De Wetshoff Estate – Chardonnay
O amigo e profundo conhecedor de vinhos, Luiz Horta, me sugeriu alguns vinhos Sul Africanos, entre eles o Pinotage da Robertson Winery e o Chardonnay Lesca da “De Wetshof Estate”. Na verdade, o grupo produtor é o mesmo, só que são diferentes conceitos e linhas de vinhos. Eu, que nunca me encantei com os vinhos elaborados com a casta Pinotage, uva símbolo da África do Sul, achei uma delicia, fácil de beber, diferente e com um preço muito bom, em torno dos R$30 a 33,00. Mas não é sobre o Pinotage que quero falar e sim sobre o Lesca, um branco elaborado com Chardonnay. Bem, não é bem do Lesca, porque estava esgotado, mas de seu irmão, o Bom Vallon Chardonnay Sur Lie 2007.
Eu que adoro vinhos brancos bem minerais e com boa acidez, em especial os Chablis, me encantei com este delicioso vinho. Fermentado em tanques “Sur Lie”, sem passagem por madeira gerando um vinho extremante elegante, muito fresco e refrescante. O teor alcoólico, apesar de alto para um vinho branco, em torno de 14º, não se nota em nenhum momento tamanho seu equilíbrio, passando, raspando, por meu teste da Terceira Taça. Vibrante com grande mineralidade, maçã verde, algo de limão, com muita delicadeza como que se acariciasse a boca com vagas de prazer. Não é um vinho de guarda, talvez dois a três anos, devendo ser tomado jovem com frutos do mar, ostras, peixes pouco condimentados, ou até como aperitivo, pois é um vinho leve e suave. Muito agradável, é mais uma boa dica do Luiz, mesmo que indiretamente, de que gostei muito. Agora, assim que der ($), tenho mesmo é que provar o Lesca!
- Produtor – De Wetshof Estate.
- Importador – Mistral
- Região – Robertson Valley, Southern Cape
- País – África do Sul
- Composição uvas – 100% Chardonnay.
- Detalhes Produção – Fermentado em tanques, Sur Lie por alguns meses e remexido semanalmente.
- Teor de álcool – 14º.
- Safra – 2007.
- Preço médio em Abril/08 – R$50,00
- I.S.P –
E Dani de Wet é ex-jogador de rugby! Um grande sujeito, capaz destes chardonnays especiais.
JFC,
acabo de retornar do meu pequeno ‘tour’ pela Africa do Sul. Para quem gosta de vinhos, espantosa a quantidade de produtores e de vinhos – a imensa maioria é consumida lá mesmo, em razão do grande mercado consumidor.
A região de Franschhoek é muito atraente, são dezenas de pequenas vinícolas com guest-houses para se passar uma semana. Já Stellenbosch tem vinícolas maiores, que são exportados para o mundo todo.
Indo mais para o sul, há duas regiões vinícolas perto de Hermanus que eu nunca tinha ouvido falar. Nesta região, há produção de pinot noir leves e sauvignon blancs interessantíssimos.
Enfim, é de uma riqueza e variedade muito grande. As pessoas são educadas, as cidades são limpas, organizadas e as placas são todas em inglês, dá para alugar um carro e rodar com bastante facilidade.
Para termos idéia de preços, o vinho The Wolftrap, bem conhecido por aqui, lá custa menos de 40 rands, ou seja, menos de R$ 10 com VAT incluído, e nos lugares mais caros. O Chocolate Block sai na faixa de 240 rands, ou seja, R$ 60, mas não é muito bem visto por lá.
São poucos os vinhos importados, normalmente italianos e franceses e de denominações mais conhecidas. Mesmo com frete e VAT, chegam para eles em preços agradáveis aos bolsos brasileiros.
Enfim, é uma viagem que recomendo a todos, enófilos ou não. Só recomendo ir comprando os vinhos ao longo da viagem, pois no free shop de Johannesburgo há bem poucos vinhos – incrivelmente menos do que no nosso – mas evidentemente por preços bem mais camaradas.
Abs.
Guilherme