Quebrando Paradigmas!
Tampa de rosca só para vinhos novos né? Huuum, não! Já tinha tomado outros vinhos australianos com oito e dez anos de vida em perfeito estado de conservação e até já fiz uma prova com o mesmo vinho da mesma safra com fechamentos diferentes, nada que pudesse ressaltar de diferença entre eles.
Neste fim de semana, abri uma última garrafa que tinha esquecido na adega do Westend Tempranillo 2008 da região de Hilltops em Nova Gales do Sul na Austrália. Abri temeroso com o que me iria deparar na taça e me surpreendi muito positivamente. Esperava um vinho já algo moribundo, em estado avançado de coma com seus 12 anos nas costas e tampa de rosca. Ledo engano, vivinho da silva, mesmo que já com algumas nuances atijoladas e aromas terciários, mas taninos e acidez ainda bem presentes, um deleite que foi se abrindo na taça mostrando, inclusive, frutos escuros, alguma especiaria e um belo final de boca algo apimentado.
Para, mais uma vez, nos depararmos com o fato de que nossa vinosfera é realmente imprevisível e isso é que faz deste caldo algo sedutor para quem está aberto a novas experiências. É isso, kanimambo pela visita! Será que agora retomo este blog algo esquecido em função da correria atrás do pão de cada dia? Não prometo mais nada não, mas vou me esforçar.
Fala João!
Maravilha este surpreendente e não generalizável universo do vinho e suas constatantes descobertas, que afinal são a grande essência.
Sobre esta questão; a alguns anos atrás estive junto com o pessoal da Premium de BH, lá pela Nova Zelândia e in loco em diversos produtores pude constatar o potencial da Screw Cap como excelente alternativa para fechamento de vinhos, tanto brancos e roses quanto para tintos.
Tive o oportunidade de ser surpreendido por garrafas que nos foram apresentadas com bem mais de uma década fechadas; ou com cortiça de alta qualidade ou com tampa de rosca de alumínio. Resultado em muitas comparações a Screw cap manteve os vinhos mais jovens, mais íntegros que alguns de cortiça que sentiram mais o peso dos anos. Pano para manga, mas ambas tem virtudes e merecem suas posições. O melhor vinho é o próximo. Vamos em frente.
Que bom pode novamente ler os teu comentários!
Abs
Obrigado pela ótima opinião
Oi João, muito bom seu relato. Eu acho que “screw cap” vai ser o futuro, mas para mim, é difícil ainda ter a mesma sensação ao abrir um vinho com screw cap e um vinho com rolha. Vou precisar dominar este sentimento, e acho que isto só vai acontecer quando eu abrir um vinhaço que estiver sido utilizado a tampa de rosca ao invés de uma rolha longa e maravilhosamente bem conservada…. Por enquanto, só vinhos medianos e fracos se utilizam de screw cap, e isto, é um divisor de águas…. Falo de tintos aqui, que, como vc sabe, são mais a minha praia… rssss….
oi João.
É sempre um prazer absorver as informações compartilhadas por você, aqui neste espaço. Não pare não.
Como diz um outro João “keep walking”
Provei excelentes brancos de New Zealand e Austrália e ate alguns tintos, muito bem preservados com screw cap.
Imagino que na milenar linha do tempo evolutiva do vinho, em 10 ou 20 anos poderemos ver grandes vinhos com screw cap. A curva de crescimento de consumo do vinho versus a de produção de rolhas devem divergir em algum momento.
abraxx. Marcão
Sempre a aprender, com um óptimo professor… grande abraço primaço
Saudades Álvaro, muitas saudades!
Excelente artigo!
Sensacional! Excelente artigo!