Prova e Contra-prova com Eduardo Chadwick
Poderíamos chamar essas provas de “Batalhas de David com Golias” ou “ Embates do Século” ou, ainda de “Desafio de Gigantes”, na verdade pouco interessa o título e sim os resultados. Foram provas comparativas realizadas com degustações às cegas de vinhos top, tendo a primeira sido realizada em 2004, iniciativa de um visionário empresário e vinicultor Chileno. Em destemida ação mercadológica para posicionar seus vinhos no exigente mercado internacional, Eduardo Chadwick optou por tentar repetir a façanha dos vinhos Californianos no famoso Julgamento de Paris em 1976, quando em uma degustação às cegas os ainda jovens e pouco conhecidos vinhos dessa região, bateram grandes vinhos Franceses. O tiro poderia ter saído pela culatra, mas Eduardo, sexta geração da família a tocar esta importante vinícola Chilena, assumiu esse risco mostrando coragem e, acima de tudo, convicção no seu trabalho, em sua equipe e em seus produtos. Não contente com os resultados da primeira prova, a vem repetindo em diversos outros locais ao longo dos últimos anos, acompanhe as provas e os resultados:
Local: Berlin, Alemanha.
Participantes: Seis grandes vinhos Franceses, quatro grandes vinhos Italianos e seis Chilenos.
Rótulos e Safras: Da mítica safra de 2000 na França, os clássicos Chateau Latour, Chateau Margaux e Chateau Lafite. Ainda da França, mas safra 2001; Chateau Margaux e Chateau Latour. Os Italianos, todos da safra de 2000; Sassicaia, Tignanello, Solaia e Guado el Tasso Bolgheri famosos Supertoscanos. A isso se agregam os Chilenos; Viñedo Chadwick 2000 y 2001, Seña 2000 e 2001 assim como o Don Maximiano Founder´s Reserve 2001.
Júri: Dezesseis jornalistas especializados e um seleto grupo de vinte clientes enófilos convidados, todos formadores de opinião vindos do Reino Unido, Alemanha, Suíça, Áustria, Dinamarca e Rússia.
Mediador da Prova: O renomado jornalista da revista Decanter, Sr. Steven Spurrier.
Ano: 2005
Local: São Paulo, Brasil.
Participantes: Três grandes vinhos Franceses, dois grandes vinhos Italianos e cinco Chilenos.
Rótulos e Safras: Da França; Chateau Latour e Chateau Margaux de 2001 e Chateau Lafite-Rothschild 2000. Os Italianos, todos da safra de 2000; Sassicaia e Guado el Tasso Bolgheri famosos Supertoscanos. A isso se agregam os Chilenos; Viñedo Chadwick 2000 y 2001, Seña 2000 e 2001 assim como o Don Maximiano Founder´s Reserve 2001.
Júri: Quarenta dos mais renomados e experientes jornalistas especializados, seleto grupo de enófilos, sommelieres, expoentes de nossa vinosfera.
Mediador da Prova: O renomado jornalista da revista Decanter, Sr. Steven Spurrier.
Ano: 2006
Local: Toronto, Canadá..
Participantes: Três grandes vinhos Franceses, dois grandes vinhos Italianos e cinco Chilenos.
Rótulos e Safras: Todos os participantes europeus da safra de 2000; Chateau Latour, Chateau Margaux e Chateau Lafite e os Italianos Tignanello e Sassicaia. A eles, se agregam os Chilenos; Viñedo Chadwick 2000 y 2003, Seña 2000 e 2003 assim como o Don Maximiano Founder´s Reserve 2003.
Júri: cerca de 24 convidados entre imprensa especializada, clientes, enófilos, sommelieres e especialistas.
Mediador da Prova: O renomado jornalista da revista Decanter, Sr. Steven Spurrier.
Ano: 2008
Local: Copenhague, Dinamarca.
Participantes Três grandes vinhos Franceses, dois grandes vinhos Italianos e cinco Chilenos.
Rótulos e Safras: Da França os Chateau Latour, Lafit e Mouton Rotschild todos de 2005. Os Italianos Sassicaia e Solaia 2004, mais os Chilenos Don Maximiano 2004 e 2005, o Seña 2004 e 2005 assim como o Viñedo Chadwick 2005.
Júri: Dezesseis jornalistas especializados e um seleto grupo de vinte clientes enófilos convidados, todos formadores de opinião vindos do Reino Unido, Alemanha, Suíça, Áustria, Dinamarca e Rússia.
Mediador da Prova: Soren Frank e Niels Lillelund, dois dos mais importantes jornalistas do mundo do vinho na Dinamarca.
Berlin 2004 Resultado: ZEBRA !! |
São Paulo 2005 Resultado: Zebra ? |
1º – 2000 Viñedo Chadwick 2º – 2001 Seña 3º – 2000 Château Lafite 4º – 2001 Château Margaux 4º – 2000 Seña 6º – 2000 Château Margaux 6º – 2000 Château Latour 8º – 2001 Viñedo Chadwick 9ª – 2001 Don Maximiano Founder’s Reserve 10º – 2001 Château Latour 10º – 2000 Solaia
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1º – Château. Margaux 2001 2º – Viñedo Chadwick 2000 3º – Seña 2001 4º – Château Latour 2001 5º – Seña 2000 6º – Viñedo Chadwick 2001 7º – Don Maximiano Founder´s Reserve 2001 8º – Guado Al Tasso Bolgheri D.O.C. 2000 Superiore 2000 9º – Château Lafite-Rothschild 2000 10º – Sassicaia Bolgheri D.O.C. 2000 |
Toronto 2006 Resultado: Zebra? Não mais. |
Copenhague 2008 Resultado: Zebra? Não, a constatação de um fato! |
1º – Château. Margaux 2000 2º – Chateau Latour 2000 3º – Don Maximiano Founder´s Reserve 2003 4º – Tignanello 2000 5º – Seña 2003 6º – Viñedo Chadwick 2000 7º – Seña 2000 8º – Viñedo Chadwick 2003 9º – Château. Lafite 2000 10º – Sassicaia Bolgheri D.O.C. 2000 |
1º – Château. Lafite 2005 2º – Don Maximiano Founder´s Reserve 2004 3º – Château Mouton Lafite 2005 4º – Solaia 2005 5º – Seña 2005 6º – Don Maximiano Founder´s Reserve 2005 7º – Château Latour 2005 8º – Viñedo Chadwick 2004 9º – Seña 2004 10º – Sassicaia Bolgheri D.O.C. 2000
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O interessante e o que me faz aplaudir estas iniciativas, é que podia ter dado tudo errado, tendo certamente demandado muita determinação e muita fé no próprio taco! Os resultados, para quem ainda não conhecia, estão aí. Não é acaso, não é sorte e, definitivamente, não é zebra. É a constatação de um fato e, como já me diziam quando pequeno, contra fatos não há argumentos! Sem contar que em Tokyo e Beijing também foi assim, consolidando uma tendência que demonstra a grande qualidade destes vinhos Chilenos, em linha com o que de melhor existe em nossa vinosfera. Para quem quiser conhecer mais, visite o site www.theberlintasting.com. Uma coisa que esquecia de dizer, é que todos este vinhos e vinhedos Chilenos que geram esses néctares, pertencem a um mesmo grupo, a “Viña Errázuriz”.
Tive o recente privilégio de participar de uma vertical de vinhos Seña e provar o Viñedo Chadwick, na companhia de; ninguém mais, ninguém menos, que o próprio Eduardo Chadwick, presidente e maior divulgador dos vinhos de sua bodega. Gente, tenho que ter a humildade de reconhecer que pouco posso acrescentar aos resultados acima, que falam por si só, e a tudo o que já foi falado sobre estes vinhos na imprensa especializada. No entanto, como dizia o velho Vicente Mateus eterno presidente daquele time, quem sai na chuva é para se queimar, então aqui vai um pequeno apanhado das sensações que essa degustação me fez sentir.
Seña 2003 – Já tinha provado antes, mas nunca foi um vinho que me entusiasmasse. Bom, muito bom, sem dúvida alguma porém, eresia, não me encantava. Comentei exatamente isso com o Eduardo Chadwick após o almoço, talvez até em função do excessivo marketing que gerou uma expectativa alta demais e, por outro lado, uma questão de paladar pessoal. Sigo com a mesma opinião, mas, de qualquer forma, é um grande vinho com nariz de boa intensidade, fruta madura, cassis, algo de azeitona? Na boca está bastante equilibrado, saboroso, complexo e de ótima persistência.
Seña 2004, vem de uma safra complicada com muito frio e de difícil maturação. Na nariz de boa intensidade aromática, um pouco mais de pimentão e salumeria. Na boca está pronto, redondo de taninos macios e finos com um final de boca especiado mostrando algo de mentol. Para uma safra difícil, eu achei um grande vinho.
Seña 2005, grande, grandíssimo! Vindo de umas melhores safras de todos os tempos no Chile, o vinho é verdadeiramente deslumbrante. Na nariz ainda se encontra um pouco fechado, precisando de decantação para se aproveitar todo o seu potencial aromático. Na boca é maravilhoso, com taninos de grande finesse, bom corpo, ótima acidez, grande harmonia, enorme complexidade de sabores e deliciosa textura aveludada num final de boca interminável. Pronto para beber desde já, mas certamente melhorará muito com mais uma meia dúzia de anos, se é que alguém agüenta esperar todo esse tempo. Este é o meu Seña, um vinho vibrante!
Viñedo Chadwick 2004, um elixir dos deuses que nunca tinha passeado, lamentavelmente, por minha boca. Desta feita passeou e com grande impacto! Um puro Cabernet Sauvignon com 18 meses de barrica e 12 de adega antes de sair para o mercado. Um vinho verdadeiramente sedutor e encantador. Um vinho classudo, sóbrio, meio austero, porém de grande elegância com taninos de enorme finesse, encorpado, denso, rico, de textura sedosa, um verdadeiro elixir dos deuses com um final de boca extremamente prazeroso, complexo e apaixonante, que não termina nunca. Demonstra um enorme equilíbrio da madeira, álcool e acidez, formando um conjunto inesquecível e de enorme delicadeza, apesar de sua boa estrutura que lhe renderá ainda muitos anos de evolução.
Uma pena que foram só alguns goles, pois este é daqueles para tomar a garrafa, no máximo a dois, e bem devagar para curtir todas as suas nuances. Grande vinho e o Eduardo me disse que o 2005 está ainda melhor, pode?! Para mim, este Viñedo Chadwick foi o grande vinho da degustação e, se tivesse R$2 a 2.500,00 para comprar um Chateau Lafite, ou similar, certamente optaria por comprar uma caixa com um mix de Chadwick 04 e Seña 2005. Talvez menos pompa, mas certamente mais sabor e mais prazer, por mais tempo! Para o meu paladar, o melhor de todos os vinhos super premium Chilenos que já provei e, um dos grandes em todo o mundo. A importação e distribuição exclusiva está a cargo da Expand, um de nossos parceiros do vinho, com vasto portfolio repleto de qualidade e este rótulos são um claro exemplo disso.
Salute e Kanimambo.