Vinhos Brancos

Brancos e Rosés Que me Marcaram em 2014

Todos os anos tenho vinhos que surpreendem e marcam minha memória. São vinhos de todos os preços e cores porque minha mente é aberta para provar de tudo e com isso me vejo constantemente quebrando alguns preconceitos, sim também os tenho, e obtendo enorme prazer ao me deparar com essas preciosidades na taça. Abra sua mente e sua taça para novas experiências e sabores, mesmo mantendo seus portos seguros à mão, permita-se viajar !

Os preços estão aumentando, as tabelas que tenho recebido mostram algo entre 10 a 15% dependendo da importadora, então a referência de preços dos rótulos aqui listados é a de final de 2014 em São Paulo onde os impostos sobre vinho são dos maiores! Acreditem, por aqui se paga mais ICMS sobre o vinho do que sobre a cachaça e não é pouco não, quase 40% mais!!

Enfim, esse é papo para outro post, eis minha lista de Melhores de 2014 com a importadora, país e preço médio, estando aqui presentes tão somente vinhos á venda no Brasil. Espero que você curta e lhe possa ser útil. Hoje listo os Brancos e Rosés, na Sexta seguem os Tintos.

Best of 2014

MELHORES VINHOS BRANCOS DE 2014

Bebo, provo, promovo e gosto muito de vinhos brancos, os eternos desconhecidos e, certamente, injustiçados pela eterna obsessão do moderno apreciador de vinhos por corpo e potência. Estamos em outra seara, na das sutilezas! Vinhos de diversas cepas, origens e preços e ainda tem mais dois graaandes vinhos que fizeram parte dos Deuses do Olimpo 2014. Vinhos para momentos, pratos e companhias diferentes, espero que possam curtir alguns dessas ótimas 26 opções que relacionei abaixo e que andaram em minha taça durante o ano.

  • Campos de Cima Viognier – Brasil – R$35,00
  • Vilaflor Branco (blend) – Portugal / Adega Vilaflor – R$37,00
  • Terranoble Sauvignon Blanc – Chile / Decanter – R$37,50
  • Millaman Condor Chardonnay – Chile / Lusitano Imports – R$38,00
  • Viapiana Green (blend) – Brasil – R$38,00
  • Roncier Branco (blend) – França / Vinica – R$39,00
  • Clara Benegas Chardonnay – Argentina / Calix – R$48,00
  • Dona Paterna Alvarinho/Trajadura – Portugal / Premium – R$55,00
  • Protos Verdejo – Espanha / Peninsula – R$62,00
  • Perrin La Vielle Ferme Blanc (blend) – França / World Wine – R$65,00
  • Poker Face Semillon/Sauvignon Blanc – Austrália / KMM – R$68,00
  • La Tunella Rjgialia – Itália / Vinica – R$74,00
  • NQ Chardonnay – Chile / Wine Co. – R$76,00
  • Atamisque Catalpa Chardonnay – Argentina / World Wine – R$78,00
  • Humberto Canale Old Vineyard Riesling La Morita – Argentina / Grand Cru – R$80,00
  • Hugel Gentil (blend) – França / World Wine – R$84,00
  • Loma Larga Sauvignon Blanc – Chile / Wine Mais – R$92,00
  • Val de Sil Godello – Espanha / Peninsula – R$98,00
  • Abbazia de Novecella Kerner – Itália / Vinica – R$99,00
  • Morgado de Sta. Catherina Arinto – Portugal / Palácio dos Vinhos – R$ 100,00
  • Vila Raiano Greco di Tufo – Itália / Decanter – R$125,00
  • Terrunyo Sauvignon Blanc – Chile / VCT Brasil – R$125,00
  • Benmarco Torrontés – Argentina / Cantu – R$130,00
  • Chateau de Tracy Mademoiselle T Pouilly-fumée – França / Decanter – R$145,00
  • Domaine Servin Chablis Vaillon 1er Cru -França / Vinica – R$158,00
  • Qta da Pellada Primus Dão – Portugal / Mistral – R$360,00
  • Chateau Montelena Chardonnay – EUA / Smart Buy Wine – R$420,00

MELHORES VINHOS ROSÉ DE 2014

este ano apenas dois dos vinhos provados realmente disseram a que vieram e valem ser conhecidos. Para ver outras opções basta navegar nas minhas listas de anos passados onde outros bons rótulos estão em destaque.

  • Orlando Contucci Ponno Vermiglio Cerasuolo d’Abruzzo – Itália / Vinica – R$58,00
  • Lagarde Rosé de Malbec (Blanc de Noir) – Argentina / Devinum – R$65,00

por hoje é só, mas aí já tem um monte rótulos interessantes para você começar essa viagem por um eno universo diferente e extremamente rico. Cheers, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui.

Salvar

Hummmm, que Delicia!!

Camarões á piri-piri (Moçambique), já publiquei aqui inclusive com a receita, e quando dá ($!) me lambuzo inteiro! Desta feita me tratei em dose dupla, a primeira com esse excelente Sauvignon Blanc da Loma Larga, Camarão piri-piri com Loma Larga Sauvignon Blancelaborado em Casablanca/Chile, que casou à perfeição não sobrando gota para contar a história. Bela acidez bem balanceada, frutos tropicais, fino, grama molhada sem excessos verdes, inebriante e sedutor, notas cítricas de final de boca com alguma mineralidade, estilo mais Loire de ser,  um vinho que certamente voltará mais vezes a minha taça! De entrada tivemos deliciosos mexilhões à vinagrete elaborados por meu genro Julio (bom de cozinha o garoto!) e o casamento com esse Loma Larga foi sublime.

.O segundo na taça, um ótimo branco luso, não poderia faltar um, o Morgado de Sta. Catherina Reserva da região Lisboa, DOC Bucelas. Um Arinto 100% fermentado em barricas borgonhesas,com 8 meses morgado e camarãosur-lie, que se integra com perfeição á fruta e acidez típicas da casta,com um final mineral e algo especiado. Cremoso e sedutor, é um vinho que me encanta normalmente e que mais uma vez confirma sua aptidão gastronômica. Um grande parceiro ao camarão, num estilo diferente do Loma Larga, um pouco mais encorpado, mas igualmente prazeroso.

Mexilhões, camarão, salada tropical, dois belos vinhos brancos, ótima companhia, nesses momentos a gente até esquece os problemas. Pena que no dia seguinte caímos na real, enfim, life must go on! Este foi meu presente de aniversário comemorado com quem mais amo (minha família) apenas faltando algumas peças nesse quebra-cabeça.Cheers, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui. Ótima semana para todos e espero que 2015 possa ser repleto desses momentos para todos nós.

ps. Clique nas imagens para ampliá-las.

Uvas Brancas, Vamos Navegar?

 

caravela1No total, falamos de mais de 1250 uvas vitis viníferas em uso (das 3 mil existentes), entre tintas e brancas, produzindo vinhos em mais de 520 regiões e 45 países, então é para colocar as barbas de molho quando alguém chegar te falando que conhece tudo de vinho, pois ele certamente ainda tem muito a aprender !

Dessas, pelo menos umas 350 (se alguém tiver um número mais próximo por favor avise) são brancas e a maioria dos seguidores de Baco só conhece uma meia dúzia, tipo; Sauvignon Blanc, Chardonnay, Riesling, Gewurztraminer, Semillon e eventualmente a Torrontés da nosssa vizinha Argentina e a Pinot Grigio italiana? Tá passado da hora de expandir os horizontes não acha? Existe um mundo enorme de sabores a serem explorados em países como Itália, Espanha, Portugal, Alemanha e a festa não tem hora para acabar ainda por cima com o calor que anda fazendo! Está na hora de começar a correr atrás do prejuízo e conhecer essa enorme variedade de deliciosos vinhos elaborados com uvas diferentes e pouco conhecidas.

Sou um apaixonado por vinhos brancos, costumo dizer que é a pós graduação no mundo do vinho, e não canso de experimentar sendo este post uma decorrência da escolha de uns vinhos para a degustação de uma confraria. Fica difícil escolher entre tanta coisa boa no mercado e mais do que recomendar vinhos, recomendo a viagem por algumas destas uvas. Escolha uma e saia procurando um vinho. Peça para os amigos fazerem o mesmo, não podem ser os mesmos rótulos, marque na casa de um e juntos descubram novas sensações! Eis uma listinha (adoro listas! rs) com uma série de dicas de uvas brancas a serem descobertas, boa viagem!!

Uva

País de Origem e Principal Região

Albillo

Espanha/Ribera del Duero

Aligoté

França/Borgonha

Alvarinho ou Albariño

Portugal/Minho e Espanha/Rias Baixas

Antão Vaz

Portugal/Alentejo

Arinto

Portugal/Lisboa e Alentejo

Assyrtico

Grécia

Avesso

Portugal/Minho

Azal

Portugal/Minho

Bical

Portugal/Dão e Beiras

Catarrato

Itália/Sicilia

Chenin Blanc

França/Loire e África do Sul

Encruzado

Portugal/Dão

Falanghina

Itália/Campania

Furmint

Hungria

Garganega

Itália/Veneto

Gouveio

Portugal/Douro

Grechetto

Itália/Lazio e Umbria

Greco di Tufo

Itália/Campania

Grillo

Itália/Sicilia

Gros e Petit Manseng

França/Madiran e la Gascogne

Gruner Veltliner

Áustria

Inzolia

Itália/Sicilia

Loureiro

Portugal/Minho

Maria Gomes ou Fernão Pires

Portugal

Marsanne

França/Rhône e Languedoc

Muller-Thurgau

Alemanha/Franken

Muscadet

França/Loire

Pinot Gris

França/Alsácia e Nova Zelândia

Rabigato

Portugal/Douro

Rjgialla

Itália/Friulli

Roussane

França/Rhône e Languedoc

Siria

Portugal/Beira Interior

Sylvaner

Alemanha/Franken

Trebbiano

Itália/Abruzzo

Verdejo

Espanha/Rueda

Verdicchio

Itália/Marche

Vermentino

Itália/Sardenha e Toscana

Viognier

França/Rhône

Viura (Macabeo)

Espanha/Rioja

Kanimambo, salute e seguimos nos vendo por aqui, nas degustações da vida ou na Vino & Sapore onde estarei até este Sábado esperando esvaziar a prateleira de promoções. Depois, muita coisa nova e em Fevereiro já uma gostosa programação de degustações temáticas, inclusive uma de brancos diferentes! Ótimo fim de Semana para todos.

Brancos de Dar Água na Boca

           Semana passada estive em uma degustação bastante interessante em que comecei a cuspir já a partir das 9:30 de la matina! Por sinal, tem formas de fazer isso e o da imagem não é um deles!! rs Foram vinte e quatro vinhos na prova mais uma série de outros no almoço e jantar, dia longo porém muito proveitoso com a confirmação de alguns rótulos e algumas ótimas surpresas, especialmente nos vinhos brancos.  Com a apresentação do conceituado critico Jorge Lucki e da enóloga galega Suzana Esteban presentemente residindo em Portugal onde já atuou em algumas vinícolas de ponta como Quinta do Crasto e Côtto no Douro e agora na Solar dos Lobos/Alentejo, a importadora Mercovino apresentou seus vinhos a uma dúzia de privilegiados convidados. Muito didática e com alguns tópicos bastante interessantes, foi uma degustação em que provei vinhos de muita qualidade e na qual, como sempre, aprendi um pouco mais. Eis alguns dos destaques dos vinhos brancos, de diversas origens e estilos, que me marcaram e agora compartilho com vocês , numa outra oportunidade falarei dos tintos do novo e velho mundo.

Dios Ares Branco – Rioja/Espanha – 100% Viura > Da região de Alavesa de onde vêm os vinhos mais modernos desta importante e histórica denominação espanhola, é um vinho de boa tipicidade olfativa com algum floral que nos incentiva a levar a taça à boca onde se mostra muito equilibrado com acidez bem evidente, boa persistência, muito saboroso e apetecível. Preço por volta dos R$50.

Garcia Viadero – Ribera del Duero/Espanha – 100% Albilio >pelo fato desta uva não ser reconhecida pela DOC, o vinho não pode levar essa denominação no rótulo, mas isso não tem nada a ver porque o vinho é sedutor e muito agradável. A cepa é pouco conhecida e só me lembro de ter visto dois rótulos elaborados com 100%, tendo este me seduzido por sua complexidade. Se não soubesse que só passa por inox, juraria que tinha madeira pois aquele abacaxi e baunilha típicos estão bem presentes no nariz. Na boca é sedutor, mostra uma certa complexidade e versatilidade podendo acompanhar bem desde saladas, frutos de mar e, penso, até um bacalhau mais leve. Preço por volta dos R$50.

Solar dos Lobos branco – Alentejo/Portugal – corte de Chardonnay, Sauvignon Blanc, Arinto e antão Vaz > Sem passagem por madeira porém um vinho de muito bom corpo e textura, teor alcóolico algo alto (14% como no Dios Ares) porém bem balanceado requerendo um pouco mais de atenção com a temperatura. As uvas são vinificadas em separado e o blend é efetuado ao final do processo. Boa acidez, gastronômico, frutado,  um vinho que já enfrenta pratos mais estruturados e faz bonito. Preço ao redor dos R$65.

Esmero Branco – Douro/Portugal – corte de Gouveio/Fernão Pires e Viosinho uvas típicas da região > um dos meus preferidos que só vem confirmar que Portugal vem fazendo ótimos vinhos brancos. Produziram somente 3300 garrafas de vinhas velhas de cerca de 30 anos, mas nem por isso o preço está na casa do chapéu, falamos de um vinho de cerca de R$80,00 e vale! Muito balanceado, álcool educado (13%) e muito bem integrado, complexo, boa estrutura de boca, final longo e muito agradável com nuances de frutos brancos, um belo vinho que me seduziu.

Schloss Volrads Kabinett Trocken – Rheingau/Alemanha – 100% Riesling > uma delicia! Seco, mineral acentuado, típico da casta, muito bem equilibrado porque hà vinhos que extrapolam e enjoam! Este está no ponto, se é que se pode dizer isso de um vinho, pois o mineral aparece firme mas sutil e elegantemente  acompanhado de notas cítricas compondo uma paleta olfativa muito agradável. Na boca suas incríveis 11 gramas de açúcar residual são imperceptíveis equilibrados por uma acidez muito boa e essa mineralidade presente. Corpo um pouco acima da média dos vinhos deste estilo, 12% de álcool, frutado e harmonioso como sugerido pela importadora, foi mais um vinho que me entusiasmou e, pudesse, teria tomado a garrafa todinha, que cuspir que nada! Preço ao redor do R$100.

           Por hoje é isso e assim que der falo dos tintos provados. Algumas boas surpresas, a maioria do velho mundo, mas um chileno de bom preço me chamou a atenção, Lauca Reserva Cabernet Sauvignon de R$49, uma surpresa muito agradável que revi depois de alguns anos.

Salute, kanimambo e insisto, vem comigo a Portugal em Fevereiro?

Brancos Lusos I

        Portugal passa por um momento sublime em que todo o ano novos e muito bons rótulos brancos são lançados nas mais diversas regiões produtoras. Muitos são soberbos e com preços condizentes como o surpreendentes Cova da Ursa Chardonnay , Morgado de Sta. Catherina, Guru, C.V. , Primus ou Redoma Reserva Branco entre outros já mais conhecidos,  porém são novas estrelas que estão aparecendo nesta constelação de grandes vinhos elaborados em terras mais conhecidas por seus tintos. No entanto, minha chamada hoje, depois ainda publicarei mais algumas dicas de brancos e espumantes lusos acessíveis, é para vinhos que cabem no bolso da maioria e que certamente farão a alegria da maioria dos seguidores de Baco especialmente neste verão que está por chegar.  Uma dica importante, no entanto,  é prestar atenção na cor destes vinhos ao comprar  pois sua principal característica é a jovialidade e frescor. Cuidado com as ofertas deste estilo de vinhos brancosque já se encontrem bem amarelados e com preços lá embaixo, provavelmente o vinho já está passado e “moribundo” nem servindo para tempero! Melhor tomá-los com um ou dois anos de vida, três aceitável, mas cuidado com estes vinhos com idade superior a isso. Eis algumas sugestões de rótulos que andaram por minha taça recentemente numa revisão para uma matéria que preparo para uma revista, valem cada centavo!

Prova Régia – A uva Arinto produz vinhos de muito frescor e vem se dando muito bem na região Lisboa (ex-Estremadura). De aromas tropicais convidativos, na boca é refrescante, sedutor, rico e elegante mostrando-se algo crocante com notas citrinas refrescantes nos enchendo a  boca de puro prazer. Tem um estilo parecido com os Vinhos Verdes, dos quais também passarei algumas dicas mais adiante,  sendo assim, grande companhia para frutos do mar e comida japonesa, sushis e companhia, salmão. Um vinho delicioso, de média persistência que acaba de forma muito rápida na taça! Preço Médio: R$52,00

 Filipa Pato Ensaios Branco – mais um vinho da Filipa que faz vinhos realmente muito interessantes e saborosos dentro de uma faixa de preços bem camarada. Este é um blend (50/50) de duas uvas bem marcantes a Bical e a Arinto elaborado na região de Beiras que, para quem não conhece, fica ali próximo ao Dão e Bairrada. Passa um mês fermentando com leveduras indígenas, parte em tanques de inox e parte em madeira sendo o blend executado após este período. Aromas delicados e sedutores de boa intensidade, muito fresco, saboroso, cítrico e mineral, tem um final de boa persistência que convida á próxima taça. Por seu corpo médio e textura na boca, nos convida a alçar voos um pouco mais altos no quesito harmonização já fazendo par para pratos de peixe mais elaborados, até um bacalhau à Brás ou à Gomes de Sá. Mudaram o rótulo recentemente, preferia o antigo, mas importante é que o conteúdo continua igual! Preço Médio: R$50,00

        Na semana que vem tem mais dicas como esta e a coluna “Você Sabia?” retorna. Nesta semana faltou tempo, sorry. Salute, kanimambo e amanhã tem Dicas da Semana.

ATENÇÃO, Mudou a Lei!

Muitos já publicaram matéria sobre o tema, mas este é um assunto que interessa a muita gente e há bastante tempo postei sobre ele com dicas e informações legais. Pois bem, tivemos mudanças, então solicitei ajuda para quem entende, quem está no olho do furacão, o nosso amigo e já “consultor” para assuntos legais aduaneiros (rs), o Rafael (valeu mon ami) que nos esclarece as mudanças trazidas pela nova normativa (Instrução Normativa n.º 1059/2010 ). Não foram muitas, ao menos no que toca ao vinho, mas houve real redução da isenção já que o item vinhos (bebidas alcoólicas) não era previsto na norma anterior. Diz o Rafael, “ O limite de isenção permanece o mesmo (U$ 500,00 para via aérea ou marítima e U$ 300,00, para via terrestre, fluvial ou lacustre). Para bebidas alcoólicas, para que estejam incluídas na faixa de isenção, não poderão ultrapassar a quantidade de 12 litros (novidade), além de obedecer aos limites de valor. (16 garrafas) Isso significa que somente poderão ser trazidos na bagagem 12 litros de bebida alcoólica? A resposta é não. Mas o que ultrapassar o quantitativo ou o valor, será tributado à alíquota de 50%. O que ainda é um bom negócio dependendo dos vinhos

No caso das lojas francas (free shop), permanecem os mesmos limites: U$ 500,00, independentemente da isenção de bagagem. O que ultrapassar esse limite, será tributado à alíquota de 50%. Essa alíquota somente é aplicada se o viajante declarar que traz consigo conjunto de bens em valores (e quantidades, no caso de bebidas) superiores aos limites de isenção. Se declarar que está dentro do limite, quando de fato não está, e for selecionado para inspeção, será também aplicada multa de 50% sobre o que exceder o limite, além da tributação de 50%, que inclui Imposto de Importação, PIS e Cofins.

Permanece a interpretação do fiscal, no momento da inspeção. Assim, reitero o conselho de que não é recomendável ao viajante trazer garrafas do mesmo rótulo, sob pena do fiscal interpretar que o produto possa ter destinação comercial.”

Bem meus amigos, como podem ver e apesar de 16 garrafas não ser um número tão ruim assim, mais uma trolitada em nóis! De qualquer forma, explicado está e agora cuidado nas quantidades e lembre-se, o que você compra no free shop de saida no exterior, é considerado  nesta cota, ok? Só o que for comprado no Free de chegada é que é adicional. No que trouxer de fora, em você sendo um enófilo dedicado que nem eu, nada como já levar consigo sua mala de vinhos garantindo que suas preciosidades cheguem intactas. Uma boa opção no mercado que recomendo, são as Wine Cases da Tecnomalas, que valem por sua resistência e durabilidade assim como a Wine Fit

Salute e kanimambo.

Vinhos Brancos? Porquê não?

É estranho a enorme resistência aos vinhos brancos. Não, não é só por estas bandas, é no mundo inteiro onde a grande preferência recai sobre os tintos. No Brasil, país com uma cultura mais tradicional, de maior conservadorismo e uma boa dose de machismo, creio que é ainda pior. Por aqui, vinho branco é coisa para mulher. Preconceito dos bravos e, me parece, uma certa falta de conhecimento do sexo oposto, já que conheço um monte de mulheres que não abrem mão de um tinto!

Não vou dizer que já não fiz parte dessa trupe, pois seria muita hipocrisia, mas a vida nos ensina muitas lições e, nada como uma taça depois da outra para nos fazer rever posições. Não gostava de vinhos Italianos, de vinhos de sobremesa, de vinhos rosés, de vinhos brancos, e por aí vai. Só que, como costumo dizer, não é que não gostamos, é que nunca tivemos oportunidade de provar vinhos de real qualidade, ou seja há que esperar a taça certa para nos virar a cabeça. Isto aconteceu comigo diversas vezes, o bastante para me fazer parar de fazer este tipo de colocações. Posso ter preferências, sim e todos as temos, mas dizer que não gosto, é um pouco, a meu ver, xiita demais e devemos estar abertos para seguir provando. Eu, decididamente, me encantei por estes vinhos maravilhosos, só me incomodando o alto preço da maioria. De qualquer forma, é um caminho sem retorno e ainda vou preparar matéria com os mais saborosos brancos do mercado, aguarde!

Muitos dos vinhos que me têm agradado mais nestas ultimas degustações de que tenho participado, têm sido exatamente os brancos. Só para citar o Decanter Wine Sow, em que me encantei com diversos vinhos, mas dois em especial me conquistaram o paladar, o olfato e me despertaram sensações muito especiais. Ambos brancos; o Tiara da Viña Alicia (Argentina) e o Puligny-Montrachet 1er Cru Champs Gain do Chateau de La Tour (Borgonha – França). Um outro que provei recentemente é o Grainha, um Douro Português da Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo (Vinea Store), um delicioso e complexo vinho! Dos mais simples a estes mais complexos, venho sendo positivamente surpreendido por diversos vinhos brancos de tudo o que é preço e origem. Não que não tenha provado incríveis tintos, provei, mas talvez a falta de expectativa e vivência com os vinhos brancos, nos torna mais suscetíveis às grandes surpresas e a gratas experiências, especialmente quando subimos um degrau.

Para cada momento existe a palavra certa, a musica certa e, também, o vinho certo! Talvez a nossa maior dificuldade seja a de saber harmonizar estes vinhos adequadamente, de uma forma que possamos aproveitar ao máximo suas características peculiares e bem distintas dos tintos a que estamos acostumados. Por outro lado, poucos vinhos são tão interessantes para tomar solo, do que os brancos. Meu conselho, sim já sei, se fosse bom vendia-se, mas sou teimoso, oops, perseverante por natureza, é de que baixe a guarda e reveja essa posição. Permita-se experimentar, eu tenho tido ótimas surpresas das quais, a maior parte, tenho compartilhado em diversos posts aqui no blog.

Para quem quer se aventurar por estes caminhos, eis algumas dicas que elaborei assim como algumas dadas pelo Nuno Guedes Vaz Pires, Diretor Executivo da revista Blue Wine em seu editorial de Março último:

  • Comece pelos vinhos mais descompromissados, conseqüentemente de valores mais baixos, para serem tomados jovens como aperitivo ou com uma entrada da refeição. Prove diversos varietais; Chardonnay, Riesling, Torrontés, Sauvignon Blanc, Viognier, Verdechio, Pinot Grigio, Alvarinho, Loureiro, etc. e diversas origens. Encontre o que mais lhe agrada e explore! Lembrando, estes vinhos de bom preço, quanto mais jovens melhor, evite vinhos com mais de dois anos se você não o conhece bem. Este ano, opte por vinhos de 2007, preferencialmente, ou no máximo 2006.
  • Sirva fresco, mas não gelado. Para o meu gosto, estes vinhos devem ser tomados por volta de 8 graus e se um pouco mais complexos podemos chegar a 10 ou 12. Se gelados demais perdem os aromas e se quente demais perdem o frescor e vivacidade inerentes e essenciais ao vinho branco. Este tema de températura é fundamental, mais ainda que nos tintos, aos vinhos brancos e sua positiva apreciação. Muita atenção ao servir, devendo-se manter a sua temperatura num balde com água e gelo ou uma luva de garrafa própria para isso.
  • Se optar por vinhos de maior qualidade, nada como levá-los à mesa. Siga a regra básica; se o prato for delicado, opte por um vinho mais suave, se for mais vigoroso com molhos fortes, vá de um vinho mais evoluído com alguma passagem por madeira.

       Na seção Brancos & Rosés, um tópico especifico, existem uma série de sugestões, mas também menciono algumas boas opções em Tomei e Recomendo, Boas Compras e Degustações, basta fuçar para encontrar. Comece por vinhos “aperitivo” e termine provando os bons vinhos de sobremesa, mais fáceis de harmonizar, duvido que você siga sendo um cético e continue desprezando um bom branco! Dentro do possível, estarei dando uma ênfase a esses vinhos, inclusive nos destaques de Boas Compras. Salute e Kanimambo

Noticias do Front, agora do Decanter Wine Show – SP

É pessoal, ontem foi o primeiro dia do Decanter Wine Show em São Paulo, e que SHOW! Cerca de cinqüenta produtores com grandes vinhos expostos, o local de primeira e o simpático atendimento já marca registrada da Decanter. Não vou me alongar muito sobre todos os vinhos degustados, o que pretendo fazer durante a semana que vem, porém não poderia deixar de ressaltar algumas sensações muito especiais.

Ontem me debrucei única e exclusivamente sobre os vinhos brancos e espumantes tendo provado alguns vinhos de muita qualidade. Alguns com bons preços e outros em que só conseguimos colocar a boca em eventos como estes já que, com os preços nas alturas, estão longe da maioria de nós pobres mortais. Não entro no mérito, mas que realmente são néctares muito especiais, lá isso são!

Anselmo Mendes – Um grande enólogo e produtor de vinhos verdes na região do Minho (vinhos verdes). Para começar, o já conhecido e saboroso Loureiro Muros Antigos (R$45,40) sempre muito fresco, franco e delicioso. Agora, o Alvarinho Muros de Melgaço 06 (R$135,90) muito especial, passando seis meses em barricas, cremoso, balanceado, sedutor, cheio de sabor, é um grande vinho. O Anselmo, também nos apresentou a um lançamento muito agradável, 3 Rios, só que deste eu falo na semana que vem.

Callia – A Bodegas Callia elabora uma série de bons vinhos por preços bem convidativos que a maioria pode pagar. Este Callia Magna Viognier 06 (R$40,20), é muito bom, bem floral, fresco e muito agradável. Surpreendente para a região.

Chateau Bel Air Perponcher – Da região de Bordeaux, os dois brancos disponíveis são muito aromáticos e saborosos. O Grand Cuvée (R$104,50) com 8 meses de barrica, é muito complexo e de grande finesse implorando por comida, enquanto o Reserve (R$63,30) é muito equilibrado, ótima acidez, sutil e classudo. Duas ótimas opções.

Domaine du Salvard – Aqui, tive a oportunidade de reencontrar o delicioso Cheverny le Vieux Clos 06 (R$63,70), que só confirmou as minhas impressões, já postadas sobre os vinhos do Loire, delicioso vinho por um preço muito justo. Desta vez provei, também o Cheverny L’Hertière 05 (R$149,50) um vinho muito sofisticado que mexe com os nossos sentidos.

Quinta dos Roques – Um importante produtor da região do Dão em Portugal. Este Dão Encruzado 05 (R$89,20) é excelente e uma das boas compras desta mostra. Encruzado é uma cepa autóctone da região que, neste caso, passa sete meses em barrica. Muito balanceado, complexo, cremosos com madeira muito bem equacionada. Se decantado por uns dez minutos, abre-se em deliciosos aromas.

Viña Alicia – Da Argentina, este produtor boutique produz vinhos de grande qualidade que, espero degustar hoje. O branco, no entanto, já provei ontem e é de tirar o chapéu, um vinho surpreendente. Tiara 06 (R$139,15), é excepcional com um nariz fantástico que faz com que um não saiba se “funga” ou se toma o néctar! Depois de devidamente conquistado pelo nariz, a boca só vem confirmar todas estas sensações num inusitado corte de Riesling, Alvarinho e Savignin. Divino e vou repetir a prova hoje!

Nicodemi – Já conhecia o produtor devido ao estudo que venho fazendo para a matéria sobre Itália na semana que vêm. Não havia degustado os brancos que só vieram confirmar minha opinião sobre os vinhos deles. Trebbiano d’Abruzzo 06 (R$48,30), o primeiro contato olfativo não encanta, mas abre-se na taça de forma bastante agradável e fresca na boca, muito saboroso. O Notári 05 (R$67,90), uma seleção especial de Trebbiano com idade superior a 40 anos, é uma maravilha no nariz que confirma estupendamente, na boca, tudo o que promete no nariz. Muito equilibrado, intenso, uma outra grande compra.

Estampa – Talvez a maior pechincha dos vinhos brancos provados e, certamente não só pelo preço. O que faz ser uma pechincha é a relação Qualidade x Preço x Satisfação. Um corte de Viognie/Chardonnay 07 (R$31,00), muito saboroso com o Chardonnay dando a este vinho uma riqueza e acidez que o deixam muito balanceado e agradável de tomar.

Espumante – provei vários inclusive os Champagnes disponíveis. Todos muito bons, mas tem um que já havia provado há dois anos e que confirmou ontem que é dos melhores Proseccos no mercado. Bedin (R$52,90), muito boa perlage fina e persistente, espuma abundante, enorme frescor, muito balanceado e algo que para mim é essencial num prosecco, mas difícil de ver, que é a total ausência de amargor. Comece por aqui, excelentes produtos de várias origens e produtores.

Domaine Pierre Labet-Chateau de La Tour – Difícil descrever estas preciosidades, mais um que vou ter que revisitar hoje ! Produtor de primeira linha da Borgonha, tem em seu portfolio uma lista de rótulos de grande qualidade que vou ter que conferir. Ontem fiquei no Chardonnay Vieilles Vignes 06 (R$75,90), um “básico” de grande qualidade, muito cremoso e saboroso e no estonteante Puligny-Montrachet 1er Cru Champs Gains 05 (R$443,00)! Literalmente estonteante e, se estivesse sentado certamente cairia da cadeira, absolutamente maravilhoso e impactante. Aí você diz; mas com esse preço, só podia! É, deveria, mas nem sempre é assim e eu, ao longo das diversas degustações de que tenho participado, por mais de uma vez tomei vinhos com preços nesse nível e não os recomendei ou comentei neste blog. Este, apesar do preço realmente muito alto, é absolutamente divino e, quem tiver bala para pagar, não se arrependerá da compra. É um elixir dos deuses, um néctar em toda a sua concepção que, só de poder bicar dele, já vale o ingresso e dirigir os 900 kms como o Palma fará na ida a Curitiba. Difícil descrever tanta emoção e satisfação, simplesmente um prazer hedonístico, um deleite para o olfato e papilas gustativas!

             Existem bem mais rótulos de qualidade, eu provei vários, mas estes são os que mais me chamaram a atenção, que mexeram com minhas emoções, que me conquistaram. Acho que este é o papel do vinho, te encantar, mexer com tuas sensações e este rótulos fizeram isso comigo. Salute amigos e, amanhã, falarei dos vinhos que mexeram comigo no dia de hoje.