O Que Você Quer Ler Numa Descrição de Vinho?
Hoje o post é simples e curto, muito mais uma pesquisa do que qualquer outra coisa. Quando você acompanha um blog, lê uma revista, o que você gostaria de ler numa resenha sobre um vinho. Dos frutos do bosque nos aromas, do tipo de madeira usada, da região produtora, uvas usadas, corpo do vinho, se tânico, ácido, floral, do tipo de barricas, o quanto estas informações são importantes para vocês e lhe dizem alguma coisa?
O que você gostaria de ver mencionado nessas resenhas e que hoje não está presente? Afinal, quais são os dados sobre o vinho que você gostaria que um escriba do vinho colocasse na tela ou no papel para lhe ajudar a entender esse vinho e facilitar sua compra? Até que ponto uma nota é ou pode ser importante?
Sinto que por muitas vezes escrevemos sem norte e talvez esse seja um dos temas que vêm me incomodando, me deixando algo frustrado quanto ao “trabalho” que venho desenvolvendo por aqui há quase dez anos! Gostaria de aprimorar isso e vossa ajuda com esta interatividade que tanto prezo, me seria muito útil então agradeço desde já a todos que possam despender uns minutinhos num comentário sobre o tema, creio que todos podemos ganhar com isso, eu certamente sim.
Fica aqui a abertura e tenham um ótimo fim de semana. Se tiverem um tempinho, passe na Vino & Sapore neste Sábado, vos espero lá para uma tacinha de vinho e dois dedos de prosa. Kanimambo pela visita e nos vemos, fui!
Prezado João, bom dia!
Prazer em poder “falar” com você, pessoa que admiro por seus conhecimentos e sinceridade acerca do assunto vinho.
Também fico me perguntando se as informações que encontramos nos vinhos são de fato relevantes, considerando-se que uma enorme parcela de nossa população ainda não pôde ter o prazer de se aproximar da bebida de forma mais direta.
Muito falamos em desmistificar o glamour no qual o vinho está envolvido, mas na prática, ainda não conseguimos atingir esse público tão sedento de informação, aromas e sabores.
É fato que com o passar do tempo e já envolvidos com o vinho, somos quase que obrigados a falar sobre análise organoléptica, taninos, acidez, leveduras, carvalho, enfim, quanto mais nos envolvemos mais queremos nos envolver.
Mas sinto que para a grande maioria dos marinheiros de 1ª viagem, poderíamos simplificar mais as coisas … informações mais objetivas, sem rodeios ou adjetivos. Vinho produzido em tal ano, com tal uva, fermentado assim e pronto!
Se remete a mirtilo, framboesa ou frutas do bosque (que cá entre nós, poucos têm ou tiveram oportunidade de sequer experimentar) ainda não acho que seria uma ferramenta para aproximar o grande público consumidor.
Simplicidade não pode ser comparada a incompetência ou desleixo; simplicidade é prazer. E prazer certamente é e sempre será, tomar uma taça de vinho do qual a gente gosta.
Saúde!
Paulo Milanesio
Achei que o Paulo Milanesio foi perfeito em sua colocação.
Uma coisinha mais que me intriga são os rótulos. Sempre acho que dizem alguma coisa que não estou vendo. Será que há?
Olá Elizabeth!
Concordo com seu comentário. Rótulos são intrigantes, contam histórias por vezes nas entrelinhas e imagens… e aí?
Recorro ao contrarrótulo filtrando as muitas informações disponíveis rs rs rs
Abraços
Bom dia João!
O que normalmente procuro , na resenha de um formador de opinião, quando relativo ao vinho, são, nessa ordem: histórico do produtor; qualidade da safra; corpo; aromas; harmonização e tempo de guarda (beber em/bom até….).
Como gosto é subjetivo, quando um formador de opinião, coloca na sua resenha, gostei ou não gostei, pouco irá somar.
Abraços
Concordo com o comentário de Paulo.
Seria ótimo poder ter sempre informações sobre harmonização, “validade ou melhor consumo”, acondicionamento, e as sempre importantes relacionadas à origem, tipo de uva, elaboração…
A Erika tocou num ponto muito relevante quando falamos de vinho: harmonização.
Achei legal a idéia de intensificar essa informação nos rótulos (alguns já o fazem), afinal quase sempre entra-se no mundo dos vinhos por meio da gastronomia não é mesmo?
Abraços
Concordo, basicamente, com tudo que foi dito acima…..
Quando o “leigo” decide comprar um vinho, ele pensou em presentear alguém ou levar aquela garrafa para um almoço, um jantar com a(s) pessoa(s) queridas….simples assim !!
Se a “patroa” avisou que fez uma macarronada com molho tal, ou uma carne assada, massas, etc… imagine a felicidade de chegar em casa com a garrafa que vai completar esse cenário, e acertar !
Na maioria das vezes, é só isso !!! o conhecimento, a curiosidade, vem depois de acertar a primeira vez…
Paulo,
Também escrevo sobre vinhos e por isso sempre estou em dúvida sobre “o que as pessoas querem ler”. Penso em mim mesmo e vejo quantas resenhas da revista Adega por exemplo que li até o fim.
Uma coisa que adoro ler é história… Do tipo “esse vinho é feito em uma pequena bodega ao sul do vilarejo pelo Josepe , terceira geração produzir vinho na região”
No mais, bom trabalho!
Bom dia Coutinho!
Essa é uma verdade sobre vinhos…guardam para si tantas histórias que muitas merecem ser compartilhadas!
Acho que no fundo vinho é um pouco disso tudo: prazer, histórias, novas amizades, descobertas, conhecimento…
Forte abraço!
JFC,
Muito interessantes os comentários apresentados até agora, o mundo do vinho não tem uma visão só, tem diversas, tem quem foca no rótulo, tem que foca na história, na harmonização, apetites diferentes..
As descrições da Decanter são muito concisas, objetivas, aromas disso e daquilo, como aparenta ser na boca, tem uma sessão de consumo imediato, outros escrevem sobre vinhos para serem guardados. Vinhos mais elaboradas tem resenhas mais elaboradas, vinhos de grande consumo tem resenhas simplificadas, talvez como a elaboração dos próprios vinhos.
Dependendo do seu espaço para escrever, vale a pena falar algo da história do vinho (se tiver), harmonização, uvas, terroir (quando é conhecido), o que acaba sendo complicado é a parte subjetiva, aromas, retrogosto, o que você tem levado a bom termo até hoje.
Para quem tem um tempinho para ler, informação útil e cultura nunca são demais.
Abs.,
Guilherme
Concordo com você Guilherme!
É isso aí! Abraços!