Pela legislação na maioria dos países produtores, um varietal pode estampar o nome da uva em seu rótulo quando esta possua predominância de no mínimo 85% na sua elaboração. No Brasil, conforme artigo escrito pelo Marcelo Copello neste último dia 30 de Agosto e publicado em seu Simplesmente Vinho no portal Terra que copio abaixo, esse porcentual é de 75%. A especificação das outras cepas não é obrigatória e aí vem a pergunta, você sabe mesmo o que está bebendo?
Pessoalmente me preocupo com o todo, com a origem, com o produtor mais do que com a composição do vinho, porém há quem seja fissurado por saber das uvas que está tomando. Tem gente que só toma Cabernet Sauvignon e não toma blends porque acha que a “mistura” não faz bem ao vinho ou não gosta de Merlot, Malbec ou Carmenére. Será?!! Pode muito bem ser que esse tomador de vinho esteja tomando um “varietal” de Cabernet com uma boa dose de Merlot, Malbec, Petit Verdot ou até uma somatória delas sem saber! Afinal, qual a diferença entre vinhos varietais ou vinhos de corte?
Vinhos varietais são vinhos, a principio, feitos com um único tipo de uva, ou com predominância de um tipo de uva de acordo com a legislação da região produtora. Já os vinhos de corte (blends, assemblages, de lote) são vinhos de “misturas” de diversas cepas. Em Portugal as pessoas se referem a um vinho com 100% de uma mesma uva, como vinhos vinificados ao extremo, questões de linguagem. Veja o que disse o Marcelo Copello em seu artigo:
Pela lei brasileira um vinho para ser um varietal, ou seja, para trazer um único nome de uva no rótulo, precisa ter ao menos 75% desta uva. Quando você lê no rótulo de um vinho, por exemplo, Chardonnay, significa que a maioria das uvas neste vinho é Chardonnay, podendo ser 100%. O melhor máximo de grandes varietais são os vinhos da Borgonha, que em sua maioria são 100% Pinot Noir (nos tintos) e 100% Chardonnay (nos brancos)
Os vinhos de corte, ou assemblage, como falam os franceses, misturam diferentes tipos de uvas para tirar o melhor de cada uva, buscando assim um vinho, mais equilibrado, mais complexo e mais completo. Um bom exemplo de vinhos de corte são os vinhos de Bordeaux na França, que normalmente nos tintos são uma mistura três uvas, Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc (há ainda outras possíveis, como Petit Verdot, Malbec e Carménère).
Mas qual o melhor, varietal ou corte? Este não é um fator de qualidade em um vinhos. Este é um tema bastante discutível, mas em uma lista dos maiores vinhos do mundo, possivelmente o que predomina são os cortes.
Pessoalmente me encanto com os blends, adoros os portugueses e os Chateaneuf-du-Pape, com até 13 uvas, a meu ver crescem em complexidade e são meus preferidos, porém em primeiro plano o vinho tem que ser bom, isso sim é essencial! Agora, a escolha é sua, mas cuidado porque você pode estar tomando uma coisa achando que é outra então melhor rever seus conceitos ou comece a exigir aqueles rótulos em que o contra rótulo claramente especifique 100% do uso da cepa mencionada.
Salute, kanimambo e uma ótima semana para todos