Vino & Sapore

Rosé com Good Vibrations

Casa do Lago Rosé é o nome deste exemplar de rosé português que tem tudo a ver com nosso verão. Realmente um vinho delicioso, muito fresco, frutado, cerejas frescas, leve mas não ligeiro! Cem porcento Touriga Nacional da região Lisboa, só passagem por inox, um mês em garrafa e já sai para o mercado, pronto a beber e a seduzir. Vinho para ser tomado jovem em seus primeiros três anos de vida, mas quanto mais jovem melhor. Vinho de verão, para acompanhar frutos do mar, comida japa, para bebericar com os amigos sem compromisso, mas com qualidade que é uma marca da DFJ que o produz. Cheio das medalhas, rs, foi apontado como o melhor rosé de 2016 pela revista portuguesa Grandes Escolhas. Para mim um vinho alto astral, vibrante que não me cansa e me faz feliz, sem frescuras, sem complexidades, que deixa a emoção tomar conta da razão, vinho para curtir sem parcimônia.

Se fosse uma música seria Good Vibrations dos Beach Boys e daí a chamada! rs Abra a garrafa, clique no link abaixo e depois me diga se estou errado! Preço de mercado em torno de R$80 uma boa pedida para este verão e férias de final de ano, eu curto e recomendo. Kanimambo e aos poucos retomarei o ritmo por aqui, tem coisa demais represada, saúde!

Um Chardonnay Abaixo dos 50 Conto!

É, tem sim e bem legal, do jeito que meu amigo Didu gosta (rs)! Como em todos os tipos e estilos de vinhos, há momentos para tudo e ninguém nega, especialmente quem tenha alguma litragem na taça, que os grandes vinhos são experiências únicas, mas também não são para todos e muito menos para toda a hora! Grandes vinhos, grandes preços, não tem como fugir disso e não são para a maioria de nós meros mortais, seguidores de Baco que somos. Esses grandes vinhos ficam restritos a poucos ou, pelo menos, a poucos e raros momentos de nossa vida terrena, mas o bom é que há bons e saborosos vinhos em todas as gamas de preço guardadas as devidas limitações, obviamente, e dentro do contexto em que se encaixam.

Há vinhos descompromissados que não abrem mão de qualidade e eu garimpo esses rótulos, vinhos que tomo regularmente de forma informal. Um desses rótulos que agora compartilho com os amigos é o VSE Classic Chardonnay, vinho chileno elaborado sem passagem por madeira e que já acompanhou com gallardia uma tainha no forno recheada com farofa. A Vina San Esteban, é localizada no Vale de Aconcagua onde a família Vicente possui cerca de 150 hectares de vinhedos acompanhando o rio do mesmo nome encostado nos pés da Cordilheira. Nessa terras elabora, vinhos com três marcas diferentes; a VSE, a In Situ e a Rio Alto. Costumo dizer que a melhor forma de conhecer um produtor é provando sua linha básica, se aí são bons, pode apostar seu rico dinheirinho em seus vinhos de alta gama sem erro! Problema é que tem muito gente produzindo vinhos “Ícones” mas que deixam muito a desejar em suas linhas mais básicas, ainda bem que este não é o caso.

Há momentos para aquele grande Chardonnay e há momentos, vários por sinal, para este pois com preço entre R$45 e 50,00 é um vinho que pode sim visitar nossas taças de forma mais regular. Um vinho que busca a essência da uva sem mascará-la, buscando o frescor da fruta só com fermentação em inox sem qualquer passagem por barrica. Um vinho leve, saboroso, toque de frutas tropicais típicos da casta, sutil, fresco, final algo cítrico, um vinho com cara de verão, muito agradável de se tomar. Para beber solo, só com boa companhia e bom papo, petiscando queijos, frutos do mar grelhados, lula à doré, até um peixe no forno com farofa como esse na foto acima.

É um grande vinho? Não, nem se propõe a isso, porém é bem feito, honesto, vale bem o que custa, dá conta do recado e nessa faixa difícil de achar igual, gosto e pronto. Ainda Sábado passado acompanhou um Penne ao Pesto com amigos, mato a cobra e mostro o pau (rs), vale muito a pena e certamente combinará também com pratos de bacalhau mais ligeiros, um vinho bastante versátil nesta faixa de preço e eimportação de meu amigo Juan da Almeria Vinhos. Kamimambo pela visita, saúde e feliz Páscoa, retomo meus escritos na Segunda.

 

Harmonizando Jerez, Parte II de Uma Saga!

Finalmente chegou a hora e com este encerro meu trio de posts sobre o tema Jerez! Como de praxe em todas as degustações que monto, primeiro um espumante de boas vindas para preparar o palato que, em função do tema, desta feita optei por um cava de reputação ilibada, o Juve y Camps Cinta Purpura já com uma certo tempo de garrafa, notas de evolução que lhe trouxeram ainda mais complexidade, tudo a ver com o que viria a seguir. (clique nas imagens para aumentá-las)

Combinei com a Sandra e sua equipe, que com cada um dos vinhos serviríamos duas opções de harmonização. A grosso modo, o comum é uma série de tapas e pinchos com uma ou duas copas, mas desta vez passamos o sinal e ousamos, pelo menos um pouco! rs Nosso primeiro vinho e harmonização foi com um de meus Jerez acessíveis com que volta e meia abro eventos servindo com uns pinchos de Jamon Serrano e Brie (Manchego está caro demais!), amêndoas salgadas, azeitona, tremoço e coisas do tipo, desta feita quis ir um pouco além.

Manzanilla La Gitana – velho companheiro, toques amendoados com uma salinidade bem marcante e seco, muito seco. Dois pratos, os aspargos com azeitona e as incríveis anchovas maçaricadas marinadas ao limão. Como já esperava, esmero no preparo e deliciosos ambas as harmonizações. Para uns mais azeitona sem aspargos, para outros a combinação e para outros ainda, as anchovas. Achei boas as duas, mas as anchovas foram incríveis e aquele toque maçaricado fez a diferença, uau!

Amontillado Williams & Hubert Jalifa Selección Especial envelhecido 30 anos (VORS).- com o perdão da palavra, PQP!!! Esse acho que o Homem desceu e o abençoou pessoalmente. rs Absolutamente divino, daqueles que não sabemos se fungamos ou bebemos, na duvida os dois, mas uns pingos atrás da orelha antes de dormir deve elevar o libido! Dá para ver né, me deixou louquinho, mas tinha mais, tinha a harmonização com Salmão Gravlax  e sour Cream mais Alcachofras com Pinhole. Por similaridade a harmonização das alcachofras com os pinholes fazendo uma incrível liga com o Jerez ficou muito boa, mas o salmão ficou incrível, digno de muitos uaus na mesa, e por contraste despertou sensações diferentes. Ah, não falei muito do vinho né, notas de caramelo, baunilha, avelãs (nuts), sei lá, viajei aqui e pena que a garrafa era de 500ml, merecíamos mais! rs Meu preferido, certamente aporrinharei alguns viajantes amigos para me trazer algumas garrafas.

Hidalgo Villapanés Oloroso – a principio deveria ser servido após o Palo Cortado pois é mais potente que esse só que o Palo Cortado dizem possuir os aromas do Amontillado com a boca do Oloroso, então sá daria para comparar se os dois já tivessem sido tomados, ou não? Coisa de lógica lusa? Só sei que deu certo. rs Muita estrutura, paleta olfativa mais tímida, o peso pesado dos Jerez e tradicionalmente harmoniza com charutos, não me pergunte quais por que disso não entendo bulhufas. Duas eram as propostas aqui, um Croquete de Jamon e  Peito de Pato com cogumelos. Inacreditáveis aqueles croquetes, para pedir de dúzia, mas leves demais o vinho os trucidou. Já o pato, meus amigos, da hora e uma harmonização bastante complexa, show e sim, dizem as más línguas que com charuto também ficou bom!! rs De qualquer a forma, apesar de muito bom, o vinho que menos fez a minha cabeça já os charuteiros curtiram o pós confraria.

Lustau Palo Cortado 30 anos (VORS) – o vinho mágico que aparecia por obra da natureza, masque hoje se controla. Um intermediário de potência entre o montillado, mais sedoso, e a estrutura poderoaa do Oloroso. Realmente interessante o fato de que se nos guiarmos tão somente pela paleta olfativa podemos facilmente o confundir com o Amontillado. É precisa a definição que o Palo Cortado possui os aromas de um e o palato do outro, valeu muito esta sequência. Frutos secos, algo achocolatado, nuts, madeira, uma profusão de sabores e aromas. Atropelou o gostosa Tortilla de Batata, mas acompanhou maravilhosamente o incrível Carré de Cordeiro com Cuscuz.

Gonzales Byass Solera 1847 Cream – saímos do mundo dos secos e generosos, para o dos doces e este é muiiito bom. A data aqui não tem efetivamente nada a ver com a da Solera, mas sim uma alusão e homenagem ao ano de nascimento do fundador. Acho que confunde, mas talvez tenha também esse objetivo. rs Isso, no entanto, não atrapalha nem sabores nem aromas e aqui partimos para uma outra paleta, a de caramelo, uva passa, figos secos, que pedem sobremesas. A Palomino é predominante e é acrescida de 5% de Pedro Ximenez que lhe aporta o toque mais doce e cor escura. Após o blend é colocado em solera por 8 anos. O Cheese Cake de Damasco, excepcional, foi um deleite, uma harmonização primorosa que recomendo porque é marcante.

Equipo Navazos la Bota 76 PX com produção limitada a apenas 1800 garrafas – é, a escolha foi feita a dedo e imagens direto da loja em Madrid via Whats! Valeu a pena, mais um vinho de alto nível no páreo. Veio de uma solera do ano 2000 criada com vinhos antigos puros PX advindos de uma velha bodega que tinha encerrado suas atividades. Em 2008, quando do primeiro engarrafamento, já se falava de vinhos com mais de 20 anos de idade média, agora nesta segunda sacada com 30 anos, estamos diante de algo especial na taça. Denso, cremoso do tipo de colocar uma colherinha daquelas plásticas de café e esta ficar em pé (rs), retinto, cor iodizada, caramelo, bala toffee, cacau, uma bomba doce com 370grs de açúcar residual inviável com o que restou do cheese cake apesar da boa acidez. Dizem que vai bem com crema catalana e doces de chocolate, para mim acertamos no queijo Talleggio que podia estar até um pouco mais forte, mas casou bem com o vinho. É vinho para queijos forte, Reblochon, Taleggio, Pont laveque bem maturado, etc. muito boa harmonização

Lustau Solera Finest Selection Gran Reserva Brandy de Jerez, um destilado de primeira linha com uma única passagem em tanques de cobre elaborado com 100% de uva Airén trazida da região de la Mancha que posteriormente envelhecem em barricas de Amontillado, Oloroso ou PX. Este Finest Selection é uma seleção de brandies especiais que envelheceram por 40 a 50 anos em barricas de de PX, Amontillado e PX que depois de ser feito o blend envelhece por mais 15 anos em barricas de Jerez. É absolutamente divino e totalmente diferente do que esperávamos. Pensamos que iria se dar bem com charuto, de acordo com os charuteiros de plantão dançou, nada a ver e eles foram mesmo é de Oloroso. Apesar de seus 40% de teor alcoólico, mostrou-se extremamente macio, desce sem “rasgar” de forma sedosa. Incríveis aromas de baunilha, madeira, toffee, amêndoas, uma complexidade ímpar e sedutora, boca idem com algo de especiarias no final, muito louco isto. Me encantou, sim é potente, mas elegante ao mesmo tempo, gamei! Ainda tinha sobrado um tico de cheese cake de damasco, não resisti e coloquei um pouco na boca, explosão de sabores um “acidente” que deu muito certo, mas não se preocupe com isso não, curta o Brandy, eu que não sou de destilados já encomendei uma! rs Minha segunda preferência nesta incrível noite.

Gente, é isso, tenho que dizer que certamente esta está entre as três melhores degustações já realizadas pela Quinta Divina em quase seis anos de vida. Certamente a mais inusitada junto com a de Alcachofras e Vinho sob a batuta do mestre cozinheiro e confrade Carlos Godinho. Por sinal, já estou trabalhando nesse post também, aguardem. Muito bons vinhos, ótima cozinha, grandes amigos, que mais???

Um agradecimento especial aos amigos que compõem a confraria, foi uma tremenda honra e responsa, poder preparar tudo isto, aos confrades que compraram e trouxeram os vinhos (veja o post da saga), à Chef Sandra Antunes Souza do Flôrida Garden Café (Granja Viana) muita qualidade, sabor e esmero em todos os pratos apresentados. À equipe do Flôrida e, para quem for da Granja e região uma dica, eles estão abertos para eventos e almoço executivo, vale a pena!

Mais um longo post, mas tinha muito a compartilhar e fazer uma terceira parte seria demais né! Uma dica, explorem esses vinhos, são diferentes, grande pedida para papos, pinchos y tapas, ou experiências especiais que nem esta. Kanimambo pela visita e uma ótima semana para todos.

Saúde

Muito Bom Exemplar de Marselan, Cave Antiga.

A Marselan é uma uva híbrida que nasceu em 1961 do cruzamento da Cabernet Sauvignon e Grenache no sul da França, Languedoc e Rhône. De lá se espalhou para o mundo, porém devido a ser pouco produtiva não chegou a ganhar grande impulso sendo usada mais como coadjuvante em blends aportando aromas e corpo. Presente na Espanha (Catalunha), Argentina, Uruguai, Brasil e com grande potencial na China onde dizem poderá a ser a uva Ícone deles (leia mais clicando aqui), é uma uva de amadurecimento tardio que necessita de grande exposição solar. Tem como característica a grande capacidade de envelhecimento, acidez média, taninos macios e corpo denso com cor bem escura e grande resistência a doenças.

Provei o Cave Antiga 2007 que mostrou bem sua capacidade de envelhecimento, um vinho que está soberbo, rico, equilibrado, uma vinho que me deu grande prazer tomar mas que está esgotado, poucas garrafas eventualmente poderão ser localizadas, mas agora chegou a safra 2017 que foi a que provei semana passada.

Pois bem, a safra da safra 2017 mostra bem essa intensidade e corpo que é descrita como uma de suas principais características.  Com apenas seis meses de estágio em barrica apresenta-se bem escuro, aromático, porém a fruta na taça aparece num segundo momento mostrando que aerar o vinho por uma meia hora irá lhe fazer bem. O primeiro impacto olfativo nos leva à fazenda (rs), notas terrosas, com uma fruta madura em segundo plano. Taninos ainda bem presentes, mas aveludados, boca densa, bom volume, ótima textura, acidez média, os frutos negros como cereja e mirtilo maduros aparecem mais na boca, boa persistência, educados e imperceptíveis 13% de teor alcoólico um vinho marcante diferente, bem longo, um vinho que nos pede comida, foi bem com salames diversos mais intensos.

Pela avaliação que fiz do 2007 e provando este, acredito que é vinho para guarda de seis a oito anos, mas duvido que alguém o guarde para conferir!! rs Um vinho que surpreende e quem gosta de vinhos de maior estrutura porém sem rusticidade tânica, complexo de aromas e sabores diferentes eis aqui algo a se provar. Eu salvei algumas 2007 e 2017, vou querer fazer um comparativo nas confrarias que administro, deve ser um interessante exercício sensorial.

Fui, resto de boa semana com feriado lembrando que a Vino & Sapore estará aberta Quarta e Quinta para você garantir os vinhos para o fim de semana mais longo ou se ficar por aqui, vem tomar uma taça de espumante comigo lá, te espero!

Kanimambo pela visita, saúde

 

Casa do Lago Rosé, Campeão do Wine Tasting!

É, foi na Vino & Sapore no último Sábado! Afora os vinhos dos amigos da Lusitano Import e da Almeria, tivemos também a presença do Bruno Mestre Queijeiro, da Pé de Geleia e da Raquel com seus pães artesanais. Muito provavelmente dia 24 de Novembro outro Wine Tasting com a companhia de outros parceiros do vinho, mas desse falarei em outra hora!

Porquê campeão? Melhor vinho? Não, mas foi o que o pessoal mais comprou e os elogios foram muitos, tanto que tive que repor estoque nesta semana. Realmente um vinho delicioso, muito fresco, frutado, cerejas frescas,leve mas não ligeiro! Cem porcento Touriga Nacional da região Lisboa, só passagem por inox, um mês em garrafa e já está sendo distribuído, vinho para ser tomado jovem em seus primeiros três anos de vida, mas quanto mais jovem melhor. Vinho de verão, para acompanhar frutos do mar, comida japa, para bebericar com os amigos sem compromisso mas com qualidade que é uma marca da DFJ que o produz. Cheio das medalhas, rs, foi apontado como o melhor rosé de 2016 pela revista portuguesa Grandes Escolhas.

Toda esta linha de vinhos é muito boa e de preço acessível, havendo também um branco muito bom (mais um que vendeu muito), um blend tinto esgotado todos na casa dos 70 a 74,00 Reais e um inusitado Gran Reserva Cabernet Sauvignon num patamar mais alto de preços e que surpreende! Importação da Lusitano Import

É isso, kanimambo pela visita e em breve nos encontraremos novamente por aqui. Sáude

Encontro de Juarez e Nero no Chá da Tarde.

Depois de 10 dias fora do ar por motivos técnicos venho compartilhar este Chá da Tarde (rs), que é um encontro de amigos sem data marcada que volta e meia acontece para compartilhar alguns bons caldos de Baco e botar o papo em dia. Desta feita três vinhos bem diversos, dois brasucas e um italiano, cada um com seu estilo e personalidade. Eis o que achei deles:

Iniciamos com um alvarinho da Miolo, Quinta do Seival Alvarinho 2013, na minha opinião um vinho a rever numa versão mais nova, safra mais recente, este 2013 não estava ruim, porém ficou claro que já teve melhores dias, que já tinha passado o cabo da boa esperança. Faltou acidez, vivacidade e fruta cítrica características da casta, cremoso na boca, fruta madura que depois que esquentou um pouco na taça mostrou um certo dulçor que não estava lá antes. Preciso abrir uma outra garrafa mais jovem, esta não valeu!

Nero di Troia é uma uva pouco comum por aqui e dos poucos vinhos que provei deste vinho com a marca da Puglia, na bota da Itália, gostei de todos. Desta feita abri este Pignataro Nero di Troia 2016, de rótulo classudo e vinho cheio de vibe! rs Notas de chocolate, bombom de cereja com licor, frutos negros, médio corpo, leve apimentado de final de boca, taninos finos e macios, acidez balanceada e um meio de boca delicioso onde aparece um toque algo tostado bem sutil. Daqueles vinhos que pedem bis e que provocam burburinho entre a turma, uma uva e vinho a serem descobertos.

Juarez Machado 2007 é elaborado pela Vila Francioni e é o mesmo vinho que o VF, na minha opinião o melhor dos rótulos tintos que esta vinícola produz em suas belas instalações de São Joaquim na serra Catarinense. Um belo corte bordalês de Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc e Malbec com 15 meses de barricas novas francesas. Este da safra 2007, pouco mais de 10 anos nas costas, vendia saúde! Na cor ninguém saberia dizer que teria esta idade e tanto nos aromas quanto na boca mostrou uma evolução incrível , não soubesse e dificilmente diria que é um vinho brasileiro. Me lembrei quando o coloquei há uns sete anos atrás como intruso numa degustação às cegas de Bordeaux, Desafio de Bordeauxs até 100 Reais, e ele terminou em segundo como o intruso numa seleção de 12 rótulos franceses. Hoje mostrou que evolui muito bem também e eu vi aqui pelo menos mais uns dois ou três anos de muita vida pela frente. Denso sem ser alcoólico ou pesado, taninos muito finos, rico meio de boca, complexo, notas terrosas, um belo vinho que encontrei na rede por algo em torno de R$180,00. Vale buscar por aí, uma grata surpresa na evolução. Ainda recentemente fiz uma degustação numa confraria com vinhos nacionais com mais de 10 anos, foi muito bom!

Adoro estes encontros, sempre bons momentos independentes dos caldos, mas que harmonizam muito bem quando nos deparamos com vinhos da estirpe destes dois tintos que mexem com a gente. Uma ótima semana para todos e ótimo estar de volta. Kanimambo pela visita e nos vemos por aí nas estradas de Baco ou por aqui. Saúde!

Tem “Caviste” na Granja Vina!

Essa foi a chamada para um vídeo que o amigo Didu Russo fez em seu site sobre a visita que me fez na Vino & Sapore. Adorei, foi de supetão, sem nada de pré-avisos ou textos pré elaborados, chegou e começou a filmar! rs Bem informal e difícil de na hora e em questão de segundos escolher algo para mostrar pois ao longo dos anos venho recolhendo em minhas prateleiras muitas coisas interessantes, fora os portos seguros que sempre há que ter, sem descuidar de preço porém jamais deixando de olhar qualidade em suas gamas específicas, coisa que é prioridade total para mim. Até os baratinhos lá na Vino & Sapore primam pela qualidade em sua faixa de preço, há vida sim fora dos grandes vinhos de preços nas alturas, só precisa fuçar e abrir mão de eventuais preconceitos.

Há quase dez anos que escrevo regularmente minhas mal traçadas linhas tentando compartilhar experiências e conhecimento, mas há bem mais anos que isso tomo vinho e sempre trabalhei muito para garantir meu sustento, seio o quanto a conta pesa ao final do ano para os fiéis seguidores de Baco, especialmente no reino dos impostos e altos custos chamados Brasil. Foram estes mesmos objetivos que tracei para Falando de Vinhos e na filosofia por trás de cada post ao longo destes anos que, posteriormente, levei para as prateleiras da Vino & Sapore:

O intuito principal desta coluna é o de demonstrar que há “vida” fora do mundo dos; Romanée Conti, Mouton Roschild, Veja Sicilia Único, Barca Velha, Gaja Costa Russi, Ornellaia Toscana, Opus One, Penfolds Grange, Chateau Margaux e Chateau Petrus, entre outros vinhos excepcionais, mas a preços fora do alcance da grande maioria de nós pobres mortais. Encontrar, e tomar, excelentes vinhos nos níveis destes maravilhosos néctares não é tarefa difícil, mesmo que não se tenha mínima ideia do que eventualmente haja na taça! Qualquer um o pode fazer, basta que tenha a disponibilidade financeira para bancar algumas destas garrafas que podem custar 800, 1000, 2000 , 12.000 Reais e até mais.

Encontrar vinhos de qualidade a preços acessíveis em nossa terra brasilis é um processo mais complexo que requer muita leitura, muita degustação, garimpo e pesquisa. Esta é a ambição desta coluna, buscar descobrir e trazer aos leitores, essas pérolas escondidas num mar de mais de 25.000 rótulos disponíveis hoje no mercado Brasileiro, tentando desmistificar os preconceitos em torno do vinho. Existe muita coisa boa, entre muita ruim, a preços acessíveis mas que poucos tratam de divulgar, pois não dá ibope o povo gosta é de glamour.

São essas descobertas que espero poder compartilhar com os leitores e amigos do vinho. Vinhos de R$200, 300, 400 e 700 são bons? Tem obrigação de o ser, muitos são ótimos, mas quantos de nós os podemos tomar com regularidade. Como explorador, ou garimpeiro, que sou, quero achar alegria e prazer em vinhos bons de R$40 (que são poucos) nos de R$60 (que são muitos) e nos de R$80 , 100 e 150 (que já são um montão) e compartilhar isso com quem nutre os mesmos valores e interesses”

Tudo isso está lá na Vino & Sapore e fiquei imensamente feliz que o Didu tenha percebido isso ao fazer este vídeo. Acompanhem a entrevista/reportagem feita pelo Didu clicando na imagem abaixo. Valeu Didu, valeu gente! Kanimambo e sigo por lá e por aqui aguardando a visita dos amigos e amantes de bons vinhos, sáude!

Um caviste por Didu Russo

 

 

Salvar

Salvar

Vinhos, Mestre Queijeiro e Pães Artesanais, Vem!

É gente, este próximo dia 27 de Maio (Sábado) no Saturday Afternoon Tasting a ser realizado na Vino & Sapore, há mais do que vinho! Aos já definidos parceiros; Wine Lovers e Lusitano Imports,  que trarão 14 rótulos de diferentes regiões, cepas e estilos de vinhos, se juntam agora o Mestre Queijeiro e a Raquel Santos com seus pães artesanais, e o evento ficou ainda mais gostoso. Somente 50 convites disponíveis para venda antecipada a R$40,00 cada! Interessado, veja detalhes clicando aqui!!

Mestre queijeiro clipboard

Diversos queijos à prova e venda no dia direto com o Mestre Queijeiro, o amigo Bruno que virá de Pinheiros especialmente para abrilhantar este evento.

Raquel pães clipboard

A Raquel Santos, amiga e parceira de longa data envereda por um outro caminho, o de deliciosos pães artesanais para serem degustados na hora, compra disponível assim como encomendas. Tanto com a Raquel como com o Mestre Queijeiro, a compra ou encomenda dos produtos será feita diretamente com eles.

E os vinhos, o que estará disponível para prova? junto com a Lusitano e a Wine Lovers, escolhemos rótulos que primem por trazer à prova dos presentes a diversidade de nossa vinosfera, marca que diferencia a Vino & Sapore. Sempre saindo da mesmice, buscando explorar novos sabores!

Burson Brut Rosato, um espumante italiano elaborado com uma uva desconhecida da maioria, a Longanesi!

Denatile Syrah/Nero d’Avola da Sicilia

Badia di Morrona Caligiano Chianti da Toscana com promoção especial exclusiva para o evento

Burnside Road Sunset Red Blend da California/EUA

Tricky Rabbit Cabernet Franc/Carmenére do Chile

Nancul Reserve Collection Malbec do Chile

Paxis Douro de Portugal

Finca Agostino Reserva Syrah/Malbec da Argentina

Casa do Lago Tinto da Região Lisboa em Portugal

Tricky Rabbit Pinot Noir/Syrah do Chile

Finca Altorfer Malbec de Mendoza na Argentina

Nancul Family Reserve Cabernet Sauvignon/Syrah do Chile

Finca Agostino Reserva Chardonnay/Viognier da Argentina

E para finalizar o lançamento recém chegado ao Brasil pelas mãos da Wine Lovers, um vinho tinto do Languedoc (França) que será uma surpresa.

af_cartaz (1)

Uma ótima semana para todos e caso tenha interesse, não dê mole não, garanta logo seu convite! Uma ótima semana para todos, saúde e kanimambo pela visita, fui!

FOTOS:

Clique para ampliar / Fotos meramente ilustrativas

 

Salvar

Só Brancos na Frutos do Garimpo do mês Passado

Confraria Frutos do Garimpo - Logo para e-mailA seleção que consegui fazer para este inicio do Ano Novo, Janeiro, foi especialmente grata de montar porque adoro brancos e porque achados de ótimo preço são sempre um prazer encontrar quando no garimpo! O quente verão, apesar destas última semanas para lá de chuvosas, tem tudo a ver com eles assim como a gastronomia da época que pede alimentos mais leves. Minha opinião sobre estes vinhos segue abaixo.

Rotas do Alentejo Branco 2015 – Do Alto Alentejo sendo composto de Arinto (45%), Antão Vaz e Verdelho que resultam num vinho fresco, seco, com bom final de boca que pede bis. Leve para médio corpo, com rico meio de boca, boa acidez sem agressividade, muito bem equilibrado com um teor imperceptível de 13% de álcool, cítrico com toques de nectarina (ou algo similar). Boa intensidade olfativa em que a fruta fresca dita o tom, mesmo não sendo exuberante é muito convidativa e reflete bem o que está na taça. Na minha opinião um achado, possui densidade de boca sem o peso que costuma caracterizar os brancos de região quente alentejanos. Muito agradável e sedutor, já o tinha comentado aqui. Preço de mercado sugerido pela importadora GAL em Floripa, R$60,00.

VSE Chardonnay Reserva 2014 – um vinho de altitude, menos comum no Chile, de vinhedos a cerca de 900 metros no Vale de Aconcagua nas encostas dos Andes. Só 30% é fermentado em barricas sendo o restante em tanque de inox o que permite que a madeira no vinho seja muito sutil e elegante. Dias quentes e ensolarados, à noite desce uma brisa gelada dos Andes, resultando em boa variação térmica que gera as condições ideais para a maturação da uva e boa acidez. O que mais me seduziu neste vinho é seu equilíbrio, mostrando tudo o que esperamos de um bom chardonnay sem a forte presença de madeira que ofusca a fruta. Aqui os aromas frutais estão bem presentes, na boca mostra a cremosidade típica da uva, frutos tropicais, aquele toque de abacaxi muito bem balanceados pela boa acidez. Boa textura, um vinho que transmite, como a maioria dos vinhos desta seleção, uma percepção de valor superior ao preço de mercado. Um bom Chardonnay com preço idem e na confraria melhor ainda! Preço de Mercado sugerido pela importadora Almeria, R$69,00.

Apaltagua Reserva Sauvignon Blanc 2015 – este e o Pinot Grigio abaixo, são dois achados do ano de 2015, a essência dos vinhos com relação PQP (Preço x Qualidade x Prazer)! O vale de San Antonio a apenas 30 kms da costa e a sul de Casablanca, solo granítico, recebe toda influência da corrente de Humbolt que vem do oceano transformando a região como uma das melhores no Chile para a produção de brancos aromáticos (ótimos Sauvignon Blanc, Gewurztraminer e Rieasling) e Pinot Noir. Expressivo no nariz com notas cítricas, lima e sutis notas herbáceas nos convidam a levar a taça à boca onde o vinho confirma tudo o que anuncia na paleta olfativa. Os frutos cítricos despontam com um toque mineral de final de boca, muito balanceado, fresco, um vinho que agrada demais, pelo menos a mim e que acompanha muito bem frutos do mar, risoto de aspargos com brie ou só um bom bate-papo torradinhas e queijo de cabra! Preço de mercado sugerido pela importadora GAL em Floripa, R$60,00.

Apaltagua Reserva Pinot Grigio 2015 – mais que um achado, uma grande surpresa porque nunca tinha tomado um Pinot Grigio chileno e gostei muito. Intensa paleta olfativa com toques florais e frutado. Depois de fermentado em tanques de inox, passa cerca de 3 meses sur lie para intensificar aromas e ganhar um pouco mais de estrutura enquanto preserva seu caráter frutuoso onde apareceu de forma um pouco mais vibrante as notas de maçã verde. Bom frescor, balanceado, com o mesmo final algo mineral do Sauvignon Blanc, porém aqui senti algo de salinidade, interessante e gostaria de ver se você acha isso também. Algo mais dourado na cor, o meio de boca me seduziu, gostosa textura e volume, um belo vinho nessa faixa de preço e assim fecho esta seleção. Preço de mercado sugerido pela importadora GAL em Floripa, R$60,00.

IMG_20170206_090724618

A Frutos do Garimpo é uma confraria virtual com oportunidades e achados garimpados já com o preço de mercado bem convidativo e que,com a participação do produtor ou importador parceiro, traz aos confrades uma oportunidade de tomar esses vinhos com preços ainda mais convidativos, porém em quantidade limitada, deixando à livre escolha de cada um comprar ou não, sem qualquer obrigatoriedade! Trabalhando na seleção de Fevereiro, que está por sair da peneira, e em breve compartilho com os amigos daqui de Falando de Vinhos, já que os confrades, esses têm prioridade e já até os deverão ter tomado até lá! rs Aliás, os comentários dos confrades e confreiras por aqui são mais que bem-vindos.

Para quem perdeu ou quer mais dos vinhos provados, pesquise no mercado. Sei que na Vino & Sapore (Granja Viana/Cotia/SP) tem algo e no Armazem Conceição em Floripa também, mas certamente outros bons estabelecimentos do ramo os deverão comercializar, uma ideia de preços você já tem! Saúde, kanimambo pela visita e espero seguir vos vendo por aqui ou pelas esquinas de nossa vinosfera. Uma ótima semana para todos!

Diversidade No Mundo do Vinho

Nossa vinosfera é um vasto ambiente no qual não cabem verdades absolutas, aprendi isso faz tempo e volta e meia sou lembrado disso pelos fatos. Diversidade de uvas, de formas de vinificação, de terroirs, de enólogos, de sabores, de aromas porquê nos vino-globeatermos a um só quando podemos nos divertir na busca? Quem disse que na argentina só sabem fazer Malbec, que no Chile só sabem fazer Carmenére ou Tannat no Uruguai? Quem disse que no Brasil não se faz bons vinhos ou que todo o vinho sul-africano é pinotage? Se você acredita em qualquer uma dessas premissas e outras de gênero, vai aqui meu desafio para abrir sua mente a novas experiências e explorar esse mundo mágico. Como? Degustando, provando coisas novas e hoje trago aqui uma oportunidades dessas. Na Granja Viana, Vino & Sapore por supuesto (rs), daqui a dez dias.

 

Diversidade Argentina – Dia 22 de Setembro ás 20 horas na Vino & Sapore! Descubra uma argentina diferente através de seis vinhos tintos e um espumante sendo que somente este último será de Malbec. A idéia é desconstruir essa imagem de que os hermanos somente sabem produzir bons Malbecs, ledo engano meus amigos! Minha experiência, no entanto, viajando mais de 5 mil quilômetros por regiões produtoras provando de tudo um pouco e conhecendo algumas centenas de rótulos, me dizem o contrário e convido vocês a conferir, não precisa acreditar em mim não! Para apenas 12 pessoas, seis vinhos e mais o espumante, vejam a lista de rótulos que estão numa gama de preços entre 100 a 230 Reais.:

Vicentin Rosé Extra-brut Rosé de Malbec
Penedo Borges Cabernet Sauvignon Reserva
Lagarde Guarda Cabernet Franc
El Enemigo Bonarda
Vicentin Backbone Co-Fermented Blend*
Las Moras Gran Syrah 3 Valleys
Fabre Montmayou Gran Reserva Merlot
 
Durante a degustação, os costumeiros queijos, frios, pão e água e ao término serviremos empanadas da Caminito, um de nossos parceiros de longa data.O preço da descoberta será de R$150,00 por pessoa a serem pagos no ato da reserva, vai dar mole? Contatos de Terça a Sábado das 14 às 19h pelo telefone (11) 4612-6343 ou pelo e-mail comercial@vinoesapore.com.br .
 Por hoje fica esta dica, mas durante o resto da semana tem mais. Saúde, kanimambo pela visita e nos vemos por aí!

Salvar

Salvar