Minimus Anima. Ah Se Eu Soubesse!
Há vinhos e VINHOS. Ontem tomei um VINHO, assim mesmo com letras maiúsculas garrafais. Guardava-o em minha adega já fazia um bom tempinho, é, ou melhor, foi porque não restou gota para contar a história, o Minimus Anima 2005 de Marco Danielle do projeto Tormentas. Tenho que confessar que há cerca de três anos tinha comprado dois, este e o Tormentas Secundo, teoricamente um degrau acima do Minimus, porém não foi um vinho que à época me tenha encantado, tanto que pouco ou nada lembro dele. Depois provei o Minimus Anima, aquelas coisas de degustação, em um evento qualquer e achei este vinho bom, mas nada que me entusiasmasse. Em função disso, vinha postergando a abertura desta garrafa com um pouco de receio sobre o quê esperar dela, um grande vinho ou só mais um resultado de marketing das estrelas? Não conheço o produtor (autor) pessoalmente e, mesmo querendo visitar seu estande na Expovinis, acabei passando reto por diversas vezes e desde já me arrependo, dando a mão à palmatória (será que tem gente que ainda sabe o que é isso?), pois adorei este vinho e mostra que provar é uma coisa e tomar em condições ideais, é uma outra bem diferente! Se fosse no Vinhos da Semana, certamente seria um vinho que ganharia um I.S.P. de 4 smiles e muita festa! Ah se eu soubesse no momento da compra o que sei hoje, posso garantir que minha compra não se teria limitado a só uma garrafa deste doce néctar.
Tenho tomado alguns bons vinhos, mas fazia tempo que não tomava um vinho que mexesse com minhas emoções como este mexeu e, ainda mais porque sei que desta safra não há mais e a de 2007 não tem a mesma composição. Não me lembro quanto paguei há época, creio que uns R$60, e se ainda o encontrasse a esse preço, algumas garrafas mais compraria. Não é o vinho top do produtor (autor), mas é um vinho surpreendente e apaixonante que me seduziu por completo tendo que confessar, que tomei a garrafa todinha! Tá certo, minha esposa deu uns dois ou três goles, mas foi só. Que vinho, valeu a espera!
Difícil ser muito objetivo ou tentar tecer análises mais técnicas, pois este caldo fez tudo aquilo que um vinho deve fazer com quem o toma; mexeu com minhas emoções deixando um rastro de prazer no olfato, na boca e na memória. A cor mostra alguma evolução, não aparenta passar por madeira e no nariz, foi se abrindo devagar, mostrando aromas complexos de frutas silvestres maduras, rosas e, talvez, algo de couro, tendo sido na boca, no entanto, que ele efetivamente me seduziu. Bom volume, corpo médio, redondo com taninos maduros e doces, finos e elegantes, muita riqueza de sabores, grande harmonia e equilibrio com um final de boca algo herbáceo, extremamente prazeroso e longo. Um vinho de grande finesse, diferente, com uma personalidade muito própria, daqueles que acabam rápido e deixam uma enorme saudade marcando fortemente sua passagem pelo palato. Certamente um dos melhores vinhos brasileiros que já tive oportunidade de tomar, provavelmente entre os top três, e se alguém souber de algum lugar em que eu possa encontrar mais algumas garrafas destas não hesitem em me dar um toque, só não vale se estiverem com o preço nas alturas já que, por mais que eu o deseje, vivo de orçamento e não possuo cartão corporativo federal, então ….
Este vinho tem algumas peculiaridades, entre elas o fato de ser elaborado com 70% de Cabernet Sauvignon colhida quase que em processo de passificação na safra de 2005 tendo sido cortado com Alicante Bouschet da safra de 2006. O produtor, digo autor, é alvo de grandes polêmicas me parecendo, em determinados momentos, até algo presunçoso em suas colocações, provavelmente movido pela paixão pelo que faz, mas importante no final das contas é a prova na boca, e nessa o vinho passou com louvor. Quanto aos outros vinhos e desenvolvimento de seu projeto Tormentas, que agora possui outras ramificações, esta preciosidade tomada aguçou minha curiosidade e certamente ficarei de olho em outros vinhos para melhor conhecer este trabalho, aparentemente, diferenciado que este “autor’ vem fazendo em seu “ateliê de produção”. Se conseguir algo depois compartilho, mas quem quiser fuçar um pouco mais visite o site http://www.tormentas.com.br/ que, por si só, já é uma grande viagem. Gamei!
Ah se eu soubesse!!!
Salute e kanimambo
é…
já estava no meu “wish list” faz tempo viu.
agora fiquei mais curioso ainda.
porque fui ler esse post?
ô raios triplos!!!
abs!
Alexandre
Poxa, tenho muito oque aprender ainda, pois desconhecia esse produtor. Fiquei atiçado a encontrar qualquer exemplar.
Abraço.
Rogério, neste mundo do vinho somos todos gafanhotos, mon ami, num eterno caminhar na busca do conhecimento. Alê, raios quintuplos, porque o danado está esgotado!
Ô raios!
qdo é que todas as vinícolas vão começar a ler blogs?
Brasil, sil, sil!!
Caro João, compartilho de sua opinião quanto ao Minimus Anima 2005.
Não sei onde comprá-lo, mas ontem tomei o 2007 e devo te fazer um alerta: compre-o enquanto ainda tem! *rs.
Grande abraço.
Beleza e não és o primeiro que me diz isso, então acho que não tem jeito, vou ter que comprar umas garrafas!
Caro João,
Acompanho seus comentários e tenho prazer em lê-los. Você é uma pessoa bastante sensata com grande conhecimento sobre o assunto. Eu já li vários comentários sobre os vinhos da Tormentas ( normalmente geraram discussões extremamente acaloradas ), mas após a sua avaliação estou decidido a comprar algumas garrafas. Continue sempre no seu caminho. Abraços,
Márcio