Levantamos Âncora pelos Caminhos de Baco

Já zarpamos numa viagem de descobrimentos pelos mares de Baco, iniciando nossa primeira escala por ótimos momentos vividos do Encontro de Vinhos OFF.  A cada evento realizado, o Beto e o Daniel melhoram este Encontro que já começa a fazer parte do calendário Vinico de qualquer enófilo que se preze. Para terem uma idéia, pelo menos quatro lançamentos nacionais aconteceram aqui ontem:

  • Voilá – o amigo Emerson nos traz uma linha de pratos gourmet congelados que nos abre o apetite só de olhar já que foi um projeto muito bem pensado, do design gráfico, apresentação e, obviamente conteúdo.
  • Casa Valduga – Lançou seu Ícone em espumantes, o Maria Valduga com 48 meses de autólise que tenho que reconhecer que pode enrubescer a maioria dos espumantes básicos disponibilizados no mercado. Muito bom, elegante e sedutor, gostaria de vê-lo numa degustação às cegas com exemplares franceses, até porque o preço estará em linha, algo em torno de R$180,00!
  • Além Mar – o mais novo lançamento da Villagio Grando, um bom  blend de cinco cepas elaborado pelo conceituado enólogo Antonio Saramago e o escanção (sommelier) José Carlos Santanita. Lamentavelmente não consegui ficar para a apresentação que foi programado pra as dezenove e às 20:30 ainda não tinha começado. Deixei para hoje na Expovinis, mas o vinho revi! Sim, porque já o comentei por duas vezes aqui no blog.
  • HMO – A chegada de uma nova importadora que em breve trará de volta os bons Vinhos do Porto da Quinta Seara d’Ordens, que teve breve passagem pelo Brasil há alguns anos atrás e que tive o prazer de conhecer durante minha viagem à SISAB em Fevereiro do ano passado,  os vinhos 100 Reis da Herdade da Maroteira com destaque para seu Syrah altamente pontuado em Portugal, assim como os vinhos da argentina Tempus Alba. Em breve por aqui!

             Mas teve muito mais pois tivemos mais de trinta expositores com ótimos rótulos sendo apresentados tendo contado com reforços importantes para esta maratona;  as águas da Lindoya e as pizzas da Bendita Hora que dispensam apresentações. Como já de praxe destes encontros, a presença maciça de blogueiros do vinhos com presença especial de amigos de Brasilia, Salvador, Espirito Santo, Rio de janeiro, etc. Até a Ná, que há muito queria conhecer pessoalmente, por lá apareceu com sua câmera em punho. Só por isso o Encontro já valeu!

              O primeiro compromisso foi com a escolha dos TOP 5 do Encontro, desta feita com um patamar de qualidade mais uniforme e de muito boa qualidade, superior ao que tive a oportunidade de degustar na anterior no San Raphael. Por outro lado, uma grande surpresa para mim, pois meu melhor vinho foi um que na ultima avaliação tinha dado 82 pontos e agora 92! Mudei eu, ou o vinho? Acho que ambos e é isso que me encanta em nossa vinosfera, a ausência de certezas e presença constante de surpresas ou seja, aqui um momento é diferente do outro e a monotonia passa longe.

  • 1º – Vigna alle Nicchie 07 de Pietro Beconcini, o único Tempranillo italiano e esta “versão”, advindo das vinhas mais velhas deste produtor. Importação MB Import
  • 2º – Arboleda Carmenére 08 chileno bem conhecido de todos sendo importado pela Expand
  • 3º – Veja Sauco Wences 04, espanhol de Toro importado pela Ravin
  • 4º – Judas Malbec 07, agentino trazido pela Maxx Brands
  • 5º – Dominio de Tares 05, espanhol de Bierzo, trazido pela Tahaa

           Acho que estou perdendo o jeito, pois desta feita só acertei um dos TOP 5  com dois outros vindo empatados em meus sexto lugar. Meus Top 5, depois de uma revisão de notas após uma segunda passagem pelos dez vinhos que melhor pontuei, entre 24, em que algumas notas foram mantidas, outras rebaixadas e uma aumentada devido à evolução em taça, foram:

Judas Malbec / Barbaresco Rabajá / Bordeaux Grand Bert Grand Cru de St. Emilion / Aglianico Vigna Antica e Campo Al Mare Bolgheri

           Esqueci minha máquina fotográfica em casa, então me desculpem pela falta de imagens do local. Parabéns aos amigos Beto e Daniel, que continuem assim pois esses eventos são uma lufada de ar fresco num mercado algo monocromático. Para finalizar, me deliciei com um saboroso LBV da Seara d’Ordens acompanhado dos deliciosos brigadeiros da amiga Vanessa que levam o sugestivo nome de “Sr. Brigadeiro”. Bom demais da conta sô!!! Afora os vinhos já mencionados acima, um destaque especial para um vinho biodinâmico da região de Luca (entre Florença e Pisa na Toscana) que me agradou muitíssimo, o  Tenuta di Valgiano Palistori Rosso elaborado com Sangiovese tendo como coadjuvantes a merlot e Syrah, belo vinho importado pela Vínica, mais uma jovem importadora.

Hoje, o primeiro dia da Expovinis, que como sempre também promete! Salute, kanimambo pela visita e nos vemos por áqui.

Desafio Luso-Brasileiro, Surge o Campeão!

Bem, certamente que os amigos Rui e João Pedro  tecerão seus próprios comentários sobre este agradável encontro com os espumantes e, especialmente, com as pessoas. Quisera eu ter a verbe de um Rui ou de um Luiz Horta para poder colocar exatamente tudo o que foi este evento ocorrido em Loures, próximo a Cascais, com um delicioso jantar promovido pelo Grand Chef Jean-Pierre Carvalhô, um amante não só do vinho como da boa gastronomia, mas vai do meu jeito mesmo. Certamente um dos melhores Desafios de Vinhos que já realizei, até porque o anfitrião fez questão de despejar sobre a  mesa algumas preciosidades engarrafadas, após 11 espumantes! (desses falo num outro dia)

            Pela primeira vez um destes desafios foi efetuado ás claras o que foi uma quebra de paradigma. O Chandon Excellence e o Valduga 130, foram degustados no dia seguinte em uma degustação do Dão com o produtor João Tavares de Pina da Terras de Tavares (mais um de meus célebres desencontros) com a presença de um outro blogueiro luso que não tive a oportunidade de conhecer nesta viagem já que um compromisso de última hora fez com que ele não pudesse comparecer, é o Miguel da Pingamor. O resultado individual então, é a soma das notas dividida pelo número de degustadores e o resultado por país contempla os cinco portugueses e cinco brasileiros excluindo o de maior e o de menor nota média individual.

             O resultado traz à tona a grande fase pela qual passa a produção de espumantes brasileiros sejam eles Brut, Extra-brut, Nature, método champenoise ou charmat, mas também mostra que os os espumantes portugueses são páreo. Não entrarei em detalhes sobre os espumantes brasileiros, deixarei isso para os amigos João Pedro e Rui, até porque no Grande Desafio de Espumantes realizado no final do ano passado teve ampla divulgação e seria chover no molhado. Desta feita, o espumante que mais se destacou entre os brasileiros foi o Miolo Millésime (a melhor garrafa deste espumante que já tomei) ao qual pela primeira vez dei 90 pontos. Divino; complexo, ótima acidez, rico e com uma perlage fina, abundante e persistente, um grande espumante. Um outro que nos trouxe muito prazer ao tomar confirmando sua performance  no Grande Desafio de Espumantes, foi o Ponto Nero Extra Brut um dos menos valorizados rótulos nacionais o que faz com que sua relação qualidade x preço x prazer seja hoje uma das melhores no mercado e espero que assim permaneça. Com uma performance constante, o Cave Geisse Nature é um espumante de grandes qualidades mostrando sua matiz altamente gastronômica que satisfaz sobremaneira, tendo o Salton Evidence e o Villaggio Grando Brut, representando Santa Catarina, confirmado o que deles se esperava e o VG promete um belo futuro já que é sua primeira safra e o único exemplar brasileiro, pelo menos que eu conheça, que tem em sua composição a casta Pinot Meunier, ficando o Chandon Excellence e o Valduga 130 como sempre, entre os melhores da prova.

         Do lado português, a meu ver dois grandes destaques o Vértice Gouveio e o Caves Montanha 2003 da região da Bairrada. Dos desafiantes portugueses, no entanto entrarei um pouco mais em detalhes, lembrando que neste caso, diferentemente dos tradicionais Desafio que promovo, os comentários não são o resultado da média da banca degustadora, mas unicamente uma coletânea de minhas anotações e impressões:

  • Quinta de Cabriz Bruto, um blend de Malvasia Fina e Bical produzido na região do Dão, pelo grupo Dão Sul. Talvez o mais simples de todos os espumantes provados, um rótulo muito em linha com a grande maioria dos bons espumantes médios brasileiros mostrando-se bem agradável de tomar, porém sem grandes atrativos que lhe dessem um destaque digno de ser mencionado.
  • Murganheira Super Reserva Bruto, elaborado com as castas Malvasia Fina, Cerceal e Tinta Roriz na região de Tavora-Varosa a primeira DOC de espumantes a ser implantada e situada na região do Douro. Para minha surpresa, eu que sou um fã dos Murganheiras, apesar de um espumante bastante agradável, foi o que menos me entusiasmou entre o total dos vinhos provados.  Saboroso, fresco, mas pouco marcante no palato apesar do bom nível de acidez, faltando-lhe complexidade. Bom, mas não chega a encantar.
  • Kompassus Bruto, um Blanc de Noir elaborado com Touriga Nacional e Baga na Bairrada, mas que apresenta em seu contra-rótulo a adição de Arinto, uma casta branca, mistério que quem sabe algum amigo português ou o próprio produtor possa nos elucidar. É a coqueluche do momento em Portugal continental, mas não foi um espumante que me cativou achando-o um pouco monocromático.
  • Cave Montanha Bruto Super Reserva 2003, blend muito interessante de Chardonnay com Arinto, também da região da Bairrada. A Arinto, com sua fruta e acidez aporta um frescor muito grande ao vinho cortando um pouco da untuosidade do Chardonnay que me pareceu ter uma leve passagem por madeira, mas posso estar errado. Como não consegui obter grandes informações do site do produtor, fica difícil afirmar. Agora, foi um dos espumantes mais interessantes provados nessa noite, muito complexo, guloso e intrigante, com bom corpo e muita personalidade que não passa despercebido pela taça, deixando rastros e indagações.
  • Vértice Gouveio, o único varietal presente ao Desafio e oriundo da região do Douro. Um belo espumante, mais para o estilo de um cava que de um champagne, mostra-se muito equilibrado, frutado com leves notas de panificação, perlage muito boa e fina mostrando-se bastante persistente com uma acidez cítrica muito atraente que pede sempre mais uma taça. Minha mais alta pontuação entre os espumantes portugueses provados e um caldo vibrante que cativa fácil.

      Agora você já deve estar para lá de curioso para saber o resultado final, não? Pois bem, não o farei esperar mais, o desafio quem levou foi o Brasil e o Grande Campeão do Desafio, aquela garrafa a que o Rui tanto se chegou, foi o Miolo Millésime, sendo seguido pelo Vértice Gouveio e logo em seguida pelo Ponto Nero Extra Brut. Completando o pódium com a mesma pontuação média do Ponto Nero, só que bem mais caros, o Valduga 130 e o Chandon Excellence. Veja os resultados gerais na tabela abaixo:

Rótulo Média de Pontos Classificação
Kompassus Blanc de Noir Bruto

87

9

Vértice Gouveio

91

2

Quinta de Cabriz Bruto

86

12

Montanha Bruto 2003

88

7

Murganheira Super Reserva

87

10

Total Portugal

439

 

 

Villaggio Grando Brut

86

11

Cave Geisse Nature 2007

88

8

Miolo Millésime 2006

92

1

Ponto Nero Extra Brut

90

3

Salton Evidence

89

6

Chandon Excellence

90

5

Valduga 130 Brut

90

4

Total Brasil Sem Miolo e Villaggio

446

 

Preferidos dos três:

  • João Pedro – Vértice Gouveio, Miolo Millésime e Chandon Excellence todos com 91 pontos (cerca de 17,3 pontos/20)
  • Rui Miguel – Miolo Millésime com 94 pontos (cerca de 18,3 pontos/20)
  • João Filipe – Miolo Millésime com 90 pontos. (17 pontos/20)

Salute, kanimambo

Espumantes Baratos que Satisfazem.

 

Uma overdose de posts sobre espumantes, mas os amigos seguem pedindo e, desta feita, reclamaram que não falei nem dei dicas de espumantes bons e baratos. Não aceito totalmente a critica já que nos diversos Desafios de Espumantes realizados em Novembro e amplamente comentados aqui, existiam diversas opções com ótimos preços como o Marco Luigi e o Do Lugar só para comentar dois que estão na faixa baixa dos R$30. Entendo, no entanto, que os mais módicos não apareceram então aqui vai uma curta lista de espumantes baratos que satisfazem e são ótima opção para festas onde o preço, devido à quantidade,  passa a ter uma maior importância.

Muitos destes, são vinhos que recomendo com uma certa constância em meus posts sobre casamentos, então não são surpresa para a maioria. São vinhos que dá para encontrar no mercado com preços a partir de R$17 a cerca de R$30/35,00 e que dão conta do recado com fidalguia.

  • Conde de Foucauld Brut  – servir bem gelado. (Aurora)
  • Terranova Demi-sec
  • Marco Luigi Tributo Brut
  • Marco Luigi Tributo Prosecco
  • Aurora Prosecco.
  • Prosecco Moinet (Winery -Italiano)
  • Prosecco Corte Viola (FOX Import – Italiano)
  • Marco Luigi Brut
  • Valduga Arte Brut
  • Aurora Espumante de Pinot Noir
  • Salton Reserva Ouro
  • Cava Marquês de Monistrol Brut (Expand – Espanha)
  • Do Lugar Brut
  • Ponto Nero Brut
  • Miolo Brut
  • Marco Luigi Reserva da Família
  • Nieto Senetiner (Casa Flora – Argentina)
  • Pascual Toso Brut (Interfood – Argentina)
  • Espumantes Moscatel – diversos, veja o Desafio de Espumantes Moscatel realizado mês passado.

Durante o primeiro trimestre do ano que vem já tenho agendado um Desafio de Espumantes até R$35,00, quando poderemos ter uma visão comparativa entre a maioria destes rótulos e mais alguns que estou convidando a participar do evento. Por enquanto fique com esta lista, todos provados e aprovados por mim como boas e gostosas opções dentro do contexto. Veja em “Onde Comprar” uma de nossas lojas parceiras em São Paulo ou acesse o site do produtor/Importador para checar onde, mais próximo de você, o produto de seu interesse está disponível. Amanhã não perca! Não deixe de clicar por aqui e ver algo inusitado, único e imperdível, nunca dantes visto num site de vinhos ou quiçá qualquer outro na net. Uma “viagem” para quem se interessa pelos mistérios e encantos da vida.

Salute, kanimambo e vejo você por aqui amanhã!

PS. Mais uma dica, esta atual em Dezembro/2016 – uma ótima opção na  casa das 50 pratas! Clique aqui.

Espumantes – Sequência de Resultados do Grande Desafio

           Nem todos podem ser vencedores e, como numa prova atlética, tem dia que não é dia! O que ficou claro, porém, é que no geral os espumantes presentes a este Grande Desafio foram de boa qualidade, alguns ótimos. Como sempre acontece, alguns podem não ter estado bem no dia, outros estão muito jovens e, outros ainda, podem simplesmente não terem sido entendidos por mim e pela banca degustadora. Faz parte do processo.

         Como insisto em deixar claro, estes Desafios são uma fotografia do que aconteceu naquele dia, com aquela garrafa, naquele local e com aquele grupo de pessoas. Sem contar que a ordem de apresentação é aleatória o que, neste caso especifico onde diversos estilos e origens foram misturados, algum pode ter dado o azar de ter sido degustado logo a seguir a um dos bons champagnes. Fechar os olhos para todas essas variáveis é querer negar a realidade tentando trazer um processo binário para um mundo extremamente sensorial. Então, interpretemos os resultados com a devida parcimônia lembrando que estamos diante de um evento essencialmente hedonistíco. Altere um desses fatores da equação e, certamente, os resultados também serão alterados, mesmo que parcialmente. De qualquer forma, existem três ou quatro rótulos que farei questão de revisitar durante este próximo ano de 2010 para rever minha avaliação.

       No dia 1 de Janeiro deste ano, tomei uma resolução, tomar mais espumante e aprofundar meu conhecimento sobre estes deliciosos e festivos vinhos.  Um espumante faz a diferença e transforma qualquer hora em um momento muito especial, então decidi criar um montão de momentos especiais ao longo do ano, porque não celebrar todo o fim de semana? Acho que consegui cumprir essa resolução tendo compartilhado com os amigos essas experiências ao longo do ano e agora neste Desafio, mas vejamos agora como ficou a classificação do restante do embate:

Class.

Rótulo

Pontuação Preço Médio Prod/Imp.
21 Trapiche Extra Brut 84,50 35,00 Interfood
22 Valduga 130 84,42 65,00 Valduga
23 Casillero Sparkling Brut 84,08 75,00 VCT Brasil
24 Cremand Cuvée Plaisir Perlant (Alsace) 83,92 86,00 La Cave Jado
25 Moinet Prosecco Millesimato 83,42 65,00 Winery
26 Marrugat Cava Gran Reserva Nature 2004 83,42 75,00 Winery
27 Freixenet Cordon Negro 83,25 49,00 Preebor
28 Spumante Incontri Muller Thurgau 82,98 73,00 Vinea
31 Pizzato Brut 82,58 45,00 Pizzato
30 Bridgewater Mill Sparkling (Austrália) 82,58 78,00 Wine Society
29 Juve y Camps Gran Reserva Nature 2004 82,58 168,00 Peninsula
32 Marco Luigi Reserva da Familia 2008 82,50 30,00 Marco Luigi
33 Do Lugar Brut 82,50 32,00 Dal Pizzol
35 Dal Pizzol Brut Tradicional 82,50 44,00 Dal Pizzol
34 Incontri Prosecco VSAQ 82,50 97,00 Vinea
36 Cuvée Sylvain Brut 82,33 59,00 La Cave Jado
37 Villaggio Grando Brut 82,17 40,00 Villaggio Grando
38 Don Giovanni Brut Ouro 30 80,75 75,00 Don Giovanni
39 Irresistibile Brut (Portugal) 80,42 40,00 Sem Importador
40 Valduga Extra Brut Gran Reserva 2004 80,00 90,00  Valduga
41 Don Giovanni Nature 79,92 50,00 Don Giovanni
42 Trivento Nature 78,67 45,00 VCT Brasil

         Cada um da banca degustadora tem sua própria “verdade” e suas preferências que certamente pipocarão em seus blogs, mas este é o resultado da média.  Os meus top 10 foram, pela ordem; Champagne Zoémie de Sousa Marveille Brut / Brédif Vouvray Brut  / Cremant de Bourgogne Cuvée Jeaune Brut / Champagne Taittinger Reserve Brut / Champagne Piper-Heidsieck / Champagne Tsarine Cuvée Premium Brut /  Champagne Drappier Carte D’Or Brut / Chandon Excellence Cuvée Prestige / Cava L’Hereu e El Portillo.

         Ao longo do mês irei publicando posts com comentários sobre os espumantes desta segunda metade da tabela, sempre em grupos de quatro ou cinco. Uma última observação, no caso de empate em pontuação, o desempate se dá sempre pelo preço mais baixo, ok?

Salute, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui.

Grande Desafio de Espumantes – os Brasileiros

           Não é de agora que os espumantes brasileiros são bons, mas faz um pouco mais de três para quatro anos que a mídia e os produtores iniciaram um trabalho mais forte de divulgação. Contrariamente aos vinhos tranqüilos onde a produção nacional, apesar da grande melhora de qualidade, perdeu espaço no mercado desde 2005 para os importados, no segmento de espumantes o inverso acontece com um crescimento de participação porcentual do mercado de cerca de 64% em 2004 para 75% em 2009. Somente neste ano o crescimento de vendas atingiu 14% sendo no Moscatel onde essa média é mais alta, cerca de 22%. Daí a começarmos a falar que o Brasil se tornou um dos três melhores produtores do mundo e que em alguns casos até champagne bate, num afã nacionalista muito típico nosso, não demorou muito. Minha avaliação geral é que, sim nos Moscatel estamos muito bem e entre os melhores do mundo, mas nos Rosés e Brancos apesar dos bons rótulos produzidos, ainda temos muito a crescer, inclusive no quesito regularidade.

          Deixo claro que é uma opinião particular, compartilhe ou jogue pedra quem quiser, mas acho que afora os investimentos necessários no vinhedo e na produção, um dos principais problemas para nos tornarmos realmente membros da elite dos espumantes é a falta de constância. Isto pelo que tenho observado nos últimos quatro para cinco anos, com algumas poucas exceções. Ainda é muito comum um determinado produtor estourar na mídia e na critica num determinado ano e no outro ficar bem aquém. Precisamos tempo para poder demonstrar nossa qualidade, humildade para seguir trabalhando na melhoria, constância de qualidade e um maior intercâmbio com o mercado e produtores internacionais. Temos muito bons espumantes, alguns até ótimos, bons preços, mas mantenhamos os pés na terra e deixo o forum aberto para comentários.

          Pessoalmente gosto muito dos nossos espumantes que trazem um frescor e uma característica cítrica muito interessantes que, a meu ver, são muito a cara do Brasil. Por isso convidei alguns dos principais produtores nacionais tendo o Brasil representado  cerca de 36% dos rótulos em prova com quinze espumantes que, só para relembrar, listo agora com menção do método de elaboração usado: Miolo Millésime Brut – R$75 (tradicional), Salton Evidence  Brut– R$65 (tradicional), Chandon Excellence Brut – R$90 (charmat), Marson Brut– R$59 (tradicional), .Nero Gran Reserva Extra Brut – R$45 (charmat longo), Valduga Gran Reserva Extra Brut 2004 – R$90 (tradicional), Cave Geisse Nature 2007 – R$45 (tradicional),Pizzato Brut – R$45 (tradicional), Dal Pizzol Brut – R$45 (tradicional), Do Lugar – R$32 (charmat), Don Giovanni Ouro – R$75 (tradicional), Marco Luigi Reserva da Família Brut – R$30 (tradicional), Villaggio Grando /SC – R$40 (charmat), Valduga 130 Brut – R$65 (tradicional) e Don Giovanni Nature – R$50 (tradicional). Destes, os que mais se destacaram na prova foram, por ordem de classificação, os que seguem:

1º Chandon Excellence Cuvée Prestige – Um senhor espumante que consegue juntar o frescor e característica cítrica dos espumantes nacionais com a complexidade dos franceses, não fosse a casa produtora originária de lá. Este não peca pela ausência de constância e a cada vez que o provo ele se mantém neste alto nível. Perlage muito boa, fina e abundante, mostrando que o método charmat pode sim gerar espumantes muito elegantes, formando um colar de espuma atraente na taça. Mineral bem presente, cítrico invocando laranja confitada, algo de fermento e brioche com nuances tostadas compõem uma paleta olfativa bastante complexa e delicada.  Já na boca é cremoso, gostosa textura, um produto de muita qualidade que seduz os mais exigentes e termina muito fresco com algo de frutas secas e novamente aquela presença gostosa de notas minerais.

2º Marson Brut – Uma grata surpresa de um espumante bastante tradicional no mercado que mostra uma perlage bastante fina e de boa persistência. No mais, talvez o mais exótico de todos com presença de frutas tropicais maduras como abacaxi e banana combinadas com um frescor imenso, fruto da ótima acidez muito bem balanceada formando um conjunto que satisfaz sobremaneira deixando na boca um gostinho de quero mais. Leve, gostoso, um final bem frutado e de boa persistência que abre o apetite.

3º Miolo Millésime Brut 2006 – Top dos espumantes da Miolo, é um pouco pálido na cor, mostrando-se ao nariz com aromas mais presentes de levedura e algo cítrico com nuances de amêndoas torradas. Na boca apresenta maior corpo, enche mais a boca e a cremosidade advinda de uma espuma abundante invade a boca com muito frescor. Perlage de tamanho médio, abundante e de boa persistência. Na boca é equilibrado, saboroso, um espumante que nos seduz facilmente e que já é boa companhia para uma refeição.

4º Salton Evidence Brut – Nariz citrino com nuances de flores brancas, tudo muito sutil e delicado convidando a levar a taça á boca. Na boca é fino, equilibrado, bom colar de espuma, muito boa perlage, fina, regular e consistente que nos massageia a boca com pequenas agulhas e mostra nuances tostadas, algo de padaria e bem mineral com um final onde desponta algo de maçã verde e muito boa acidez.

5º .Nero Extra Brut –  Elaborado pelo método charmat longo de seis meses que resulta num número considerável de bolhinhas bem finas e persistentes, muito cítrico e fresco numa boca gulosa, franca sem grande complexidade, mas muito saboroso que nos faz pedir mais uma taça, e outra, e outra … Prima pela finesse, final elegante, vibrante com toques de maracujá. Entre os Brasileiros, foi considerado o Melhor Custo x Beneficio

6º Cave Geisse Nature 2007 –  Aromas muito agradáveis, com um leve brioche intermediado por algo cítrico, nuances doces (mel) e toques florais muito sutis e elegantes. Na boca é cremoso, acidez maravilhosa que aporta um incrível frescor, balanceado, final muito saboroso, delicado com notas minerais e muito longo. Um espumante muito fino e sedutor tendo apresentado um leve amargor final que não chegou a incomodar.

          Todos espumantes que fazem juz aos comentários positivos da mídia especializada, ou seja sem grandes surpresas, que eu compraria sem exitar pois me agradaram muitíssimo. Na sequência os outros nove desafiantes: Valduga 130 / Pizzato Brut / Marco Luigi Reserva da Família Brut 2008 / Do Lugar Brut / Dal Pizzol Brut / Villaggio Grando (recém lançado nem rótulo tinha ainda, sendo a primeira prova dele) / Don Giovanni Brut Ouro / Valduga Extra Brut Gran Reserva 2004 e Don Giovanni Nature que compuseram um nível de qualidade bastante alto.

         Em Fevereiro deverei ir a Portugal e quero armar, com alguns amigos blogueiros de lá,  um Desafio Luso-Brasileiro de Espumantes durante minha estadia. Serão oito rótulos (os TOP 6 acima mais dois convidados) versus sete portugueses, meu primeiro Desafio Internacional. Bem, por hoje é só, na sequência outros posts sobre esta deliciosa maratona de espumantes que, neste quente verão, são um must! Nada de ficar esperando ocasiões especiais, abra um espumante e faça o momento especial. Quer coisa mais chique do que naquele encontro com os amigos abrir um espumante de boas-vindas? Melhor, não precisa nem gastar muito para isso!

Salute, abraço e kanimambo.

Grande Desafio de Espumantes

Esta é a terceira prova do grande painel que estou avaliando este mês. Já tivemos uma dúzia de espumantes moscatel, uma dúzia de espumantes rosés e agora quarenta e dois rótulos entre Champagnes, grandes Cavas, cremants de Bourgogne, de Alsace, Prosecco  e espumantes de qualidade da Austrália, Chile, Argentina, Portugal e, obviamente, a maioria dos tops brasileiros sejam eles elaborados pelo método charmat ou tradicional/clássico. Ao final deste mês, teremos provados 66 espumantes que só vêm agregar aos muitos já comentados, sugeridos e recomendados ao longo destes primeiros dois anos de vida de Falando de Vinhos.

               Trabalho insano, nem sempre entendido e se arrependimento matasse, eu estaria ….. vivo! Não está sendo fácil não, ainda mais depois de um acidente (todos bem) que me deixou sem um carro durante todo o mês, mas não me arrependo não pois estou coletando dados e ganhando muita experiência que tento, na medida de minhas limitações, partilhar com os amigos que me visitam  quase que diariamente o que, por sinal, é uma baita responsabilidade que levo muito a sério. A organização de tudo isto é complicada e juntar a banca de degustadores tantos dias um outro quebra-cabeças nem sempre bem sucedido até pelos afazeres profissionais de cada um e convites mais interessantes que o meu.  

           Para compor a banca de degustadores desta prova que é dividida em dois dias de degustação os amigos; Álvaro Galvão (Divino Guia), Breno Raigorodsky (cronista e juiz FISAR), Simon Knittel (Kylix), Emilio Santoro (Portal dos Vinhos), Alexandre Frias (Diario de Baco/Enoblogs), Daniel Perches (Vinhos de Corte), Dr. Luís Fernando Leite de Barros (enófilo), Evandro Silva e Francisco Stredel (confraria 2 panas), Ralph Schaffa (restauranteur) e eu que nos reuniremos nas aconchegantes instalações da casa dos amigos Armando e Denise, o Emporio da Villa. Afora degustarmos esses deliciosos e refrescantes caldos, nada como algumas deliciosas pizzas da casa. Tem diversas ótimas e criativas opções, mas quatro em especial eu recomendo; a de abobrinha temperada com queijo brie, a de alcachofra e as de salmão e al mare que sugiro acompanhar com um Sauvignon Blanc bem fresco, yummy!

             Mas vejamos o que nos espera nesses dois dias. Certamente muito outros rótulos e produtores poderiam estar aqui, alguns foram convidados e não se manifestaram e outros, bem a quantidade de rótulos é enorme! De qualquer forma, creio que com os rótulos aqui listados temos um grupo de desafiantes bastante heterogêneo e  uma mostra razoável do que de bom existe no mercado.

DIA 1

DIA 2 

Champagne De Sousa Zoémie Cuvée Merveille Brut – Decanter – R$256,00 Champagne Piper Heidsieck – Interfood – R$180,00
Champagne Taittinger Brut – Expand – R$200,00 Champagne Drappier Brut Carte d’Or– Zahil – R$185,00
Champagne Tsarine Brut – KB-Vinrose/BR Bebidas – R$170,00 Cremant Bourgogne Picamelot Cuvée Jeaune Thomas Brut 2004 – D’Olivino – R$147,00
Cava Juve y Camps Brut Nature 2004 – Peninsula – R$168,00 Marrugat Cava Gran Reserva Nature 2004 – Winery – R$75,00
Cave Geisse Nature – Cave Geisse/Vinhos do Mundo – R$45,00 Don Giovanni Nature – R$50,00
Chandon Excellence – BR Bebidas – R$85,00 Miolo Millesime – R$75,00
Moinet Millesimato Prosecco Brut 2007 – Winery – R$ 65,00 Incontri Prosecco VSAQ – Vinea – R$97,00
Cremand Cuvée Sylvain (Loire) – Cave Jado – R$59,00 Marc Brédif Vouvray Brut – Mistral – R$86,00
Marco Luigi Reserva da Familia Brut 2006 – R$30,00 Pizzato Brut – R$45,00
Valduga Extra Brut Gran Reserva 2004 – R$90,00 . Nero Extra Brut – Domno do Brasil – R$45,00
Cava Freixenet Cordon Negro – R$49,00 Cava L’Hereu Reserva Brut  de Raventós i Blanc – Decanter – R$87,00
Don Giovanni Ouro 30 – R$75,00 Valduga 130 – R$65,00
Salton Evidence – R$70,00 Anna de Codorniu – Interfood – R$75,00
Barton & Guestier Cuvée Reservée Chardonnay Brut (Loire) – Interfood – R$65,00 Cremand Cuvée Plaisir Perlant (Alsace) – Cave Jado – R$86,00
Marson Brut método tradicional – Eivin – R$59,00 V. G. Brut – Villaggio Grando – R$40,00
Spumante Incontri Muller Thurgau – Vinea – R$73,00 Bridgewater Mill Sparkling (Austrália) – Wine Society – R$78,00
Santa Julia Brut – Ravin – R$43,00 Trapiche Extra Brut – Interfood – R$35,00
El Portillo Reserva Brut – Zahil – R$58,00 Casillero Sparkling  – VCT Brasil – R$75,00
Raposeira (Portugal) – Vinhas do Douro/BR Bebidas – R$85,00 Irresistibile Reserva Brut (Portugal) – Sem importador
Do Lugar Charmat – Dal Pizzol -R$32,00 Dal Pizzol Brut tradicional – R$45,00
Espumante surpresa Veuve Paul Brut Brut – Zahil – R$49,00
   

            O porquê deste melange?  Primeiro porque gosto de desafiar o establishment, segundo porque a única forma plausível, pelo menos a meu ver, de comparar qualidade e sabores de vinhos é numa comparação direta ás cegas e terceiro porque quero conferir algumas “verdades” de nossa vinosfera. Por outro lado, é um tremendo exercício sensorial para quem participa da banca. Se os tomasse a todos em casa, tranquilo, avaliando todos os aspectos com calma e curtindo o caldo, certamente seria mais prazeroso, mas longe de ser tão didático. Afora isso, importante que um painel deste porte não ficasse apenas restrito a uma pessoa e sim a dez o que lhe dá outro valor.

           Bem amigos, isto foi só para vos deixar com água na boca no aguardo dos resultados que publicarei na próxima segunda dia 30 e mais detalhadamente em outros posts ao longo do mês de Dezembro assim como na coluna dos jornais Planeta Morumbi e Planeta Oceano.  Por enquanto é só, salute e kanimambo por visitar.

Desafio de Espumantes Rosés – O Vencedor é?

 Dando sequência aos Desafios de Espumantes deste mês, recebemos na simpática loja Portal dos Vinhos, dos amigos Emilio e Fátima, a visita dos Desafiantes e da banca degustadora para resolver a questão que tinha ficado em aberto, afinal, Rosés são todos iguais? Obviamente que não, assim com os brancos e tintos não o são. Aliás, nem na cor se consegue um padrão, apesar de haver algumas semelhanças, porém a diversidade impera como pode ser visto pelas fotos. Foi uma prova muito legal que nos deixou bastantante empolgados quanto ao resultado provando que, se é verdade que se come com os olhos, definitivamente se bebe também!

         Mais uma vez 12 contestantes, com um deles, lamentavelmente porque o conheço e sei que possui qualidades razão de meu convite, prejudicado. Vejamos  como nossa banca de degustadores avaliou os rótulos em prova com os rótulos aparecendo na ordem de serviço:

Faìve de Nino Franco – Inovini – Cor muito bonita, aliás uma das coisas que encantam neste estilo de espumante, puxando para o ocre/ferrugem claros. No olfato uma forte presença de queijo roquefort, fruta (romã) e um leve perfumado que, acreditem, resulta bem apesar de intrigante. Bem balanceado na boca, perlage fina e adequada, boa acidez, saboroso com um final longo e fresco. Obteve a média de 85,38 pontos.

Marrugat Brut Rosado – Winery – sedutor na cor rosa avermelhado. Nariz tímido, produz uma espuma adequada formando um colar de pouca persistência. Perlage de tamanho médio e muito boa persistência, boa textura, frutado (cerejas) com um final longo e leve amargor. Já o tinha provado anteriormente e tinha se apresentado melhor, porém não desapontou. Obteve a média de 84 pontos.

Amante – um dos espumantes rosés da Valduga, de nome bem sugestivo. Cor cereja, aromas de cantina, vinhoso numa paleta olfativa menos sutil. Perlage abundante e fina no inicio, porém de curta duração. Na boca, alguma fruta vermelha fresca presente, mineral com nuances cítricas e um final agradável de média persistência. Obteve a média de 79,50 pontos.

Dal Pizzol Rosé Brut – um vinho que sempre me agradou e, para nossa tristeza, estava prejudicado, sem perlage, aromas estranhos, sem nota.

Spumante Incontri Rosé – Vinea – Baby Pink na cor, brilhante, espuma abundante formando uma bonita coroa, que permaneceu por longo tempo, e algo floral ao nariz com nuances de ervas frescas. Perlage fina e elegante, intensa e persistente. Entrada de boca vibrante, fresca, frutada (cerejas/morangos). Cremoso, ótima acidez, harmônico um espumante rose entusiasmante com um leve açúcar residual que não atrapalha. Final de boca saboroso que pede a próxima taça e seduz. Obteve a média de 89,81 pontos.

Paralelo 8 – Expand – Cor alaranjada, clara e brilhante. Perlage fina, intensa, de média persistência. No olfato algo de frutas vermelhas com um fundo de queijo parmesão que não harmonizou no nariz. Na boca apresentou-se melhor mostrando bom frescor, paladar saboroso algo doce com um final elegante e não muito longo. Vinho honesto, bem feito que, se não encanta também não desencanta. Obteve a nota média de 82,19 pontos.

Cave Geisse Rosé – elaborado pelo método clássico, talvez o mais complexo de todos tanto na boca quanto no nariz, mas não chega a empolgar. Cor pêssego num visual atraente e uma paleta olfativa interessante, complexa e delicada com toques de levedura coberta por aromas de damasco e nuances cítricas. Na boca mostra-se bem harmonizado com as sensações despertadas pelo olfato. Um vinho muito bem feito porém num estilo mais sério. Nota média obtida de 86,50 pontos.

Duc de Raybaud – KB-Vinrose/BR Bebidas – o representante da Provence (Sul da França) de cor alaranjada, aromas cítricos lembrando doce de casca de laranja, perlage anundante, algo irregular, mas de boa persistência. Na boca um frutado de boa tipicidade, fresco, com um final que nos deixa nos sabores e retro-olfato, uma lembrança de padaria com nuances sutis e delicadas de fermento, brioche. Leve amargor que não chega a incomodar. Nota média obtida, 83,81 pontos.

Stellato – Vinícola Santo Emilio (SC)/Eivin – único espumante produzido por eles, já no exame visual da taça mostrou ao que veio com uma cor muito bonita e atraente, perlage abundante, intensa e persistente formando uma coroa de espuma muito boa. Na boca mostra os tradicionais sabores de fruta como cereja e morango de forma muito sutil, fino, elegante, ótima acidez, toques de fermento, um vinho todo ele muito delicado, fresco e apetecível. Eu já conhecia e foi ótimo tê-los nesta prova, pois foi uma grande surpresa para a maioria da banca. Nota média obtida, 85,63 pontos.

Vallontano Rosé – mais um que tive o prazer de provar, e aprovar, num encontro da Mistral o qual fiz questão que aqui estivesse para surpresa dos amigos da banca, até por ser um rótulo lançado há pouco tempo. Cor Pink clara e brilhante que encanta o olhar e nos chama á taça onde a perlage fina, abundante e persistente nos traz aromas tutti-frutti delicados e suaves. Muito fresco, saboroso, enche a boca de prazer sendo um vinho fácil de agradar. Obteve a média de 85,75 pontos .

3b de Filipa Pato – Casa Flora/Portal dos Vinhos – sou um fã deste espumante de bonita e atrativa cor salmão, ótima, abundante e persistente perlage com um colar de espuma que não acaba. Essa musse se repete na boca como um verdadeiro creme, muito fino e elegante, cítrico no ponto, pomelo – limão, equilibrado com uma acidez muito boa de dar água na boca. Obteve a nota média de 86,31 pontos.

Codorniu Pinot Noir – Interfood – um clássico cava rosado de cor rosa brilhante, espuma intensa, perlage fina e delicada de boa persistência. Aromas sutis e agradáveis convidando a taça à boca onde se nota uma textura diferente, mais denso enchendo a boca de fruta, muito elegância, harmonia e um final tremendamente saboroso. Um espumante sem arestas e muito equilibrado. Obteve a nota média de 89,06 pontos.

 

          Após uma noite longa a apuração de resultados mostrou que quesito de Melhor Vinho teve o Spumante Incontri Rosé como o grande ganhador da noite. Para completar o podium; em segundo o Codorniu seguido de Cave Geisse, 3b e Vallontano. A escolha por maioria de votos da banca para o espumante considerado como Melhor Compra, desta feita teve um empate o Vallontano e o Stellato.

           Agora vejamos o podium de cada um dos membros da banca de degustadores, lembrando que as notas são o resultado da média aritmética do grupo. Ao dar esta lista abaixo, faço jus à avaliação pessoal de cada um dos amigos presentes:

  • Daniel Perches – Codorniu / Incontri / Cave Geisse / Vallontano / Stellato
  • Marcel Proença – Incontri / Codorniu / Stellato / Faìve / Marrugat
  • Denise Cavalcante – Codorniu / Incontri / Vallontano / Stellato / Paralelo 8
  • Emilio Santoro – Incontri / Faíve / Codorniu / 3b / Cave Geisse
  • Evandro Silva – Incontri / Faíve / Paralelo 8 / Cave Geisse / Codorniu
  • Augusto – Cave Geisse / Codorniu / Incontri / Duc de Raybaud / Stellato
  • Luiz Fernando Leite de Barros – Incontri / Codorniu / Stellato / 3b / Faíve
  • Fátima Santoro – Incontri / Paralelo 8 / Vallontano / 3b / Codorniu
  • Ricardo Tomasi – Incontri / Faìve / Stellato / Codorniu / Vallontano
  • João Filipe Clemente – Incontri / 3b / Codorniu / Stellato / Vallontano

       Não posso deixar de agradecer novamente a extrema amabilidade do Emilio e Fátima (Portal dos Vinhos) por terem cedido o espaço e ter ciceroneado este encontro assim como à Arc International, fornecedora destas bonitas taças Gran Cepage da Arcoroc, e a nossos parceiros que nos têm apoiado com os vinhos que trazemos a estes Desafios.

Salute e kanimambo

Desafio de Espumantes Rosés

             Passamos pela primeira etapa destes embates de espumantes com a prova de Moscatel e agora entramos na de Rosés, um segmento que vem crescendo bastante como o de vinhos tranqüilos. Com o apoio de diversos importadores, produtores e lojistas amigos, reunimos doze rótulos bastante interessantes, alguns já velhos conhecidos e outros novos. A maior parte destes vinhos, especialmente os produzidos por aqui, advém de uma única cepa, sendo elaborado por um processo de maceração pelicular que pode ser de 45 minutos a 10 ou 12 horas, dependendo do que o enólogo busca produzir. Também podem ser adotados cortes de uvas tintas ou, uma curiosidade, os rosés espumantes podem ser resultado de mostos de uvas brancas e tintas o que é impensável nos vinhos rosé tranqüilos.

              Os métodos usados são tanto o charmat quanto o champenoise, opção feita pelo enólogo de cada empresa dentro de seus conceitos e objetivos assim como das especificações de cada região produtora. Nesta lista de desafiantes escolhidos, tentei fazer uma mescla bem representativa de tudo o que está disponível no mercado com ambos os métodos de elaboração e cepas diversas. Para avaliar e analisar estes espumantes buscando encontrar o Melhor Vinho deste embate e a Melhor Compra, uma banca de degustadores acostumados a participar destes Desafios: Augusto (sommelier), Ricardo Tomasi (Sommelier/Specialitá), Emilio e Fátima Santoro (Portal dos Vinhos), Marcel Proença (Assemblage Vinhos), Denise Cavalcante (Assessora de Imprensa), Dr. Luiz Fernando Leite de Barros e Evandro Silva (Enófilos), Daniel Perches (Vinhos de Corte) e eu.

Vejam abaixo a relação dos desafiantes com o que pude obter de informações:

Rótulo: Codorniu Pinot Noir Brut

Produtor: Codorniu

Importador: Interfood

País: Espanha     Região: Penedés

Método:   Clássico                   Safra: n/s

Assemblage: Pinot Noir

Envelhecimento:                   Álcool:12%

Preço Médio no Mercado  R$: 85,00

Rótulo: Stellato Brut

Produtor: Santo Emilio

Importador: Distribuição Eivin

País:  Brasil      Região: Serra Catarinense

Método: Charmat Longo         Safra: 2008

Assemblage: Cabernet Sauvignon / Merlot

Envelhecimento:                   Álcool: 13%

Preço Médio no Mercado  R$: 52,00

Rótulo: Paralelo 8

Produtor: Vinibrasil

Importador: Distribuição Expand

País: Brasil     Região: Vale do São Francisco

Método:  Charmat          Safra: 2008

Assemblage: Syrah

Envelhecimento:                   Álcool: 12%

Preço Médio no Mercado R$: 25,00

Rótulo: Vallontano

Produtor: Vallontano Vinhos Nobres

Importador: Distribuição Mistral

País: Brasil   Região: Vale dos Vinhedos

Método: Charmat longo          Safra: n/s

Assemblage: Chardonnay/Pinot/Riesling Itálico

Envelhecimento:                   Álcool: 12%

Preço Médio no Mercado R$:40,00

Rótulo: Marrugat Brut Rosado Reserva

Produtor: Pinord

Importador: Winery

País:  Espanha                    Região: Penédes

Método: Clássico            Safra: n/s

Assemblage: Trepat

Envelhecimento:  24 meses    Álcool: 11,5%

Preço Médio no Mercado  R$: 48,00

Rótulo: Dal Pizzol Brut

Produtor: Vinicola Monte Lemos (Dal Pizzol)

Importador:

País: Brasil    Região: Vale dos Vinhedos

Método: Charmat Longo                Safra: n/s

Assemblage: Chardonnay/Pinot

Envelhecimento:                   Álcool: 12%

Preço Médio no Mercado R$: 35,00

Rótulo: Cave Geisse Brut Rosé

Produtor: Cave Geisse

Importador: Distribuição Vinhos do Mundo

País:  Brasil   Região: Vinhos de Montanha

Método:  Clássico                  Safra: 2004

Assemblage:  Pinot Noir

Envelhecimento: 3 anos       Álcool: 12,5%

Preço Médio no Mercado R$: 85 a 95,00

Rótulo: Incontri Spumante Rosé

Produtor: Piera Martelozzo Spa.

Importador: Vinea

País: Itália                   Região: Alto Adige

Método: Charmat                         Safra: n/s

Assemblage: Raboso (85%) e Pinot Nero

Envelhecimento:                   Álcool: 11,5%

Preço Médio no Mercado R$:67,00

Rótulo: Duc de Raybaud Brut

Produtor: Les Vin Breban

Importador: KB – Vinrose (gentileza BR Bebidas)

País: França                  Região: Provence

Método:                         Safra: 2007

Assemblage: Pinot Noir

Envelhecimento:                   Álcool: 11,5%

Preço Médio no Mercado  R$: 60,00

Rótulo: Faìve

Produtor: Nino Franco

Importador: Inovini (Aurora Importadora)

País:  Itália Região: Valdobbiadene/Veneto

Método:  Charmat        Safra: 2007

Assemblage: Merlot / Cabernet Franc

Envelhecimento:                   Álcool: 12%

Preço Médio no Mercado  R$:88,00

Rótulo: 3b

Produtor: Filipa Pato

Importador: Casa Flora (gentileza da Portal dos Vinhos)

País: Portugal            Região: Bairrada

Método:  Clássico           Safra:2008

Assemblage: Baga e Bical

Envelhecimento:  4 meses        Álcool: 12%

Preço Médio no Mercado R$:53,00

Rótulo: Amante

Produtor: Famiglia Valduga

País: Brasil

Região: Serra do Sudeste / Encruzilhada

Método: Clássico                    Safra: 2008

Assemblage: Malbec

Envelhecimento:  10 meses   Álcool: 12,5%

Preço Médio no Mercado  R$: 57,00

           Desta feita o Emilio e a Fátima foram nossos anfitriões em sua loja recheadissíma de bons rótulos a preços justos e algumas boas promoções com numero limitado de garrafas. Foi assim que comprei um Bonarda 4 Passion de Jofre y Hijas por apenas R$29,00 e um Quinta do Engenho Porto Ruby por R$39,00. Parceiro antigo, a Portal dos Vinhos é um marco de nossa vinosfera no bairro do Morumbi e uma loja que prima pela ótima diversidade e rótulos escolhidos a dedo assim como pela simpatia no atendimento. Sugiro e recomendo a loja dos amigos aos amigos.

           Na Segunda-feira publico os resultados desta, espero, saborosa experiência com a resposta a uma pergunta que me fizeram; afinal, rosé não é tudo igual?!

Salute e kanimambo

Desafio de Espumantes Moscatel

          Neste primeiro Desafio do mês de Novembro, que terá três provas, encaramos um seleto grupo de espumantes que fazem a cabeça de muita gente, inclusive a minha, nas quentes tardes de verão ou como companhia para sobremesas como um delicioso e suave mil folhas ou uma salada de frutas com sorvete ou ainda uma bela torta de morangos. É muito usado também em festas de casamento para acompanhar o bolo e minha única observação é somente quanto ao equilíbrio da acidez com o açucar residual para que não se torne enjoativo. Lembrando, para quem não sabe, que estes espumantes são elaborados pelo processo Asti, de origem italiana, com a uva Moscato e um teor alcoólico na casa dos 7 a 8,5%.

Villa 003         O Brasil produz uma série de bons produtos e selecionei, com o apoio dos produtores, uma pequena lista, porém bem representativa, desses produtos de diversas regiões produtoras  e a eles acresci um Asti de renome. Vejamos a lista dos participantes deste desafio que em breve se estarão enfrentando nas simpáticas e aconchegantes instalações do Emporio da Villa, meu parceiro neste evento e um ótimo lugar para você curtir bons vinhos e comer ótimas pizzas, entre outras delicias da casa. Os preços ao consumidor mencionados são aproximados e praticados em São Paulo.

  • Fontanafredda Asti – Fontanafredda Spa. – Serralunga d’Alba – Itália – importado pela Bruck – R$65,00
  • Marco Luigi Moscatel – Vinícola Marco Luigi – Bento/Vale dos Vinhedos – R$23,00
  • Garibaldi Moscatel – Vinícola Garibaldi – Garibaldi/Vale dos Vinhedos – R$20,00
  • Terranova Moscatel – Miolo Wine Group – Vale do São Francisco – R$19,00
  • Marson  Moscatel – Cave Marson – Cotiporã/Vale da Ferradura – R$39,00
  • Amadeu Moscatel – Cave de Amadeu – Vinhos de Montanha – R$29,00
  • Vallontano Moscatel – Vallontano Vinhos Nobres – Bento/Vale dos Vinhedos – R$38,00
  • Don Giovanni Moscatel – Vinícola Don Giovanni (Abegê part. Ind. Com. Ltda) – Vinhos de Montanha – R$25,00
  • Aurora Moscatel – Cooperativa Vinícola Aurora – Bento/Vale dos Vinhedos – R$22,00
  • Perini Moscatel – Vinícola Perini – Garibaldi/Vale dos Vinhedos – R$22,00
  • Cave Antiga Moscatel – Cave Antiga Vinhos Finos – Farroupilha/Vale Trentino – R$25,00
  • Valduga Moscatel Premium – Famiglia Valduga – Vale dos Vinhedos – R$34,00

          Para compor a banca de degustadores convidei os parceiros de sempre; José Roberto Pedreira e Fábio Gimenes da confraria de Embu, Ralph Schaffa, Eliza Leão da Lusitana de Vinhos e Azeites, os amigos blogueiros Álvaro Galvão (Divino Guia), Alexandre Frias (Diario de Baco), Beto Duarte (Papo de Vinho) e Daniel Perches (Vinhos de Corte) e Carolina Escobar (Vinhos com Carolina Escobar) e eu. Somente dez degustadores para que possamos apreciar os espumantes da forma devida.

         E aí, alguém arrisca um palpite? Conheço bem pelo menos uns quatro deles e desde já acredito que vai ser um páreo duríssimo, mesmo com a presença solitária do gringo! Acredito que haverá empate e, nessa situação, vai valer o preço mais baixo. Vai arriscar?! Cheque os resultados aqui na próxima Segunda-feira.

Salute e kanimambo

Desafio de Uvas Ícones – Quem Faturou?

           Talvez uma das mais enriquecedoras degustações que já realizamos. Um Desafio diferente que fez com que tomássemos consciências de nossas limitações e o quanto ainda temos para aprender. Aos amigos que compuseram a banca de degustadores que julgariam esta prova, lancei um desafio extra, descobrir qual a cepa de cada um desses vinhos servidos às cegas. Fácil? Então, você que pensa que já sabe tudo, experimente fazer um exercício semelhante e depois falamos. Passamos por dois processos, provar e analisar os vinhos e puxar por nossas memórias para tentar achar as tipicidades de aromas e sabores que compunham cada cepa na taça. Muito bom, mas por outro lado, também nos mostra o quanto isso é menos importante no vinho quando comparado ao todo, se tornando um “mero” detalhe do conjunto!

            Nosso principal objetivo, no entanto, é apurar os ganhadores da noite e, como sempre nestes desafios, algumas surpresas;  atletas de primeiro nível que não estão numa boa noite, outros menos cotados que se superam, momentos em que o vinho se assemelha à vida. Não existem verdades absolutas em nossa vinosfera e duas garrafas do mesmo vinho e safra, guardadas de forma igual e no mesmo local, podem evoluir de forma diferente então cada um destes Desafios vem carregado de indagações de como os vinhos se comportarão. Mais uma vez, um belo painel que tenho o privilégio de organizar com o apoio de um monte de gente que já destaquei em posts anteriores. Agora quero compartilhar a experiência., comentando um pouco sobre os vinhos conforme a ordem em que foram servidos, lembrando que notas e comentários são a média e coletânea do que colhi nas planinhas de degustação. Ao final listo o vinho preferido de cada degustador e a nota dada por ele.

Uvas Ícones 006Barbera Le Orme 2006 de Michele Chiarlo (Zahil) representando a Itália, com 88 pontos da Wine Spectator, é um vinho da região de Asti mostrando bem sua tipicidade com uma cor rubi, brilhante com bastante fruta vermelha ao nariz. Na boca é macio, sedoso e equilibrado, rico com um final muito fresco pedindo comida. Um vinho gastronômico, mas versátil que também se toma muito bem sozinho ou acompanhado de um bom prato de queijos e frios, sendo fácil de agradar desde os mais neófitos dos enófilos até aos mais tarimbados. Muita elegância num vinho que costumo denominar como amistoso e confirmou minha opinião anterior. Obteve a média de 85,73 pontos e custa R$79,00.

 

Uvas ìcones 001Touriga-Nacional Reserva 2005 da Quinta Mendes Pereira (Malbec do Brasil) representando Portugal, recebeu 16,5/20 pontos da Revista de Vinhos portuguesa, tendo-se mostrado á altura das expectativas. De nariz intenso, fruta confeitada e algo balsâmico com sutis nuances florais . Na boca apresentou-se com taninos firmes porém finos, harmônico, saboroso, complexo, acidez no ponto mostrando-se também bastante gastronômico (arroz de pato?) com um final de boa persistência. Um belo vinho que alcançou a pontuação média de 86,36 e custará, assim que chegar, por volta de R$90,00.

 

Uvas Ícones 010Zinfandel Pezzy King 2005 (Wine Lover’s) o competidor mais difícil de conseguir já que quem tinha não quis participar e quem queria não tinha o rótulo disponível. Ao falar com a Giselda, por indicação do amigo Álvaro, no entanto, a coisa mudou de figura. Não são muito os rótulos disponíveis no Brasil e, consequentemente, não são sabores a que estejamos acostumados. Este possuía uma paleta olfativa muito intensa e convidativa onde se destacavam toques de licor de cereja, fruta em compota e amoras. Na boca segue intenso, de bom volume de boca, taninos maduros e sedosos, harmônico com um final algo adocicado com coco e chocolate perfeitamente balanceado por uma acidez correta que deixa um retrogosto de quero mais. Belo Vinho que obteve a média de 88,91 e custa R$110,00. Tem uma história de que cliente VIP tem 20% de desconto, então vale conferir no site deles.

 

Uvas Ícones 005Tempranillo Sierra Cantabria Crianza 2004 (Peninsula) foi o desafiante espanhol que veio com um senhor retrospecto, o de ter obtido 90 pontos da Wine Spectator e ficando entre os top 100 de 2008 dessa conceituada revista. Acho que os 40 minutos de decantação foram pouco para este renomado vinho que se apresentou fechado, nariz tímido em que aparecem aromas de fruta vermelha fresca (ameixa) e algum tostado. Na boca segue fechado, algo austero, taninos ainda jovens e firmes ‘pegando” um pouco, acidez muito boa que convida a comer e pede um prato com “sustança”. Final de boca mostra um certo desiquilibrio, coisa que um tempo mais em garrafa, ou o dobro do tempo em decanter, devem harmonizar mostrando todo o potencial do caldo. Obteve uma média de 83,41 pontos e custa ao redor de R$109,00. Um vinho que necessita de uma segunda visita!

 

Uvas Ícones 007Carmenére Ochotierras Gran Reserva 2005 (Brasart), o representante Chileno desta cepa que possue amantes e ferrenhos opositores. Eu não sou fã, mas gosto de alguns rótulos, entre eles este. Vinho pronto não devendo melhorar mais do que já está. Nariz balsâmico com nuances vegetais e alguma especiaria. No palato apresenta-se redondo, macio, equilibrado com taninos sedosos, boa acidez e estrutura mostrando-se muito elegante e saboroso. Obteve a média de 84,68 pontos e custa em torno de R$90,00.

 

Uvas Ícones 012Pinotage Morkell PK 2004 (D’Olivino), o desafiante sul africano desta cepa que também é pouco conhecida por aqui com muita coisa bastante rústica e barata (existem exceções) e caldos como este, com muita qualidade, um vinho que enobrece a casta. Classificado por alguns membros da banca como, misterioso e intrigante, mostra no olfato aromas complexos em que aparecem com maior destaque cacau e frutas secas, com boa evolução em taça. Na boca é harmônico, boa estrutura, denso e rico de sabores com um final muito agradável com toques de especiarias. Vinho para tomar com calma e mais uma boa participação dos vinhos desta importadora. Obteve a média de 87,73 pontod e custa ao redor de R$120,00.

 

Uvas Ícones 015Pomar Reserva 2006, o nosso vinho surpresa da noite, e que surpresa! Da Venezuela, Bodegas Pomar, região de Lara a 480mts de altitude vem este saboroso corte de 60% Petit Verdot, 23% Syrah e o restante de Tempranillo, um assemblage diferente e criativo que surpreendeu a todos tendo sido escolhido por um dos membros da banca, como o melhor vinho da noite. Como vinho surpresa, posso introduzir qualquer coisa no painel, então a escolha por um vinho que não fosse varietal, mas que trazia consigo uma enorme dose de exotismo. Por ser um corte foi fácilmente identificado pela maioria, porém a sua origem deixou a todos perplexos. Fruta madura, ervas e alguma especiaria compõem uma paleta olfativa muito agradável que convida levar a taça à boca onde se mostra muito equilibrado, elegante, complexo com boa evolução em taça, taninos aveludados e muito gostoso. Um conjunto sem arestas que obteve o reconhecimento de quase todos, houve uma única nota mais baixa, que resultou numa média de 86,45 pontos e não está disponível para venda.

 

Uvas Ícones 018Pinot Noir J. Cacheux Bourgogne Les Champs D’Argent 2006 (Decanter), nosso desafiante  francês e talvez o vinho mais fácil de identificar pois já no exame visual se mostrava com toda a sua tipicidade com uma cor rubi clara, brilhante, quase clarete. Nos aromas muita sutileza com a presença de frutos do bosque como morangos e framboesas assim como leves nuances florais. Na boca, taninos finos e sedosos ainda bem presentes, rico e complexo mostrando nuances de salumeria, um vinho sedutor como são a maioria dos bons Pinots, em especial os da Bourgogne. Obteve a média de 86,45 pontos e custa ao redor de R$119,00.

 

Uvas Ícones 008Shiraz Bridgewater Mill de Adelaide Hills 2005 (Wine Society), o representante da Austrália onde essa cepa virou rainha. De boa tipicidade, nariz discreto mostrando alguma fruta vermelha e especiarias. Na boca aparece uma madeira mais presente, porém sem subjugar o caldo, e álcool um pouco saliente sem ofuscar um conjunto muito agradável, de bom corpo, taninos presentes, aveludado e macio, acidez moderada, elegante com um final bem saboroso que satisfaz e nos faz pedir mais. Obteve 86,91 pontos e custa ao redor de R$87,00.

 

Uvas Ícones 017Malbec Rutini 2006 (Zahil), o nobre desafiante desta cepa que já virou sinônimo de Argentina, mesmo sendo francesa (como a maioria), mas que vem crescendo também no Chile e até aqui no Brasil já começam a aparecer alguns exemplares. Rubi violáceo, bem típico da casta, apresenta um perfil aromático composto de frutas escuras, algo vegetal e nuances florais que despistaram muitos da banca. De boa estrutura, no palato é suave, com taninos finos e sedosos, elegante, equilibrado com um final muito agradável e levemente frutado mostrando boa persistência. Um Malbec algo diferenciado que obteve 85,59 pontos e custa R$119,00.

 

Uvas Ícones 009Merlot Valduga Storia 2005 (Portal dos Vinhos), uma cepa que já se tornou símbolo da Serra Gaúcha. Eu que adoro este vinho, não o dentifiquei em função de uma intensidade aromática muito além do que tinha experimentado em vezes anteriores. A forte presença de café tostado, moka, que impacta a primeira “fungada” mostra a forte presença de madeira e a necessidade de um período maior de decantação para que o vinho encontre seu melhor equilíbrio olfativo quando aparece um pouco mais os aromas frutados com nuances florais. Na boca, alguma fruta negra, leve toque químico, untuoso, rico e complexo com um final algo tânico com retrogosto que nos lembra caramelo e muito boa persistência. Obteve uma média de 88,14 pontos e custa algo ao redor de R$110, porém devido à raridade, já se houve falar de R$130 e mais!

 

Uvas Ícones 014Tannat Abraxas 2002 (Dominio Cassis), rótulo premium do produtor, do qual somente 600 garrafas foram produzidas numa região diferente das tradionais áreas produtivas no Uruguai, em Rocha. Mais um dos vinhos que mostraram bem o que são, muita tipicidade num tannat de prima que ainda se apresenta fechado com taninos ainda bem presentes e firmes, porém sem qualquer agressividade, mostrando que ainda tem muito anos de vida e avolução pela frente. Nos aromas, algo herbáceo com nuances frutadas ainda tímidas que evoluem na taça. Na taça é uma explosão de sabores, rico e complexo com alguma madeira ainda por integrar, mas sutil, dando suporte a um conjunto gordo e harmonioso que enche a boca de prazer e ainda promete mais para daqui a alguns anos. As garrafas rareiam por aí, eu ainda tenho uma, e acredito que em 2012 estaremos perante um verdadeiro néctar. Obteve 86,77 pontos e custa por volta de R$105,00.

 

              Apurados os resultados, o grande campeão da noite, o Melhor Vinho foi o Pezzy King Zinfandel (atropelando por fora). Pelos pontos obtidos e bom preço, a Melhor Relação Custo x Beneficio ficou com o Barbera D’Asti Le Orme e o vinho considerado como a Melhor Compra, o Bridgewater Mill Shiraz. Na segunda colocação no rol dos Melhores Vinhos da noite, o nosso Valduga Storia Merlot, seguido do Morkell PK Pinotage, do Bridgewater Mill Shiraz e completando o podio, o Abraxas Tannat 2002. O nosso vinho surpresa vindo da Venezuela direto para este Desafio de Vinhos na Zahil, obteve um honroso oitavo lugar entre vinhos e países produtores já consagrados mundialmente. Mas quais foram os vinhos preferidos de cada membro da banca de degustadores? Pois bem, para matar a curiosidade dos amigos, aqui está:

  • Emilio Santoro – Pezzy King Zinfandel – 89 pontos
  • Marcel Proença – Pezzy King Zinfandel – 93 pontos
  • José Luiz Pagliari – Morkell PK Pinotage – 91 pontos
  • Francisco Stredel – Pezzy King Zinfandel – 93 pontos
  • Evandro Silva – Bridgewater Mill Shiraz – 90 pontos
  • Ralph Shaffa – Storia Merlot – 91 pontos
  • Ricardo Tomasi – Storia Merlot – 91 pontos
  • Cristiano Orlandi – Rutini Malbec – 93 pontos
  • Fabio Gimenes – Pomar Reserva – 92 pontos
  • José Roberto Pedreira – Pezzy Kink Zinfandel – 92 pontos
  • Simon Knittel – Storia Merlot – 88,5 pontos
  • João Filipe Clemente – Pezzy King Zinfandel – 89 pontos

       È isso gente, mais um Desafio de Vinhos terminado e mais um monte de lições a serem devidamente registradas. Por falar nisso, já ia-me esquecendo, quem acertou mais rótulos/cepas? O amigo Marcel da Assemblage Vinhos, com nove cepas identificadas tendo sido premiado pelos amigos da Zahil com uma garrafa do saboroso e recém chegado Barbera d’Asti I Cipressi Della Court de Michele Chiarlo. Vosso humilde servo aqui ficou nas cinco! Como disse, muito que aprender, um “pequeno gafanhoto’ em nossa vinosfera, na busca de conhecimento.

UFA, terminei! Salute e kanimambo, curtam o slide show abaixo e seguimos nos encontrando por aqui.

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