Mais do que mesurarmos nossa Páscoa pelo consumo, fica a certeza de que a reunião familiar e a curtição de algumas tradições são o que realmente nos enche o coração de felicidade. Ontem foi um dia assim e mais do que nunca reiterei minha convicção de que alimentar a imaginação das crianças, deixando-as serem crianças, é essencial. Tudo tem seu tempo e o tempo de 5 anos é acreditar no Coelho!
Isso, obviamente, não impede que junto com as celebrações não possamos nos esbaldar em pratos e taças cheias do que de melhor podemos elaborar e/ou comprar. No nosso caso aqui em casa os dois! Para iniciarmos os trabalhos alguns queijinhos e patés enquanto esperávamos todo mundo chegar, devidamente regado com um saboroso Contessa Borghel Rosé Dry Spumante do Friulli (Itália). Como é fácil e gostoso este espumante, agrada até quem é chegado tão somente nos Brut da vida. Muito fresco, acidez muito bem balanceada faz com que a doçura acabe ficando em segundo plano. Gosto bastante, é muito versátil (comida japonesa, frutos do mar grelhados ou fritos, comida Thai, etc) e já escrevi aqui sobre ele.
Como preparo para o prato principal de Bacalhau à Brás, que aqui em casa leva batata frita mesmo não palha (argh!), abrimos uma relíquia de 1999, um Quinta da Bacalhôa. Um clássico português da região Setúbal, mostrou-se cansado, já arrastando os pés! Sem taninos nem fruta, notas acentuadas de evolução, um prazer porém sem vibe! Seguramos um pouco para ver se encarava o prato, mas acabamos por abrir o que seria o vinho da refeição, um ótimo Dão, o Casa da Passarela Vinhas Velhas 2008 que estava tinindo. Como complemento ao Bacalhau à Brás, modéstia à parte ficou da hora, uma travessa só de batatas ao murro, pedido do neto que as queria esmurrar, e que mesmo não sendo o acompanhamento tradicional do prato, nos souberam muito bem!!
A Casa da Passarela é um dos cultuados produtores do Dão de quem meu amigo Pingus Vinicius é fã incondicional e eu, mesmo não os conhecendo com a mesma intimidade, aos poucos também me transformo num. Que belo vinho; rico, fino, de grande equilíbrio que casou com o prato à perfeição e nos encheu de prazer. O que faltou de “vibe’ no primeiro, sobrou aqui, um vinho para se tomar sem parcimônia. Também já falei dele aqui, então não vou me alongar mais do que o costume (rs) e você poderá ler mais no link. Bão demais, mas ainda não estava contente, faltava algo!
Cada um tem seu Secret Spot, este é o meu! Rs Moscatel do Douro, 40 anos, Casco VII. Elixir dos Deuses, poesia engarrafada, daqueles vinhos que deveriam vir acompanhados de uma almofada para nos ajoelharmos em preces de agradecimento. Impressionante este vinho elaborado pelo amigo Rui Cunha e que me foi trazido por um outro, o Leandro quando de sua viagem a Portugal. Acompanhou o Toucinho do Céu à perfeição, um verdadeiro nirvana, uma pena que só tinha uma garrafa, vai deixar saudades! Ontem não dava para comer mais nada à noite, então ficamos só nos chocolatinhos que o Easter Bunny nos trouxe e mais uns goles dessa preciosidade única! Rs
Eta Domingo de esbórnia enogastronomica! Muito bom, mas o melhor foi o sorriso estampado na cara de meu neto ao lhe lermos a cartinha que o coelho tinha deixado para ele pedindo sua ajuda na distribuição dos ovos! Como ajudante do Easter Bunny, se sentiu nas nuvens e nós viajamos com ele torcendo para que tenhamos pelo mais um ano destes, pois com cinco aninhos, em breve sabemos que o sonho se transformará na realidade e o dia perderá um pouco de seu encanto! Saúde a todos, kanimambo pela visita e ainda temos 4 vagas para o grupo que ira comigo a Mendoza no feriado de Tirandentes, vem comigo?!