João Filipe Clemente

Prova de Cabernet Franc no Antonietta Cucina

Dia 23 próximo no restaurante Antonietta Cucina em Higienópolis, São Paulo, ás 20 horas, uma degustação temática em que apresentarei seis exemplares de Cabernet Franc de Mendoza explorando diversos estilos e terroirs, para tão somente 12 pessoas com reservas antecipadas. Ao final da degustação será servido um prato de “Paleta deAntonietta salão reservado Cordeiro com Polenta Mole o qual será acompanhado com, obviamente, uma taça 150ml de um outro Cabernet Franc. O evento de dia 17 na Granja Viana já se encontra esgotado.

A Argentina e em especial Mendoza, vêem surpreendendo consumidores e críticos mundo afora com ótimos exemplares de Cabernet Franc tanto em varietais 100% como com um tempero de algo mais (como os incríveis exemplares do Gran Enemigo), porém ainda varietais por possuírem um mínimo de 85% da uva declarada, e em blends dos mais diversos estilos e sabores. Na França, seu berço, é quase que só usada nos famosos cortes bordaleses (Bordeaux margem esquerda e direita) e na forma de varietais no Vale do Loire, especialmente em Chinon e Bourgueil.

Nos últimos anos temos visto um aumento paulatino de novos vinhedos na Argentina, porém mesmo com toda a fama que vem ganhando no mercado, seus poucos mais de 900 hectares seguem tendo uma tímida participação se comparado aos mais 40.000 hectares de Malbec plantados! Nesta degustação temática, só com vinhos 100% varietais de Cabernet Franc originários de Mendoza, que serão realizadas ás cegas, vamos explorar a diversidade numa mesma uva mostrando como o homem, parte do terroir, pode influenciar o produto final! Os primeiros três rótulos trouxe de minha recente viagem e, consequentemente, não haverão garrafas para vender, dos outros sim caso haja interesse.

Zorzal Eggo Franco Cabernet Franc 2015 – vinhedos de Gualtallary, 1350 metros de altitude, Vale do Uco elaborado em ovos de cimento sem revestimento, orgânico e sem passagem por madeira. Preço de mercado R$230,00 (RP94)

Ernesto Catena Siesta en el Tahuantinsuyu 2013 – vinhedos de Vistaflores, 1100 metros de altitude, também do Vale do Uco. Oitenta por cento passam em barricas francesa e o restante em americanas, sendo que 70% são novas e o resto de segundo e terceiro usos. Não tem por aqui, mas seus similares estão na casa dos R$260,00. James Suckling 92 pontos

Matías Riccitelli Cabernet Franc 2012 – Um blend de uvas de duas diferente regiões, 50% de Agrelo em Lujan de Cuyo e Vistaflores (maior altitude) no Vale do Uco. Afinamento por 16 meses em barrica francesa e também não está disponível no Brasil. Seu Cabernet Sauvingon está e o preço é de R$295,00 então podemos nos basear no mesmo patamar. Guia Descorchados (Patricio Tapias) 93 pontos.

Cabernet Franc - Degustação Mendoza

Casarena Lauren´s Single Vineyard Cabernet Franc 2013 -uvas de Agrelo (920 metros), Lujan de Cuyo elaborado com leveduras naturais e fermentado em barricas de 500 litros para posterior afinamento em barricas francesas novas por um período de 18 meses. Seu preço no mercado gira em torno de R$230,00 e recebeu 92 pontos de Tim Atkins.

Fabre Montmayou Cabernet Franc Reserva 2015 – uvas de Vistalba (950 metros de altitude), Lujan de Cuyo com vinificação tradicional e maceração longa de 20 dias, 60% do lote passa por barrica francesa de primeiro uso e o restante se mantém em inox para o blend final e engarrafamento. Seu preço gira na casa dos R$125,00 e recebeu 94 pontos de Tim Atkins e ganhou o Troféu Regional de Melhor Cabernet Franc da Revista inglesa Decanter.

DeVita Cabernet Franc 2014 – uvas de Perdriel (950 metros de altitude), Lujan de Cuyo, uso de leveduras indígenas, maceração de 20  a 25 dias, passas 12 meses em barricas francesas de primeiro e segundo usos com mais um ano de afinamento em garrafa antes de sair ao mercado. Primeira experiência de nosso amigo Deco “Cabernet Franc” Rossi (rs) na produção de vinhos em parceria com a Lagarde, quantidade limitada e preço na casa dos R$150,00.

Local – Antonietta Cucina Rua Mato Grosso, 402, Higienópolis, São Paulo

Horário – 20 horas

Valor – R$220,00 pagos no ato da reserva

Lugares – Limitado a 12 lugares com reservas antecipadas.

Reservas e mais informações: jfc@falandodevinhos.com ou por telefone/Whatsapp (11) 9.9600-7071

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Um Sedutor Tannat de Salta

Falo de um vinho de pequena produção e de uma região que poucos conhecem, ainda mais para esta uva. Conheci o vinho pela primeira vez há pouco mais de 4 anos e foi paixão à primeira fungada! rs Colomé Lote Especial Tannat 2014, produzido a 1700 metros de altitude com uvas do vinhedo La Brava, Valle Calchaquí. Quando o conheci tinha uma produção limitada a 1500 garrafas, porém hoje já está na casa das 8300 o que segue sendo bastante limitado, porém com preço acessível por lá, na casa dos 250 a 300 pesos ou em Reais entre os 50 a 60 tops, mas cheguei a ver por 215!! Não chega ao Brasil então quem Colomé Lote Especial tannatandar lá pelas terras de nuestros hermanos coloque em sua lista e aproveita traz duas garrafinhas para mim porque minha última tracei neste último Domingo, sniff! rs

São 12 meses de barrica com a madeira muito bem integrada e imperceptíveis 14,5% de teor alcoólico, O Vinho! Apesar de sua estrutura, cor escura mostrando grande concentração é de corpo médio para encorpado, taninos finos e aveludados, frutos negros presentes na boca e nariz, algum tabaco, extremamente rico e absolutamente sedutor, alguma especiaria no final de boca que mostra boa persistência e um agradável frescor. Gostosa paleta olfativa com notas florais, um vinho que prima pelo equilíbrio e dá enorme prazer tomar, que nos encanta e nos faz pedir bis. Um Tannat para quebrar eventuais preconceitos e paradigmas contra esta uva, sem contar sua tremenda relação PQP (Preço x Qualidade X Prazer). Certamente um Tannat para chamar de meu, um vinho que curto demais!!

Acompanhou maravilhosamente o rico arroz carreteiro elaborado com maestria por meu genro Júlio, um grande almoço esse de Domingo. Da Bodega Colomé em Salta, mas uvas vêm de vinhedo em Cafayate, um vinho de um lugar que me encanta ainda mais que os vinhos, quem sabe um retorno em 2018 e com um grupo bacana?? Por enquanto, a Patagônia está a um mês de distância, vem comigo? Kanimambo pela visita, saúde e um ótimo fim de semana.

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Chile, Dois Novos, Bons e Baratos Vinhos na Taça!

A busca por vinhos de boa relação PQP (Preço x Qualidade x Prazer) não cessa nunca e desta feita a origem é o Chile e uma só marca que já comentei aqui em outra ocasião com vinhos de valor algo mais alto, pero no tanto! Chegaram a fazer parte, como estes dois, da confraria Frutos do Garimpo numa parceria com o importador, a Lusitano Imports que acertou em cheio na escolha do produtor. São os vinhos Nancul, desta feita da linha Elegant com preço no mercado entre os R$45 a 50,00 e, na minha opinião, duas gratas surpresas que valem muito o preço. Aliás, do ponto de vista de percepção de valor, a resposta tem sido sempre bem acima do valor pago e recomendo. Vamos lá, vamos falar dessas duas pepitas que caíram na minha peneira! rs

Nancul Elegant merlotNANCUL Elegant Merlot – aquele vinho que não tem erro, agrada a gregos e troianos sendo super versátil no quesito harmonização. Eu tracei com pizza, num final de tarde fria de Sábado, mas podia ser um hamburguer ou nada, só um encontro harmonizando amigos e um bom bate papo. O Elegant no nome creio que foi uma escolha acertada do produtor que buscou e conseguiu exatamente isso. Um vinho de corpo médio, taninos macios, meio de boca rico e saboroso, fruta madura sem cair naquela geleia enjoativa, acidez equilibrada, média persistência que deixa na boca uma sensação de prazer (valor) maior ao preço pago o que hoje em dia é cada vez mais raro!

 

NANCUL Elegant Carmenére – O que mais me atraiu nele foi o fato de ele não Nancul elegant carmenéreapresentar aquelas nuances verdes agressivas que costumam ser bem presentes nos vinhos desta cepa nesta faixa de preços. Muito pelo contrário, o vinho se mostrou muito equilibrado, de corpo médio e aromas frutados com um leve toque de especiarias no final de boca, taninos aveludados, gostoso de tomar! Mostra cuidado em sua vinificação, colheita no tempo certo de madurez, um Carmenére para quebrar preconceitos e mostrar que seguir provando é essencial. Deu-se bem com bifes de chorizo na brasa e pelo preço, em minha opinião, uma tremenda barbada para um vinho desta qualidade

Dois bons vinhos, muito agradáveis de tomar que satisfazem sem deixar rombos no bolso. Acerto do Fernando da Lusitano Import em ter garimpado estes vinhos e ter adotado uma política de precificação adequada que deixa, em nós consumidores, um sorriso a mais no rosto fora o prazer. Linha que vale ser explorada sem temor, tudo o que provei até agora tem me agradado bastante e espero que possa também ter essa experiência e depois comente algo por aqui, sempre bom ter esse feedback dos leitores.

Estes vinhos fizeram parte dos Frutos do Garimpo de Agosto. Saúde e kanimambo pela visita.

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Explorando a Cabernet Franc de Mendoza

Neste mês de Outubro; Dia 17 na Granja Viana na Vino & Sapore e dia 23 na restaurante Antonietta Cucina em Higienópolis, São Paulo, ambas ás 20 horas, uma degustação temática em que apresentarei seis exemplares de Cabernet Franc de Mendoza explorando diversos estilos e terroirs, para tão somente 12 pessoas com reservas antecipadas.

A Argentina e em especial Mendoza, veem surpreendendo consumidores e críticos mundo afora com ótimos exemplares de Cabernet Franc tanto em varietais 100% como com um tempero de algo mais (como os incríveis exemplares do Gran Enemigo), porém ainda varietais por possuírem um mínimo de 85% da uva declarada e em blends dos mais diversos estilos e sabores. Na França, seu berço, é quase que só usada nos famosos cortes bordaleses (Bordeaux margem esquerda e direita) e na forma de varietais no Vale do Loire, especialmente em Chinon e Bourgueil.

mendoza mapNos últimos anos temos visto um aumento paulatino de novos vinhedos na Argentina, porém mesmo com toda a fama que vem ganhando no mercado, seus poucos mais de 900 hectares seguem tendo uma tímida participação se comparado aos mais 40.000 hectares de Malbec plantados! O que fica claro ao explorarmos a argentina vitivinícola é que em função de seus diversos micro climas (Mendoza por exemplo é um conjunto de diversos terroirs) há espaço para uma grande diversidade de uvas diferentes seja ela a Cabernet Franc, a Petit Verdot, a Bonarda ou a Criolla entre outras. Duas ondas tomam conta da região, vinhos elaborados com Cabernet Franc (entre os melhores do país) e os blends que cada vez estão melhores. Vale para Mendoza, mas vale também para outras regiões como San Juan, La Rioja, Salta ou a Patagônia.

Nestas duas degustações temáticas, só com vinhos 100% varietais de Cabernet Franc originários de Mendoza, que serão realizadas ás cegas (a de Sampa com jantar) vamos explorar a diversidade numa mesma uva mostrando como o homem, parte do terroir, pode influenciar o produto final! Os primeiros três rótulos trouxe de minha recente viagem e, consequentemente, não haverão garrafas para vender, dos outros sim caso haja interesse.

Zorzal Eggo Franco Cabernet Franc 2015 – vinhedos de Gualtallary, 1350 metros de altitude, Vale do Uco elaborado em ovos de cimento sem revestimento, orgânico e sem passagem por madeira. Preço de mercado R$230,00 (RP94)

Ernesto Catena Siesta en el Tahuantinsuyu 2013 – vinhedos de Vistaflores, 1100 metros de altitude, também do Vale do Uco. Oitenta porcento passam em barricas francesa e o restante em americanas, sendo que 70% são novas e o resto de segundo e terceiro usos. Não tem por aqui, mas seus similares estão na casa dos R$260,00. James Suckling 92 pontos

Matías Riccitelli Cabernet Franc 2012 – Um blend de uvas de duas diferente regiões, 50% de Agrelo em Lujan de Cuyo e Vistaflores (maior altitude) no Vale do Uco. Afinamento por 16 meses em barrica francesa e também não está disponível no Brasil. Seu Cabernet Sauvingon está e o preço é de R$295,00 então podemos nos basear no mesmo patamar. Guia Descorchados (Patricio Tapias) 93 pontos.

Cabernet Franc - Degustação Mendoza

Casarena Lauren´s Single Vineyard Cabernet Franc 2013 -uvas de Agrelo (920 metros), Lujan de Cuyo elaborado com leveduras naturais e fermentado em barricas de 500 litros para posterior afinamento em barricas francesas novas por um período de 18 meses. Seu preço no mercado gira em torno de R$230,00 e recebeu 92 pontos de Tim Atkins.

Fabre Montmayou Cabernet Franc Reserva 2015 – uvas de Vistalba (950 metros de altitude), Lujan de Cuyo com vinificação tradicional e maceração longa de 20 dias, 60% do lote passa por barrica francesa de primeiro uso e o restante se mantém em inox para o blend final e engarrafamento. Seu preço gira na casa dos R$125,00 e recebeu 94 pontos de Tim Atkins e ganhou o Troféu Regional de Melhor Cabernet Franc da Revista inglesa Decanter.

DeVita Cabernet Franc 2014 – uvas de Perdriel (950 metros de altitude), Lujan de Cuyo, uso de leveduras indígenas, maceração de 20  a 25 dias, passas 12 meses em barricas francesas de primeiro e segundo usos com mais um ano de afinamento em garrafa antes de sair ao mercado. Primeira experiência de nosso amigo Deco “Cabernet Franc” Rossi (rs) na produção de vinhos em parceria com a Lagarde, quantidade limitada e preço na casa dos R$150,00.

Na Vino & Sapore o investimento será de R$140,00 e no Antonietta R$220,00 por pessoas. No Antonietta, após a degustação será servido Paleta de Cordeiro com Polenta Mole o qual será acompanhado com, obviamente, uma taça 150ml de Cabernet Franc. Como as vagas são limitadas (na Vino & Sapore duas das 12 já foram tomadas!) não enrole não! rs Kanimambo, saúde e uma ótima semana para todos.

 

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Cinco Pontos a Ter em Mente na Hora da Compra de Vinhos

cincoSempre bom lembrar, mesmo para os que já iniciaram seu caminho pelas estradas de Baco, e esse texto publiquei mês passado na revista Cotiana da Aetec. As duvidas podem ser muitas e as armadilhas idem (tipo o melhor vinho do mundo), mas não se sinta só, pois duvidas é que não faltarão nessa fantástica viagem  por nossa vinosfera e nunca cessarão, mas espero que estas dicas possam lhe ajudar em suas próximas compras.

1 – A uva no vinho. Não dê demasiada importância neste quesito, explore! Será que aquele Cabernet ou  Malbec que você tanto gosta realmente é elaborado com 100% dessa uva que é o que dizem ser um varietal? Você sabe o que está bebendo? Pessoalmente tenho uma queda pelos blends, prefiro sempre o conjunto da obra, porém o que poucos sabem é que muito desses varietais realmente são blends, uma composição de diversas uvas. A legislação na maioria dos países produtores, determina que se um vinho tiver no mínimo 85% de uma uva, este pode ser rotulado como tal sem que haja qualquer informação quanto aos 15% de conteúdo restantes! Não se prenda a uma única uva ou uma única origem, explore pois o melhor desse mundo prazeroso de Baco é o garimpo, a viagem por novos sabores.

2 – Comprando Pontos? Pontuações nos vinhos são indicações ou tendências de qualidade e não devem servir de única base para sua escolha, tão pouco serem tomadas como conceitos de absoluta qualidade. Esse é mais um equívoco que muitos praticamos com maior ou menor parcimônia e há que se desmistificar essa prática até porque alta pontuação num vinho não quer dizer que ele agradará seu palato da forma como o fez a quem pontuou. MUITO cuidado com as chamadas dos marqueteiros de plantão para os ditos “melhores do mundo”, isso é uma tremenda enganação que não existe, uma verdadeira armadilha para pegar os mais desavisados! Há um monte de rótulos de muita qualidade sem qualquer pontuação e outros altamente pontuados que nem sempre performam como esperado em nossas taças, então não dê demasiada importância a esse tema, parcimônia é nome do jogo aqui.

3 – Idade, quanto mais velho melhor? – Ledo engano, verdadeira história para boi dormir e uma das maiores falácias de nossa vinosfera que provoca muitos erros na hora da compra. Existem vinhos feitos para serem tomados jovens, a grande maioria, e outros para guardar ou deixar para serem tomados com mais idade e mesmo estes com capacidade de guarda é importante saber onde e em que condições foram guardados. Muitos descontos grandes são dados em vinhos “mortos”, olho vivo. Não compre vinhos antigos (mais de cinco/seis anos) sem saber de seu histórico de vida e se forem vinhos brancos então, mais cuidado ainda!

4 – Só vinhos caros são bons. Mais uma falácia que o mercado e os maus vendedores tentam repassar para o apreciador do vinho. Vinhos bons são caros sim, mas o inverso não é verdadeiro existem vinhos bons em todas as faixas de preço. Se você está na fase dos Reservados, não adianta sair queimando uma nota num “Brunelão” que provavelmente você não irá apreciar, mas há coisas bem melhores por preços similares. Vá “crescendo” gradativamente dando chance ao seu palato para apreciar alguns grandes néctares, tudo a seu devido tempo, não dá para tirar a carta num dia e no seguinte entrar numa Ferrari a 200 por hora, a probabilidade de se dar mal será imensa!

5 – Avalie o local onde está comprando vinho. Vinhos ao sol e ambientes quentes e abafados, são grandes inimigos do vinho. Ambientes e vinhos bem tratados mostram cuidado e respeito para com estes caldos de Baco então, conheça seu fornecedor e a origem de seus vinhos!

Para terminar este papo de hoje a melhor dica, que tem a ver com a primeira, SEJA INFIEL! Fidelidade é um valor importante social e comercialmente, mas furado na relação com o vinho. O maior barato do mundo do vinho é exatamente essa diversidade de uvas (mais de 3.000), origens, sabores e prazeres que eles despertam em nós então, para quê ficar Cinco lembretessempre tomando as mesmas coisas? Tudo bem, tenha seus “portos seguros”, mas como já dizia o poeta, navegar é preciso e um bom timoneiro (comerciante/sommelier) de confiança é importante nessas horas.  Um último toque; vinho é prazer, não status, então aproveite a viagem, explore muiiito e deixe o vinho cumprir seu papel, o de lhe dar prazer, sem preconceitos. Na próxima vez que for comprar vinhos, lembre-se dessas 5 dicas e libere-se, seja feliz!! rs Saúde, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui ou em qualquer outro ponto de nossa vinosfera.

Finca Decero, dia Zero de Nossa Viagem a Mendoza!

Com este grupo essencialmente composto de Confrades que se reúnem mensalmente na Vino & Sapore tendo as Enoladies como fomentadoras principais da viagem, embarcamos em Guarulhos num Domingo e na chegada já tivemos o privilégio de sermos recebidos na Decero que abriu as portas especialmente para nós! A Decero é uma Bodega muito jovem começada do zero em 1999 por um casal de Suiços que tinham em mente um projeto especifico a executar e por isso mesmo queriam algo que eles mesmos pudessem moldar ao seu jeito e forma. É linda, perfeitamente integrada a uma paisagem encantadora.

Os vinhedos chamados de Remolinos, em função dos redemoinhos  que se formam no campo, começaram a ser plantados em 2000 e as primeiras colheitas experimentaisFinca-Decero-Argentina-A-remolinos-in-our-vineyard realizadas em 2004 e 05. Finalmente em 2006 as primeiras colheitas comerciais foram realizadas, lançadas ao mercado dois anos depois e o sucesso veio rapidamente. Hoje se produzem cerca de 500 mil garrafas anuais e os troféus e medalhas começam a se amontoar. Para quem não conhece, recomendo a visita, o lugar e os vinhos merecem atenção sem desmerecer o atendimento muito simpático e eficiente, porque isso é essencial,gracias!

Já esteve presente no Brasil, porém em função do fechamento da importadora, busca outro representante para nossas terras e eu espero que achem logo, pois seus vinhos valem muito a pena e estranho que até agora não tenha rolado algo. Se grana tivesse para isso, certamente estaria em meu portfolio!  Localizada em Lujan de Cuyo em uma de suas principais sub-regiões, Agrelo, só produz vinhos tintos. Você pode ver mais da bodega clicando aqui, mas agora deixa eu compartilhar com vocês os vinhos que lá provamos e nos foram apresentados pelo diretor comercial Leandro Bastias, gracias amigo!

Decero Malbec  – Boa tipicidade, floral, taninos finos bem presentes, boa persistência e harmônico, acidez bastante equilibrada, um vinho sedutor e marcante com muita tipicidade da casta, mas com um toque especial do terroir, de Remolinos, ao qual a Wine Spectator deu 91 pontos na safra 2015.

Decero Cabernet Sauvignon – Frutos negros bem presentes, especiarias, jovem, taninos firmes e elegantes, gostei muito e, a meu ver, entre os três desta gama o vinho mais vibrante que mais me entusiasmou mostrando que estas terras de Agrelo realmente dão ótimos Cabernets! A Wine Spectator acabou de indicar este vinho da safra de 2014 como um dos vinhos a não perder na faixa abaixo de USD30 nos EUA.

Decero Syrah – Taninos doces, especiarias, boa intensidade e textura, amável na boca, um vinho bastante agradável, bem feito e fácil de tomar.

Decero Mini Ediciones Petit Verdot – somente cerca de 12.000 garrafas produzidas e um vinho surpreendente para a maioria que o prova pela primeira vez. Não é a toa que na safra 2012 levou o Troféu de melhor Vinho de Mendoza na Wines of Argentina Awards e Melhor Vinho Argentino entre USD30 a 50! Absolutamente sedutor, na contramão de tudo o que, a principio, se espera de um varietal 100% desta uva. Sem excessos, fino, nariz intenso e boca extremamente elegante com taninos de grande finesse. Uma garrafa é pouco!! Um dos meus preferidos desta casa e faço questão de sempre ter uma garrafa na adega, bom demais.

Decero Mini Ediciones Tannat – cerca de 10.000 garrafas de um Tannat surprendente! Rico, frutos negros, ótima estrutura de boca, taninos de boa tipicidade porém muito bem equilibrados sem qualquer agressividade. Final longo e apetitoso, uma belo exemplar desta casta pouco comum aqui em Mendoza, adorei e não tive como não trazer uma garrafa para mim. Marcante vinho que sugiro, tanto como o Petit Verdot, para os amigos que gostam de alçar voôs outros e sair da mesmice. Show!

Decero Amano – baita vinho, encantador, conheci pela primeira vez na degustação Premium da Wines of Argentina em Setembro/14 (veja aqui meus destaques) e depois voltei a prová-lo em 2015 quando em Mendoza e agora novamente. Em todas as vezes senti enorme prazer ao tomá-lo, um grande vinho, um assemblage de primeira linha em que o viés velho mundista mais tradicional de perfeito equilíbrio, elegância, daqueles vinhos que já nos seduz na primeira fungada! Blend de Malbec, Cabernet Sauvignon, Tannat e Petit Verdot é um grande vinho, complexo e sedoso na boca, fruta exuberante um vinho que me encanta e não é à toa que foi o único vinho argentino a ganhar por três vezes o troféu de Melhor Red Blend acima USD50 na Wines of Argentina Awards!!

Deixei por último um rótulo recém lançado nos EUA e que agora chega ao mercado o “The Owl and the Dust Devil” que apelidamos carinhosamente de Corujinha! rs Um excepcionalmente bem equilibrado blend de Malbec e Cabernet Sauvignon (mais ou menos partes iguais) com Petit Verdot (cerca de 20%) e 10% de Tannat, uau! Foi paixão à primeira fungada!! rs Fermentado em barricas francesas de 620 litros, posteriomente repousa por 18 meses em barricas menores para afinamento. Daqueles vinhos que há que se ter diversas garrafas na adega porque uma certamente será pouco. O legal é que fica numa faixa de preços excelente, lá na bodega cerca dos 400 pesos. O Ruim é é que só na Bodega ou nos EUA, pelo menos por enquanto. Pudesse teria trazido caixa!!!

Duas características unem todos os vinhos provados, a boa acidez e o equilíbrio que geram vinhos de taninos finos e elegantes. Uma pena que o sol só apareceu no finalzinho de nossa estadia (o pôr do sol ali é divino!), mas foi o bastante para que a visita terminasse em grande estilo, a natureza em todo o seu esplendor!

Passado da  hora de um importador se acertar com eles! Enfim, abaixo o vídeo (clique na imagem para acessar) da visita e ao longo do mês de Outubro conforme for tendo tempo, vou postando os detalhes do resto desta incrível viagem. Quem ficar com vontade, no feriado da Republica mais uma viagem, desta feita com destino a Buenos Aires e Patagônia, veja mais clicando aqui .

Nem tudo foram rosas no nosso dia zero, a nota negativa foi o lanchinho mequetrefe servido a bordo do voo da Gol em plena hora do almoço. Saída 11:40 chegada lá 14:30h com um lanchinho no bucho, mas nem opção de comprar algo mais tinha, deixou muito a desejar nesse quesito!!  Kanimambo pela visita e seguimos nos encontrando por aqui ou na Patagônia, que tal?? rs

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Vinhos do Chile Segundo Tempo!

É, semana passada postei a primeira parte das impressões da Raquel sobre a participação dela na Wines of Chile deste ano e agora segue a segunda. A Raquel Santos afora ser uma amiga, é uma sommelier formada na escola da Alexandra Corvo e uma entusiasta das coisas de Baco, me ajuda muito e sabe do que fala, então, Fala aí Raquel!

Viña Casa Silva

Produtores consagrados no Vale de Colchagua desde o início da historia da vitivinicultura chilena. A qualidade da sua produção foi reconhecida várias vezes em concursos nacionais e internacionais. Representado pelo seu enólogo Mario Geisse que apresentou o Microterroir de los Lingues Carmenére 2011. Quando se pensa num vinho chileno da uva Carmenére, já vem à cabeça um estereótipo do que foi um dia o padrão para eles: Encorpado, potente, frutado com notas vegetais etc… e o que encontramos aqui é algo bem diferente!   Um vinho extremamente elegante, equilibrado e complexo.

 Veramonte

Vinícola familiar do Vale de Casablanca onde se destacou com seu Sauvignon Blanc. Hoje possui propriedades em outras regiões como Apalta no Vale de Colchagua. A marca Neyen vem desta região e o vinho apresentado foi o Neyen 2011, um corte de Carmenére e Cabernet Sauvignon. Esse chamou-me atenção não por novidades e sim pela característica clássica dos vinhos chilenos: Cor intensa na taça, aromas frutados, tostados, tabaco e um frescor que prometia  leveza em contrapartida à potencia inicial. Em boca, era exatamente o que  descrevi acima (do que se espera ao provar um vinho típico chileno!). Encorpado, com muita fruta, notas vegetais (ervas frescas), acidez que pede comida, com taninos macios, etc. Um vinho clássico, equilibrado e elegante.

Viña el Principal

Na região mais alta do Vale do Maipo, comuna de Pirque, bem perto da capital Santiago, estão situados os vinhedos onde a Cabernet Sauvignon se junta com outras castas, como a Cabernet Franc, Petit Verdot, Carmenére e Syrah. Blends ao estilo de Bordeaux, mas com característica mediterrânea e influencia da Cordilheira dos Andes. Provamos o El Principal 2013 que é elaborado com 87% Cabernet Sauvignon, 9% Petit Verdot e 4% Cabernet Franc. Foi um ano de temperatura mais baixa que o usual onde a maturação das uvas foi mais lenta, resultando em um vinho de ótima acidez, bom corpo e taninos maduros. Não filtrado, o que lhe confere complexidade para evoluir por muito tempo. Muito interessante o final de boca remetendo à figos em compota.

Quando se depara com um panorama tão vasto quanto esse que nos foi apresentado, instintivamente nossa atenção se volta para tudo que for diferente, ou seja, os elementos que se destacam do todo que nos passam a impressão de que conseguiram dar um passo além, porém nunca devemos desprezar a origem que deu o sustento para o primeiro passo. Tenho observado um fenômeno recorrente na produção de vinhos em todo mundo: As novas gerações, que são herdeiras das terras produtoras de seus pais e de seus avós, quando resolveram dar sequencia ao negocio de família adquiriram um modelo antigo se pensarmos nas referências do mundo de hoje.

O efeito “globalização” e o acesso à informação fez com que consumidores e produtores trocassem conhecimento, ou seja, chilenos, italiano, americanos , etc, não consomem/produzem apenas o vinho em seu pais de origem.  A produção em larga escala, visando a distribuição mundial, o apelo mercadológico do produto em questão, feito em grandes quantidades sem perder a qualidade, o fomento tecnológico proporcionaram uma nova relação na produção do vinho. Isso é muito visível nos países da América do Sul, que investiram muito em tecnologia para desenvolver um produto de qualidade e que agora buscam se destacar de alguma forma uns dos outro. Quando um produtor investe em um novo terroir, ou trabalha no resgate de uma casta esquecida, um método de vinificação ancestral, na produção artesanal, em blends inusitados, ou na tecnologia de ponta para criar o “seu vinho”, ele está criando uma identidade.

E nessa busca pelo reconhecimento todos ganham. Se você é apreciador de bons vinhos ou deseja um dia ser, pode esperar que se ainda não encontrou o vinho pra chamar de “seu” , ele mesmo te encontrará!”

Bem depois disso, “in Bacco & Raquel Veritás” diria eu que não pude estar por lá. Certamente Bacco falou com ela e feliz de poder compartilhar essa experiência dela com os amigos, grato Raquel. Abraço, saúde e kanimambo pela visita lembrando que em Novembro tem viagem de exploração à Patagônia, vem comigo?? Uma ótima semana para todos

Feriado da República na Patagônia??

Porquê não? Juntando com o feriado (em algumas cidades) do Dia da Consciência Negra, programei uma viagem especial para os enófilos de plantão explorarem as vinícolas e vinhos da região começando já em Buenos Aires na primeira noite! Bodegas del Desierto, Schroeder, Humberto Canale, Chacras, Fin del Mundo, Malma e Miras numa viagem de descobertas vínicas, novos sabores e novas fronteiras porque a Argentina vitivinícola não é só Mendoza mesmo que esta represente 75 a 80% da produção local.

Para quem já foi a Mendoza, algo bem diferente! Estamos a mais de 2.000 kms da ponta sul da Argentina, que se diferencia das outras regiões produtoras pois aqui, pasmem, os rios têm água!! Os rios de degelo, Neuquen e Limay se juntam para formar o Rio Negro e através de um sistema de grandes diques a água é gerenciada tornando a região num polo frutífero onde a Pera e a Maçã possuem um destaque especial afora o petróleo e gás que são as principais atividades econômicas.

Uma outra característica que o difere de Mendoza é que por aqui não temos montanhas, mas sim planícies (entre 300 a 500metros de altitude) ou vales entre rios, então os vinhos de altitude não aparecem por aqui, no entanto o clima possui uma influência grande sobre o resultado dos vinhos, é uma região mais fria de fortes ventos e grande amplitude térmica o que gera vinhos de menor teor alcoólico e maior acidez, vinhos mais elegantes.

Terroir diferente, paisagem diferente, clima diferente que geram vinhos diferentes e, portanto, experiências diferentes! Na Segunda-feira já terei os detalhes do roteiro, preços e condições financeiras para que 12 privilegiados amigos possam vir a se unir a mim nesse tour Patagônico dos dias 15 a 20 de Novembro próximo em parceria com a Stelltour. Estive por lá há exatos 3 anos, eis um pequeno slide show (clique na imagem abaixo) para lhe abrir o apetite! rs Consultas via comentários abaixo.

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Kanimambo e um ótimo fim de semana!

 

 

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Luca Syrah, Uau!

Recentemente a convite da Vinci, importador dos bons vinhos do projeto solo de Laura Catena, tive a oportunidade de provar alguns bons vinhos variando de USD22 a 62,00 convertidos ao cambio do dia. Depois falo um pouco mais da prova, foram 12 vinhos, mas hoje quero mesmo é falar no vinho que, para meu gosto e dentro de meus conceitos de avaliação, é um dos melhores Syrahs argentinos que já provei. Há uns anos me encantei pelo Siesta Syrah de Ernesto catena que há tempos parou de ser produzido e até pensei que eventualmente o vinhedo poderia até ser o mesmo, não é!

Este projeto de Laura se baseia menos em vinhedos próprios e mais em vinhedos antigos de amigos com os quais mantém acordos para fornecimento de uvas. Neste caso, os vinhedos possuem mais de 50 anos e são plantados, salvo engano, em parral o que não é muito comum na região de La Consulta no Vale do Uco. Luca Syrah 2013, passou 14 meses em barricas de carvalho francês, 20170828_123458sendo 40% novas e o restante de segundo uso. Mostra aromas muito típicos em que se destacam as especiarias, grande concentração, ótima textura, taninos aveludados, rico meio de boca, especiarias e final achocolatado de boa persistência compõem um conjunto firme, mas de muita classe em que a madeira está muito bem integrada mostrando ótima estrutura de guarda devendo evoluir muito bem pelos próximos quatro a cinco anos. Comprar duas garrafas, uma para agora e outra para 2020 me parece uma ótima opção! rs

Este é certamente um rótulo que virei a colocar em algumas degustações às cegas de Syrah, questão te oportunidade, mas espero que ainda este ano. Gostei demais e para mim um vinhaço! Na maioria das vezes acho que os críticos exageram nas notas, mas neste caso acho que Stephen Tanzer e Robert Parker que lhe deram 90 pontos poderiam ter sido um pouco mais mão aberta. Eu que sou mão de vaca com nota, certamente ficaria entre os 91 a 92 pontos e nesse caso os 91 do James Suckling faz mais sentido!

Enfim, não são muitos os Syrahs argentinos que me entusiasmam, mas este fez com que em minhas notas sobre o vinho aparecesse um UAU com dois pontos exclamação, da hora! Preço USD50 ou, hoje, cerca de R$175,00 e vale dentro de nossa conjuntura tupiniquim de preços do vinho. Salute, kanimambo e nos vemos por aí ou por aqui.

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Vinhos do Chile em Dois Tempos – I

Recentemente se realizou em São Paulo a sétima edição da Wines of Chile. Estive presente na maioria, mas desta feita por outros compromissos já assumidos não pude comparecer, porém não queria deixar os fiéis leitores sem uma retrospectiva do que por lá aconteceu, em especial na Master Class onde se costuma ter um insight melhor sobre o que por lá anda acontecendo já que é uma apresentação feita pelos enólogos das bodegas para um publico mais especializado no tema. Ah, mas como fazer isso já que por aqui só escrevo sobre o que vivi?? Pois bem, para isso existem os amigos e minha fiel escudeira e amiga Raquel Santos (experiente enófila e sommelier) que se prestou a esse “sacrifício” esteve presente me representando! rs Eis o que a amiga teve a dizer sobre essa experiência e que, em função da extensão, optei por dividir em dois posts, Fala Raquel!

” Representado por 37 rótulos de grande relevância tendo 10 deles sido apresentados por seus criadores na Master Class, tentarei relatar aqui o que mais me chamou atenção dentre tantas novidades nesta edição da Wines of Chile.

Wines of Chile 2017 - Taças

Concha Y Toro

A vinícola Concha Y Toro, maior da américa latina e quinta no mundo em volume comercializado, se destacou com um Pinot Noir – Marques de Casa Concha Edição Limitada 2016, da região de Biobio, ao sul. Seu criador, o enólogo Marcelo Papa descreveu a rica potencialidade do terroir chileno e como suas diversas características de solo e clima, influenciam em tanta diversidade entre os vinhos. Este Pinot Noir de Biobio, reflete as características do solo argiloso com muita drenagem. A região localiza-se entre o rio Biobio e a cordilheira e neste ano apresentou uma temperatura mais baixa que o usual. Muito fresco, equilibrado, ressaltando frutas e madeira bem colocados, complexidade ao estilo do velho mundo chegando bem perto de um Bourgogne. Interessante a comparação desse vinho com outro Pinot Noir da região do vale do Limari, ao norte. Também com ótimo frescor, muito frutado (cerejas compotadas, framboesas), e equilíbrio perfeito entre corpo, acidez e álcool. Elegante e potente, esse mais ao estilo do novo mundo.

 Casa Donoso

Apresentou seus vinhos da linha “Sucesor”. Apostando em um projeto inovador onde cada enólogo teve plenaWines of Chile 2017 - Donoso Sucesor Red liberdade para propor um blend inusitado. O resultado foi muito audacioso. O Limited Release Sucesor Romano 2015 foi elaborado com a casta Cesar Noir (85%), nativa da AOC Irancy na borgonha e Carigñan (15%), nativa da Espanha, mas que tem grande destaque e vem ganhando bastante espaço atualmente no Chile. O resultado disso é um vinho muito diferente que vai se mostrando aos poucos, ou seja para ser apreciado sem pressa. No nariz começa bem discreto com nuances de frutas silvestres de bosque, e dando pistas do seu DNA da Pinot Noir. Na boca, sensação de secura, dos taninos presentes e dóceis, onde dá para sentir a presença nada discreta da Carigñan. Depois de um tempo na taça ele cresce muito, tanto no nariz como em boca. Podemos perceber um corpo exuberante e complexo que suporta todo um leque de aromas e sabores muito bem equilibrados e agradáveis. O final de boca é longo e surpreendente, deixa um gosto de doce de leite de lembrança!

Posteriormente provei outro corte muito ousado. O Sucesor Red 2013 que foi elaborado com Carmenére (80%) e  Malbec (20%). Duas castas tão personificadas em países onde elas brilham sem coadjuvante (Chile e Argentina) e com um casamento perfeito. Quando um não se sobrepõe ao outro, mas serve de trampolim para que qualidades se apresentem, hora um, hora o outro, pode-se chamar de casamento perfeito, né? Por fazer pouco tempo que o João e eu tínhamos conversado sobre a inexistência (de nosso conhecimento) de um corte destas duas uvas emblemáticas de nossos hermanos, foi uma surpresa muito agradável ver e provar este vinho.

Garcés Silva

A família produz no Vale de Leyda há pouco mais de 10 anos. Mais conhecidos pela linha dos vinhos Amayna, começaram com um projeto de renovação no estilo de interpretar  seu próprio terroir. Nasceu então a nova marca Boya, que evoca mais elegância e sutileza. Os vinhedos foram plantados em pequenos lotes, com vista para o mar, como descreveu uma das enólogas que veio apresentar seu BOYA Syrah, elaborado com 100% desta casta. Pode-se perceber todo o frescor das brisas marítimas, tanto no nariz como em boca. Notas  mentoladas e frutas maduras incorporadas com muita harmonia, num corpo macio e elegante onde o equilíbrio entre a acidez, taninos e álcool é muito expressivo. Final de boca mineral com destaque salino. Nesta mesma linha, produzem um Chardonnay com ótimo corpo, sem madeira e mineralidade discreta. Dois destaques da nova expressão do terroir chileno.”

Bem, por hoje ficamos por aqui e ainda esta semana postarei o restante dos comentários da Raquel. Uma ótima semana a todos, kanimambo pela visita e seguimos nos encontrando por aqui ou por aí em algum lugar de nossa vasta vinosfera.