhecer, mas já tomei diversos outros Sauterns e vinhos doces da região e, afora um incrível Chateau Coutet 2009, nunca me encantaram. Alguns até bons, outros muito bons, mas à maioria faltou aquele “uau” que eu esperava e que todos aclamam! Um Tokay 5 ou 6 Putonnyos, um Moscatel Roxo de Setubal, um moscatel do douro envelhecido, vinho Madeira, Portos Brancos e Tawnies de colheita ou envelhecidos, esses fazem mais minha cabeça pois a acidez me parece mais presente resultando numa menor percepção de doçura e maior complexidade.
Já provei o Guiraud 2009 e achei bem mais equilibrado, este não fez minha cabeça pois estava algo doce demais, faltou-lhe acidez, vida! Bom, porém longe do que se espera de 1º Grand Cru Classé 1855, mas também, quem sou eu para julgar Bordeaux e Sautern! Devia ter aberto aquele Tawny 20 anos!! rs

É isso gente, durante a semana tem mais. Cheers, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui ou por aí, nas estrada de nossa vinosfera. Boa semana a todos e clique nas fotos para ampliá-las, fui!