O mundo do vinho é estimulante, complexo, prazeroso, porém, excessivamente pedante e caro. Eis uma constatação que tem lá sua dose de razão já que no Brasil esta é a imagem, muita vezes, projetada tanto por parte da imprensa especializada, quanto por restaurantes que teimam em salgar os preços dos vinhos servidos em suas mesas, como por alguns importadores. Desmistificar o mundo do vinho tornando-o mais acessível ao consumidor “comum”, eu e vocês, é missão que começa a nortear as ações de muitos colunistas, sommelliers, importadores e produtores.
O intuito principal desta coluna é o de demonstrar que há “vida” fora do mundo dos; Romanée Conti, Mouton Roschild, Veja Sicilia Único, Barca Velha, Gaja Costa Russi, Ornellaia Toscana, Opus One, Penfolds Grange, Chateau Margaux e Chateau Petrus, entre outros vinhos excepcionais, mas a preços fora do alcance da grande maioria de nós pobres mortais. Encontrar, e tomar, excelentes vinhos nos níveis destes maravilhosos néctares não é tarefa difícil! Qualquer um o pode fazer, basta que tenha a disponibilidade financeira para bancar algumas destas garrafas que podem custar 400, 700, 1.200, 12.000 Reais e até mais.
Encontrar vinhos de qualidade a preços acessíveis é um processo mais complexo que requer muita leitura, muita degustação, garimpo e pesquisa. Esta é a ambição desta coluna, buscar descobrir e trazer aos leitores, essas pérolas escondidas num mar de mais de 15.000 rótulos disponíveis hoje no mercado Brasileiro, tentando desmistificar os preconceitos en torno do vinho. De que vinho é coisa das elites e para poucos, de que vinho bom é o caro, que o barato é ruim, que supermercados têm preços mais baratos e por ai afora. Existe muita coisa boa, entre muita ruim, a preços acessíveis mas que poucos tratam de divulgar. São essas descobertas que espero poder compartilhar com os leitores e amigos do vinho”.
É objetivo, também, compartilhar boas compras, indicar locais onde o consumidor não é escalpelado, inclusive restaurantes, dar dicas e sugestões tanto no mundo do vinho como fora dele, esclarecer “coisas” do vinho e compartilhar conhecimento como um todo mantendo, sempre, a independência e baseado em experiências pessoais, certamente, passíveis de discordância. Vinho é muito bom, mas não é tudo havendo espaço, também, para matérias para além do vinho, especialmente nos fins de semana, mas não só. Na verdade, este blog é um pequeno folhetim de coisas que gosto e aprecio, porém com enfâse en nossa inebriante vinosfera!
Finalizando, lembre-se que o prazer do vinho se manifesta de forma subjetiva através da visão, do olfato e do paladar sendo que o desenvolvimento destes sentidos se faz através da diversificação e da experimentação. No final das contas vale só uma verdade e uma análise sensorial; a sua. Tome aquilo que você gosta e lhe satisfaça, mas se dê ao direito de experimentar e alçar vôos sem medo de ser feliz. Salute e Boa Viagem!!