Vinhos de Bordeaux

Melhores Degustações dos Últimos 10 anos!

Eleger uma fica complicado, mas algumas me saltam à mente quando puxo pela memória. Entre elas três se destacam, uma de Portos Antigos da Andresen quando provei o melhor vinho de minha vida até agora, um magnifico Tawny 1910 que já postei aqui por duas vezes e que foi uma experiência mística! rs A do Conzorzio di Montalcino quando finalmente pude entender a razão de tanto auê sobre a região, com uma diversidade de estilos em que descobri este aqui, talvez o melhor Brunello que já tomei, um vinho que transcende os conceitos de elegância, sofisticação e complexidade, um deleite hedonístico, o Poggio di Sotto!

Houveram grandes degustações da Mistral, da Decanter, de diversos outros produtores, do Wines of Argentina Premium Tasting, quando confirmei a existência de uma outra Argentina, enfim o que não faltou ao longo destes últimos dez anos foi degustação marcante e grandes eventos. Uma no entanto faço questão de repostar aqui hoje, foi a apresentação que a associação de produtores Grand Cru fez aqui em 2012 promovendo a grande safra de 2009! Até hoje sinto os aromas e sabores de três vinhos que me colocaram de joelhos agradecendo a Baco por tamanho privilégio! O Chateau Figeac de Saint-Emilion, o Malescot Saint-Exupery de Margaux e o Chateau Coutet de Sautern/Barsac entre outras preciosidades. Veja mais aqui abaixo no post que intitulei como:

As Portas do Céu se Abriram e eu Entrei ou, Bordeaux Extasy!

Postado em Setembro de 2015, demorou três anos para conseguir decifrar minhas emoções. A experiência foi tamanha que fiquei sem palavras e sigo sem as encontrar, já que descrever emoções é sempre um exercício dos mais difíceis. Todos ou pelo menos a maior parte dos aficionados por vinho, sabe que 2009 foi um graaande ano para os vinhos de Bordeaux e em 2012 os produtores de Grand Crus estiveram em São Paulo para dar a provar alguns néctares da região. Grandes produtores, vinhos com pontuações perfeitas (100 pontos), brancos, tintos, doces, um festival hedonístico difícil de ser esquecido, daqueles que ficam na memória ad eternum.

A grande maioria, para não dizer todos, está longe dos bolsos de nós pobres mortais então minha sugestão é, tem interesse, vai viajar, traga de fora! São esses grandes vinhos que, em minha opinião, devem ser aproveitados nas viagens e, neste caso, mesmo assim precisa ter um bolso algo gordo! Para não dizer que nunca falo das estrelas, ganhei coragem e decidi compartilhar com vocês alguns destaques do que provei e que comporiam maravilhosamente uma grande degustação com uma visão regional deveras interessante, vamos lá!

Bordeaux Pessac

Pessac- Léognan – esta AOC, mesmo tendo uma maior produção de tintos, gera os melhores e mais importantes brancos de Bordeaux. Três grandes vinhos de muita classe, Chateau Carbonnieux, Chateau Pape Clement e, para mim o destaque entre eles, o incrível Chateau Larrivet Haut-Brion, uma grande forma de se iniciar uma degustação deste porte.

Bordeauxs Tintos – mesmo não sendo um expert nas apelações (AOCs) de Bordeaux, tenho as minhas regiões preferidas e na prova confirmaram na taça as razões de minhas preferências. Destas AOCs, escolhi alguns vinhos (tinha mais de 50 não dava para ver tudo) para provar e destes alguns destaques que certamente colocaria na mesa dessa imaginária degustação, caso houvesse “cascalho” o bastante para tal.

Bordeaux Saint Emilion
Saint-Émilion – Por aqui reinam a Cabernet Franc e Merlot, vinhos teoricamente mais suaves (na prática nem sempre), de menor estrutura porém de boa guarda, profundo equilíbrio com fruta mais presente e macios. Alguns grandes vinhos como os; Chateau Troplong Mondot, Chateau Pavie Macquin, Chateau Angélus e meu preferido, um dos melhores, se não o melhor, vinho do evento. O Chateau Figeac! ABSOLUTAMENTE ESPETACULAR, um daqueles vinhos que figuram entre meus TOP 10 de todos os tempos e não dá para descrever, tem que lhe sacar a rolha e desfrutar com um outro grande apaixonado por este néctares. Este já estava divino, imagino daqui a mais uns cinco ou seis anos!

Bordeaux Pomerol

Pomerol – Terra do famoso Chateau Petrus e por isso muito valorizada, gera vinhos elegantes e finos porém de maior estrutura que os de St Émilion, idade média de maturação entre 6 a 8 anos com alguns grandes vinhos de guarda. Daqui se destacaram o Chateau Clinet a quem Robert Parker deu 100 pontos. Provei, não mudou minha vida (rs), não vale a nota perfeita (que não dou a nada nem ninguém), mas é um grande vinho. Com ele, mais dois destaques, o Chateau L’Évangile e meu xodó deste AOC, o Chateau Gazin do qual tomaria garrafas se a grana permitisse. Rico, delicado e complexo, absolutamente sedutor.

Bordeaux margaux
Margaux – Nas grandes safras estes vinhos costumam se superar e é, certamente uma das mais emblemáticas apelações de Bordeaux. Mesmo tendo a Cabernet Sauvignon como protagonista, são conhecidos como os vinhos mais elegantes, perfumados e sedosos de Bordeaux, especialmente da margem esquerda. Curto os vinhos desta parte de Bordeaux! Provei algumas preciosidades, entre elas os; Chateau Angludet, Chateau du Tertre e Chateau Giscours foram destaque e são todos grandes representantes da AOC, mas o Chateau Malescot Saint-Exupery está, em minha modesta opinião, um degrau acima dos outros escolhidos e é o que eu colocaria para representar a região nesta verdadeira seleção de craques. Pura poesia engarrafada, nada a falar, só beber!!

Bordeaux Pauillac

Pauillac – Três dos cinco Premier Crus de Bordeaux, vêm desta região, vinhos algo mais potentes e muito estruturados com enorme potencial de guarda, décadas! Aqui provei menos e só dois rótulos ambos muito parelhos; o Chateau Lynch-Bages e por nariz, ficaria com o Chateau Pichon-Longueville mesmo sabendo que o melhor seria guarda-lo por mais uns 15 anos antes de abrir. O problema é que já fiz 60, então guardar vinhos ficou meio relativo! rs Graaande e complexo vinho que mostra bem todo seu potencial de guarda.

Bordeaux Sautern
Sautern et Barsac – Mais que uma apelação (AOC), uma marca mundial de excelência em vinhos doces que harmoniza maravilhosamente bem com Foie Gras (ops é proibido! rs) e queijos azuis e frutas frescas, mais que com sobremesas. Dizem que um Sautern deve ser tomado com mais de quatro anos e os bons (como estes baixo) precisando de tempo para mostrarem todo seu esplendor. Os “velhos” com trinta ou quarenta anos nas costas, dizem ser verdadeiros elixires, não sei, nunca provei, mas topo convites! rs Para encerrar em grande estilo dois grandes representantes e um que extrapola e nos deixa boquiabertos com tanto esplendor. Chateai Doisy Daëne e Chateau Guiraud, ambos excelentes, mas o Chateau Coutet é verdadeiramente um vinho classe I, de Inesquecível e Incuspível! DIVINO, um conjunto de emoções na taça indescritível, e a uma fração do preço dos mais famosos, muito próximo da perfeição!

O que pode causar estranheza é como vinhos que são de longa guarda como estes podem já despertar tais emoções e prazer hedonístico. Pois bem, o que tenho verificado ao longo destes longos anos de provas, é que a grande safra costuma apresentar esse perfil, vinhos com grande capacidade de guarda, porém já muito palatáveis desde cedo! Só para citar alguns; Safra 2007 e 2011 em Portugal, 2006 na Itália, 2005 no Chile, 2015 no Uruguai entre outros, e agora 2009 em Bordeaux. Enfim, mais uma grande experiência e as características de cada uma dessas regiões foram colhidas no livro de meu saudoso mestre e mentor, Tintos & Brancos de Saul Galvão, que segue sendo meu principal socorro em momentos de dúvida sobre nossa vinosfera.

Fui, espero que tenham curtido e semana que vem tem mais. Um ótimo fim de semana e kanimambo pela visita, saúde!

 

As Portas do Céu se Abriram e eu Entrei ou, Bordeaux Extasy!

Só figurativamente e adorei a experiência , tanto que tenho esse título pronto faz TRÊS ANOS! A experiência foi tamanha que fiquei sem palavras e sigo sem as encontrar, já que descrever emoções é sempre um exercício dos mais difíceis. Todos ou pelo menos a maior parte dos aficionados por vinho, sabe que 2009 foi um graaande ano para os vinhos de Bordeaux e em 2012 os produtores de Grand Crus estiveram em São Paulo para dar a provar alguns néctares da região. Grandes produtores, vinhos com pontuações perfeitas (100 pontos), brancos, tintos, doces, um festival hedonístico difícil de ser esquecido, daqueles que ficam na memória ad eternum.

A grande maioria, para não dizer todos, está longe dos bolsos de nós pobres mortais então minha sugestão é, tem interesse, vai viajar, traga de fora! São esses grandes vinhos que, em minha opinião, devem ser aproveitados nas viagens e, neste caso, mesmo assim precisa ter um bolso algo gordo! Para não dizer que nunca falo das estrelas, ganhei coragem e decidi compartilhar com vocês alguns destaques do que provei e que comporiam maravilhosamente uma grande degustação com uma visão regional deveras interessante, vamos lá!

Bordeaux Pessac

Pessac- Léognan – esta AOC, mesmo tendo uma maior produção de tintos, gera os melhores e mais importantes brancos de Bordeaux. Três grandes vinhos de muita classe, Chateau Carbonnieux, Chateau Pape Clement e, para mim o destaque entre eles, o incrível Chateau Larrivet Haut-Brion, uma grande forma de se iniciar uma degustação deste porte.

Bordeauxs Tintos – mesmo não sendo um expert nas apelações (AOCs) de Bordeaux, tenho as minhas regiões preferidas e na prova confirmaram na taça as razões de minhas preferências. Destas AOCs, escolhi alguns vinhos (tinha mais de 50 não dava para ver tudo) para provar e destes alguns destaques que certamente colocaria na mesa dessa imaginária degustação, caso houvesse “cascalho” o bastante para tal.

Bordeaux Saint Emilion
Saint-Émilion – Por aqui reinam a Cabernet Franc e Merlot, vinhos teoricamente mais suaves (na prática nem sempre), de menor estrutura porém de boa guarda, profundo equilíbrio com fruta mais presente e macios. Alguns grandes vinhos como os; Chateau Troplong Mondot, Chateau Pavie Macquin, Chateau Angélus e meu preferido, um dos melhores, se não o melhor, vinho do evento. O Chateau Figeac! ABSOLUTAMENTE ESPETACULAR, um daqueles vinhos que figuram entre meus TOP 10 de todos os tempos e não dá para descrever, tem que lhe sacar a rolha e desfrutar com um outro grande apaixonado por este néctares. Este já estava divino, imagino daqui a mais uns cinco ou seis anos!

Bordeaux Pomerol

Pomerol – Terra do famoso Chateau Petrus e por isso muito valorizada, gera vinhos elegantes e finos porém de maior estrutura que os de St Émilion, idade média de maturação entre 6 a 8 anos com alguns grandes vinhos de guarda. Daqui se destacaram o Chateau Clinet a quem Robert Parker deu 100 pontos. Provei, não mudou minha vida (rs), não vale a nota perfeita (que não dou a nada nem ninguém), mas é um grande vinho. Com ele, mais dois destaques, o Chateau L’Évangile e meu xodó deste AOC, o Chateau Gazin do qual tomaria garrafas se a grana permitisse. Rico, delicado e complexo, absolutamente sedutor.

Bordeaux margaux
Margaux – Nas grandes safras estes vinhos costumam se superar e é, certamente uma das mais emblemáticas apelações de Bordeaux. Mesmo tendo a Cabernet Sauvignon como protagonista, são conhecidos como os vinhos mais elegantes, perfumados e sedosos de Bordeaux, especialmente da margem esquerda. Curto os vinhos desta parte de Bordeaux! Provei algumas preciosidades, entre elas os; Chateau Angludet, Chateau du Tertre e Chateau Giscours foram destaque e são todos grandes representantes da AOC, mas o Chateau Malescot Saint-Exupery está, em minha modesta opinião, um degrau acima dos outros escolhidos e é o que eu colocaria para representar a região nesta verdadeira seleção de craques. Pura poesia engarrafada, nada a falar, só beber!!

Bordeaux Pauillac

Pauillac – Três dos cinco Premier Crus de Bordeaux, vêm desta região, vinhos algo mais potentes e muito estruturados com enorme potencial de guarda, décadas! Aqui provei menos e só dois rótulos ambos muito parelhos; o Chateau Lynch-Bages e por nariz, ficaria com o Chateau Pichon-Longueville mesmo sabendo que o melhor seria guarda-lo por mais uns 15 anos antes de abrir. O problema é que já fiz 60, então guardar vinhos ficou meio relativo! rs Graaande e complexo vinho que mostra bem todo seu potencial de guarda.

Bordeaux Sautern
Sautern et Barsac – Mais que uma apelação (AOC), uma marca mundial de excelência em vinhos doces que harmoniza maravilhosamente bem com Foie Gras (ops é proibido! rs) e queijos azuis e frutas frescas, mais que com sobremesas. Dizem que um Sautern deve ser tomado com mais de quatro anos e os bons (como estes baixo) precisando de tempo para mostrarem todo seu esplendor. Os “velhos” com trinta ou quarenta anos nas costas, dizem ser verdadeiros elixires, não sei, nunca provei, mas topo convites! rs Para encerrar em grande estilo dois grandes representantes e um que extrapola e nos deixa boquiabertos com tanto esplendor. Chateai Doisy Daëne e Chateau Guiraud, ambos excelentes, mas o Chateau Coutet é verdadeiramente um vinho classe I, de Inesquecível e Incuspível! DIVINO, um conjunto de emoções na taça indescritível, e a uma fração do preço dos mais famosos, muito próximo da perfeição!

O que pode causar estranheza é como vinhos que são de longa guarda como estes podem já despertar tais emoções e prazer hedonístico. Pois bem, o que tenho verificado ao longo destes longos anos de provas, é que a grande safra costuma apresentar esse perfil, vinhos com grande capacidade de guarda, porém já muito palatáveis desde cedo! Só para citar alguns; Safra 2007 e 2011 em Portugal, 2006 na Itália, 2005 no Chile, 2015 no Uruguai entre outros, e agora 2009 em Bordeaux. Enfim, mais uma grande experiência e as características de cada uma dessas regiões foram colhidas no livro de meu saudoso mestre e mentor, Tintos & Brancos de Saul Galvão, que segue sendo meu principal socorro em momentos de dúvida sobre nossa vinosfera.

Vai montar essa degustação, não esquece de mim não tá?! Digamos que será minha cobrança de royalties! rs Gente, kanimambo e um ótimo fim de semana para todos (aqui tem leitura para todo o fim de semana prolongado)  e não esquece, dia 12 de Setembro agora tem o food truck gourmet com vinhos harmonizados saudando a França! Aguardo os amigos

Confraria Saca Rolhas Bordeaux – Margem Direita x Margem Esquerda

     Mais um gostoso texto da amiga confreira e sommelier Raquel Santos sobre nosso último encontro em que provamos vinhos de Bordeaux:

  Quando se fala da região de Bordeaux, logo pensamos nos grandes “Châteaux” como Petrus, Margaux, Mouton Rothschild, Lafite, Cheval Blanc, etc… rótulos que só de olhar, nos fazem suspirar! Talvez pelo peso da tradição que carregam, pelo preço altíssimo que custam ou pelo mito de perfeição em forma de vinho. Sonho de consumo para poucos, mas para nós, simples apreciadores de vinho que queremos conhecer essa região, há opções mais em conta que nos permitem mergulhar na imensa produção bordalesa, que certamente irão expressar o caráter deste terroir.

Em Bordeaux, é preciso saber que seus vinhos sempre são elaborados em corte. Basicamente com as castas Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc e Petit Verdot, (para os tintos) e Sauvignon Blanc e Semillon (para os brancos). Geograficamente a região localiza-se a oeste da França, próximo ao oceano Atlântico e é cortada pelo estuário formado pelos rios Gironde, Garonne e Dordogne. Daí a origem do nome: “au bord de l’eau”(a beira da água).Seu vinhos ganham identidade própria, dependendo da sua localização em relação aos rios: margem esquerda (onde está localizada a cidade de Bordeaux ), margem direita (onde está a cidade de St. Émilion) e Entre-deux-mers (região entre os rios Garonne e Dordogne). As regiões de maior destaque da margem esquerda são: Médoc, Graves e Sauternes. Na margem direita: Blaye, Bourg, Fronsac, Pomerol, Saint-Emilion, entre outras.

Bordeaux_Map

Diante de tanta tradição e nobreza, é comum sentirmos uma certa intimidação em relação a essa região. O termo “vinho complexo” é aplicado muitas vezes quando degustamos um Bordeaux. É uma sutileza que se revela aos poucos, sempre com elegância. São vinhos que exigem a nossa atenção. Mesmo aqueles mais simples, que nos acompanham em momentos de descontração, uma hora ou outra vão te alertar : “Oi! Eu sou um Bordeaux!”

Pensamos então em fazer um desafio entre a “margem direita” e a “margem esquerda”, passando pela região “entre-deux-mers”.Você quer saber quem ganhou essa batalha? Claro que fomos nós!!!!

Quando falamos de  Bordeaux podemos ver com clareza o que significa cultura, tradição e refinamento. Começando pelo “estilo” da garrafa alta, com ombros retos. O rótulo, quase sempre em preto e branco, com a ilustração do “Château” do produtor e  informações escritas com letras em estilo clássico. Esse padrão é seguido sempre. Dos vinhos mais simples até aos mais elaborados. A classificação dos níveis de qualidade é rígida e segue uma normatização local.

Quanto `as diferenças entre a margem direita e esquerda, sabemos que a casta Cabernet Sauvignon desenvolve-se melhor no lado esquerdo e a Merlot no lado direito. Mas o estilo da “assemblage” é mais importante como identidade dos Châteaux do que as características da uva em si. A mão do homem que cria o vinho tem um peso grande nesse caso. E é claro que em Bordeaux esse “peso” não permite criações ousadas, mas sim a busca incessante pela expressão mais límpida de sua cultura, tradição e refinamento com o máximo de elegância.O privilégio de degustar vinhos dessa região, nos ensina que estão aí para nos surpreender, sejam eles quais forem. E que não devemos nos acanhar diante dos ícones.

Foram estes os rótulos degustados, pela ordem:Como de costume, iniciamos a degustação  com um espumante, brindando o reencontro dos amigos.  

VEUVE ELISE Brut –   um vin mousseaux, tipo blanc de blanc, produzido na Le  Caves de Landiras, ao sul da região de Bordeaux.

Com boa vocação para acompanhar aperitivos, mostrou-se muito fresco na boca, com pérlage fina, boa acidez e aromas delicados de frutas brancas (maçã, pera) e panificação. Um corte inusitado das castas ugni blanc com airen.

 CHARTRON LA FLEUR BLANC 2011 – Sauvignon Blanc . Produzido por Schroder & Schyler, na região Entre-deux-mers.

O único branco da degustação. Agradável, muito aromático e bem estruturado. Acidez que pede comida. Ficou ótimo com um queijo gorgonzola.

 BELLEVUE DE LUGAGNAC 2010 – Bourdeaux Superieur – Merlot/Cab.Sauv  produzido pelo Chateau de Lugagagnac na região Entre-deux-mers.

            Bem leve, para momentos descontraídos.

 CHATEAU GRAVES DU BERT 2006 – Grand Cru – Merlot/Cab. Franc.produzido pela família Lavigne-Poitevin em Saint Emilion (margem direita).

Na taça, já pode-se ver uma evolução pelo alo alaranjado. Aromas “complexos”, prometendo evolução. Frutas maduras, especiarias, e taninos finos com uma sensação aveludada na boca.

 L’ORANGERIE DE FERRAN 2008 – Cab. Sauv./Merlot – Prod. : Beraud Sudreau em Pessac-Leógnan (margem esquerda)

Estruturado, equilibrado, muito suave na boca. Notas de especiarias, que prometem evoluir se lhe dermos tempo.

 CHATEAU PEYMORIN VILLEGEORGE 2009 Cru Bourgeois – Cab. Sauv./Merlot Prod.: Marie-Laure Lurton no Haut-Médoc (margem esquerda)

Super equilibrado, macio, com ótimo corpo. Aromas que vão evoluindo com o tempo na taça e que se confirmam na boca. Esse foi o meu preferido. Para apreciar sozinho, mas com uma carne com molho denso deve ficar ótimo!

 CHATEAU DE VIAUD-LALANDE 2009 –Merlot/Cab. Sauv. – Prod.: Gabart Laval em Lalande de Pomerol (margem direita)

Disseram que 2009 foi um bom ano em Bordeaux. Aqui podemos confirmar isso! Assim como o anterior, só que os aromas eram mais frutados e deixou uma sensação mais alcoólica na boca. Acho que estava pedindo mais tempo para degustá-lo. É…….como sempre digo: os vinhos falam e as vezes dão uma bronca na gente!

Mais um agradável encontro que só mostrou que regras no vinho não existem. Que mesmo a Merlot sendo a principal uva da margem direita, foram os vinhos desta região que apresentaram maior estrutura mostrando que a mão do enólogo faz muita diferença. Salute e kanimambo