Vinhos Argentinos

Diversidade No Mundo do Vinho

Nossa vinosfera é um vasto ambiente no qual não cabem verdades absolutas, aprendi isso faz tempo e volta e meia sou lembrado disso pelos fatos. Diversidade de uvas, de formas de vinificação, de terroirs, de enólogos, de sabores, de aromas porquê nos vino-globeatermos a um só quando podemos nos divertir na busca? Quem disse que na argentina só sabem fazer Malbec, que no Chile só sabem fazer Carmenére ou Tannat no Uruguai? Quem disse que no Brasil não se faz bons vinhos ou que todo o vinho sul-africano é pinotage? Se você acredita em qualquer uma dessas premissas e outras de gênero, vai aqui meu desafio para abrir sua mente a novas experiências e explorar esse mundo mágico. Como? Degustando, provando coisas novas e hoje trago aqui uma oportunidades dessas. Na Granja Viana, Vino & Sapore por supuesto (rs), daqui a dez dias.

 

Diversidade Argentina – Dia 22 de Setembro ás 20 horas na Vino & Sapore! Descubra uma argentina diferente através de seis vinhos tintos e um espumante sendo que somente este último será de Malbec. A idéia é desconstruir essa imagem de que os hermanos somente sabem produzir bons Malbecs, ledo engano meus amigos! Minha experiência, no entanto, viajando mais de 5 mil quilômetros por regiões produtoras provando de tudo um pouco e conhecendo algumas centenas de rótulos, me dizem o contrário e convido vocês a conferir, não precisa acreditar em mim não! Para apenas 12 pessoas, seis vinhos e mais o espumante, vejam a lista de rótulos que estão numa gama de preços entre 100 a 230 Reais.:

Vicentin Rosé Extra-brut Rosé de Malbec
Penedo Borges Cabernet Sauvignon Reserva
Lagarde Guarda Cabernet Franc
El Enemigo Bonarda
Vicentin Backbone Co-Fermented Blend*
Las Moras Gran Syrah 3 Valleys
Fabre Montmayou Gran Reserva Merlot
 
Durante a degustação, os costumeiros queijos, frios, pão e água e ao término serviremos empanadas da Caminito, um de nossos parceiros de longa data.O preço da descoberta será de R$150,00 por pessoa a serem pagos no ato da reserva, vai dar mole? Contatos de Terça a Sábado das 14 às 19h pelo telefone (11) 4612-6343 ou pelo e-mail comercial@vinoesapore.com.br .
 Por hoje fica esta dica, mas durante o resto da semana tem mais. Saúde, kanimambo pela visita e nos vemos por aí!

Salvar

Salvar

Argentina sem Malbec e Cabernet Sauvignon.

A cada viagem que faço gosto de trazer na mala algumas garrafas de vinhos provados que se destacaram na minha taça e que gosto de compartilhar com 12 de meus amigos apreciadores de vinhos, clientes e leitores do blog, são as degustações Vinhos da Mala. Desta feita o tema que escolhi é Argentina sem Malbecs e Cabernet Sauvignon e se realizará na Vino & Sapore no próximo dia 19 de Maio (Terça-feira) a partir das 20 horas. Ainda não encontrei o lugar para montar estes eventos em Sampa, então por enquanto só por aqui na Granja Viana mesmo, porém espero já em Junho ter solucionado isso, aguardem! Os vinhos provados não estão disponíveis no Brasil, salvo uma ou outra exceção e o foco, como sempre, é no inusitado e na diversidade, principal objetivo de todo o meu trabalho em nossa Vinosfera. Eis a seleção que fiz para este evento.

Ramanegra Espumante Extra-brut – os hermanos adoram espumantes extra-brut e este elaborado pela Casarena com Chardonnay, Viognier e Sauvignon Blanc , um blend inusitado, me chamou a atenção. Espero que também vos surpreendam.

Montesco Água de Roca Sauvignon Blanc– como a água que nasce entre rochas, a mineralidade é seu principal chamariz, mas tem muito mais neste vinho que mostra uma Sauvignon Blanc argentina diferente e tratada com esmero pelo Matías Michelini um enólogo revolucionário que anda na contramão das modas na busca pela pureza.

Cara Sur Criolla – poucos conhecem a uva Criolla e muito menos haverão de ter tomado um vinho elaborado com ela. Este descobri jantando no delicioso Siete Cocinas do amigo Pablo del Rio que também gosta de “viajar”! Com apenas 900 garrafas produzidas, este é um projeto dos enólogos Sebastian Zuccardi e Francisco Bugallo no vale de Calingasta em San Juan com uvas de vinhedo com mais de 80 anos de idade. Um pinot autóctone?! Só provando para tirar conclusões.

Decero Petit Verdot – Um clássico vinho que recentemente ganhou em sua safra mais nova o Troféu de Melhor Vinho Tinto de Mendoza escolhido na Wines of Argentina Awards. Divino é pouco para falar deste que mostra uma Petit Verdot mais cordata e extremamente elegante, porém sem perder sua tipicidade. Soy un incha deste vino!

Zaha Cabernet Franc – a uva da vez na Argentina e este exemplar nos vem pelas mãos de mais um enólogo importante da nova geração, Alejandro Sejanovich com uvas da sub-região de Altamira no Vale do Uco, Mendoza. Um vinho em que as uvas são colhidas em três diferentes momentos de maturação para compor uma sinfonia engarrafada. Provei e gostei, muiiito.

*Calcáreo Bonarda – mais um vinho marcante do amigo e enólogo Matías Michelini em sua nova empreitada com seus irmãos na Michelini Bros. Somente 6.000 garrafas produzidas num vinhedo de apenas 2 hectares todo cultivado de forma biodinâmica. Uma obra de arte que desperta emoções especiais com uma uva não tão nobre, mas que gera alguns grandes vinhos quando bem trabalhada. Para você conferir.

Decero Tannat – Para finalizar, deste vinho a Decero produz apenas 700 garrafas e neste caso vamos provar juntos, pois ainda não o conheço, porém não resisti e tive que trazer uma garrafa para compartilhar com os amigos presentes. Este só se compra na bodega ou na Suíça para onde os proprietários (suíços) levam o restante. Conheço ótimos Tannats argentinos de Salta, porém por Mendoza não abundam, então vamos curtir juntos esta experiência?

Sorry sold OutEsses serão os protagonistas da noite e se você, como eu, gosta de provar coisas diferentes sentir novas emoções e se deixar levar pelo desconhecido, então não deixe de participar. As vagas estarão limitadas aos primeiros 12 amigos que efetivarem suas reservas, seis ja tomadas, então não dê mole! O valor a ser pago no ato da reserva é de R$120,00 por pessoa e inclui os vinhos, água, pãozinho, queijo e chorizo espanhol, café e na Vino & Sapore o estacionamento é gratuito. O *Cálcareo virá direto da Argentina e ficamos sujeitos a que ele chegue a tempo, caso não aconteça, este será substituído por um outro grande Bonarda, o El Enemigo de Alejando Vigil, só que este já tem por aqui.

Fico no aguardo de sua confirmação, Kanimambo e amanhã tem mais. Cheers!

Garimpando Vinhos Sul Americanos na Zahil

           Recentemente estive num evento em que a Zahil apresentou seu portfolio de vinhos Sul Americanos. Entre seus principais produtores, gente renomada como os chilenos Casa Marin, Clos Quebrada de Macul e Vina Aquitania assim como os argentinos Rutini e Salentein porém havia coisa nova e outros produtores menos conhecidos. Fui para buscar aqueles rótulos que conseguissem reunir as melhores relações entre Qualidade x Preço x Prazer assim como revisitar alguns já clássicos e degustar alguns rótulos altamente midiáticos mas que, no entanto, ainda não tinham passado por minha taça. Dentro o que consegui provar, alguns se destacaram acima dos outros e são estes que gostaria de compartilhar com vocês. Para aumentar o mapa clique nele ou acesse direto a Wine Folly que tem coisas geniais afora este mapa!

Wine Folly South America Wine Map

Callia (Argentina)- pertencentente ao grupo Salentein, este produtor chegou à Zahil faz pouco tempo depois de alguns anos nas mãos de outra importadora. Prima pela ótima relação custo x beneficio e gosto de destacar o Syrah/Bonarda que na faixa dos R$30/32 é quase que imbatível. Apresentou também um espumante Brut elaborado com Chardonnay/Pinot Grigio meio a meio que mesmo lhe faltando um pouco de acidez, será páreo para os espumantes nacionais na faixa das 45 pratas.

Don Abel – brasileiro também recém chegado ao portfolio da importadora tinha alguns de seus rótulos disponíveis, entre eles o ícone Rota 324 de 2005, mas o que brilhou, para mim, foi seu muito bom Gran Reserva 2005 sem passagem por madeira e engarrafado em 2007, um belo vinho corte de Merlot com Cabernet Sauvignon que recomendo conhecer e, com todas as minhas criticas à precificação dos vinhos nacionais, vale bem os pouco mais de R$50 cobrados.

Bodegas Salentein (Argentina) – um produtor que tem como marca vinhos de grande estrutura e alto teor alcoólico, traz uma nova linha de produtos, Kilka, que busca um pouco mais de fruta . Melhores, na minha opinião, a gama intermediária dos Salentein Reserva Pinot Noir e o Chardonnay, muito bons e com um preço bem condizente com a qualidade entregue, na casa dos R$78. Já na linha topo de gama; o Numina Gran Corte é um senhor vinho, complexo, denso e estruturado mas muito rico e elegante que vale, dentro de nossa realidade tupiniquin, os R$130 que pedem por ele.Uma pena que não trazem mais o espumante Portillo, era muito bom!

Flecha de Los Andes (Argentina) – Seu Gran Malbec e Gran Corte são dois potentes  e complexos vinhos que precisam de tempo para se mostrar, mas o Punta de Flechas Malbec é um gama de entrada na faixa dos cinquenta e oito Reais que tem poucos desafiantes que lhe façam frente no mercado.

Vina Aquitania (Chile)– Fazia tempo que queria conhecer os  vinhos deste produtor, especialmente o famoso e super conceituado Sol de Sol Chardonnay, um vinho cultuado como um dos melhores brancos do Chile,( preço acompanha já que custa por volta dos R$150) mas nunca tinha tido a oportunidade. Realmente é um senhor Chardonnay, muito fresco e equilibrado com a madeira muito bem colocada dando apoio sem nunca se sobrepor á fruta, realmente muito especial. O Sol de Sol Pinot também é muito bom, assim como o Lazuli Cabernet Sauvignon especialmente o 2005, mas o grande destaque para mim foi seu Aquitania Reserva Syrah com muita tipicidade e um preço bacana para o que entrega, em torno de R$60.

Bodegas  Carrau (Uruguai) – sempre consistente os Reservas Pinot e o Tannat na casa dos R$45,00 valem bem a pena para quem não conhece os vinhos desse país sedutor.

Volcanoes of Chile – o grupo busca vinhedos com solos vulcânicos, o que não é lá muito raro num país com mais de 2000 vulcões, em todo o país para produzir seus vinhos. Aprecio muito seu Tectonia Pinot Noir e o Parinacota, um corte de carignan e syrah, dois belos vinhos que variam entre os R$100 a 130,00. O Parinacota é bem marcante em função do criativo corte de uvas, tendo a oportunidade, não deixem passar.

        Enfim, esses foram os que consegui provar e mais me chamaram a atenção sem mencionar as estrelas como o Antologia XXVIII 2009 (Rutini),  Miramar Syrah 2010 e Lo Abarca Pinot afora o  Laurel Sauvignon Blanc ( todos Casa Marin) que pertencem a outra liga!

       Salute, kanimambo e no próximo post falarei dos incríveis vinhos apresentados no TOP 50 dos vinhos portugueses para o Brasil que, como já disse, foi show de bola!

 

Diversidade Argentina

           Nesta minha recente viagem exploratória pela vinosfera argentina, ficou mais claro que nunca, que esta não é só terra de Malbec e que, mesmo desta cepa, a diversidade impera só que está muito mal trabalhada tanto pelos produtores quanto pelos importadores. Queria compartilhar com os amigos leitores um pouco dessa experiência de diversidade e fui comprando ao longo da viagem alguns vinhos que ainda não estão disponíveis no Brasil e que agora disponibilizo numa degustação especial na noite de dia 20 de Dezembro, um dia antes do fim do mundo pois se acontecer vamos felizes (rs), para tão somente 12 pessoas lá na Vino & Sapore!

         Na última degustação do ano, pretendemos mostrar um pouco da diversidade da vinosfera argentina com oito diferentes vinhos entre cepas, vinificação e processos distintos entre si. São vinhos que me surpreenderam na viagem a Salta e Mendoza a convite da Wines of Argentina.

Diversidade Argentina

Trumpeter Rosé de Malbec Brut – os espumantes da Rutini, casa produtora da linha Trumpeter, não são trazidos ao Brasil, mas este rosé me impressionou muito positivamente e os incentivei a rever essa estratégia pois, se bem precificado, certamente seria um sucesso!

Colomé Lote Especial Misterioso – é uma família de rótulos de reduzida produção, em torno das 1500 garrafas cada, sendo que este vinho vem de um vinhedo antigo cultivado num estilo mais conhecido na região do Douro em Portugal, um Field Blend. Os antigos plantavam as uvas todas juntas por segurança e estes vinhedos velhos por vezes têm uvas não identificadas, porém geram vinhos de grande qualidade. Este branco advém de um Field Blend antigo em que pelo menos cinco das cepas foram já identificadas – Chardonnay, Torrontés, Sauvignon Blanc, Semillon e Riesling.

Colomé Lote Especial Tannat – a Tannat de Salta me surpreendeu por sua complexidade e elegância, perfil aromático sedutor, taninos domados e bem integrados com um final de boca longo e saboroso. Este exemplar me deixou especialmente satisfeito e espero que achem o mesmo. Somente 1400 garrafas produzidas de vinhedo a 2300 metros de altitude, um dos mais altos do mundo.

Tacuil RD Corte – Raul Davalos é um nome meio místico na região de Colomé, ele que foi um dos desbravadores e pioneiros na região. Sua bodega  de nome Tacuil, está situada a cerca de 2600 metros de altitude e seus vinhos, que são de guarda porém não têm passagem por barrica, Raul é inimigo dessa prática, envelhecendo seus vinhos em tanques de cimento. Este vinho, corte de Malbec e Cabernet, é um vinho encorpado, viril, que necessita de aeração para que mostre todo seu potencial, um vinho diferenciado a que Parker deu 92 pontos na safra de 2010.

La Celia Heritage Cabernet Franc  – a La Celia, agora pertencente ao grupo San Pedro chileno, é pioneira no Vale do Uco em Mendoza no cultivo da Cabernet Franc com vinhos muito interessantes. Tive oportunidade de provar o ótimo Pioneer seu mais novo lançamento ainda não presente no Brasil, porém não o encontrei então trouxe um rótulo num patamar acima, a linha Heritage. Esta uva está produzindo vinhos muito interessantes na região que me seduziram e mostram claramente que há muito mais além da Malbec por aquelas bandas.

Quieto Reserva 2010 – vinho ainda por engarrafar e com rótulo provisório de uma das mais excitantes bodegas provadas nesta rápida viagem, a Montequieto. Me entusiasmei com o que vi, escutei e provei (por sinal a safra de 2011 ainda em tanques está divino!). Um blend de Cabernet Franc (olha ela de novo), Malbec e Syrah muito bem elaborado por um jovem enólogo muito criativo, o Fernando Sota. Uma mostra de que os blends deste país produtor estão alcançando parâmetros de qualidade muito bons e devem ser encarados com mais seriedade.

De Angeles 2008 Gran Malbec – uma mostra de uma linha mais tradicional argentina com bastante potência, denso, escuro e firme com madeira bem integrada mostrando a tipicidade dos vinhos com a mão de Michel Rolland. Um vinho num estilo mais tradicionalmente conhecido dos brasileiros, bem feito e marcante.

Achaval Ferrer Dolce – um vinho doce, colheita tardia de Malbec, que acompanhou muito bem pedaços de chocolate com amêndoas, o que faremos aqui também, nos surpreendendo a todos. Vinho que sequer consta do site da importadora, pequenas quantidades e muito sedutor vendido em algumas poucas lojas como a Lo de Joaquin Alberdi em Palermo Soho com link aqui do lado em “lojas”

        Para acompanhar os vinhos serviremos em parceria com a Cachaçaria Água Doce Sabores do Brasil, nossos amigos e vizinhos; Iscas de Tilápia, Bolinhos de Carne de Sol, Empanadas de Carne (estas são da Caminito) e finalizaremos com um escondidinho de Carne de Sol e chocolate Florentine da Heidi ou um panetonde Loison Grand Cacau, na hora vemos! Tudo isso por apenas R$100 por pessoa e na compra de qualquer vinho da loja nessa noite tão somente, um desconto especial de 7%!

       Começa ás 20 horas e reservas deverão ser feitas via o e-mail comercial@vinoesapore.com.br ou então ligue para o telefone (11) 4612-6343 entre as 11 e 20 horas para maiores informações. Salute, kanimambo e espero vê-los por lá!

Descobrindo a Argentina – I

        Incrível viagem que se iniciou pelo norte do país com parada num lugar mistico chamado Colomé! Melhor forma de começar esta viagem de descobrimentos impossível e as surpresas têm se sucedido. Quando fazemos uma viagem destas é que nos damos conta de como as importadoras trabalham mal seus vinhos se atendo demasiado aos grandes nomes comerciais e se “olvidando” da enorme diversidade de rótulos, uvas, produtores e regiões que poucos conhecem.

     As dificuldades de comunicação aqui na remota região de Salta são tremendas, celular aqui esquece (!), e agora em Cafayate  consegui um sinal para rapidamente escrever este post, mas e-mails necas!. Já descobri algumas coisas muito interessantes e na volta farei duas degustações especiais. A primeira só com vinhos que curti por aqui mas que não estão disponíveis no Brasil e dos quais comprei uma garrafa para provarmos juntos, já a segunda serão com vinhos que não conhecia porém já são importados. Uma coisa eu sei, Baco certamente andou se escondendo por estas bandas!

      Vinho de 3.000 metros acima do nível do mar (sim andamos nestas alturas, na verdade a 3475 metros) , bons tannats, surpreendentes torrontés, malbecs diferenciados e cabernets de muita qualidade, o pessoal daqui mostra uma diversidade enorme a qual precisa ser explorada para extrair da região tudo o que ele pode dar.

    Não esqueci que devo as informações sobre os vinhos do MOVI e assim que der eu sento e coloco isso por aqui, mas haverá muito mais matéria para compartilhar com os amigos, pois em três dias já são mais de 45 vinhos provados. Aguardem, mas tenham paciência pois o tempo é escasso e as dificuldades grandes. Conforme for dando vou atualizando o Blog. Salute, kanimambo e abram sas mentes, corações e taças para a diversidade dos vinhos dos hermanos, pois, como estou descobrindo, há muita vida neste lugar para além dos óbvios Malbecs mais midiáticos.

     Salute, kanimambo e nos vemos por aqui

TOPS Argentinos e Chilenos, Valem Tudo Isso?

 Momento de Reflexão para começar bem a semana! Afinal, esses aclamados e altamente pontuados vinhos dos hermanos valem mesmo essa “pipa de massas”, como dizem lá na saudosa terrinha, que pedem por aqui e mesmo lá na origem? São vinhos que variam aí entre os seus R$200 a 700,00! Só para trazer isso para um patamar mais universal, preços entre USD120 a 420 ou Euros 80 a 300!!!!! Sei que quem gosta de fazer suas perguntas semanais são os amigos Claudio e Rafaela (le Vin au Blog), mas não resisti já que ando me surpreendendo com os preços que tenho visto. O pessoal está todo aqui pertinho e cheio das benesses fiscais, os vinhos, bem; alguns muito bons, outros já ìcones, outros negam fogo (ou exalam em alguns casos) na hora H, etc. Será que valem mesmo toda essa grana?

          Fiquei curioso em saber o que os consumidores como um todo acham disso. Eu cá tenho a minha opinião formada e, não desprezando alguns ótimos vinhos que os hermanos produzem, não acredito que valham! Na minha percepção até encaro valores de cerca de R$200, mas acima disso acho um despautério, com algumas raras exceções, se comparado a Barolos, Brunellos, Bordeauxs, Douros, Alentejos, Riojas etc.. Tomar um delicioso Marques de Cáceres Gran Reserva 2001 por R$165, um Il Brusciato de Bolgheri 2006 por R$110, um Amarone Cinque Stelle por R$270,00, Chateau Tour de By Cru Bourgeois 2005 por R$140,00, um Jaffelin Savigny-les-Beaune Premier Cru 2007 por R$180,00, um Barolo Tré Ciabot 2003 por R$190,00 ou até um Cote Rotie La Divine por R$370,00, mesmo achando caro com relação aos preços de origem, ainda consigo entender, agora esses preços dos hermanos ……………..!!!!! Outra coisa, e as notas do tal de Jay Miller degustador mor do Robert Parker e seu Wine Advocate?!! Periga do cara dar 96 pontos para água com gás argentina, chose de loque, sô!

E você, o que você acha?

Salute e aguardo ansioso pelos comentários dos amigos. Kanimambo

Luiz Otavio Degusta Argentinos

           Colaboração do amigo Luiz Otavio direto de Piracicaba e sua ENOPIRA. Já provei o Poesia e concordo que é realmente um belíssimo de um vinho, mas o preço não ajuda, não? Incrível como os vinhos argentinos, isentos de imposto de importação e bem mais próximos da gente, estejam num patamar de preços tão altos! Enfim, isso é papo para outro post, vamos é curtir o que o Luiz tem a dizer sobre os vinhos provados lembrando que, nas palavras dele, “Não tomei as notas com a devida concentração necessária, não conseguindo observar as nuances da sua evolução e nem anotei as minhas impressões, sendo as descrições feitas de memória”  Salute

Degustação de vinhos argentinos

Enopira- 20/01/2011

Vinhos apresentados:

1-      Andeluna Malbec 2009

  • Produtor- Andeluna Cellars- Tupungato- Mendoza- Argentina
  • Castas- Malbec
  • Teor alcoólico- 15%
  • Amadurecimento- 6 meses em barricas de carvalho
  • Preço- R$ 35,00
  • Serviço- Aberto meia hora antes e servido a 16º C
  • Rubi escuro.
  • Nariz- Sorvete mousse de uva, toffe, frutas vermelhas em geléia.
  • Boca- Agradavel, típico, leve dulçor, com sensações de caramelo ao leite, frutas maduras.
  • Nota- 78/15,5

 2-      Synthesis Malbec 2008

  • Produtor- Finca Sophenia- Tupungato- Mendoza- Argentina
  • Castas- Malbec
  • Teor alcoólico- 14%
  • Amadurecimento- 12 meses em barricas novas de carvalho Francês.
  • Preço- R$ 100,00
  • Serviço- Aberto meia hora antes e servido a 16º C
  • Rubi escuro com reflexos violáceos.
  • Nariz- Amora, cereja, toffe, tostado.
  • Boca- Muito agradável, redondo, levemente tânico (muito agradáveis), equilibrado, com sensações de madeira bem integrada, frutas vermelhas e pretas maduras, toffe e café.
  • Nota- 83/16,5

 3-      Clos des Andes Reserva Malbec 2006

  • Produtor- Bodega Poesia- Luján de Cuyo- Mendoza- Argentina.
  • Castas- Malbec em pé franco
  • Teor alcoólico- 14%
  • Amadurecimento- 16 meses em barricas de carvalho Francês.
  • Preço- R$ 100,00
  • Serviço- Aberto meia hora antes e servido a 16º C
  • Rubi escuro.
  • Nariz- Frutas vermelhas, violetas, sous bois e químico(tinta).
  • Boca- Agradavel, redondo, frutas em geleia, tostado, madeira.
  • Nota- 80/16.

4-      Goulart Gran Vin Malbec  2006

  • Produtor- Finca Lugilde Goulart- Luján de Cuyo- Mendoza- Argentina
  • Castas- Malbec de vinhas velhas em Agrelo
  • Teor alcoólico- 14,6%
  • Amadurecimento- 14 meses em barricas novas de carvalho Francês Mercier
  • Preço- R$ 135,00
  • Serviço- Decantado por meia hora e servido a 16º C
  • Este vinho teve duas situações:

               1 – abriu com acetona, trufas, sous bois, frutas vermelhas e pretas maduras. Depois de decantado (tinha bastante borra) perdeu as frutas, ficando num perfil mais rústico, complexo, com madeira, leve balsâmico, eparema, lembrando os Weinert antigos e os Montchenot. Eu gosto deste estilo, mas a maioria dos participantes não.       

              2 – Abri outra garrafa depois da degustação e servi direto, mostrou o perfil frutado e a maioria preferiu ele neste estilo, considerando que matei o vinho ao decanta-lo. Fiquei na duvida?

Outra questão- este vinho tinha uma pimenta preta muito evidente, tendo ficado na duvida se ela é do terroir/vinhas velhas ou de um pouco de cabernet Sauvigon misturada? Para mim foi um vinho muito agradável, mas com um perfil um pouco menos comercial.

  • Nota- 82/16,5

5-      Synthesis The Blend  2005

  • Produtor- Finca Sophenia- Tupungato- Mendoza- Argentina
  • Castas-45% Malbec, 35% Cabernet Sauvignon e 20% Merlot.
  • Teor alcoólico- 14%
  • Amadurecimento- 14 meses em barricas novas de carvalho Francês.
  • Preço- R$ 150,00
  • Serviço- Decantado por uma hora e servido a 16º C
  • Cor rubi escuro.
  • Nariz- Ameixa, cereja, amora, baunilha, tostado.
  • Boca- Muito agradável, viril, madeira bem integrada, com sensações de frutas vermelhas e pretas em compota, tostado, chocolate, café e pimenta.
  • Nota- 84/17

6-      Poesia 2005

  • Produtor- Bodega Poesia- Luján de Cuyo- Mendoza- Argentina.
  • Castas- 60%Malbec e 40%Cabernet Sauvignon em pé franco
  • Teor alcoólico- 14,5%
  • Amadurecimento- 18 meses em barricas novas de carvalho Francês.
  • Preço- R$ 250,00
  • Serviço- Decantado por uma hora e servido a 16º C
  • Rubi escuro
  • Nariz- Fechado e discreto no inicio, complexo, abrindo em frutas pretas, baunilha, tostado.
  • Boca- Muito agradável, elegante, complexo, num claro perfil bordales, com a madeira e a baunilha bem pronunciada, tostado, frutas vermelhas e pretas maduras, leve pimenta.
  • Nota- 86/17

 7-      Pasionado Grand Reserve 2004

  • Produtor- Andeluna Cellars- Tupungato- Mendoza- Argentina
  • Castas-49% Malbec, 26% Merlot,  17%Cabernet Sauvignon e  8%Cabernet Franc.
  • Teor alcoólico- 15%
  • Amadurecimento- 18 meses em barricas novas de carvalho Francês (12 + 6 de blend).
  • Preço- R$ 140,00
  • Serviço- Decantado por uma hora e servido a 16º C
  • Cor rubi escuro.
  • Nariz- sous bois, cereja, ameixa, baunilha, chocolate e café.
  • Boca- Muito agradável, viril, complexo, madeira bem integrada, com sensações de frutas vermelhas e pretas maduras, leve baunilha, pimenta, tostado e madeira.
  • Nota 86/17.

 Obs- notas na escala europeía (0-100/0-20).

 Na degustação foi servido um Dadivas Chardonnay 2009 de boas vindas, e o José Henrique de Paula Eduardo trouxe um Colomé Malbec 2005 (85% Malbec, 10% Cabernet Sauvignon e 5% Tannat) que foi servido depois do Goulart.

Da bateria de Malbec, com 11 votos em 13 a preferência ficou com o Synthesis Malbec 2008.

Da bateria dos blends, a preferência ficou com o Poesia 2005 (7 votos), embora o Pasionado ficou logo atrás com 6 votos.

Em relação custo beneficio a escolha ficou com o Pasionado e o Colomé (R$ 80,00), embora se considerasse que o Andeluna Malbec 2009 está muito bom para a faixa de preço dele.