Vinho – Preço e Qualidade
Estive em mais um agradável encontro da Wines of Argentina e alguns rótulos me chamaram a atenção. Antes de falar deles, no entanto, deixa eu compartilhar com vocês um tema interessante, o dos preços. Fui criticado, numa boa, por um produtor pois eu reclamo demais dos preços. Talvez, mas esse tema sempre esteve presente neste blog desde os primeiros posts já que, acima de tudo, sou um consumidor de classe média que precisa suar muito a camisa para conseguir juntar uns trocados no final do mês, igual à grande maioria dos consumidores brasileiros e busco o máximo de retorno sobre o que pago.
Aliás, num país que possui um dos menores consumos per capita do mundo, muito em função do disparate dos preços do vinho seja ele importado ou produzido localmente, esse tema não pode ser desassociado de qualquer comentário sobre um vinho. Ao fim e ao cabo, falamos de um mercado que possui hoje um leque enorme de rótulos, há gente que fala em cerca de 30.000, porém tem também um patamar de preços que está entre os mais altos do mundo o que transforma o consumo do vinho num ato “elitizado” ou quase! Pior, em função do novo patamar de câmbio vem mais aumento por aí.
O que mais me tem espantado já faz um tempinho, é o alto valor dos bons rótulos argentinos e chilenos, de novo comprovado neste encontro do Wines of Argentina. Encontram-se rótulos com boa relação custo x beneficio? Certamente que sim e esse é um pouco o trabalho que faço de garimpo aqui no blog, porém os bons vinhos começam a extrapolar e difícil encontrá-los por menos de uns R$90 a 100 e hoje é comum encontrá-los na faixa entre R$140 a 190 quando não mais! Isso, de uma região que está isenta do imposto de importação!
Por outro lado, os preços passados à imprensa especializada pelos importadores, muita vezes carecem de precisão e são repassados para o mercado de forma equivocada. Num caso especifico, um amigo blogueiro falou que determinado vinho possuía uma ótima relação custo x beneficio (R$90) quando na verdade esse foi o preço que lhe foi passado e era preço para loja sem ST. Só de ST são mais 14,23% em São Paulo! Neste caso já falamos de um preço ao redor 103 reais. Mesmo que uma loja coloque uma margem bem seca, digamos de 25 a 30% sobre o preço de venda, dificilmente encontraremos esse preço no mercado por menos de 145/150 reais ou seja, uma baita diferença do anunciado!
Porque esse cálculo faz diferença numa eventual critica e avaliação? Um vinho de R$150 já tem a obrigação de ser muito bom e nossa expectativa sobre um de 90 é diferente. Nesse sentido, um vinho que pode ser considerado excepcional quando custa 90 perderá pontos, no meu conceito, se custa 150 já que estaria simplesmente “performando” o esperado e não superando expectativas como o de preço mais baixo. Confuso? Talvez, mas certamente mais pelo texto do que pelo fato, pois este certamente é bem claro!
Enfim, ia apenas fazer um adendo antes de comentar aqui os vinhos que me surpreenderam neste último encontro da Wines of Argentina, para variar já me excedi e falei demais! rs Falo desses vinhos amanhã. Salute, kanimambo e uma ótima semana para todos.
Acho essa discussão dos preços dos vinhos no Brasil fundamental, pois somos literalmente roubados aqui. Seja pelo governo, com seus altos impostos, seja pelos importadores, com suas margens de lucro abusivas. Com isso, tomar bons vinhos em nosso país fica cada vez mais difícil. Eu, particularmente, me recuso a pagar 50,00 reais ou mais por vinhos que custam, por exemplo, na casa dos 5,00 euros na Europa. Mais do que ser roubado, é fazer papel de bobo. Prefiro voltar a tomar cerveja.
Oi João Filipe,
Ótimo post sobre um ótimo assunto. Também defendo muito a questão de custo x benefício no meu blog e na minha vida.
Sabe que morando em Paris, que é uma cidade cara e com o aluguel idem, meu marido e eu fizemos um cálculo de quantas refeições (o que inclui uma taça de vinho) o salário dele paga aqui e quantas refeições pagariam no Brasil, considerando o salário que ele teria na mesma categoria e na mesma empresa, no Brasil. Infelizmente não tenho a planilha aqui agora, mas a diferença é assustadora. E claro que ela não é só porque o vinho aqui é mais barato, obviamente, mas porque o poder de compra da pessoa que mora no Brasil é muito menor. Como aqui o trabalhador recebe “de volta” os impostos que paga em escolas públicas, segurança, transporte, entre outros, o salário rende muito mais.
Aqui encontro vinhos bons, desses que ganharam medalhas em competições, por a partir de 6 euros, ou seja, aproximadamente 17 reais. Infelizmente sabe qual é a minha impressão dos vinhos e de outros produtos no Brasil? Que se ele for barato, o brasileiro vai relutá-lo em comprar pois pensará que o vinho é ruim. Infelizmente o brasileiro faz essa associação e às vezes até penso que ele tem vergonha de dizer que gosta de um vinho barato, preocupado com o que os outros vão pensar. Como você mesmo disse, injustamente, o vinho no Brasil é até algo elitizado, e o brasileiro gosta de status, de mostrar para os outros que tem dinheiro, então compra vinhos caros muito mais para mostrar para os outros que por questão de gosto.
Claro, não estou tirando o mérito de muitos vinhos caros e bons, mas acredito que minha explicação, generalizada, tenha ficado clara.
Falando em vinhos com bom custo x benefício, vi que gosta dos vinhos do Alfredo Roca. Costumava comprar no supermercado Zaffari em São Paulo na faixa de R$ 20 e também adoro esses vinhos.
Mais uma vez, parabéns pelo blog e pelo post.
Abraços,
Leticia
João,
A discussão de preço e custo x benefício tem que continuar sempre.
Tenho um amigo que defende a tese que custo x benefício é questão de bolso, quanto mais se pode pagar melhor, mas discordo completamente. Se num mesmo valor um vinho pode te trazer muito mais prazer, é óbvio que isso tem que ser analisado.
De qualquer forma, a verdade é que pra grande maioria das pessoas beber vinhos muito bons/excepcionais (uma escala pessoal acima de 90, digamos), ou se compra em viagem ou só se consome em situação muito especial. Os preços no Brasil não permitem que a classe média consuma grandes vinhos com tanta frequência assim..
Abs,
JF
Tomar vinho é muito bom, é deliciosa a experiência de descobrir uma harmonização ou seu gosto pessoal para essa ou aquela casta, e isso esta cada vez mais difícil no nosso país.
Vejo que o Brasil é o paraíso de quem quer ganhar dinheiro “honesto”, praticando a desonestidade, como isso é possível? Praticando uma margem de lucro ilusória, e botar toda a culpa nos impostos, assim coloca-se o preço, e compra que “quer” ué! – Mas a gente sabe que não é bem assim, compra quem realmente gosta do caldo, e esses, principalmente os de classe média são os que mais sofrem com esses preços abusivos. Só vejo esse panorama melhorar quando importadores praticarem uma margem de lucro honesta e se juntarem com as vinícolas pressionando o governo a baixar impostos sem sentido, que na verdade só tem sentido para eles, e não para o fluxo do comércio e a manutenção da boa competição entre importadoras e vinícolas..
A principal causa, sem dúvida, é a tributação.
Para vinhos nacionais os tributos chegam a 67% da garrafa, ou seja, mais de 500 ml em uma garrafa de 750 são para o (des)governo.
Para questão comercial; importadores, lojistas, restaurantes, enfim, o que vale é a livre concorrência. Tem muito vinho bom com boa relação custo x valor no mercado. Pague pelo vinho e não por marquinhas..
Voce esta certo, João.
Um dos países mais competitivos e com melhores preços para compra de vinho é os EUA. Enquanto eu vivi nos EUA, degustei vinhos de excelente qualidade e pagando preços muito acessíveis.
Por exemplo, um Château Lascombes 2005 eu cheguei a pagar a 2 anos atras US$ 60 incluindo impostos. Aqui no Brasil não saia por menos de U$S 200 ou mais. Hoje, uma garrafa do mesmo vinho 2008 custa os mesmo US$ 60.00
(http://www.binnys.com/wine/2008_Chateau_Lascombes_Margaux_263568.html)
Infelizmente Vinho, no Brasil, tornou-se um consumo elitista, graças também a política da cerveja (que também é cara no Brasil!).
No Brasil, decidi consumir vinhos aceitáveis, bons com preços inferiores a R$ 50,00. Mais caros somente em datas comemorativas.
Não pago 70% da garrafa em valores absolutos de um bom vinho para um sócio parasita.
Abraços.
EXCELENTE ABORDAR ISSO.
Sem contar que continuo insistindo que os restaurantes também são sem noção, ao agregar uma margem extra absurda…..pois compram direto da fonte importadora e não nas lojas…..
Enquanto isso não muda, o negocio é viajar periodicamente a Santiago e Mendoza e, trazer de la, em 2 pessoas, um estoquezinho aceitável e permitido, para degustar nos meses seguintes, sem dividir parte desse prazer com a turma da Dilma!
João,
É isso aí mesmo, esta discussão não deve parar nunca. Eu também penso que somos literalmente roubados, pois, basta darmos um pulinho ali em Puerto Iguazú para termos noção do quanto quanto somos explorados nos preços, especialmente nos vinhos argentinos, pois, encontramos facilmente rótulos por R$ 25 ou R$ 30, que aqui nos são oferecidos a nada menos que R$ 100 ou mais. UM ABSURDO, pois, não é a carga tributária responsável por essa tamanha diferença. E ainda, imagine uma compra gigantesca, estou dando exemplo meu, com poucas garrafas. Sei também que não é todo mundo que tem a disposição e/ou disponibilidade de ir até lá (estou há 850 km), mas temos cada vez mais que buscar empresas que comercializam, pelo menos com um pouco de interesse de difundir a cultura do vinho em nosso país e não só em faturar e lucrar. Deixo uma dica, estando em 3 ou 4 pessoas vale a pena ir lá buscar, cada um pode trazer 16 garrafas e de quebra ainda passeia nas Cataratas, baita passeio.
Mais uma vez, parabéns pela abordagem e explanação.
Abraços!!
O setor vinícola no país é tão desunido quanto nós brasileiros.
Nós moradores do Brasil, não como cidadãos;como consumidores e apreciadores do que é bom ao invés de fazemos excursões para trazer somente o vinho deveríamos trazer: camisas, tênis, comida, combustível, carros, equipamentos eletrônicos, material escolar,perfumes, carros, etc etc ou melhor ainda políticos decentes.
Creio que a solução é mudar de país ou reconstruir este.
Acredito que temos mais inteligência do que parar na frente de uma teve ou em uma arquibancada e gritar ; goooll
ou de arriscar a vida em estradas para comprar uma duzia e meia de garrafas de vinho..
também acho que o passeio a foz do iguaçu vale a pena, uma das belezas deste país que muitos desconhecem! não adianta os donos de vinícolas nacionais, lojas, restaurantes e importadoras espernearem, enquanto não praticarem preços razoáveis, iremos cair na estrada atrás de bons vinhos a preços justos!
Creio os farofeiros devem aproveitar as cataratas no seu tour mais que os quase vinhos quase autênticos que estão por ali..
Aliás, façam como muitos por aqui no estado de Santa Catarina: comprem de contrabandistas seus vinhos “mexidos” das marcas que inundam a fronteira: químicos, industriais, e sejam felizes, o bRasil merece o povo que tem.
O senso de nação para muitos é algo sútil e inexistente.
Lutar por direitos e deveres e menos importante que 16 garrafas de quase vinho.
que grosseria, hein nilson cesar? “farofeiros”? quase vinho? quando falta argumento eleva-se o tom de voz! não merece meu comentário.
Cada um compreende conforme sua capacidade de entendimento.
Sou lojista e não criminoso. Tenho de enfrentar um mar de adversidades para conseguir realizar um trabalho honesto de seleção de bons produtores e bons vinhos.
Enfrentamos uma legislação estapafúrdia, a concorrência com um volume gigantesco de contrabando, a ” fabricação ” de vinho subproduto destinado a um público inocente e mal informado por parte de várias “marcas” que inundam o mercado e muito mais.
Não estou aqui para agradar e fazer afagos. Não preciso me corromper para comercializar vinhos.
A questão que envolve o vinho, mercado, é grave e afeta em muito o trabalho honesto de pessoas honestas.
Boa viagem!
claro, continue vendendo vinhos de produtores desconhecidos, falando mal dos produtores conhecidos e bem avaliados pelos críticos, dos quais vc tb fala mal. continue cobrando caro por safras antigas em sua lojinha na lagoa. e continue, claro, falando mal dos consumidores que vc não entende.
Críticos são pessoas; tem gosto pessoal e relativo.
Vinho é experiência, com um pouco mais de conhecimento melhora.
Conhecidos por quem? Desconhecidos de quem?
Estude um pouco mais, beba um pouco e quem sabe descubra algo..
Passe pela Lagoa e dirija mais cem quilômetros ao norte: lá tem uma cidade que tem um camelódromo cheio de pessoas decentes e honestas vendendo os vinhos dos críticos. É mais perto do que Dionísio Cerqueira..
Tem quem se abasteça de Toro Loco, segundo a PONTO COM que os vende o melhor vinho do mundo, creio que alguns rosés 2006 são melhores que ele..
Não esqueça a compra é opcional não obrigatória, se não gostar não compre.
Preços de balaio não tem garantia em qualquer lugar do mundo mesmo no Paraguay..
Te devo uma garrafa de rose. Não desejo seu prejuízo. Não gostando reclame.
Sobreviremos..
ah, quando eu disse safras antigas quis dizer vinho velho, não de guarda, tipo um rosé 2006! rsrsrs
Um bride João; um brinde Ana!
Por vinhos e preços melhores!
ops……que tal uma pausa no dialogo, e abrirmos um Malbec para comemorar o blog que permite encontro de pessoas que possuem o vinho em comum?
Hoje as 19h. Cada um em sua cidade. Um brinde a todos!
(no meu caso será um AVE Malbec, que já está de bom tamanho)
Rsssssss Nossa quanta polêmica. Um brinde ao João que nos abre este espaço!
Nosso amigo Nilson realmente deve estar sofrendo uma concorrência acirrada, pois, seu público está bem mais perto das fronteiras. É até compreensível sua indignação, mas apelar não vale, né.
Sempre mencionei a Argentina como destino para tais compras, se bem que já comprei no PY também, estou longe de ser um exímio conhecedor, mas conheço o suficiente para saber que não comprei nada “batizado” por lá, enquanto na Argentina, eles parecem estar tão quebrados que nem devem ter recursos pra fraudar alguma coisa. Muita gente que conhece bem mais que eu, já tomou dos vinhos que trago sabendo a procedência e ninguém nunca reclamou. Quanto a quantidade fica aqui a interrogação, pois, 16 garrafas é o que a lei nos permite com isenção de impostos. Tem gente que se arrisca para trazer mais e tem gente que paga o imposto, e continua valendo a pena.
Por fim, acho que deve prevalecer a máxima: “…vinho bom é aquele que você gosta…”, até mesmo porque cada bolso tem um tamanho.
Ana, se quiser tenho ótimas dicas!
Cheers!
Caro Alessandro,
Por enquanto não vendemos os “reservados” mas dependendo do plebiscito posso até vender o Gato Morto, o Toro Doido ou outros quase vinhos, estarei dentro da lei, mas se chegar a este ponto prefiro vender a loja.
Perdeu a aposta.
Vendia os vinhos chilenos da Viu Manent, e parei quando lançaram um “state reserva” que é o básico com nome de “estate reserva”..
Talvez até volte a trabalhar ai evito que alguns clientes parem de se arriscar indo até a fronteira por vinhos básicos,,
Tenho formação em geografia, faltaram algumas cadeiras, mas qualquer dia me formo.
Nosso trabalho é voltado a concepção de que vinho não é um mero produto industrial, mas sim um produto cultural, obtido pela maneira de agir e pensar de um povo em um determinado conjunto histórico geo climático.
É difícil selecionar, principalmente nas faixas de entrada.
Hoje o Brasil tem ótimos produtores que nas faixas de entrada deixam muitos vinhos chilenos e argentinos para trás. Também temos vinhos de categoria superior fantásticos, de pequenas produções e de pequenos produtores mas difíceis de encontrar.
Quanto a ser “batizado” ou não ai é outra história, mais cabulosa e cheia da capítulos. Vc já ouviu falar de “Purple Angel” ou goma?
O que mais desejo è que todos possam comprar vinhos a preços honestos, e carros, e gasolina, e roupas, e alimentos e tudo mais, mas nos acusam pelos preços dos vinhos em nossas lojas e aparecem com carros de 100/200 mil que são vendidos por um terço ou menos que em seus países de origem e ninguém fala nada; mas gostam de ostentar..eu prefiro andar com um UNO a beber Álamos e ter um “carrão”.
Somente se ST ( um dos impostos ) são 39,885% a mais na compra de vinho interestadual…
Mas gosto e gosto ai está o gosto dos brasileiros: Brasília!
ET: sou capaz de apostar que na sua loja deve ter aquele “reservado” ou similar que custa menos de US$ 1,00 mundo a fora e aqui é vendido por R$ 25,00.
Cara Ana,
Se você sentiu-se lesada com o Rose 2006 adquirido neste estabelecimento, me informe qual foi, o quanto pagou e me diga como posso lhe indenizar que te devolvo o dinheiro ou outro vinho, melhor ainda, lhe envio dois que lhe farão feliz e minha amiga! Nunca tivemos o objetivo de enganá-la. Desculpa.
Nilson,
Então te devo uma. Reiterando, não conheço muito, o único Purple Angel que conheço é da Montes que comprei lá na própria Vinã Montes em 2010, safra 2007, tomei em 2011, um pouco cedo acho, mas a ocasião não merecia nada menos que ele. O melhor carmenere que já tomei.
Quanto a Viu Manent os single Malbec (San Pedro creio e outro que não me lembro) são maravilhos e ainda não tive coragem nem ocasião para abrir meu Viu 1 que trouxe da mesma viagem. Uma pena que o terromoto de fev/2010 tinha destruído o restaurante que havia lá.
Também “no me gusta los reservados” Rssss. Quando estiver pelas bandas de SC irei conhecer seu estabelecimento, já vi que só deve ter coisa boa por aí. Lógico, seu eu for bem vindo.
Deixa o povo tomar Alamos, é assim que descobrem um Catena Adriana da vida. Outro nível, né. Mas tem que haver um começo.
Abraços.
Legal Alessandro,
Te espero e abrirei umas boas para darmos risada; que aliás é o propósito do vinho: unir e celebrar com alegria!
O purple angelque lhe falei não é vinho mas uma meleca que adicionam para criar uma pseudo estrutura ..
abraço!
A verdade é que o brasileiro exalta muito os vinhos “Argentinos” e “Chilenos” em suas faixas de preços de varejo, e subestima os vinhos nacionais. Vejo isso praticamente em todas lojas que visito. Para mim, o problema não é a carga de impostos sobre os vinhos importados, mas sim sobre os nacionais!
Meu ponto de vista é que existem 3 problemas: I. O oligopólio de importação determinando rótulos e preços, II. A carga de impostos em várias esferas, tanto para os nacionais como para os importados, III. A cultura da cerveja: essa maquina de ‘Cash’ também “oligopolizada” e blindada pelo Governo.
Além disso, a privilegiada ‘Pilsen’ nacional refresca, mas não educa! é a cultura do álcool fácil. Fazer o povo (principalmente classe media e media baixa ) migrar aos poucos da cultura de cerveja para a cultura de vinho seria um grande avanço!
Mas a enxurrada de marketing e propaganda de vinhos Argentinos e chilenos é de cansar. Nada contra esses, mas existem outras origens por serem descobertas, principalmente de origem ‘Novo Mundo’!
Logo, logo, iremos escutar falar de vinhos ‘chineses’ bons e baratos, inundando o territorio nacional e a preços tão acessíveis quanto um almadén, porém possibilitando uma margem de lucro maior: esse é outro problema, a questão de que importação de vinhos acessíveis trabalham em cima de margem de lucro e não voltada para a qualidade e origem, e que vinhos importados de qualidade nunca serão tão acessíveis devido aos impostos.
Apenas minha opinião.
Abs.
Olá Fábio!
Muito boas as suas colocações.
Existe uma diferença grande entre vinhos e vinhos de produção industrial; alguns neste segmento não deixam de ser bons ou toleráveis mas carecem do “algo mais” que é a expressão da natureza captada fora da adega; no solo sob sol e chuva, frio e calor. Nas adegas podem tentar imitar e até produzir “gosto bom” que é algo relativo e pessoal, mas não é mesma coisa.
abraço!
Prezado Nilson,
“…uma meleca que adicionam para criar uma pseudo estrutura ..”
Por isso que eu não aceito a ideia de que vinho bom é aquele que a gente compra em nossa medida (de bolso) e gosta.
Hoje, para quem gosta e quer conhecer e apreciar um bom vinho, torna-se fundamental conhecer o método de produção. Não basta apenas aprender e saber degustar um vinho, poeticamente ou sistematicamente.
Na minha opinião, a qualidade de um rotulo não esta somente no corte ou varietal, mas no processo, na enologia também.
Esse, em minha opinião, é um dos grandes problemas em reconhecer um vinho pelo corte ou varietal no rotulo, como proposto pelo novo mundo (EUA). Torna-se fundamental conhecer o rotulo pelo produtor em primeiro lugar, levando em consideração sua enologia. Alias, um dos fatores mais importantes no critério de avaliação de um vinho, na minha opinião.
é preciso se familiarizar e conhecer as fichas técnicas hoje divulgadas pelas vinícolas. Qualquer ausência de informação ou informação duvidosa torna-se um fator relevante na hora da decisão de compra.
Nao basta entrar em uma loja e comprar um vinho, é preciso ‘namorar’ o rotulo antes de se tomar uma decisão de compra. Senão, melhor tomar cerveja d’agua.
Abs.
Ai, fica uma pergunta:
– Quantos consumidores brasileiros, antes de comprar um vinho, pesquisam ou visitam o site de uma vinicola na Internet para conhecer mais sobre a vinícolas, seus vinhos e fichas técnicas?
– Quantos levam seriamente, enquanto consumidor, o processo de degustação, anotando (mesmo que mentalmente) suas experiências, ao invés de simplesmente dar estrelinhas (dizendo apenas o quanto gostou de um vinho)?
Abs
Nilson,
– ainda quero ter o prazer de conhecer a sua loja, principalmente para conhecer os produtos nacionais, mas vou pouco a Santa Catarina. Eu ainda consegui comprar o peverella que o Alvaro Escher vinificava perto da Praia do Rosa. Ainda existem? Pior é que ainda devo a visita ao JFC que esta bem mais perto rsrsrs
– a legislação garante o direito de adquirir 12 litros no exterior, por mês, então quem faz esta compra exerce um direito – cujo valor de US$ 500 nunca foi reajustado – e não deve ser estas 16 garrafas que desequilibram o mercado, certamente não aqui em São Paulo, ainda que possa ocorrer em localidades mais próximas da Argentina e Paraguai. Temos realidades diferentes, pois a compra aqui é geralmente feita em lojas ou sites que pagam a carga tributária cobrada pelos desgovernos.
– gostei de reler que não é verdade que vinho bom é aquele que eu gosto, se fosse verdade o consumidor nunca trocaria de vinho, ficaria no primeiro que gostou. Aqueles que provaram diversos vinhos e várias cepas e se prontificam a experimentar outros comprovam que esta frase não é verdadeira.
Abs.,
Guilherme
http://falandodevinhos.wordpress.com/category/tomei-e-recomendo/painel-especial-de-vinhos-ate-r5000/
http://falandodevinhos.wordpress.com/2009/10/15/descobrindo-bons-vinhos-ate-r5000-%E2%80%93-parte-ii-ate-r30/
“Alamos Malbec 07 (Mistral-Argentina), toda a linha de produtos sob este rótulo são de muita qualidade e com o Real cada vez mais valorizado, se tornam muito acessíveis. Boa fruta, álcool educado, saboroso, bom volume de boca, taninos aveludados, boa persistência um vinho fácil de se gostar e ótima companhia para uma carne assada, ou grelhada.”
Para finalizar, Hugh Johnson’s Pocket Wine book 2012: “Consistently good range rises from Alamos through Catena and Catena Alta to flagship Nicolas Catena Zapata and Malbec Argentino, plus Adriana and Nicasia single-v’yd Malbecs.”
epa, três comentários meus sumiram daqui, mas vamos lá, não quero acreditar que estou sendo censurada!
o joão já indicou o alamos como boa compra, opinião da qual compartilho.
é claro que não vamos ficar só bebendo alamos, mas para o dia a dia é adequado.
o mundo do vinho pode ser muito chato, ainda mais com soberba e deselegância.
http://falandodevinhos.wordpress.com/2009/10/15/descobrindo-bons-vinhos-ate-r5000-%E2%80%93-parte-ii-ate-r30/
“Alamos Malbec 07 (Mistral-Argentina), toda a linha de produtos sob este rótulo são de muita qualidade e com o Real cada vez mais valorizado, se tornam muito acessíveis. Boa fruta, álcool educado, saboroso, bom volume de boca, taninos aveludados, boa persistência um vinho fácil de se gostar e ótima companhia para uma carne assada, ou grelhada.”
Prezada Ana,
Por favor, não veja meu comentário como uma critica, mas como algo construtivo. Um dos maiores problemas que eu encontro, enquanto aprendiz de degustação, é a forma como vinho a partir de uma degustação é descrito. Eu explico. Quando eu leio “Boa fruta”, “Álcool educado”, “Saboroso”, “Bom volume de boca”, etc., esses adjectivos me parecem como um marketing e não como descrição de degustação, correcto?
Isso talvez porque eu tenha aprendido através do sistema WSET, que parece ser mais objectivo em termos de avaliação. Alias, seria interessante discutir essas diferenças entre as formas que diferentes escolas avaliam vinhos, pois hoje entendo que não existe um método consensual.
Abraços
Oi Fabio, comentário aceite, porém veja que falamos de duas coisas diferentes. Uma é a avaliação técnica, feita mais normalmente em concursos, e outra a hedonística em que o prazer é parte integrante do processo e aí os adjetivos e a emoção se tornam mais presentes. Abraço
Oi Joao,
Entendi. Talvez isso que eu ainda não tinha entendido. Sim, duas coisas diferentes. Eu não vejo nenhum problema no uso da avaliação hedonística e, talvez, isso que eu tenho que desenvolver mais em minhas experiências com vinhos: é meu ponto fraco hoje. Aprender a dosar, balancear os dois tipos de avaliação. Pergunta rápida: Os termos correctos são avaliação ‘tecnica’ e avaliação ‘hedonística’? Obrigado e Abraço.
Sim Fabio, esses seriam os termos. A grande maioria do que vemos escrito por aí é hedonístico ficando as avaliações criticas mais restritas a grupos de experts, enólogos e eventuais concursos. Abraço