Salta, Visitando os Verdadeiros Vinhos de Altitude Argentinos. Vem Comigo!

É gente, uma viagem única que se inicia dia 3 de Setembro e termina dia 8! Para Mendoza, que adoro, tem até voo direto agora, é bem mais fácil de ir a qualquer hora e no inicio de Novembro estarei com uma nova viagem para lá, aguardem! Salta é diferente, pois não basta ia a Cafayate! Tacuil e Colomé são visitas obrigatórias para quem quer conhecer vinhedos dos mais antigos e mais altos do mundo, 2650 metros de altitude e a bodega mais antiga da Argentina. A Van nos pega no aeroporto e nos deixa no aeroporto depois de mais de 600 kms rodados entre as diversas regiões e bodegas, não dá para fazer isso solo ou em três ou quatro pessoas, por isso eu ter montado esta viagem.Me apaixonei pela região quando por lá estive em 2012, parte dos cerca de 5.000 quilômetros percorridos em terras argentinas desbravando regiões, vinhos e bodegas!

A partir de terça o roteiro detalhado com links para hoteis e bodegas já estará pronto, mas quis já colocar este “SAVE THE DATE” para que você possa se programar. Quem já viajou comigo sabe que os roteiros e detalhes são esmerados e não fugi à regra neste, com visitas especiais e sempre vinhos de primeira linha baseado nos rótulos que já conheço e selecionei em conjunto com os enólogos de plantão por lá. Um roteiro por paisagens diferentes, quase lunares, passando por picos de mais de 3400 metros de altitude, altiplanos, vales e vinhedos obviamente!

Serão seis dias de viagem com um grupo pequeno, entre 10 a 12 pessoas:

São Paulo/B.Aires/Salta dia 3 de Setembro, bem cedinho para aproveitar lá!
Salta > Molinos – Bodega Tacuil (RD) dia 4 (com almoço)
Bodega Colomé dia 5 (com almoço)
Colomé>Cafayate – Bodeka Tukma dia 5 degustação e jantar (Tolombon/Cafayate)
Dia 6 – El Esteco degustação – Almoço e degustação na El Porvenir – Final de tarde na San Pedro de Yacochuya com degustação.
Dia 7 – Salta/Buenos Aires – Final de tarde com assado exclusivo e degustação na vinoteca JÁ de meu amigo Joaquin Alberdi, o embaixador do vinho argentino!
Dia 8/09 – Livre em Buenos Aires com retorno ao Brasil às 19:30

Cinco noites, três almoços, dois jantares, degustações top, van acompanhando toda a parte terrestre, aéreo, hoteis, total USD2.450,00.Quer ter um gostinho de por onde passaremos, clique na imagem e veja o vídeo show que preparei. Até semana que vem!

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De Volta à Argentina – os Vinhos de Cafayate

      Em função do “paro” em Buenos Aires nosso voo para Mendoza rodou então ficamos uma dia a mais no pedaço, mas aproveitamos bem. Algumas surpresas, uma revisão de avaliação, quebra de preconceitos e vinhos de qualidade (mais de 65)  na taça, boas experiências vividas nestes últimos momentos de presença na região de Salta.

El Porvenir  – Enquanto estávamos na Felix Lavaque, tivemos a felicidade de receber a visita do Mariano Quiroga Adamo, jovem e talentoso enólogo da El Porvenir (recente nesta casa) um produtor de médio porte elaborando cerca de 400 mil litros anuais dos quais 85% se exportam. Provamos três de seus vinhos, e muitos mais nos dias seguintes, porém vou deixar aqui minhas impressões sobre os que mais me chamaram a atenção entre os diversos bons caldos que habitaram minha taça nestes últimos dias na região de Salta.

Laborum Torrontés 2012 – já mencionei antes de que me surpreendi com a enorme evolução qualitativa dos Torrontés e este vinho só veio confirmar a regra. Uvas colhidas em três fases diferente de maturação resultam num vinho fino e elegante, fresco, frutado com toques cítricos e muito, mas muito saboroso.

Laborum Malbec 2011 – Nariz bem intenso e linda cor purpura, nos convidam a levar a taça á boca onde mostra um meio de boca muito bom e frutado, boa acidez e final bem longo e muito apetitoso! Vinho para curtir nas calmas, sem pressa para dar-lhe tempo de se expressar na sua plenitude. Um belo vinho.

clique para ver slide show II

San Pedro de Yacochuya – Confesso que fui com um pé atrás. Sei que é um marco da região, mas essa potência toda e super extração “Rollandistica “ não faz minha cabeça e numa degustação de há tempos já tinha me decepcionado com ele. Confesso que revi posição, mesmo não sendo meu estilo de vinho. Apenas 21 hectares aqui (+ seis em Tolombon  ), dos quais 8 hectares com mais de 100 anos. Michel Rolland é sócio comercial sendo responsável pela elaboração dos vinhos, porém não pelo estilo já que isso é uma filosofia dos irmãos  Marcos e Arnaldo Etchart. Maceração longa de 30/40 dias, uvas supermaduras, tudo busca o perfil superlativo que fez a marca deste produtor e projetou a região de Cafayate internacionalmente.

Coquena Tannat – provamos amostra de tanque deste vinho que vem do vinhedo de Tolombon e que deve estar por ser engarrafado. Mesmo não pronto, já mostrou qualidade e creio que deveremos estar diante de mais um bom tannat desta região e espero que chegue logo ao Brasil.

Coquena Malbec 2011 – na hora não me encantou, porém recentemente tomei uma garrafa que trouxe e me surpreendeu. Dependendo do preço a que chegar ao Brasil, pretende ser uma alternativa low budget da marca, vale a pena pois está muito equilibrado e as notas vegetais mais agressivas que senti na prova na bodega, deram espaço para notas mais frutadas bem saboroso e de bom volume de boca que é a assinatura da casa.

Yacochuya 2009 – 24 meses de barrica, especiarias bem presentes. Potente em boca, taninos ainda algo “amarrantes” na boca (muito jovem), untuoso, carnudo, para tomar de garfo e faca! Tenho, todavia, que rever minha posição sobre este vinho que me confirmou que tudo na vida merece uma segunda chance. Vinho potente sim, porém muito rico também e demonstra uma complexidade que não tinha conhecido na minha prova anterior. Para os amantes deste estilo de vinho, certamente um grande vinho com enorme capacidade de guarda.

El Transito – com uma capacidade de produção de cerca de 150 mil garrafas  produz uma linha algo mais comercial e um pouco rustica no estilo. Sua linha básica é bastante interessante, me atraiu mais, e fácil de gostar com especial destaque para o Cabernet Sauvignon 2009 com bom volume de boca, especiarias, frutas negras no nariz, taninos finos sem passagem por madeira.

Etchart – um gigante e um dos primeiros a estar presente por aqui. Comprado em 96 pelo grupo Pinot Ricard, esperava uma visita sem grandes surpresas, de vinhos fáceis sem grandes emoções e………me enganei redondamente. Vivendo e aprendendo que preconceito é uma …..! Enfim, são 450 hectares de vinhas e mais de 9 milhões de garrafas ano porém do que provei, muitas e boas surpresas, sem contar a hospitalidade e simpatia numa prova em baixo das árvores do lado da casa de hóspedes. Lugar lindo.

Torrontés, provamos três. O Privado é simples e fácil, o Reserva já mostra ao que vem, mas é o Etchart Gran Reserva Tinaje 2012 que mexe com a gente ou, pelo menos, comigo. Um dos melhores provados nesta viagem. Todo ele muito sutil e fino, leve floral com notas de pêssego no nariz. Na boca é delicioso e sedutor com notas de grama molhada recém cortada, alguma lima mostrando um frescor muito gostoso e de final longo.

Arnaldo B, um dos melhores custo x beneficio dos vinhos provados em todos os sete dias de viagem á Argentina. Caiu nosso queixo quando nos disseram que este vinho custa algo ao redor de R$50 a 60 no mercado brasileiro já que nossa percepção de valor foi bem superior a isso! É o vinho principal deles e provamos o 2008 que é um blend essencialmente de Malbec/Cabernet Sauvignon e Tannat, mas que no futuro próximo pode vir a receber o aporte de outras cepas. Elegante, fino, de bom corpo e ótima textura, untuoso e rico, daqueles vinhos que acaba muito rapidamente e uma garrafa sobre a mesa será certamente pouco, ainda mais a esse preço!

Amostras de barrica. O anfitrião e enólogo da casa, Ignacio Lopez, se entusiasmou e quis nos mostrar algumas de suas criações em processo de desenvolvimento. Eles estão experimentando coisas novas e nos deram o privilégio de provar algumas amostras. Das quatro variedades provadas (CS, Tannat, Bonarda e Ancelotta) curti muito o Tannat que apresentou um frescor e fruta muito interessante prometendo um futuro bem interessante tanto em blends como solo. Gamei no Ancelotta!! Fino, denso, notas achocolatadas, uma aposta do enólogo em algo novo na região (sugeri que ele visitasse alguns de nossos produtores no Sul) que vai dar o que falar, aguardemos. Em principio estes caldos devem vir para enriquecer ainda mais o Arnaldo B, porém não me surpreenderia se viesse também uma linha de varietais de alta gama.

      Por hoje é só, mas ainda tem a Vertical de Mas la Plana, mais posts sobre a viagem á Argentina que fiz a convite da Wines of Argentina, otras cositas más! Devagarinho retomo o ritmo do blog então kanimambo pela paciência e não se esqueçam, dia 17/04 é o Dia Mundial do Malbec, aguardem surpresas! Salute.

TOPS Argentinos – Charlando e Bebendo com os Panas.

                Vocês conhecem os Panas? Pois bem, antes que meus amigos portugueses venham a tirar conclusões precipitadas, “pana” é uma gíria venezuelana usada por amigos que se sentem mais que isso, se sentem irmãos! Foi daí que nasceu a confraria 2 panas, que já são cinco e se reúnem mensalmente para degustar grandes vinhos, com alguns dos confrades sendo participantes ativos do grupo que compõe a banca de degustadores de nossos Desafios de Vinhos. Desta vez fui convidado por dois deles, o Francisco (pana-mor) e o Evandro, com quem tive a agradável oportunidade de provar alguns dos grandes vinhos premium argentinos trazidos por este seleto grupo de panas.

              Encontramo-nos no Restaurante Pobre Juan da Vila Olimpia, restaurante que realmente é lindíssimo e cheio de charme com uma decoração muito bonita e aconchegante. Aliás, a da filial de Higienópolis também é assim. O serviço foi de primeiríssimo nível e as carnes boas com um especial destaque para a excelente morcilla, muito bem temperada e no ponto. Para quem gosta, como eu, um prato cheio!!

             Sete vinhos provados, alguns excepcionais rótulos de grande fama, mas que pecam, a meu ver, por uma certo exagero no teor alcoólico e falta de finesse, exceção feita aos três vinhos que mais me encantaram; Val de Flores, Caro e Alta Vista Alto, que conseguem mesclar potência com elegância numa riqueza de sabores que efetivamente encantam.Degustação Panas

 

  • Altocedro 2004
  • Yacochuya Malbec 2005
  • Caro 2005
  • Vistalba Corte A 2006
  • Alta Vista Alto 2004
  • Val de Flores 2004 
  • Mundvs Alto Cabernet Sauvignon 2005 * vinho surpresa 

             Não tenho tomado muitos vinhos argentinos porque tenho buscado sabores e sensações diferentes que dificilmente tenho visto na maioria dos vinhos de lá, mesmo os chamados vinhos premium ou super-premium, estando a maioria muito similares sem apresentar algo significante que os diferencie uns dos outros e sem produzir aquele UAU que esperamos de vinhos desse porte, salvo algumas exceções. Afora isso, pelo preço que estes, teoricamente, grandes vinhos estão chegando ao Brasil, temos hoje inúmeros grandes rótulos de outras origens com maior complexidade e riqueza de sabores que me têm atiçado mais a curiosidade. Por outro lado, tenho me assustado com o teor de álcool em constante elevação nesses vinhos, nesta degustação acho que o menor tinha 14%, nível que, para mim, costuma ser minha linha limitante. Tudo bem, há gente que gosta e respeito isso, mas eu não consigo encarar um Yacochuya com 16.5% de teor alcoólico fortemente sentido tanto no nariz como na boca, transpira álcool por todos os poros, mesmo com as altas notas que diversos críticos lhe deram. Acho que vinhos com essa potência perdem a função social, tanto que este não passaria no meu teste da terceira taça, mas nem a pau, aliás, nem na segunda!

               Um vinho que surpreendeu, até porque não é muito caro, é o Mundvs Alto 2005 que a casa Valduga produz em terras mendocinas e que mostrou muito boa estrutura e equilíbrio apesar de seus altos 15.5% de teor alcoólico, mas talvez o melhor custo x benefício de todos os vinhos provados tenha sido o Caro que, não por acaso, foi um dos meus preferidos e o único com “apenas” 14% de álcool. Legal a forma como o Evandro, confrade anfitrião da noite, preparou a degustação apresentando diversos cortes de carne para que sentíssemos as diversas harmonizações possíveis. Um exercício sensorial muito legal que você pode acompanhar melhor acessando o blog da confraria.

Valeu gente, uma bela experiência com vinhos que há muito queria conhecer e, muito mais que isso, o privilégio de poder desfrutar da agradável presença dos confrades.

Turma da Confraria Panas3

Salute e kanimambo

Ps. em função do Dia dos pais, adiantarei o Dicas da Semana para amanhã!