Vale da Mina Reserva

Destaques 2011 – Vinhos Ibéricos I – Portugal

          Primeiramente dizer que tomei vinhos inesquecíveis de ambos os países, porém não se encaixam neste quesito de destaque e sim nos vinhos frutos de meu garimpo, os Achados 2011. Em Destaques, tento separar vinhos que dentro de sua faixa de preços se mostraram algo acima de seus pares tomados. Grandes vinhos, como são a maioria dos Chutando o Balde ou Sem Noção são ótimos, mas ao preço que cobram, têm que ser isso mesmo e pouco tenho a acrescentar comentando-os aqui. Esses relacionarei nas listas que virão a seguir em Fevereiro. Hoje cito alguns que me marcaram, cada um em seu estilo e proposta diferenciada, inclusive de preços.

          Sou fã da enogastronomia Ibérica e, podendo, seria dela que faria meu modo de vida. Uma loja só de produtos e petiscos Ibéricos, alguém aí se arrisca numa sociedade com o tuga aqui?! rs Brincadeiras ou sonhos á parte,  me delicio com os sabores dessas terras e, não posso negar, os vinhos lusos andam numa fase excepcional tendo se tornado nos últimos anos os grandes concorrentes dos vinhos de Los Hermanos em nossa terra brasilis, no quesito relação Custo x Beneficio só que mais saborosos, em minha opinião obviamente! seus vinhos TOP então, esses se tornaram grandes vinhos em nossa vinosfera ultrapassando as fronteiras lusas! Hoje relaciono e comento os vinhos de Portugal, ontem a de Los Hermanos ficou excessivamente longa até para meus parâmetros (rs) então optei por dividir, e amanhã dou seguimento com a segunda parte falando dos destaques espanhóis que invadiram minha taça.

         Portugal prima pela diversidade e estes rótulos que foram destaque na minha taça mostram bem isso, mesmo considerando-se que dois deles já beiram os R$150,00. Pra compensar tem vinho de R$45,00 então na média o preço está bom e a satisfação, essa nem se fala!

  • Cortes de Cima Syrah – este produtor alentejano elabora vinhos de grande qualidade e está entre meus muitos preferidos da região com um estilo mais moderno de ser, trazendo sempre inovações e este Syrah é absolutamente delicioso, quiçá um pouco salgado no preço! Por outro lado, bateu um dos campeões de minhas degustações de Syrah na loja, o Brunel de La Gardine St. Joseph, e no último encontro quase sobrepujou o grande campeão que é o australiano Schild Estate Shiraz 2008. De enorme equilíbrio e riqueza de sabores, mostrando boa tipicidade com o que se espera de vinhos dessa cepa, é sim um vinho a ser considerado mesmo com os R$110,00 que deve custar agora que o importador aumentou seus preços.
  • Vale da Mina Reserva tinto – um dos poucos que aparece em mais que um post de Destaques 2011 já que também esteve presente na dos Vinhos do Velho Mundo a Preços de Argentina e Chile . Em função disso não tomarei seu tempo repetindo meus comentários, mas clique no link se houver interesse. O que posso confirmar, sim, é que um verdadeiro achado nessa faixa de preços de R$45,00.
  • Roquette & Cazes – um dos vinhos mais marcantes numa faixa de preços que me é viável comprar sem me sentir culpado por isso (rs). Não é para toda a hora, mas gostaria que fosse! O Xisto, top da vinícola uma parceria entre produtor Duriense e Bordalês, está com preços nas alturas e este é seu segundo e “affordable” vinho. Absolutamente delicioso, um prazer hedonístico tremendo em que o todo é muito maior que a soma das partes que neste caso são Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz. Foi considerado o Melhor Vinho do Velho Mundo na Expovinis de 2011, fino, riquíssimo e sedutor,  é um caldo aristocrata, daqueles que vem á mesa de fraque e cartola abrilhantando o momento. Por volta de R$150,00 (após os aumentos de inicio de ano) é um deleite. Vinho Duriense com alma de Bordeaux, bão demais!
  • Qinta da Lagoalva Reserva – gosto dos vinhos que o Diogo produz na região Tejo. Seu vinho básico Castelão/Touriga Nacional é muito saboroso, seu Alfrocheiro quebrou minha resistência a essa uva e seu raro vinho de sobremesa é divino. Este Reserva é um vinho muito agradável e fresco de ser tomado, com muita fruta aparente e taninos muito bem equacionados sendo que as nuances de baunilha deixam claro a presença de madeira aqui colocada como apoio e anteparo ao restante do conjunto. Um estilo mais moderno, mas muito prazeroso de tomar. Custa algo ao redor de R$70,00.
  • Dom Rafael Tinto – a Herdade do Mouchão tem história e mesmo este vinho sendo de gama de entrada, mostra toda sua estirpe. Falei muito dele neste ano que passou tendo sido uma grata surpresa numa degustação ás cegas harmonizada com carne e competindo com vinhos tidos “de carne” como malbec e tannat. Um vinho de bom corpo, muito saboroso com toda a tipicidade e textura que se espera de um alentejano da cepa! Um de meus preferidos nesta faixa de preço que anda entre R$54 a 59,00, que com uns três a quatro anos de garrafa acompanha muito bem um bacalhau ao forno, sendo portanto bastante versátil.
  • Quinta do Vallado Touriga Nacional – produtor duriense de primeira linha que tem neste vinho um de seus melhores rótulos tendo o da safra de 2008 figurado entres os 10 melhores vinhos do Wine Spectator TOP 100 de 2011. Eu ainda não tomei esse, porém tomei o 2005 e 2006 que me impressionaram bastante, especialmente o 2005 por estar mais pronto. Nariz gostoso, fruta negra, aquele típico aroma de violeta formando uma paleta olfativa sedutora e muito agradável. Na boca é exuberante, mais estruturado e denso que o Crasto Vinhas Velhas (outra belezura duriense), taninos finos, rico e complexo com notas de tabaco, café num longo final que nos deixa aquele gostinho de quero mais, um belo vinho que custa honestos R$150,00 em média.

       Por hoje terminei e amanhã tem mais. Um por dia até ao final do mês e no dia 1 de Fevereiro entro com as listas por faixa de preços. Salute, kanimambo e seguimos nos vendo por aqui ou na Vino & Sapore onde sempre haverá uma taça amiga para o receber.

Destaques 2011 – Vinhos do Velho Mundo a Preço de Argentinos e Chilenos

        Muitos ainda se atém aos vinhos dos hermanos mais famosos por uma mera questão de preço e por acreditar naquela falácia de que vinho europeu barato é ruim e o bom é caro! Isto, comparativamente, não é verdadeiro e estes destaques do ano de vinhos do Velho Mundo a Preços de Argentinos e Chilenos, é um claro exemplo disso.  Um destaque internacional, só para corroborar minha constatação, foi a publicação dos TOP100 da Wine Spectator em que o português do Dão, Quinta de Cabriz Colheita Selecionada tinto 2008 alcançou a 40º posição e obteve 90 pontos, isto para um vinho de preço entre os R$27 a 30,00! Há, no entanto, quem prefira os varietais e os blends dos hermanos por uma questão de gosto e aí não há o que discutir, porém se o que o leva a praticamente só tomar vinhos chilenos e argentinos é o preço, então esta é uma bela lista de vinhos de baixo custo que vale conferir e descobrir novos sabores. Vinhos europeus, todos abaixo de R$50,00, na foto os destaques principais, mas não posso deixar de mencionar três vinhos que deram o que falar ao longo do ano passado; um da Espanha, um da Itália e outro de Portugal, respectivamente o Legado Munoz Garnacha, Confini Sangiovese  e o Caza da Lua do Douro, todos na casa dos R$30,00 e todos em falta nas importadoras neste inicio de 2012.

            Na caixa, mais seis rótulos para fazer você mudar seus (pre)conceitos sobre os vinhos do Velho Mundo. São verdadeiros best buys, os famosos BB, Bons e Baratos.

Ribereño – Espanha/Ribera del Duero –  diferentemente da maioria dos vinhos desta região que costumam ser de maior corpo, este foi feito para agradar e cumpre seu papel. Saboroso, frutado, taninos macios e bom companheiro para paella e pratos de bacalhau mais leves. O produto é do grupo Valduero que elabora alguns vinhos diferenciados e muito saborosos como o Una Cepa, outro vinho que srá destaque aqui porém sob outro tema, a dos vinhos espanhóis. Está nas lojas por volta de R$40 a 43,00.

Vasari – Itália/Montepulciano Abruzzo  –  Uma enorme surpresa para um vinho desta região e uva, já que a maioria costuma ser algo rala especialmente os desta faixa de preço. Quando bem feito, no entanto, é um vinho muito agradável de se tomar. Este tem Due Bicchieri do guia italiano Gambero Rosso e 86 pontos de Robert Parker o que indica que estamos frente a frente com um vinho de qualidade. Não tem passagem por madeira e apresenta taninos sedosos, muita fruta negra no nariz e algo terroso , redondo, gostoso de tomar.  Deve se dar bem com polenta com ragu de ossobuco, carnes assadas e amigos! Preço varia de R$40 a 45,00.

Quinta da Estação – Portugal/Douro – Um vinho macio, redondo, fácil de beber e gostar. Acompanha pratos mais leves, pizzas, pasta, lanches, um coringa na adega que agrada a maioria. Preço por volta dos R$40 a 45,00.

Paul Mas Syrah – França/Languedoc – Paul Mas é um enólogo e empresário do vinho ligado no mundo e como tal gera vinhos mais comerciais visando o mercado internacional. Este Syrah é muito saboroso, equilibrado de taninos sedosos e um final levemente especiado de média persistência.  Acompanha bem queijos de média consistência como Ementhal, Gouda e St. Paulin.  Boa opção de Syrah nesta faixa de preço, em torno de R$42 a 46,00.

Vale da Mina Reserva – Portugal/Alentejo – Mais um português, existem um monte de boas opções lusas nesta faixa, e desta feita um vinho de maior corpo, taninos presentes, balanceado, rico, madeira bem colocada, aromas algo florais com nuances de frutos do bosque mais um bom produto elaborado pelas mãos de Cristiano Van Zeller, um dos Douro Boys, neste seu projeto alentejano. Este já encara um churrasco e um bacalhau no forno! Meu subconsciente insiste em chamá-lo “mapa da mina”, porquê será?! Preço varia de R$42 a 47.

Paiara – Itália/Puglia – companheiro de pizzas de peperoni, massas com molho bolonhês, polpettone, quem sabe até uma polenta com calabresa, este inusitado corte da autóctone  Negroamaro e a internacional Cabernet Sauvignon gera um vinho bastante agradável de tomar com aromas e sabores diversos e um corpinho até que bem desenvolvido (rs) para um vinho desta faixa de preço. Quer arriscar, acompanhe um hambúrguer de picanha ou sanduiche de pernil, pode dar certo! Precinho, por volta dos R$3o/32,00.

          Em meus Achados de 2011 por faixa de preços, estes  e outros rótulos estarão presentes, mas só a partir da semana que vem deverei iniciar a publicação das 6 listas que estou montando:

  • Vinhos para o Dia a Dia – até R$35,00
  • Vinhos para o Fim de Semana – de R$35 a 60,00
  • Vinhos do Mês – de 60 a R$100,00
  • Vinhos de Celebração – de R$100 a 200,00
  • Vinhos para Chutar o Balde! – de R$200 a 400,00
  • Vinhos sem Noção – acima de R$400,00

     Por enquanto é só, porém ainda tenho para publicar uma série destes destaques. Até lá, kanimambo e espero seguir recebendo sua visita aqui e, porquê não, na Vino & Sapore onde a maioria desses rótulos se encontra aninhada.

Salute!