Painel de Vinhos até R$50,00 – Última parte (de R$30 a 50,00)
Chegamos ao final de mais esta viagem e, enquanto retomo o fôlego para partir em mais um garimpo por vinhos de qualidade que caibam no bolso, fiquem aqui com meus comentários e impressões sobre a última lista dos vinhos que, a meu ver, são altamente recomendados dentro desta faixa de preços. No todo, uma prova de que existe vida, e boa, nos vinhos mais econômicos. Nem todos podemos gastar os tubos em grandes rótulos, somente de forma mais parcimoniosa, e a busca destes rótulos é essencial para quem gosta e tem o costume de tomar vinho diariamente sem correr o risco de criar um enorme rombo no orçamento ou, ainda, para quem se inicia nas prazerosas trilhas do universo de Baco. Espero que esta coleção de rótulos provados possam lhe ajudar em seu próprio garimpo, são vinhos que Tomei, Gostei e Recomendo.
Prova Régia 2008 (Interfood-Portugal) 100% da cepa Arinto de aromas tropicais, na boca é refrescante, sedutor, rico e elegante mostrando-se algo crocante. Uma grande companhia para frutos do mar e um vinho delicioso que deixa na boca um gostinho de quero mais.
La Gatte Tradition Bordeaux 2005 (Mistral-França) um vinho jovem que não passa por madeira e está com um preço ao redor de R$45. Pleno de sabor, leve, suave, fácil de beber e harmonizar com os pratos de nosso dia-a-dia, mineral e harmônico, um grande achado e uma ótima introdução a Bordeaux num preço bem acessível, ainda mais com o Real se valorizando como está.
Alaia 2004 (Peninsula-Espanha) Apresenta bastante complexidade de sabores e aromas para um vinho nesta faixa de preço e uma experiência única já que é um corte muito bem elaborado com uma uva autóctone pouco conhecida por aqui, a Prieto Picudo, que é a cepa protagonista, tendo a Tempranillo e Merlot como coadjuvantes e um leve aporte de madeira. Aromático, muita fruta negra no nariz, já mostrando sua face mineral. Na boca está tudo lá, a fruta fresca, algo de chocolate, num corpo médio e equilibrado, redondo mostrando boa textura e taninos finos, mas acima de tudo o que mais me encanta neste vinho é sua identidade e personalidade diferenciada. Encontrei-me ontem à noite com o amigo Juan (Peninsula) e ele me confirmou, é seu rótulo mais vendido. Não é à toa!
Hacienda la Laguna Cabernet/Merlot (Zahil-Chile), este provei recentemente numa degustação da Zahil e achei que cabe bem aqui nesta pequena seleção de rótulos. Corte mais tradicional, correto, bem feito, redondo, sem arestas pode não chegar a empolgar, mas é um vinho difícil de alguém não gostar. Uma ótima opção para um evento de qualidade que certamente agradará a todos, apreciadores ou não.
Chateau Giraud-Cheval-Blanc Bordeaux 2006 (Winery-França) ainda um pouco fechado, mas mostrando complexidade, boa estrutura, taninos finos, elegantes e amistosos, bem equilibrado, final aveludado e saboroso um bom vinho para acompanhar comida, mais do que para tomar solo e um preço muito camarada.
Quinta da Lagoalva 2004 (Mistral-Portugal), vinho correto, bem feito e equilibrado do qual poderia tomar garrafas. Com 50% passando em madeira, é um vinho que está absolutamente sedutor, leve para médio corpo, muito rico em sabores que encantam o palato, macio, equilibrado com boa acidez o que lhe dá um certo frescor, mostra taninos redondos, sedosos e amistosos que alongam o final de boca deixando um gostinho de quero mais.
Castillo de Molina Sauvignon Blanc 2008 (Casa Palla), um vinho de primeira linha muito fresco e mineral que encanta ao olfato e satisfaz o palato deixando-nos com água na boca a pedir mais, já que a garrafa desaparece rapidamente. Ótima companhia para frutos do mar e certamente deverá acompanhar bem umas costelinhas na brasa. Mais um belo vinho branco encontrado nesta faixa de preços.
Ceirós Douro 2006 (BR Bebidas/Vinhas do Douro), direto da garrafa para a taça, o vinho é impactante, vinhoso de aromas não muito sedutores. Deixe-o respirar e desfrute de um vinho untuoso, fruta madura (ameixa), bom volume de boca, rico, taninos presentes, mas bem equacionados num final de boca longo, macio e algo apimentado. Um vinho essencialmente gastronômico para quem não tem pressa. Decante por cerca de 45 minutos, o vinho se transforma!
Monte da Cal 2006 (Winebrands-Portugal), um vinho algo rústico, mais tradicional, encorpado que necessita de um prato condizente para mostrar todos os seus atributos, Se pensar nele como um vinho para bebericar com os amigos, esqueça e escolha outro, mas se quiser um bom vinho numa noite fria de inverno para acompanhar um puchero ou algo similar, os alentejanos o acompanham com uma bela carne de porco com feijão branco, não se esqueça deste rótulo que certamente fará bonito. Rico, boa textura, denso, um vinho muito bem feito para quem aprecia vinhos de boa estrutura e não que gastar muito.
Trumpeter Malbec 07 (Zahil-Argentina), esta casa, Rutini, trabalha muito bem com esta cepa produzindo vinhos bastante elegantes e esta família Trumpeter, é um dos grandes campeões custo x beneficio no mercado. O Malbec 2007 está especialmente saboroso e macio, bem frutado, bom volume de boca, taninos sedosos, corpo médio com um final especiado e muito agradável. Um bom malbec, sem exageros e sem arestas que o faz extremamente prazeroso de ser tomado tanto solo como acompanhando uma boa carne.
Filipa Pato Ensaios Branco 2008 (Casa Flora-Portugal) corte de Bical e Arinto que passa um mês fermentando com leveduras indígenas, pare em tanques de inox e parte em madeira. Aromas delicados, de boa intensidade, muito fresco, saboroso, cítrico e mineral, tem um final de boa persistência que convida á próxima taça. Uma ótima opção como aperitivo e boa companhia, certamente, para umas pataniscas de bacalhau ou sardinhas na brasa.
Estação Douro 2006 (Decanter-Portugal), os amigos que me perdoem, mas o tugas estão deitando e rolando. Mais um bom rótulo que vem do Douro com preço bem acessível para a qualidade. Algo frutado e floral no olfato, na boca é franco e direto dizendo logo ao que veio, te agradar. Não complica, é redondo, taninos finos e sedosos corpo médio e amistoso ao palato com um final muito saboroso que pede a próxima taça, fácil de harmonizar e mais fácil ainda de gostar.
É isso meus amigos, mais uma jornada terminada e outra já em andamento, que compartilharei com vocês lá para o final de Novembro, pois navegar é preciso! Caso queira localizar uma loja próximo a você onde possa comprar um ou mais dos rótulos abaixo, contate o importador ou produtor acessando Onde Comprar
Salute, kanimambo e nos vemos por aqui.
Desta segunda lista, só provei o Trumpeter, que é de fato um baita vinho.
Mais dois interessantes rotulos da Mistral – importadora da qual gosto muito- p/ deixar como target.
E ja que vou na Decanter buscar o Alain Brumont, pq nao atacar tambem este Estaçao Douro.Depois lhe conto minhas impressoes.
Abraço
Caro João Filipe Clemente,
Parabéns pelo excelente site que juntamente com os (falecidos) blogs do Saul Galvão e Carta de vinhos, formam a santíssima trindade dos blogs de vinho!!! Sou um amante apaixonado dos vinhos Franceses, mas confesso que não tenho costume de comprar vinhos, deste País, que custam menos de R$ 100,00. Porém o vinho Chateau La Bastide Corbieres, do Sul da França, é uma companhia constante na minha adega e o melhor é que custa cerca de R$ 40,00 na importadora Decanter.
Abç,
Claudio
Cacildes! Como diriam os ingleses, “you made my day”!!!! Grato pela participação e especialmente grato pelo gentil comentário.
Caro João, senti falta de vinhos como o meia-pipa e panarroz, além do catena que já baixou dos 50. E alias com o novo dolar poderiamos ter até o esporão reserva nesta lista, não fosse a alvissareira taxa de lucro dos nossos importadores. By the ways, vou fazer coro ao Claudio, o teu blog é hoje a melhor referência no Brasil. Parabéns pelo trabalho “aliás, da próxima vez, me auto-convido” ! Abraços. Fernando Sevá
Valeu Fernando, fico lisonjeado. Quanto aos vinhos, concordo contigo, ótimas sugestões que já andaram por aqui em outras ocasiões, mas como só falei sobre o que provei agora……. Parece mesmo que há uma sinergia de sabores entre nós, ótimas lembranças.
Salute e kanimambo.