Geisse – sinônimo de bons espumantes brasileiros
Há tempos que conheço, gosto e recomendo os espumantes da Familia Geisse não sendo esta a primeira vez que falo deles por aqui no blog e minhas colunas. Recentemente, no entanto, tive a oportunidade de conhecer seus novos lançamentos; os Blanc de Blanc e Blanc de Noir nacionais e seu Champagne 1er Cru elaborado, em quantidade limitada, a quatro mãos com o produtor francês, Philippe Dumond. Das meras mil e quinhentas garrafas produzidas, metade vieram para o Brasil e farão neste final de ano a alegria de alguns poucos e privilegiados enófilos curiosos e amantes de bons espumantes.
Falemos rapidamente dos Geisse e me refiro á família não aos vinhos. Mário Geisse é a alma por trás de tudo, enólogo experiente há muitos anos radicado no Brasil, também exercita suas atividades profissionais na Casa Silva, bodega chilena, em seu país de origem. Seu cantinho de céu encontrou por aqui, mais precisamente em Pinto Bandeira, onde hoje com uvas de seus 22 hectares plantados e na companhia de seus três filhos (Rodrigo, Ignácio e Daniel) produz alguns dos melhores, se não os melhores, espumantes nacionais com reconhecimento internacional tendo Jancis Robinson pontuado seu Brut Magnum 98 com 18,5 pontos sobre 20, coisa que muito champagne de primeira linha ainda está na fila para conseguir! Sua plantação possui cerca de 65% de vinhedos de Chardonnay e o restante de Pinot Noir sendo as melhores parcelas usadas para estes dois novos lançamentos.
Geisse Blanc de Blanc 2009 – incrível perlage, ótima mousse com colar de espuma completo, bonito e de boa duração. Aromas sutis com nuances cítricas. Na boca é pura elegância, borbulhas finas que expldem no céu da boca com muita persistência, fresco e muito agradável de tomar. Bom companheiro para frutos do mar e celebrações em geral. Safrado, 2009, é elaborado com as melhores parcelas de Chardonnay de vinhedos próprios.
Geisse Blanc de Noir 2009 – mais uma vez a presença de um colar e perlage exemplares que são características dos espumantes deste produtor, só que desta vez com uma cor diferenciada pois o breve contato com a película da Pinot Noir lhe dá uma cor com notas mais salmonadas do que verdeais que mais comumente verificamos nos espumantes tradicionais. Nariz algo mais frutado com maior volume de boca. Um espumante de mais corpo, cremosos e gastronômico tendo acompanhado maravilhosamente uns pedaços de pancetta que peguei no buffet.
Champagne Geisse / Philippe Dumond 2008 1er Cru – Tomamos história engarrafada! O primeiro sul americano a produzir vinho em Champagne, pelo menos é isso que me consta, num dos poucos produtores 1er Cru, só 43 de cerca de duzentos produtores na região. Um espumante de alma francesa com atitude brasileira! Chardonnay e Pinot Noir meio a meio gerando um vinho cremoso de espuma bem espessa e olfato com maior presença de brioche, leveduras e alguma fruta. É na boca que ele mostra a atitude brasileira onde o cítrico e ótimo frescor estão mais presentes, sustentado por uma magnifica perlage que resulta num final mineral longo e muito saboroso.
Fui para conhecer esses três, porém também nos foi servido o Nature que é meu xodó e me esbaldei! Como já disse antes, sempre gostei e recomendei estes vinhos porém foi com o tema das Salvaguardas que eles finalmente encontraram seu caminho para A Vino & Sapore. Como sabem, fui um ferrenho adversário da tentativa de golpe que boa parte dos produtores nacionais tentaram dar em nós consumidores então risquei de meu portfolio todos os que apoiaram aquela excrecência promovida pelos barões do vinho. Foi aí que me decidi por ter em meu portfolio a linha da Familia Geisse quase que completa (a linha de entrada Amadeu toda champenoise, é também muito boa e otimamente precificada), fazendo companhia ao Valmarino & Churchill, Espumantes Bossa e, quem sabe um dia, ainda terei o Orus Rosé do Adolfo Lona. Bons vinhos de quem também se declarou contrário ás Salvaguardas, atitude que temos que valorizar.
Por hoje é só, mas estes são mais alguns dos bons espumantes nacionais que você pode tomar neste final de ano e sempre, porque como já dizia Napoleão; nas derrotas é necessário e nas vitórias merecido!
Salute, kanimambo e nos vemos por aqui.
JFC,
Recomendo também o Vinhedos Hood pinot noir 2011, acho que o único vinho tranquilo da Vinicola Geise. Vinho leve e gostoso para estes dias quentes! Abs.
Oi guilherme, também provei e concordo com tua avaliação, só não gostei do preço que aqui em sampa deverá esta entre R$60 a 65 o que achei um pouco alto para um vinho desse estilo.Talvez comprando lá!